Não sou eu uma mulher?

Não sou eu uma mulher? bell hooks




Resenhas - Não sou eu uma mulher?


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Carol @solemgemeos15 08/03/2020

“Não sou eu uma mulher”: mulheres negras na discussão
Informações

Escrito em 1981 por bell hooks, com o nome inspirado no discurso de Sojourner Truth, traduzido em 2019 para o português por Bhuvi Libanio. Contém 320 páginas, divididas em uma introdução e cinco capítulos.

O livro, portanto, possui quase 30 anos e mesmo assim ainda encontra relevância. É tido como um clássico da teoria feminista, especialmente para a discussão sobre a mulher negra nos Estados Unidos.
Temas abordados

hooks inicia o livro falando sobre a invisibilidade das mulheres negras na discussão. Afinal, quando se falava da experiência da mulher, discutia-se a mulher branca, e quando se falava da experiência do negro, discutia-se o homem negro. Logo, a mulher negra se encontrava [e em muitas discussões que faltam a mínima racialização da análise ainda se encontra] ignorada nos movimentos feministas e movimentos negros.

No capítulo 1, hooks descreve a experiência das mulheres negras escravizadas e quanto o machismo foi fator para definir a experiência da mulher negra escravizada — a exploração sexual, a desumanização, a demonização, etc. O período da escravidão que perdurou por anos estabeleceu uma relação de dominação racial nos Estados Unidos que têm frutos até os dias de hoje.

Depois, hooks fala sobre a desvalorização da mulher negra nos Estados Unidos, o perigo que a miscigenação representava a supremacia branca, os estereótipos construídos em cima do homem negro de homem bestializado e violador e em cima da mulher negra de “matriarca”, castradora e inerentemente má e como isso afetou também as relações entre pessoas negras.

Em seguida, é discutido o imperialismo do patriarcado e a recorrente defesa e promoção do machismo na sociedade.

Não obstante a promoção do patriarcado, hooks estabelece:

“Não poderá haver liberdade dos homens negros enquanto eles defenderem a subjugação das mulheres negras. Não pode haver liberdade para os homens patriarcas de todas as raças enquanto eles defenderem a subjugação das mulheres. O poder absoluto dos patriarcas não é libertador. A natureza do fascismo é tal que ele controla, limita e restringe líderes bem como as pessoas que os fascistas oprimem. A liberdade como igualdade social positiva que garante a todos os humanos a oportunidade de modelar o seu destino na riqueza e produtividade comum, só pode ser uma realidade completa quando o nosso mundo não for mais racista e machista.”

No capítulo 4, é discutido a relação, muitas vezes, tortuosa entre mulheres negras e o movimento feminista. hooks analisa como o movimenta feminista foi um espaço em qual mulheres brancas endinheiradas proclamaram o movimento enquanto “seu” e viam a presença de mulheres negras como uma invasão. Ela observa o comportamento racista ao perceber a tentativa de aliança aos homens brancos ao reclamarem votos para mulheres em detrimento do voto para negros. Assim como a falta de importância dada a questões trazidas por mulheres negras no movimento feminista, visto muitas vezes como questões secundárias.

Ademais, enquanto ocorre racismo no movimento feminista e o mesmo é tido como “algo de branca”. hooks comenta sobre a mudança de pensamento e comportamento entre as mulheres negras, em que as líderes negras pararam de defender direitos das mulheres e passaram a defender a libertação dos negros, eliminando o racismo, não o capitalismo nem o patriarcado.

Considerações finais

Ao contrário das demais obras de bell hooks, Não sou eu uma mulher é mais analítica e menos esperançosa. É um grande livro a fim de discutir a mulher negra americana, algo que até nos dias de hoje não é muito feito.

site: https://medium.com/revista-subjetiva/n%C3%A3o-sou-eu-uma-mulher-mulheres-negras-na-discuss%C3%A3o-a1d85c3b24d2
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Bia 01/12/2020

O foco do livro é traçar um panorama histórico do sexismo e do racismo na sociedade americana, apontando as diferenças das demandas das mulheres negras e das mulheres brancas, mostrando que o mov feminista era racista e classista.
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Ursa 23/08/2020

