Resenhas - Antes Que Seque

Lira18 28/02/2022

Entediante
Li com a premissa de que traria contos avassaladores acerca da maternidade. E até que tem. A questão é que o livro é CHATO, muito CHATO. Alguns contos trazem um material ok para análise acadêmica, mas só também.

LimaJr 16/01/2022

Razoável
Tendo a não gostar muito de contos que se afastam da morfologia dos contos clássicos - em que conflito e surpresa estão bem evidentes. Diversos contos parecem relatos ou digressões deslocadas, despertando pouco interesse e envolvimento com a leitura.

Naylla.Carlins 16/07/2021

Coletânea de contos muito bem escritos, não é atoa que foi premiado. É uma pena não ser tão conhecido pelas pessoas.
Cada conto uma experiência de vida diferente, um relato único da vida das pessoas.
Meus contos favoritos foram:
- Planta Circular
- He or She
- Não podia desperdiçar
- À revelia
- Dia da Mulher
- Contradança
- A moda antiga

aninha 26/06/2021

merece mais reconhecimento
o sentimento que mais me tomou durante essa leitura foi indignação por ser tão pouco reconhecido e pela autora não ter outras obras publicadas

esses contos são SENSACIONAIS, de uma sensibilidade enorme, com bastante realismo cru e uma pitada de ironia crítica

a escrita da marta é maravilhosa, te faz devorar o livro e as diferentes estratégias que ela usa em cada conto deixam tudo ainda mais interessante

esse livro te faz refletir sobre inúneras questões cotidianas e também incita um pensamento coletivo, um olhar mais amplo da sociedade

agora que conclui, o que eu mais quero é um romance da autora de suspense ou até mesmo policial, porque ela com certeza se destacou mais com os contos dessa pegada

preferidos: planta circular / redução / À REVELIA / contradança

Fêh Zenatto 26/10/2016

RESENHA - BLOG COISA E TAL
Eu adoro contos - vocês já puderam perceber pelas diversas resenhas que já fiz desse tipo de livro aqui - e gosto mais ainda quando a leitura me traz uma inquietação, um questionamento, uma ideia fora da usual porque eu acredito que essa seja a grande vantagem do conto em relação ao romance: permitir a parada abrupta, a falta de explicações minuciosas. O leitor é quem deve interpretar o não-dito e tirar sua própria conclusão.

É claro que existem temáticas que, quando em forma de contos, permitem mais que outras esse tipo de escrita que gere dúvidas e pensamentos; felizmente, a maternidade, com suas infinitas caras, permite essa abordagem de forma fantástica e, com certeza, a escritora soube fazer uso desses atributos para criar em Antes que Seque grandes contos.

O livro me encantou (pela escrita fluida e ágil) e me prendeu (pela diferente abordagem de cada conto). Enquanto uns são doces e singelos, outros são escuros e até sinistros, passando pelos tristes e saudosos. Um tema como a maternidade tinha que ser abordado com essa multiplicidade de frentes - e versos e lados (fertilização in vitro, gravidez indesejada, aborto, perda tardia de um filho, as outras mães) - porque podemos conhecer muitas mães mas cada uma terá uma experiência diferente a compartilhar sobre essa tarefa incumbida a nós, mulheres; tarefa essa que pode muito bem resumir uma vida inteira.

Uma ótima leitura para quem já gosta de contos, para quem não está acostumado e também para quem não gosta muito. O livro é incrivelmente revelador das possibilidades que um conto pode guardar.
Meus contos preferidos foram: Planta Circular, Questão de Preferência, Dia da Mulher e À Moda Antiga.

site: http://goo.gl/FodVlk

Elidiane 25/03/2016

O livro de contos Antes que seque, de Marta Barcellos foi o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2015, traz um total de 22 contos, onde 17 são narrados por mulheres, e nos outros, embora o ponto de vista seja masculino a presença feminina é marcante.

Em todos os resumos que li sobre o livro, o definem como contos sobre mulheres que por algum motivo não conseguem engravidar e corresponder à figura maternal idealizada, e a capa com flores e ramos que remetem o sistema reprodutor feminino reforçam essa ideia. Porém os contos não se restringem a esse tema.

Os contos são curtos de duas a três paginas, mas tem profundidade. A autora consegue percorrer o universo feminino, a opressão imposta às mulheres durante séculos, mulheres que desejam engravidar, mulheres que afastam a todo custo qualquer possibilidade de gerar um filho. As que precisam cuidar dos pais, ou educar filhos adolescentes. No livro percorremos as diferentes vidas de mulheres, ricas, pobres, que podem parecer fúteis, mas são marcadas por solidão, ditadura da beleza, aborto e estereótipos.

"Não via a hora de se livrar dos filhos, mas isso ela não disse ao delegado. A maldade da gente deve ficar bem guardada, para ninguém duvidar dela, achar um sentido, perdoar." Pag:68

A escrita de Marta Barcellos é leve e rápida, e com uma característica comum nos contos, e que muito me agrada que é narrar pequenos momentos, sutilezas e fragmentos de uma vida, que pode ser a de qualquer um, e a partir daí extrair algo de belo, ou uma reflexão, deixado o desfecho por conta da imaginação do leitor. O livro é belo e singelo.

