Miguel e os demônios

Miguel e os demônios Lourenço Mutarelli




Resenhas - Miguel e os Demônios


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Tito 22/06/2010

Pedofilia, satanismo, mortes, autoamputações, moscas e uma múmia mexicana. Inequivocadamente, uma trama que só poderia ter sido gestada dentro da cabeça d’O Incrível Homem-Pantufa.
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Interaubis 03/02/2011

Mutarelli e seus Demônios
Para quem conhece o Lourenço Mutarelli desde a época da HQ Transubstanciação, esse Miguel e os Demônios vai ter um sabor de reencontro com uma faceta desse artista que estava escondida há tempos: o Mutarelli que mergulha nos abismos infernais da mente humana, nos labirintos da angústia e dominado por forças instintivas ou externas que não consegue entender direito.

O primeiro livro de sucesso de Mutarelli, Jesus Kid, que o revelou ao grande público como escritor de romances é uma fantasia leve e divertida sobre um escritor que é obrigado a escrever um livro sem sair de um hotel e passa se confundir com seu próprio personagem.
Em outro livro, A Arte de Produzir Efeito sem Causa, essa faceta infernal que já conhecíamos dos quadrinhos de Mutarelli começa a ressurgir.
Mas é nesse Miguel e os Demônios que o reencontro com a força angustiada original de seus quadrinhos acontece de forma plena.

O livro é escrito em forma literária mas tudo se passa como se fosse um roteiro de cinema ou de histórias em quadrinhos. Mesmo não seguindo o formato-padrão de roteiro traz indicações de movimento de cãmera, de fusão de cenas, é narrado de forma predominantemente visual e tem sua narrativa calcada em diálogos.

Um breve resumo, sem revelar nada da trama seria algo assim: um policial enfrenta seu cotidiano e aos poucos vai entrando em contato e libertando os seus próprios demônios até finalmente encontrar uma teogonia ou mitologia que os justifique.

Esse livro não é recomendado para pessoas facilmente impressionáveis. Se você já era fã dos quadrinhos do autor, vá fundo.

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Laura Charlene 09/07/2013

Um livrinho que no início parecia despretensioso. Que nada! Incrível!!!! Fiquei super ligada na incrível história que o Mutarelli criou para Miguel.
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José Sizenando D. 21/11/2021

Escrito como um roteiro e usando seus diálogos diretos, Miguel e os Demônios ou Nas Delícias da Desgraça, é um livro ousado, intrigante e perturbador. Não só pelo tema, mas também pelo formato. Com flashbacks e momentos fora de ordem cronológica. Um "antirromance" que chega a tocar o assustador ao desvendar sua trama bizarra.
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Luiz Ribeiro 07/07/2013

Miguel e os demônios, de Lourenço Mutarelli
A escrita de Lourenço Mutarelli se dá sempre em um limiar entre imagem e palavra. A influência dos quadrinhos faz com que as sílabas de seus vocábulos desenhem, enquanto seus desenhos gritam ordens e versos. Aliás, pode-se dizer, em relação ao procedimento artístico de Mutarelli, que não há qualquer distinção em seu trabalho entre a arte de pintar e a arte de escrever. A diferença mora no fato que, no nanquim, sua técnica preferida, ele retira a tinta de uma página para compor as formas, enquanto que, nos romances, os vocábulos preenchem de negro o que até então era branco.

Miguel e os Demônios, quinto romance do autor, é sobre Miguel, um policial atormentado e cheio de manias, que é designado para matar quatro jovens drogados, em uma espécie de limpeza da cidade, ao mesmo tempo em que se defronta com uma múmia mexicana, repleta de moscas, na casa de um travesti com quem começa a se envolver. A partir daí, seu caminho de degradação e queda é visível: volta a fumar, deixa de fazer a barba, vê seu pai sofrer um AVC, alucina. Um caminho sem volta numa trajetória que parecia, até então, improvável.

Resenha completa no Indique um Livro do Literatortura no Link!


site: http://indiqueumlivro.literatortura.com/2013/07/06/miguel-e-os-demonios-de-lourenco-mutarelli/
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Leonardo T. 25/02/2015

A primeira porta que abri deste universo...
Resenha originalmente publicada no site LEIO EU.

