Beowulf

Beowulf J. R. R. Tolkien




Resenhas - Beowulf


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André 27/07/2016

Gosto muito do Tolkien, mas devo admitir que seus poemas muitas vezes são dificílimos para compreensão de um leitor "comum", dada sua erudição. No entanto, as notas em todo o livro são pérolas que não puderam ser ignoradas, pois há muita cultura ali que me interessa demais. Como fonte de conhecimento, é bom, mas como forma de entretenimento o que me encantou mesmo foi o Sellic Spell, ao final da obra.
Tati Tavares 15/03/2017minha estante
O poema não é dele


André 20/03/2017minha estante
Mas a tradução sim. E tem a versão dele também...




Fabio Shiva 24/11/2021

A DICA DE TOLKIEN PARA VOCÊ NÃO SER UM “TRADUTOR TRAIDOR”
Meu primeiro contato com a lenda de Beowulf, como talvez tenha acontecido com a maioria das pessoas atualmente, foi mesmo através do filme de 2007 (https://youtu.be/DaShOr5AeKA), dirigido por Robert Zemeckis e com roteiro de Neil Gaiman e Roger Avary. Neil Gaiman, celebrado criador de “Sandman”, aliás, em uma entrevista sobre esse filme tocou em um ponto crucial da história de Beowulf:

“O que é mais interessante em Beowulf é o que leva as pessoas a recontarem essa história. Ela foi criada originalmente como um conto de tradição oral - não era um produto de caneta e papel escrito por um monge. Alguém chegaria na sua casa e contaria a história de Beowulf. E era uma coisa emocionante, interativa, Grendel vindo pelo corredor, a mãe de Grendel ainda mais assustadora, tanto que ela nem tem nome. É uma história obsessiva. Não acho que a versão que Anthony Hopkins e Angelina Jolie filmaram vai ser definitiva, assim como ninguem vai fazer a versão definitiva do Rei Arthur, ou a versão definitiva de Hamlet. É algo para ser contado e recontado.”

É inegável o fascínio exercido pela narrativa do valente Beowulf, que tinha a força de trinta guerreiros e que se voluntariou para livrar o reino do Rei Hrothgar do monstruoso Grendel, enfrentando a fera devoradora de homens apenas com as mãos nuas. Esse fascínio fica mais do que evidente durante a leitura dessa “tradução comentada” de J. R. R. Tolkien (que no Brasil ganhou uma excelente edição bilíngue da Editora Martins Fontes), com nada menos que cinco versões da mesma história. Temos a tradução feita pelo próprio Tolkien, que verteu o poema original em inglês antigo (anglo-saxão) para o inglês moderno, a tradução para o português (feita por Ronald Eduard Kyrmse, membro da Tolkien Society e do grupo linguístico “Quendily”), seguida pelo conto “Sellic Spell”, que é uma variação dos temas centrais do poema feita por Tolkien, e fechando com duas versões da “Balada de Beowulf”. Está bom para você ou quer mais?

Se quiser mais (como eu quis), encontrará muitos motivos para deleite nos extensos “Comentários complementares à tradução de Beowulf”, que ocupam a maior parte das mais de 500 páginas do livro. São basicamente anotações de aulas e conferências feitas pelo professor Tolkien a respeito de sua tradução do poema.

Tenho um interesse natural pelo estudo de outras línguas, especialmente o inglês. Amo tanto Shakespeare que cheguei a ler boa parte de suas obras no original, em inglês “arcaico”. Ou ao menos, era o que eu pensava! Não sabia que o termo “inglês antigo” refere-se, na verdade, a uma língua pelo menos meio milêncio anterior à utilizada por Master Shakespeare e tão diferente do inglês contemporâneo que precisava ser, literalmente, traduzida!

“Nosso manuscrito é de cerca do ano 1000 d.C., 250 anos, aproximadamente, depois que o poema foi composto.”

“O tempo dramático de Beowulf é o século VI, com um pano de fundo de tradições mais obscuras e mais antigas do século V.”

Confesso que minha intenção inicial era apenas ler a história principal e, na hora da aula de tradução, disfarçadamente sair de fininho da sala. Para minha sorte, porém, decidir ler apenas o comecinho desses comentários… e só conseguir largar o livro na última página!

Sem a menor dúvida, os comentários de Tolkien são muito mais empolgantes que a própria saga de Beowulf. Até porque, para aqueles que, como eu, conheceram a história primeiro através do filme, o poema guarda poucas emoções e chega a parecer pálido em comparação. Neil Gaiman e Roger Avary acrescentaram muitos elementos perturbadores à história, fazendo com que sua ausência seja agudamente sentida no texto original.

Mas o maravilhamento dessa leitura não é tanto o poema em si, mas a tradução feita por Tolkien e, especialmente, todo o intenso processo intelectual envolvido nessa tradução. É inspirador travar contato com a extensa erudição de Tolkien, bem como com o seu perfeccionismo e intensa atenção para as minúcias. Lendo suas anotações, entramos um pouco na colossal mente do criador de “O Senhor dos Aneis”.

