Symathon R. Ran 13/05/2016minha estanteÉ UM PRAZER, FINALMENTE, CONHECÊ-LO...
Sim, eu demorei um pouquinho pra terminar de ler. Mas a culpa não é do livro, de forma alguma. Foram questões pessoais, porque hoje, quando enfim me posicionei a retomar todas as minhas leituras por meses "enferrujadas" na minha estante, o primeiro livro que continuei foi este, partindo do início da 2ª parte em que havia antes parado... e devorando todo o livro numa só tarde. Sim, este é um daqueles clássicos e raros livros que você não consegue parar.
Confesso para você que na 1ª parte é possível que você venha ficar um pouco confuso, uma vez que vários eventos vão acontecendo, perguntas, segredos, verdades reprimidas, e com isso, passa até uma ilusória impressão de que a história não está entregando o que promete. E como isso é uma ilusão. Porque a partir da 2ª parte da obra, tudo começa a fazer sentido, não porque as respostas são entregues (só algumas, as melhores são deixaras para o devido final) e sim porque a autora nos leva à epifania, simplesmente puxa a cortina do que antes era bem místico e incompreensível, e nos revela, não apenas um mundo, mas um lugar no qual você, quase que literalmente, desejaria estar.
De maneira geral, o livro traz a história de Vivian, uma jovem cujo passado até então é muito incerto, marcado por muitos traumas que a levaram viver de mentiras, máscaras, mas não por ser uma pessoa que gosta de enganar os outros, porém tão somente por tentar, dessa forma, amenizar toda a sua dor. É fácil, ao menos para mim, rapidamente se identificar com a protagonista visto que, afinal, quem de nós não tem um passado triste do qual superar? Se você, assim como eu e, assim como Vivian, é uma dessas pessoas, a história desta garota não apenas te entreterá como te ensinará coisas tão... simples e ao mesmo tempo tão profundas, belas, sinceras, aquele tipo de mensagem que só quem te ama muito saberia te dizer, entende? É mais ou menos essa a impressão que temos enquanto lemos O Nome do Sonho. Como se a autora fosse alguém que te conhece, te entende, e acima de tudo te ama e deseja conversar contigo a respeito de sua dor. Como disse, este livro não se trata apenas de um entretenimento, é uma conversa de sofredor pra sofredor, mas de alguém que se supera e busca através de sua experiência levá-lo ao mesmo êxito.
Não quero deixar spoilers e então entregar os maiores plots do livro, sendo assim, abstenho-me apenas a dizer que Vivian é aquela pessoa cuja vida lhe fez ter muita dificuldade em sonhar e, acima de tudo, acreditar nos seus sonhos, acreditar que eles pudessem ser reais por mais que um "antigo" amigo lhe insistisse que isso é possível. Entenda, não se trata apenas de uma história de superação, de reviravoltas e lições que vão te incentivar a sonhar e acreditar nos seus sonhos, até porque, não é um livro de autoajuda. Mas ele te ajuda assim mesmo, indiretamente, bem aos poucos, um passo de cada vez, a cada página lida, a cada palavra absorvida.
O Nome do Sonho conseguiu provocar em mim algo que há muito tempo não me ocorria lendo um livro. Ele me arrancou lágrimas, e quando o terminei - cerca de vinte minutos antes de começar a escrever esta resenha - até agora, no momento em que estou escrevendo este texto, em mim deixou uma comoção paradoxal de sensações. Sinto-me tocado, de verdade, por Vivian e seu mundo (por que não dizer... mundoS?), como se eles fossem reais e, não, não se trata apenas de uma colocação clichê, essa é exatamente a sensação que a história nos transmite, como se acabássemos de ter-nos lido ali, e descoberto uma vida que jamais imaginássemos ter sido escrita. Melhor: jamais imaginássemos poder ser real. Junto com esta efusão tão gostosa, me sinto de certa forma triste também, porque o final é emocionante, é comovente, e ainda assim... é o final.
Sim, eu já escrevi muito e, acredite em mim, isso ainda não é nem metade do que eu poderia escrever. Mas não quero me estender para não correr o risco de entregar muita coisa ou parecer um tanto quanto surtado, apesar de que talvez já tenha falhado nessa minha premissa. Afinal, é quase impossível não ficar alterado com esta história, aparentemente, tão sutil, tão "inocente" e quem sabe até, poderia dizer, uma história comum. Só que não. Ela conta muito mais do que vc espera de início, e te deixa motivado de um jeito totalmente inesperado no final.
Não vou nem dizer que vale muito a pena ler, porque isso seria redundante, até, depois de tudo o que disse. Se me sirvo de umas últimas palavras, gostaria apenas de agradecer a genialidade indiscutível desta pessoinha linda que escreveu tudo isso. É perceptível que a autora se permitiu ser usada pelo seu talento, colocando alma e coração em cada palavra, em cada página, para que deste modo pudesse então, não só conceder um corpo a esta história, como também um nome para este sonho.