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2016/02/resenha-143-antes-que-seque-marta.html

Joice (Jojo) 02/02/2016

Ótima coletânea de contos
Quando o livro de Marta Barcellos chegou às minhas mãos, não consegui parar de ler. São 22 contos, todos trazendo situações corriqueiras do nosso dia a dia que evoluem para um algo a mais - algo mais sinistro, comovente, intenso, macabro, inusitado etc., etc., etc. Foi essa característica da escrita da autora que me cativou.

Super recomendo!

Para quem tem curiosidade, dos 22 contos dou destaque para:
- Planta circular;
- He o she (fantástico);
- Às avessas;
- À revelia;
- Quase ela (amei!);
- Bodas de Porcelana;
- Catando a poesia no chão (de fazer chorar o coração);
- Depois do Natal.

Maria - Blog Pétalas de Liberdade 29/01/2016

Resenha do blog Pétalas de Liberdade
“A maldade da gente deve ficar bem guardada, para ninguém duvidar dela, achar um sentido, perdoar.” (À revelia, página 68)

“Antes que seque” foi a obra vencedora do Prêmio SESC de Literatura 2015 na categoria contos. O fato de ter sido premiado, a capa bonita, a sinopse que aborda um tema interessante para mim e o fato de eu gostar de livros de contos me fizeram ler “Antes que seque”.

O livro é composto por 22 contos curtos e foi uma leitura rápida. Não consigo destacar um conto que eu tenha gostado mais, pois cada um me trouxe uma história completa, bem escrita. Aliás, a escrita da autora é muito boa, super fluida, de forma que fica fácil visualizar os personagens e os cenários criados por ela. Ainda que a maternidade (ou a impossibilidade dela) seja o tema que se destaca na sinopse, ela não é nem de longe o único assunto da obra. “Antes que seque” fala sobre a vida, mais especificamente sobre as dores da vida, as desilusões; traz contos que narram acontecimentos que poderiam ser reais, com personagens que parecem inspirados em pessoas que conhecemos e com as quais talvez convivamos no dia-a-dia.

“Eu gostava que ficasse mais queimadinha, já o Paulo preferia amarela, por isso eu fazia do jeito dele. Porque o gosto da cozinheira é o que menos importa, com o tempo já nem sabemos a nossa preferência, tanta é a vontade de agradar.” (Questão de preferência, página 77)

A capa é realmente linda, com uma textura quase aveludada. A diagramação está ótima, com margens, fonte e espaçamento de bom tamanho, não me lembro de ter encontrado erros de revisão e as páginas são amareladas.

“Penso em como é bom me livrar do futuro, esse causador de insônias. E mergulho no sono das lembranças – mesmo desconfiando que são inventadas.” (Para sempre na memória, página 157)

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/01/resenha-livro-antes-que-seque-marta.html

Monalisa (Literasutra) 26/01/2016

A veracidade típica do que é bem escrito
“Antes que Seque” já começa a contar histórias desde a capa: Esse diálogo entre título e imagem (um útero esculpido com flores) que captura o olhar e faz a imaginação entrar em cena. Estreia de Marta Barcellos, vencedora do Prêmio SESC de Literatura 2015 na categoria contos, o livro reúne histórias de mulheres com um ponto de partida em comum: a maternidade e tudo o que a cerca. Histórias que, mesmo que fictícias, carregam aquela carga de veracidade típica do que é bem escrito.

“Milena continua embalada, quer ser a melhor mãe possível, ela que queria tanto. Mas não perfeita, porque perfeição não existe – depois vão todos parar na terapia e culpar a mãe de qualquer jeito, essa cobrança é mesmo cultural. De qualquer forma, será uma fase difícil logo que demitir a babá, porque pretende dispensar a mais antiga, a mais querida, que uma das gêmeas deu pra chamar de mãe, vê se pode uma coisa dessas.” (pág 52)

É normal que um livro do gênero tenha certa variação na taxa de interesse que cada conto desperta no leitor; da mesma forma como é inevitável que determinado leitor se interesse mais por um ou por outro conto – entram na equação variáveis como a idade, o gosto pessoal, a experiência de vida. Justamente por isso, o conjunto da obra em “Antes que Seque” surpreende. Se a qualidade do livro fosse medida em um gráfico, este indicaria uma linha suspensa bem lá no alto, sem grandes picos ou vales. Simplificando: É tudo muito bom e merece ser lido.

“Um dia, ela vai querer partir mas não vai saber pra onde nem como, porque os filhos ainda dependem dela. Um dia ela não vai mais precisar partir e vai sentir falta de quando sua infelicidade se parecia com a da mocinha da novela – ao menos uma protagonista. Porque chega um dia, quem podia imaginar, em que a mulher não é mais protagonista da própria vida. E isso ela ainda vai descobrir, no dia em que estiver espichando a pele do rosto na frente do espelho.” (pág. 105)

Eu costumo gostar de livros de contos por servirem como suspiros de literatura no dia a dia. Para viagens curtas de ônibus, esperas rápidas em filas, antes de dormir ou logo depois de acordar. Mas a obra de Marta Barcellos requer certo autocontrole do leitor. Caso contrário, lê-se o livro inteiro de uma só vez, embalado pela narrativa deliciosa que tem.

site: http://literasutra.com/2016/01/21/a-veracidade-tipica-do-que-e-bem-escrito/