Ressignificando o feminismo
Neste livro, bell hooks aborda as questões feministas nos EUA e para isso retrata o contexto histórico que parte dos tempos da escravidão até os anos de 1970. Ela aponta as questões cruciais que instituíram o racismo e o sexismo, além de analisar cada passo das mulheres, brancas e negras, na luta contra o patriarcado. É interessante destacar que a autora examina detalhadamente os fatos e os obstáculos que foram aparecendo com o decorrer do tempo que dificultaram a união das mulheres, decorrentes do racismo, e principalmente do sistema capitalista que tem bases imperialista, racista, sexista e opressiva.
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Gi 22/07/2022

Mulheres negras resistem aos apagamentos
Um livro que discute a multiplicidade da categoria mulher, bell hooks nos leva a compreender que não há uma única forma de ser mulher, somos muitas e diversas, nossos corpos e subjetividades são atravessadas pelas condições históricas, culturais e sociais, sendo necessário fazer tais compreensões para entender o lugar social ocupado pelas mulheres negras na sociedade. Apesar de estarmos juntas contra o sexismo e o patriarcado, temos um racismo de distância, a classe também é divisora entre nós. A autora ensina que é preciso reconhecer o que nos divide para podermos avançar na construção do feminismo plural, que abarque todas as realidades das mulheres.
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Adeola 08/03/2017

[RESENHA] NÃO SOU EU UMA MULHER? + 8 DE MARÇO
Oi pessoal, hoje é dia Internacional da Mulher e eu obviamente não pude deixar de falar sobre isso com um ponto de vista do feminismo negro.
Não sou eu uma mulher, mulher negra e o feminismo é um livro teórico escrito por Bell Hooks na década de oitenta.

O livro é dividido em cinco partes, sendo que a autora da início a obra com uma introdução da qual critica a socialização racista e sexista da mulher negra que condicionou-as a desvalorizar sua feminilidade e olhar apenas para a raça como rótulo de identificação, além disso ela critica as feministas brancas que ignoraram os problemas das mulheres negras quando começaram a exigir direitos civis.

Na primeira parte do livro, Sexismo e a experiência das mulheres negras escravas, Bell Hooks da enfase ao caráter histórico do racismo e sexismo sofrido por mulheres negras, expondo a realidade dessas mulheres desde os navios negreiros o momento em que eram escravizadas. Esse é um momento bem pesado da leitura pois a autora descreve quase todas as práticas do colonizador para desumanizar e desmoralizar as mulheres negras e como isso afetou psicologicamente essas mulheres que em seus países de origem eram tradas com carinho e atenção e de repente se viam numa realidade desumana .

Já na segunda parte, Desvalorização continuada da natureza feminina negra, nesse momento a autora explora de onde emergiu o pensamento estereotipado das mulheres negras como "sexualmente selvagens" e explica como as mulheres brancas "se aproveitaram" disso tendo a mulher negra como uma espécie de anátema, conseguindo uma posição de maior privilégio na sociedade.

"Muitas pessoas tiveram dificuldade em apreciar as mulheres negras como nós somos devido à avidez em impor uma identidade sobre nós, baseada num sem número de esteriótipos negativos"

Na terceira parte,O imperialismo do patriarcado, a realidade do homem negro no sistema patriarcal é abordada, e os esteriótipos sobre o mesmo são escancarados como a visão dele como primitivo, forte e viril. Aqui a autora comenta sobre relacionamentos inter raciais e aponta as diferenças de quando uma mulher negra se relaciona com uma homem branco e de quando um homem negro se relaciona com uma mulher branca. Ela também comenta sobre como o mesmo sistema que "privilegia' o homem negro, tenta desumaniza-lo.

A quarta parte ,Racismo e feminismo: a questão da responsabilidade, aprofunda o que foi dito na introdução, aprofunda o impacto que o racismo tem na vida das mulheres negras e que isso não pode ser ignorado pelas mulheres brancas . A autora também comenta sobre a socialização da mulher negra :

" As instituições de educação acadêmica nada fizeram para aumentar a nossa compreensão limitada do racismo como uma ideologia política. Ao invés, os professores sistematicamente negaram a verdade, ensinando-nos a aceitar a polaridade racial na forma da supremacia branca e polaridade sexual na forma de domínio masculino"

"Inconscientemente a implantação nas nossas mentes da semente do imperialismo radical iria manter-nos para sempre na escravidão . Como poderia alguém derrubar, mudar, ou até desafiar o sistema no qual foi ensinado a admirar, a mar, a acreditar?"

