Suhet 29/09/2015
De todas as leituras que eu já li em minha vida, acredito que a do C.O.V.A foi a mais peculiar. Ganhei esse livro da Carol Feng, como presente de aniversário no ano passado. E ficou lá na estande de casa aguardando eu pegá-lo para ler.
Quando comecei a ler C.O.V.A achei um tanto quanto confuso a abordagem do tema que o autor apresentava. Walden criou um universo com morais e intuitos invertidos, onde no Centro de Orientação para Vilania Aplicada, você ser vilão é hereditário, ser mau é dever, e acabar com o mundo é um ideial.
Diferente não? Sim, exato, muito peculiar.
O livro não me instigou muito, e o plot que rege a história poderia ser trabalhado melhor. Otto Malpense, o personagem principal é um desses adolescentes super gênios e mora em um orfanato da cidade. Não sabe quem são seus pais e como sempre tem problemas com outros adolescentes no orfanato.
Até aí é uma história normal, mas quando o orfanato sofre a ameaça de ser fechado por faltas de verbas da prefeitura, Malpense simplesmente encarna o doutor supremo da tecnologia e em questão de pouco tempo constrói equipamentos e planos em pouco tempo. E foi aí que o autor pecou feio, pois não há uma evolução bem aproveitada do personagem, simplesmente parece que ele vira um super gênio e fim.
A narrativa não é ruim, mas todas as ideias colocadas pelo autor parecem mal aproveitadas e o ambiente criado do Centro de Orientação tem algumas pontas soltas. O autor criou um ambiente escolar bem diferente. Alguns professores realmente ganharam minha afeição e muitas aulas que acontecem durante a história são bem interessantes.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
a) Arte da capa:
Capa não é linda, mas não é toda horrivel. Poderia ter sido melhor trabalhada em suas periferias, pois deu um ar de jogado. Se comparada as capas internacionais, aí a coisa fica feia, pois são extremamentes sensacionais, não entendo o porque de terem mudado.
b) Trama:
A trama de Walden é interessante, mas poderia ter sido trabalhada muito melhor. A escrita dele, embora não seja tão rápida, não chega a ser cansativa, mas há pontos muito fracos. O que Walden mais pecou foi na apresentação do climax e sua resolução, que se deu praticamente nas últimas 40 páginas do livro.
E o pior, terminei o livro com a sensação de estar estar faltando páginas. Para onde foi parar o Final? Embora a obra faça parte de uma série, o autor deveria ter fechado melhor os conflitos trabalhados a fim de proporcionar uma sensação mais agradável ao leitor,
c) Caracterização dos personagens:
Os personagens de Walden são bem interessantes. Gostei da maioria deles, mas apenas a construção da evolução de Malpense, personagem principal, para mim não convenceu. Acredito que o autor deveria ter dado mais tempo na narrativa, endosado mais seu personagem para não parecer tão forçado.
Do resto todos os outros são bem trabalhados e se mostram mais interessantes que o personagem principal.
d) Qualidade do livro (papel, letra, erros e etc.):
A qualidade do livro é boa e a Record pecou apenas um pouquinho na diagramação. O trabalho de revisão está ótimo e de Tradução pelo Danilo Carvalho acredito ter sido muito bom, pois não me deixou irritado com termos estranhos e que a tradução poderia ter pecado feio.
e) Comparação com outras obras do gênero:
Admito que nunca li nada que se pareça com o livro do Walden no quesito gênero principal. Mas na pegada de ação misturada com aventura YA, precisa melhorar um pouco.
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