spoiler visualizarGigi.the.reader 05/05/2023
Você simplesmente consegue ler esse livro de trás pra frente
A Ilha das Sete Luas é um romance bem fluído, que tece conexões entre cada parte, fazendo com que fique difícil não ler tudo de uma vez. Eu mesma basicamente fiz isso.
Ele não se prende ao amor meloso que a maioria das pessoas imagina quando pensa na palavra "romance". É amor na sua forma mais pura e perene, do tipo que não se limita a um período ou lugar, ou mesmo a uma única vida.
O amor tratado nesse livro vai muito além da paixão de dois namorados, tanto que realmente grande parte das reencarnações não centram-se nesse nicho.
O modo como Sedgwick não deixa ponto sem nó é maravilhoso. Tudo se encaixa perfeitamente. É satisfatório ver elementos das vidas anteriores antes dos contos sobre elas chegarem. Torna tudo mais intrigante. É realmente muito misterioso.
É esplêndido ver a ilha mudando conforme as épocas regridem e as civilizações também são substituídas pelas anteriores, e mesmo assim não perde sua essência. Afinal, a ilha é uma espécie de receptáculo. Ela está ali, sólida, mostrando-nos que somos nós os passíveis de alterações, não ela.
A lebre se tornou um símbolo, apesar de não possuir tanto foco ou interferir crucialmente nas histórias. Ela exerce algum papel interessante em uma ou outra parte, mas nunca deixa de estar presente. Seu ápice foi na parte 5, a Lua do Caçador.
Contudo, o elemento principal da história certamente é a Orquídea Dragão Bendito. Esta planta foi o início, o desenvolver e o fim de tudo. E, ainda assim, seguiu soberana mesmo após o fim, e prosperou, como prosperava milhares de anos antes.
Como aspirante a Bióloga, é lógico que eu iria babar em cima de uma história que tem uma planta que possui grande importância para o plot.
Eu acho muito interessante como tentamos usar a Natureza a nosso favor, mas é a própria quem exerce sua força sem se deixar notar.
Ela foi cura, foi droga, foi veneno, foi magia (E como toda magia, ela não é gratuita).
Indiretamente, foi lucro, foi inspiração, foi ruína.
Não sei bem se ela ajudou a deixar a conexão da Merle e do Erik com o passado mais forte, mas isso justificaria como eles lembraram com maior facilidade na última vida.
Mas talvez tenha sido apenas o ciclo se "encerrando", o que realmente fez tudo se encaixar.
O uso de uma pintura real, que está inserida na cultura e na região citada traz ainda mais sensação de veracidade a tudo. Adoro quando autores se compromentem tanto com suas obras.
O desgraçado do Marcus nem deixou nossos protagonistas escaparem milagrosamente e serem felizes em paz no final sksksksksk mas tudo bem, vou sonhar que eles estão felizes no cosmos, xingando até a milésima geração do Tor sksksk
Há tanto para comentar sobre esse livro, mas estou com sono, e meus dedos doem skskkssk portanto, vou apenas pontuar aqui o pq não darei 5 estrelas a este livro.
Primeiro, eu achei que a primeira vida dos dois iria retratar a conexão mais forte de todas. Ou que o desfecho, na última vida, acabasse mostrando uma espécie de acúmulo do amor experenciado por todas as demais. Mas não foi o que ocorreu. Foi pouco explorado. Isso daria umas 100 páginas a mais, mas pelo menos daria às personagens a intensidade que o sentimento delas merece.
Segundo, o papel do Tor como antagonista, bem como o que o fez tornar-se parte desse enredo, é vago e inexplicado. Ele é apenas a "pedra no sapato" das personagens principais?
Terceiro, eu gostaria de ter visto mais da cultura ancestral e sua influência nas épocas posteriores, mesmo que fosse fictício. Daria certo molho ao livro.
Eu sinto que esqueci algo, mas se eu lembrar, atualizo aqui.
Só sei que esse livro é muito bem escrito e consegue hipnotizar com o mundo que nos mostra. Esse mundo é do tamanho de uma ilha, mas é grande o suficiente.
Sinto que poderia haver mais histórias sobre a ilha e sobre esse universo, mas aí já é súplica de fã que não se contenta com apenas 269 páginas sksksks
Nenhuma das críticas que eu escrevi aqui me fazem deixar de recomendar essa leitura.
Adorei e não foi pouco. Tanto o livro como o autor.