Existe um conhecido ditado que diz “Tradutor, traidor”, que implica que toda tradução acaba sendo de alguma forma desleal com aquilo que está traduzindo. Isso é muito bem (e poeticamente) expresso nessa paradoxal definição (ignoro o genial autor): “Poesia é aquilo que fica de fora na tradução”. Seguindo-se a nobre escola de Tolkien, penso eu, muitos dos abismos inerentes à tradução podem ser superados. Se eu pudesse resumir em um ensinamento o que aprendi nessa leitura, seria: “um bom tradutor ama aquilo que traduz”. Vejam o amor que emana dessas palavras de Tolkien:

“Uma recompensa (que ele mal podia ter esperado) foi-lhe concedida: sua obra haveria de ser a principal peça de poesia em inglês antigo a sobreviver às ruínas do tempo, ainda proveitosa para os homens lerem por seu próprio mérito, muito além do valor que adquiriu como janela para o passado. Uma punição para seus pequenos defeitos (que ele não merecia) é que homens ignorantes, mesmo da sua própria fé, zombem do poema ou o chamem de ‘café pequeno’. O fato de agora sua obra não poder ser lida sem dificuldade, nem compreendida e valorizada em detalhes sem muito esforço, deve-se sob Deus a wyrd, a sina dos homens de viverem brevemente num mundo onde tudo murcha e é esquecido. A língua inglesa mudou – mas não necessariamente melhorou – em mil anos. wyrd delegou ao esquecimento quase toda a sua parentela. Mas Beowulf sobrevive, por algum tempo, enquanto a erudição possui alguma honra em sua terra.”

Muitos outros aprendizados tive nessa leitura, sobre a própria arte de contar histórias:

“Aprender de cor, de outros membros mais velhos do seu ofício, era parte da ocupação do scop ou menestrel, e do pyle, ‘registrador’ de genealogias e de histórias em prosa. Mas também era seu dever fazer baladas, ou contos, ou listas mnemônicas acerca de assuntos submetidos à sua própria observação contemporânea.”

“É característico de nosso poeta (e da maioria dos poetas anglo-saxões que deixaram algum vestígio) inserir essa obscura nota do destino imediatamente após descrever o esplendor recém-construído do salão.”

“No inglês antigo, a atenuação não é mero hábito coloquial, apesar de constituir, por assim dizer, um modo linguístico. Ocorre com grande frequência em momentos de ‘alta tensão’, nos quais os romancistas posteriores (medievais) tendiam a empilhar palavras e superlativos, como se o poeta (e o modo linguístico que herdou) subitamente se desse conta de que gritar só torna surdo, e que às vezes é mais eficaz baixar a voz.”

“Podemos ver que ele se baseia em uma história ou lenda histórica bastante extensa, lenta, detalhada, com muitos atores, à moda inglesa, e não contraída, concentrada e intensamente pessoal, à moda nórdica.”

Terminei a leitura, por incrível que pareça, com um gostinho de “quero mais”. Acho que vou assistir ao filme de novo!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2021/11/a-dica-de-tolkien-para-voce-nao-ser-um.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Mattheus 25/11/2021minha estante
resenha excelente, como sempre!


Fabio Shiva 25/11/2021minha estante
Salve, amigo Mattheus! Gratidão pelo comentário e por essa energia boa!




Juliana 31/01/2023

Não dá.
Nem vou dar nota porque reconheço a importância histórica da obra, mas não é meu tipo de leitura.
Quem sabe um dia retomo.
Diana 06/07/2023minha estante
Não curti também...