A quinta e última parte,Mulheres negras e feminismo, temos a fala da oradora Sojourner Truth que certamente inspirou o título desse livro , em seu discurso ela relata o que passou durante seu tempo como escrava e mostra como ela e outras mulheres negras eram tratadas como socialmente inferiores às mulheres brancas. Aqui a autora também comenta sobre suas próprias experiências e decepções com o feminismo, criticando mulheres que usavam o movimento de maneira oportunista como forma de auto promoção. A autora também alega que para ela é impossível se dizer feminista e compactuar com outras formas de opressão:

"Cada vez que eu lia um livro feminista que era racista ou sexista, eu sentia uma tristeza e uma angústia de espírito. Por saber que florescia no mesmo movimento que tinha reclamado libertar as mulheres de redes sem conta que nos ligava mais e mais apertadas numa velha forma opressiva de testemunhar o falhanço de outro movimento da nossa sociedade potencialmente radical e transformativo."

Ela alega ter sido várias vezes questionada por outras mulheres negras de compactuar com um movimento que na época era tão racista.

"A questão que devemos fazer uma e outra vez é como é que as mulheres racistas podem-se chamar a si mesmas feministas"

Apesar de ser um livro de poucas páginas a escrita é um pouco mais densa e a leitura pode ser um pouco mais cansativa, mas para quem quer se aprofundar mais sobre feminismo é uma boa indicação, eu particularmente gostei demais e me identifiquei muito com as passagens e questões que a autora aborda, adorei principalmente o modo como ela ressalta a desumanização que a mulher negra passou e que reflete socialmente até hoje.

site: http://minimundoliterario.blogspot.com.br/2017/03/resenha-nao-sou-eu-uma-mulher-8-de-marco.html
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Silvania.Saldanha 26/04/2020

Um mergulho dolorido na realidade da mulher negra e a marginalização que esta condição encerra. Por vezes revoltante. Impossível conter as lágrimas de indignação e raiva. Todas as mulheres têm obrigação de ler esse trabalho primoroso e de incalculável importância para o feminismo negro.
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Jayla.Antunes 22/11/2017

Uma obra encantadora!
Ao iniciar minha leitura, me baseando nas críticas feitas por amigas, ja esperava uma leitura reveladora e original, mantendo minhas expectativas bem elevadas.
O livro conseguiu superar tais expectativas, apresentando um conteúdo com bases históricas e fatos científicos já comprovados, explicando de forma acadêmica o porque de mulheres negras ainda serem alvos de tantas injutiças .
Não posso deixar de ressaltar, que o livro me abriu os olhos para muitas questões que até então eu só reproduzia um discurso pronto. O livro nos faz pensar, raciocinar e refletir.
Em vários momentos, tive minha visão ampliada por essa escritora, que me fez perceber que o racismo estrutural é bem mais complexo e mais grave do que imaginamos ou (pouco) discutimos. Ou seja, ele esta na base de todas as opressões.
Recomendo a leitura a todos, em especial as mulheres negras!
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Roseane 24/07/2018

E eu?
E eu, não sou mulher?

Livro doloroso de se ler quando se é mulher negra retinta. Livro fala da realidade da mulher negra norte americana mas espelha muito a realidade da mulher negra Brasileira.

A autora Gloria Jean Watkins (Hopkinsville, 25 de setembro de 1952), mais conhecida pelo pseudônimo bell hooks (escrito em minúsculas)é uma autora, teórica feminista, artista e ativista social estadunidense. Sua obra incide principalmente sobre a interseccionalidade de raça, capitalismo e gênero, e aquilo que hooks descreve como a capacidade destes para produzir e perpetuar sistemas de opressão e dominação de classe. (Fonte: Wikipedia).

