Larissagris 21/01/2022INFINITO + UM (AMY HARMON)- Eu não quero morrer de verdade. [...] Só não estou morrendo de vontade de viver. [...] Mas talvez isso mude se eu puder ficar longe por um tempo, descobrir quem eu sou e o que quero. Então, sim, quero que me leve com você. (Pág. 58)
O dinheiro torna as coisas mais fáceis. Pode até transformar a nossa vida, mas não transforma as pessoas. Todo o meu dinheiro não pôde salvar a Minnie, e com certeza não consertou a minha família. (Pág. 63)
Sabe quando você me beijou, Clyde? Senti mais naquele beijo do que jamais senti naquelas três ou quatro tentativas de fazer amor. E percebi que não é mentira, afinal. Foi o melhor beijo que já dei. Então me diz o que eu preciso fazer para ganhar outro, porque, de um jeito superconstrangedor, parece que sempre sou eu a implorar afeto, e, mesmo com o "dane-se" ligado, não sei mais quanta humilhação posso aguentar. (Pág. 90)
Quando a gente para de se importar, as coisas ficam muito interessantes e muitíssimo mais fáceis. (Pág. 91)
Algumas pessoas podem rir ou revirar os olhos e me acusar de usar velhos clichês. Mas está é a verdade: comida quente em estômago vazio, água fresca em garganta seca, o primeiro vislumbre de casa ao virar da curva, ou a primeira garfada de algo que a gente achavaque nunca teria coragem de experimentar, apenas para perceber que era a melhor coisa que já tinha provado. O beijo de Finn era tudo isso. E, naquele momento, percebi que estava morrendo de fome fazia muito tempo. Estava morrendo de fome. Faminta por companheirismo, afeto, vínculo. E o mais estranho de tudo: com fome de Finn Clyde. (Pág. 99)
Talvez porque eu fui criada nos Apalaches, criada na fé, na pobreza e com pouco além disso, mas eu acreditava em coisas como sorte e destino. Acreditava em anjos, e acreditava na capacidade de Deus para dirigir nossos caminhos, nos guiar e nos mover de maneiras invisíveis, e acreditava em milagres. De repente, Flinn Clyde pareceu um milagre, e eu tinha certeza de que Minnie o havia enviado para mim. (Pág. 100)
- Eu acredito em números. Nos que podemos ver e nos que não podemos. Nos reais e nos imaginários, nos racionais e nos irracionais, e em cada ponto das linhas que seguem para o infinito. Os números nunca me deixaram na mão. Não falham. Não mentem. Não fingem ser o que não são. Eles são atemporais. (Pág. 100)
Quando a pessoa não tem esperança, procura formas de sentir alguma coisa diferente... qualquer coisa. As drogas são boas para isso. (Pág. 103)
- A tatuagem é uma lembrança de que as escolhas feitas no desespero quase sempre são escolhas ruins. (Pág. 117)
Não importa quantas palavras a gente receba, sempre vai existir uma última, e uma só nunca é suficiente. (Pág. 147)
Não dá para encontrar o fim do infinito. Não tem fim. Então, se você não consegue achar espaço no fim do infinito, tem que criar espaço no início. (Pág. 149)
- É por isso que é chamado de paradoxo. De muitas maneiras, o infinito não faz sentido. É impossível a mente compreender esse tipo de vastidão [...] Mas ninguém discute com o infinito. A gente apenas aceita o que está além da visualização. (Pág. 149)
- [...] E às vezes a esperança é a diferença entre a vida e a morte. (Pág. 150)
Não morri na ponte. Finn Clyde me salvou, e depois me beijou. E eu tive que continuar em movimento, porque, assim que eu parasse, o impulso que o beijo tinha me dado e a vida que tinha soprado dentro de mim seriam extintos como tudo o mais. O que Finn não conseguia entender era que, se eu ligasse para a minha avó e devolvesse minha vida para ela, eu poderia muito bem simplesmente encontrar outra ponte. (Pág. 165)
Não éramos tão diferentes. Finn e eu. Prisões vêm em muitas cores e formas diferentes. Algumas são douradas, enquanto outras têm uma porta que bate. Mas algemas de ouro ainda são algemas. (Pág. 167)
Mais uma vez me percebi incapaz de lamentar as decisões que tinha tomado. Os acontecimentos de nossa jornada pareciam inevitáveis e predestinados, quase como se Finn e eu estivéssemos sendo puxados, contra a nossa vontade, rumo a uma conclusão. (Pág. 178)
- Eu quero você também. Então estamos quites. Infinito mais um é igual a dois, viu só? Eu e você. (Pág. 199)
O velho posto de gasolina não era novo, no entanto, e eu fiquei perplexa ao pensar no modo aleatório como uma tempestade destrói um estabelecimento comercial e preserva outro, tira uma vida e preserva outra. É o acaso que torna isso justo, eu supunha. (Pág. 223)
- Pessoas que nem sequer me conhecem dizem que me amam, Finn, e as pessoas que deviam me amar estão mais interessadas em me tomar para elas. (Pág. 229)
- Somos Bonnie e Clyde! Procurados e indesejados. Enjaulados e encurralados. Estamos perdidos e estamos sozinhos. Somos uma grande piada. Somos um tiro no escuro. Somos duas pessoas que não têm outro lugar, ninguém mais, e, ainda assim, de repente isso parece suficiente para mim! Sinto muito se não é suficiente para você. (Pág. 230)