A primeira porta que abri deste universo, que atende pelo nome de Lourenço Mutarelli, foi Miguel e os Demônios. Narrativa em prosa, contada por aquele que nasceu dos traços sujos e detalhados das HQs.

Os rabiscos espiralados da capa me deixaram em estado catatônico e fui seduzido, sem ensaios, por um pequeno livro, que me socou o estômago e me jogou em um beco escuro de um fluxo narrativo sem saída.

E quem disse que eu queria sair?

Recheado de diálogos breves e uma prosa rápida, daquelas que lembram teatro e roteiro de cinema – sem ser piegas ou superficial –, o livro traça a execrável jornada de Miguel, um policial tomado pela angústia.

Convidado por um amigo, o protagonista começa a fazer alguns bicos, enquanto a memória da separação conjugal ainda é fresca e o filho (fruto do casamento falido) é facilmente trocado por um caso com uma manicure. As desventuras de Miguel vão ficando cada vez mais escatológicas, e o trabalho na delegacia e os bicos começam a prender seu destino em uma trama repleta de suspense, possessão, múmias, sociedades secretas e o envolvimento com um travesti.

Com muitas conotações temperadas por metonímias aqui e ali, o texto apresenta uma estruturação rica, com sonoridade e métricas perfeitas. Muitas vezes são os diálogos que ditam o ritmo da trama. Como no trecho a seguir:

"... Para Miguel o mundo é como uma festa para a qual ele não foi convidado. Entrou pelos fundos.
— Você não parece bem, Mi, aconteceu alguma coisa?
— Não, não é nada.
— Eu te conheço, você não consegue mentir para mim. Fala pra mim, o que foi?
— Nada de mais. Foi só uma lembrança. Só uma coisa que voltou a minha lembrança.
— Conta pra mim.
— Eu lembrei de um cachorro que encontrei num campinho quando era garoto.
— O cachorro te mordeu?
— Não, ele estava morto.
— Credo, Miguel.
Afresco."

E outras, geniais (diga-se de passagem), é a singularidade de parágrafos quase monossilábicos que explodem a imaginação do leitor. Uma verdadeira poesia japonesa! Como podemos ver no trecho a seguir:

"Dezembro.
Calor.
Miguel está ao volante. Sério. Suando.
São Paulo.
A mosca se debate contra o vidro.
A mosca parece não perceber o que a detém.
Persiste.
Zunido."

O livro me surpreendeu muito! E, ao chegar à última página, fiquei com aquela sensação de “eu preciso devorar toda a obra desse autor!”.


site: http://www.leioeu.com.br/2015/02/miguel-e-os-demonios.html
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Julio.Gurgel 14/03/2020

Cinismo urbano
A escrita de Mutarelli é extremamente urbana e desesperançada, por vezes cínica. Ou seja: bom demais!
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Joao.Paulo 31/05/2020

O romance policial do hipotálamo
Miguel e os Demônios é um romance policial que, para usar os termos de Tom Zé, em Tropicália Lixo Lógico, deixa o caso ser resolvido pelo hipotálamo. Usando de uma linguagem cinematográfica, bem frontal, são criados símbolos visuais, que são usados de conexão e subversão durante a narrativa, por meio do uso do ‘’close’’, que revela aos poucos o ambiente, deixando-o, de certa forma, misterioso .Esse uso do ‘’close’’ é bem evidente no primeiro capítulo, causando essa estranheza, que vai aos poucos se revelando, mas ainda deixando símbolos que só serão significados no decorrer do livro, como é o caso da mosca, talvez o símbolo mais importante do livro.
O que mais fascina em Miguel e os Demônios é, justamente, esse paradoxo de se ter uma linguagem tão frontal, mas que acaba deixando tudo obscuro (jogado para o hipotálamo), com pequenos toques de Pynchon, inserindo coisas totalmente fora do contexto, para depois forçá-las na unidade da narrativa. Isso cria um rompimento da noção de dualidade/dicotomia, com a qual o livro vai, justamente, contra. O bem é, essencialmente, igual ao mal; o nojo misturado do prazer.
Miguel acaba sofrendo de uma espécie de colapso mental, recordando memórias da infância, e em constante flashback de situações mais atuais, acaba acumlando certa angústia por não conseguir expressar esse turbilhão de sentimentos que passa ao decorrer da narrativa. O livro acaba materializando isso nos símbolos e em elementos Pynchianos, que culmina na revelação da seita, teoria da conspiração que acaba virando uma sátira de si mesma.
O desfecho do livro de certa forma reforça esse romance policial do hipotálamo, o ato de ‘’entregar para a terra’’ funciona como uma ignorância atuada do acontecimento, que é deixado para se resolver sozinho e voltar já resolvido à superfície.