Esse livro ampliou o meu olhar perante o sexismo do homem negro e do racismo do homem branco e da mulher branca em relação a mulher negra.

A preocupação do homem negro com sua ?desmasculinização? no período da escravidão (só lendo pra entender esse contexto). Suas reivindicações onde relatavam que perderam a liberdade, o status e suas mulheres, mulher lida como PROPRIEDADE do homem negro.

Absurdas torturas feita pelo homem branco escravagista na travessia no intuito de ?domesticar? as mulheres. Um relato diz que o branco chicoteou uma criança de 9 meses pq se recusou a comer, derrubou a criança no chão do navio, mergulhou a criança em água quente e depois ordenou que a mãe atirasse o corpo ao mar.

O homem branco não tinha limites para as suas atitudes sádicas, violências físicas absurdas. Incontáveis mortes maternas, tortura a mulheres grávidas...o homem branco estuprava as mulheres negras na infância.
Os acadêmicos brancos quando começaram a escrever a história negra, assim o fizeram com o máximo de desonestidade e omissão possível, coisa que até hoje acontece. Por isso que nós temos que contar a nossa história.
Nessas falácias que eram aceitas pela população e reproduzido em massa pela mídia tinha em seu pilar a desqualificação da mulher negra.
Os esteriótipos negativos da mulher negra começaram a ser construído desde a escravidão e se reforça até os dias de hoje. Se um homem negro em uma comunidade africana desconfiasse de adultério, ele entregava a mulher para escravidão nas Américas. O homem branco plantou a imagem que a mulher negra é: selvagem, puta, prostituta, vaca, vulgar, má...
A mulher branca que se sentia ameaçada caso mulher negra obtivesse uma valorização social então reforçava a esses esteriótipos e se tornou uma das principais inimigas diretas da mulher negra. As mulheres brancas feministas eram contra a escravidão, mas não eram antirracista. Elas se pautavam nos esteriótipos e tinham o apoio do HOMEM NEGRO.

Um ódio profundo do homem negro a mulher negra era uma crescente pois obedecia a uma ideologia patriarcal e sexista. O homem negro teve seu estereótipo de homem selvagem abrandado e conseguiu direito ao voto o que causou revolta na mulher branca pois ela ainda não votava e o homem negro sim.

As relações afetivas interraciais homem negro mulher branca eram até tolerados, sabemos muito bem como o homem negro trata as suas brancas... então passava.

As relações mulher negra e homem branco causava ódio e revolta do homem negro que não admitia mulher negra em uma relação, e o ódio da mulher branca pois corriam o risco de mulheres ?vulgares? terem o status de senhora.
Não esqueçamos que as relações mulher negra e homem branco era a base de estupro, violências e sadismo na sua grande maioria, relações românticas eram raras.

As organizações sociais foram surgindo, escreviam, participavam de congresso, grupos surgiam como o movimento Black Power até uma sociedade negra alternativa foi proposta por um engraçadinho chamado Baraka, a sociedade negra que ele propunha era de total submissão e desvalorização da mulher negra. Muitos homens se converteram ao Islam e mulheres os seguiram, era satisfatório pq pregava a submissão da mulher. Malcom X achava fofo a total dedicação da esposa a ele, M.L. King também colhia frutos dessa desqualificação da mulher.

Resumindo, pretas retintas , estamos f?*&@$das!!!

Que peso sinto no peito após ler esse livro pq é uma realidade.

Oxalá temos hoje a Casa das pretas, Psicopretas, Oficina de escrita de mulheres negras, Casa da cultura da mulher negra, Geledés, Sueli Carneiro, Djamila Ribeiro, Conceiçao Evaristo, Dona Diva... temos teatro, música, cinema, livros, viagens, restaurantes... pretas organizem suas vidas, a estrutura é pesada e nós não somos incluídas, procuremos nós em nós a nossa felicidade no outro é historicamente e estruturalmente difícil.

Como Sojourner Truth eu pergunto:

E eu não sou mulher?
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ThaAssa0 23/02/2023

Poderoso. Ressignificador.
Esse livro. Mudou minha perspectiva sobre muitas coisas. E eu sou tão grata por isso. Sou tão grata por irmãs como Bell Hooks terem dedicado sua vida em deixar um legado para inspirar a resistência de muitas mulheres negras, como eu.

