Luiza Helena (@balaiodebabados) 04/09/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/A Dama da Meia-Noite é o terceiro livro da série Spindle Cove. Apesar de ter gostado da história (vide a nota), creio que essa é a história mais fraca dentre os outros livros e eu vou explicar o porquê.
Srta. Kate Taylor cresceu em um orfanato. Apesar de seu passado um tanto triste, a professora de música de Spindle Cove é bem espirituosa, esforçada, gentil e tende a ver o lado bom da vida. Todos na vila parecem gostar de Kate, exceto pelo Cabo Thorne.
Cabo Samuel Thorne é o comandante da milícia, na ausência do Lorde Rycliff. Seu jeito taciturno e mal-humorado causa vários sentimentos entre os habitantes de Spindle Cove. Em 90% dos momentos, ele exerce um temor, mas os outros 10% pertencem às mulheres, que suspiram pelo cara.
Com a chegada dos Gramercy, uma excêntrica família, os quais creem que Kate é uma prima ilegítima perdida, Thorne inventa um noivado fictício com Kate, no intuito de protegê-la. A professora tira proveito para tentar descobrir os segredos que o soldado esconde por trás do olhar frio, mal sabendo que alguns são sobre seu passado.
Comparando com os livros da série que já li, A Dama da Meia-Noite tem uma carga dramática que os outros não tem, tudo isso por conta do passado de Kate e Thorne. Enquanto Kate sempre enfrentou tudo de cabeça erguida, sem se deixar abater, Thorne é um homem amargurado, com seus próprios fantasmas.
Infelizmente eu não senti tanta química entre Kate e Thorne como eu senti com os outros casais. Assim como Colin e Minerva (Uma Semana Para Se Perder), os dois já se conheciam a bastante tempo e com esse noivado fake, os sentimentos só fizeram aumentar. Porém, quando eles estavam juntos, eu não conseguia ver aquela química saltando das páginas quanto dos outros casais, a não ser nas cenas mais sensuais. Boa parte das suas interações eram compostas por discussões bestas e murro em ponta de faca.
O fato que me fez achar a história um tanto fraca foi o típico drama do macho que não se acha bom o suficiente para a mocinha. Particularmente, eu já saturei desse tipo de desenvolvimento. OK que até o Colin no livro passado ainda passou por essa fase, mas aqui esse dilema se perdurou do início até o final. Literalmente já que no penúltimo capítulo e ainda rolando esse drama. Thorne sempre dizendo que não merecia Kate e ela sempre validando seus sentimentos por ele. Isso fez com que a história se tornasse cansativa e repetitiva em certos momentos, mas quem salvou mesmo tudo foram os excêntricos Gramercy.
Creio que, em toda série de época, tem que haver uma família meio louca e aqui são os Gramercy, representados pelo lorde Evan Drewe, ladies Lark e Harriet Harry e tia Sagui. Eles são responsáveis pelos alívios cômicos na história com toda sua irreverência, humor ácido e provocações entre familiares. Antes mesmo de comprovarem se Kate faz realmente parte da família, todos se apegam real oficial a moça. Assim como Thorne desconfia deles, eles também desconfiam do soldado, mas no fundo todos têm o mesmo objetivo: o bem estar da professora.
Tessa já é conhecida por suas alfinetadas na sociedade londrina daquela época, principalmente sobre o papel da mulher. Nesse livro, ela insere Harry que tem como companheira Ames. Isso mesmo, companheira. Achei interessante o modo como ela apresentou e colocou a relação das duas mulheres, me fazendo questionar se era algo que realmente acontecia naquela época.
Apesar da carga dramática, Tessa não desaponta na sua escrita fluída, diálogos inteligente e situações tão cômicas que chegam a ser absurdas e você simplesmente não consegue parar de rir. Com certeza acho que nunca irei ler um duelo tão maluco quanto o que aconteceu nesse livro.
A Dama da Meia-Noite foi um tanto dramático demais pro meu gosto, mas não deixou de ser uma boa leitura.
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