site: https://www.instagram.com/malresenhado/
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gabrielvgcosta 21/11/2022

O remorso por Lourenço Mutarelli
Sujo, realista, provocador, engraçado e angustiante em certos momentos.

Seus diálogos rápidos e incisivos estão presentes novamente. A narrativa não linear apimenta as lacunas propositais do romance.

Lourenço Mutarelli sempre entregando experiências literárias multimídia. "Close" em prosa, sempre único.
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Antoniolee 15/11/2010

Decepção
Lido imediatamente depois do Cheiro do Ralo, não há como não se decepcionar fortemente.

Para quem não conhece a obra do Mutarelli, não comece por essa!
O cara é fantástico, mas esse realmente não desceu.
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Our Brave New Blog 29/03/2016

RESENHA MIGUEL E OS DEMÔNIOS - OUR BRAVE NEW BLOG
"Dizem que o bom dos livros de terror é quando tem aquele momento que toda vez ao lembrar-se, a sua espinha vai gelar. O engraçado é que a única cena de livro em que isso me aconteceu não está em nenhum livro de terror e sim em Miguel e os Demônios, e ainda mais divertido é que na hora você nem vai perceber que esse momento vai te assombrar pelo resto da vida, porque vai cair na gargalhada do absurdo como só o mestre Mutarelli sabe fazer."

RESENHA COMPLETA NO SITE...

site: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/miguel-e-os-demonios-por-lourenco-mutarelli
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Cilmara Lopes 15/01/2019

Muito em poucas páginas
Muitas vezes ficamos imersos apenas no que está sendo produzido hoje, isso vale muito para livros e quadrinhos.
Lourenço Mutarelli é um exímio escritor, que mostra a nossa tradição nos quadrinhos e riqueza na literatura brasileira.
Têm autores que despertam àquela vontade de querer ler tudo dele, o mais recente desses foi Bukowski, mas as semelhanças entre ele e Mutarelli não se restringe apenas aí, existe uma naturalidade de enredo que me fascina, me sinto assistindo a vida de alguém.
Nesse livro, Mutarelli utiliza de um enredo bem cabível no Teatro e no cinema, com descrição de cenas bem objetivas, pontuais e em tempo presente.
Difícil falar desse livro sem entregar muito e mesmo assim atiçar seu interesse, vamos resumir assim:
Miguel é um policial com quarenta e poucos anos, acabou de sair de uma separação bem difícil, namora uma manicure um tanto excêntrica, tem uma enteada que está com um infeliz hábito de comer lascas da parede, dentro desse círculo de pessoas ocorre coisas bem putrefas como por exemplo: rituais macabros, pedofilia...e daí em diante é só ladeira abaixo.
Há momentos que você vai rir e tem um momento específico que talvez traga àquele frio na espinha.
Enfim, um livro bem diferente de tudo que já li, cheio de dinamismo, te deixa intrigado do início ao fim, ou melhor, mesmo após o fim.
Foi o primeiro livro que li dele, e não foge a regra de qualidade como ocorre nas hqs, se você leu "Transubstanciação", será uma grata surpresa reencontrar àquele tipo de narrativa mais suja, que procura captar e desdobrar sobre a podridão do nosso cotidiano.
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Dude 17/04/2019

Pequena grande obra
Sou suspeito porque gosto do autor. Mais uma vez, diálogos rápidos e certeiros. Livro para ler em uma sentada e, quem sabe, reler em seguida.
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