Naquele momento, entendi com uma clareza assustadora exatamente o que Bonnie Parker - fora da lei, amante, garota em fuga - quis dizer. Há um instante, um instante no tempo, em que todos os caminhos, com exceção de um, são ruas sem saída. E só há um caminho a seguir, uma direção. Para mim, para Bonnie Rae Shelby, Finn Clyde era esse caminho, e eu não desistiria dele. Não até morrer. (Pág. 231)
Mas tem que existir mais na vida do que apenas entrar para a história ou sonhar. E, muitas vezes, parece que a esperança é a única coisa que a maioria das pessoas tem. Ricos, pobres, doentes, saudáveis, estamos nos afogando em sonhos e esperando que alguém venha torná-los realidade. (Pág. 243)
A maioria de nós não olha de verdade um para o outro, de qualquer forma. Nossos olhos se desviam sem realmente registrar o que estamos vendo. É da natureza humana. É a sociedade civilizada. (Pág. 261)
Como eu pude ter tanto medo de perder alguém que tinha acabado de conhecer? Em menos de uma semana ele havia se tornado a única coisa que importava. (Pág. 265)
- Às vezes você está bem aí, bem na superfície, cheia de vida, tão louca e linda que me faz arder de vontade. [...] Depois há momentos, como hoje, [...] quando você está enterrada lá no fundo, e o seu rosto lindo é só uma casa onde você mora. Mas as luzes não estão acesas, e as janelas e portas estão bem fechadas. Eu sei que você está aí, mas não estou com você. Talvez a Minnie esteja, mas acho que não. Você está sozinha. E eu gostaria que me deixasse entrar. (Pág. 269)
Eu adoro cantar, me apresentar, as pessoas, a música, mas às vezes me esqueço de guardar alguma coisa... algo que seja essencialmente meu, e a minha luz se apaga. Às vezes preciso de um tempo para fazê-la queimar de novo. (Pág. 271)
Ele sabia que estavam avançando rápido demais, mas temia que nunca chegassem lá. Não queria dizer sexualmente, embora o medo de que isso lhes fosse negado estivesse muito presente. A necessidade quase desesperada de tê-la era algo que ele nunca tinha experimentado, mas o sexo era tão fugaz e infinitesimal como seu desejo era infinito e interminável, e ele não queria apenas um milhão de linhas infinitesimais costuradas em conjunto para criar uma curva pela qual iriam simplesmente deslizar até o fim. Ele queria algo além da ascensão e queda da saciedade física; ele queria um momento que se estendesse, longo e reto, onde houvesse apenas Bonnie e Clyde, onde o destino os lançasse da montanha-russa onde estavam. E aquele momento parecia inatingível. (Pág. 276)
O lado positivo era que, se Finn gostava de mim depois de tudo, e eu ainda gostava dele, então existia algo entre nós. Nada de jantares à luz de velas, nem de nosso melhor comportamento, nada de camisas passadas, visitas ao salão de beleza e abraços perfumados. Éramos só nós. Ao vivo e acústico. (Pág. 280)
Descobri que preferia o real. Como tinha dito a Finn, eu estava procurando o real. Tinha encontrado tão pouco dele na minha vida nos últimos sete anos, tão pouco que fosse genuíno e fundamental, que queria me agarrar a isso, mesmo que não fosse bonito. O problema com a vida é que às vezes é difícil saber o que é real. (Pág. 280)
- Eu não quero ficar sem você, Bonnie! Você não entende? Estou apaixonado por você! Eu te conheço faz uma semana. E estou apaixonado por você! Loucamente apaixonado, do tipo "me jogo do penhasco se você pedir". Mas não quero me jogar de um penhasco! Quero viver. Quero viver com você! Você quer isso? Ou ainda pensa em pular de pontes e morrer com uma saraivada de balas? (Pág. 284)
- Eu te beijei porque foi lindo e você me faz sentir... [...] Você me faz sentir... coisas malucas. Coisas desesperadas. Coisas impossíveis. Você me faz sentir. E sentir tudo isso às vezes é irresistível. Você às vezes é irresistível. (Pág. 309)
- É por isso que eu canto, Finn. [...] Isso me faz sentir. É tão real. É tão cru. E é a única coisa na minha vida que ainda é real. Com exceção de você. Embora às vezes eu ache que você é imaginário. (Pág. 309)
Talvez eu pare de procurar o real, agora que encontrei o infinito. (Pág. 311)
- Quando você está comigo, ao meu lado, na frente de um espelho, eu não me sinto assim. Quando estou ao seu lado, sei exatamente quem eu sou. Não vejo a Minnie. Não me perco em lembranças dela. Só vejo nós dois. (Pág. 339)
Acima deles, os espelhos guardaram testemunho silencioso de um marido e sua esposa envoltos no pulso e na força da paixão, no calor e no peso do querer, no afastamento do medo e num instante eterno tão cheio de presente, com o agora, com a necessidade, com o nunca me deixe - Não havia antes, não havia depois, não havia amanhã nem ontem. E foi perfeito e intocável. (Pág. 341)
- Bonnie. Você não consegue enganar ninguém chorando no chuveiro, querida. A água esconde as lágrimas, mas não esconde o som, e eu não quero que você chore mais. (Pág. 393)
- Eu te amo, Bonnie. Tanto que dói. E eu odeio isso, e adoro, e quero que isso passe, e quero que fique para sempre. (Pág. 396)