Amei o fim do livro ser sobre nos despertar a esperança sobre um futuro melhor, mesmo o presente sendo tão doloroso e torturante na maior parte do tempo. Gosto na confiança que ela emprega nas próximas gerações, na minha e na que estão por vir.

Sinto que meus olhos estão, agora, abertos, para uma nova visão do que o feminismo significa e pode significar na minha vida. Incrível o poder da leitura de nos inspirar e causar mudanças nos nossos pensamentos, e espero, nas nossas atitudes.

Pensar em Bell me faz pensar no meu papel nessa luta. No que significo e o que posso significar. Ela me enche de esperanças, assim como o último parágrafo desse livro maravilho (na verdade, ele inteiro):


"Eu estive sentada em muitas cozinhas e ouvi as mulheres negras a exprimirem a crença no feminismo e a crítica eloquente do movimento de mulheres explicando a sua recusa em participar. Eu testemunhei a sua recusa em exprimir essas mesmas visões numa reunião pública. Eu sei que o seu medo existe porque elas viram-nos esmagadas, violadas, abusadas, massacradas, ridicularizadas e gozadas. Apenas poucas mulheres negras reacenderam o espírito da luta feminista que agitou os corações e as mentes das nossas irmãs do século XIX. Nós, mulheres negras que defendemos a ideologia do feminismo, somos pioneiras. Nós estamos a clarear um caminho para nós mesmas e para as nossas irmãs. Esperamos que quando elas nos virem alcançar o nosso objetivo ? não mais vitimizadas, não mais menosprezadas, não mais com medo ? elas tenham coragem e sigam".

- Meta pra 2023: Ler todos os livros de Bell Hooks.
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Jac 12/01/2024

Must Read Feminista
Antes de qualquer coisa, é importante dizer que muita gente na esquerda tem respeito e até admiração pela bell hooks ou porque não leu, ou porque leu e não entendeu, porque ela fala exatamente o radicalismo que eles tanto atacam.
Era de extrema importância alguém falar tanto da questão da raça quanto da questão do sexo, porque fazer parte dessas duas minorias é uma experiência específica, e é difícil pensar em alguém melhor pra fazer isso. A bicha não teve medo de criticar Deus e o mundo (sobrou até pro Malcom X, Gloria Steinem e Angela Davis, e todas as críticas são compreensíveis).
Algumas partes mais relevantes:
"A socialização racista, sexista condicionou-nos a desvalorizar a nossa feminilidade e a olhar a raça coo o único rótulo importante de identificação. Por outras palavras, foi-nos pedido que negássemos uma parte de nós próprias - e fizemo-lo."

"A minha experiência de vida mostrou-me que as duas questões são inseparáveis, que no momento do meu nascimento dois fatores determinaram o meu destino, ter nascido negra e ter nascido mulher."
"Para ambos os grupos eu disse a minha convicção, de que a luta para acabar com o racismo e a luta para acabar com o sexismo estão naturalmente entrelaçadas e fazê-las separar era negar uma verdade básica da nossa existência, que a raça e o sexo são ambos fazes imutáveis da identidade humana."

Me chamou a atenção quando ela disse que mesmo homens escravizados às vezes podiam optar por não fazer determinados serviços porque eram considerados "serviços de mulher". Mas não havia castigo de homem e castigo de mulher. As mulheres escravizadas eram agredidas e torturadas com a mesma brutalidade que os homens, e por muitas vezes performavam tarefas bem mais árduas que eles.

Enfim, tem muita coisa a ser destacada mas tô com preguiça, então escolhi essas acima.
O fato de ter lido uma tradução europeia super literal pode ter prejudicado um pouco a leitura, mas traduzindo pro inglês fez sentido. Talvez a versão das livrarias tenha sido melhor adaptada, mas eu agradeço a quem traduz e disponibiliza esses conteúdos de forma democrática.
Enfim, é um livro que recomendo pra todo mundo ligado ao movimento feminista e ao movimento negro, porque mostra bem como quando há intersecção entre duas ou mais opressões o buraco é bem mais embaixo.
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