Itin | @merasliteratices 26/01/2016

A tradução do poema medieval pelas mãos de J. R. R. Tolkien. Nascido em 1892 e falecido em 1973 aos 81 anos, J. R. R. Tolkien volta ao mercado agora com mais um novíssimo lançamento... Como todos já sabem, seu filho Christopher Tolkien se encarregou de lançar obras póstumas que Tolkien (daqui pra frente sempre referido ao escritor) deixou, por meio de dezenas de rascunhos e anotações. Desde trabalhos incompletos da Terra Média – como Contos Inacabados – passando por histórias fora dessa, Tolkien continua de uma forma ou outra sempre atualizado no mercado. Quem já leu essas obras, sabe que elas são compostas dos escritos originais do pai, com centenas de comentários extras por parte do filho. Com Beowulf não é diferente.
Todos já devem ter ouvido falar de Beowulf, valoroso e poderoso herói da tribo dos Gautas – do norte da Europa – que tem a incumbência de eliminar Grendel, um nefasto monstro que assolava a corte do rei Hrothgar, na Dinamarca. A batalha de Beowulf contra Grendel e sua mãe, além de outros feitos, como enfrentar as Nixes ( espécie de monstro marinho) em pleno oceano e o embate com um dragão fazem são momentos dessa lenda. Apesar de se passar no norte da Europa, Beowulf é um poema medieval escrito na Inglaterra, em língua anglo-saxã (conhecida como Inglês Antigo).
O que esperar do livro? A obra compreende o poema original – em inglês – e sua tradução para o português. O poema narra a vida de Beowulf e é traduzido diretamente do inglês antigo por Tolkien, que era mestre e fluente nessa língua. Por se tratar de um poema medieval, a trama segue um padrão mais de descrição de Casas e descendências (como Tolkien utiliza muito nas suas obras da Terra Média), graus de sucessão e no visual valoroso dos heróis. Tem-se sim a narrativa dos acontecimentos e da ação, mas tudo segue o estilo medieval de muita pompa e pendendo para o lado mais descritivo. O poema Beowulf em si é pequeno (por volta de 90 páginas) e ocupa uma pequena parte do livro.
Após a tradução do poema, temos uma longa e extensa parte onde Christopher discorre sobre a tradução em si. Aqui ele aborda desde os problemas com a edição final – uma vez que Tolkien não deixou o trabalho pronto para ser publicado, mas sim centenas de páginas e rascunhos fora de ordem – como abordou dificuldades que o próprio Tolkien teve com a tradução do manuscrito original. É interessante a abordagem do inglês arcaico, uma vez que nos é mostrado como a língua inglesa moderna foi nascendo e como palavras que hoje fazem parte do nosso vocabulário surgiram de pronúncias medievais completamente diferentes do significado atual. Ainda é abordado problemas como a origem da lenda – que apesar de ter sido composta na Inglaterra, tem origem muito mais antiga e medieval – e a relação dela com personagens históricos reais.
Ainda no final do livro temos o conto Sellic Spell, uma versão da lenda de Beowulf mas pela visão do próprio Tolkien, que nas palavras dele tem como objetivo principal: “ressaltar a diferença de estilo, tom e atmosfera quando se elimina o que é particularmente heroico ou histórico.” Aqui temos uma versão mais próxima do que estamos acostumados a ler de Tolkien, no estilo mais próximo ao de seus outros livros. ( o livro ainda tem a versão anglo-saxã de Sellic Spell). Para encerrar o livro ainda tem uma versão da lenda em forma de balada.
Em outras palavras Beowulf é bom para quem quer conhecer ainda mais sobre a obra de Tolkien, sendo um excelente memorial em nome do autor e do seu domínio absoluto sobre o inglês antigo, mas ainda assim se trata de um livro mais recomendado para quem tem afeição por Letras ou as origens da língua inglesa do que para quem procura um romance de aventura propriamente dito.

Mais em papobarbaro.com.br

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Wilker.Dantas 15/12/2020

Beowulf é o típico herói épico: adora batalhas, tirar vidas, proteger o seu povo, etc. Para tanto, ele possui habilidades praticamente sobrenaturais, ou do contrário, jamais conseguiria fazer tudo o que fez e não seria um herói. Além disso, ele é sobrinho do rei dos Geats e um dos seus feitos incluem nadar durante sete dias para derrotar monstros marinhos.

Tudo começa quando Beowulf descobre que o rei Hrothgar, da Dinamarca, está há tempos (12 anos) sofrendo com os ataques de um monstro chamado Grendel, que adorava destruir casas do reino e matar muita gente. Vendo a oportunidade, Beowulf decide ajudar o rei. Vai até a Dinamarca com outros quatorze marinheiros e diz a Hrothgar que ele e seus ajudantes estão dispostos a matar o monstro. Eles montam uma armadilha para Grendel, que acaba perdendo um braço, mas consegue voltar para a sua caverna. Após a morte do monstro, a mãe de Grendel fica extremamente furiosa e quer vingança, mas ainda assim, o poderoso Beowulf consegue vencê-la e matá-la.

Com o corpo de Grendel abandonado na caverna, Beowulf corta a cabeça do cadáver e a leva a Hrothgar, para provar que o monstro está morto e ele foi o responsável. O herói criou um laço de amizade muito forte com o rei, mas acabou por voltar para a sua terra de origem. Quando seu primo morre, ele assume o trono e reina em paz por cinquenta anos, até que um dragão decide atacar o reino dos Geats.

Mesmo já velho, nosso herói quer ter sua última vitória e foi até o fim para matar o dragão. Beowulf é ferido fatalmente, mas com a ajuda de Wigla, consegue matá-lo. Como Wigla foi o único soldado que ficou até o fim ao lado de Beowulf, ele foi o sucessor do trono.

Para resumir, o poema épico basicamente narra os feitios heroicos de Beowulf, um grande homem que se tornou uma lenda. Até hoje não se sabe se ele realmente existiu, ou se não passa de mera ficção, mas foi uma das primeiras obras fantásticas escritas em old english e merece notoriedade por sua imensa importância e contribuição para a formação da literatura inglesa.
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alexiamc 18/01/2021

O início de O Senhor dos Anéis
Eu adoro as obras do Tolkien, e gostei de identificar os diferentes elementos de Beowolf que foram posteriormente usados pelo autor em O Senhor dos Anéis e O Hobbit. No entanto, achei a história do Beowolf monótona, e também não fui cativada por todos os comentários sobre a tradução, etc. A única parte da qual eu realmente gostei no livro foi Selic Spell.
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Mariane 29/10/2021

Melhor livro da minha vida toda! Como não li isso antes. Melhor história e melhor tradutor! Só leiam, é incrível!
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Victor.mcrv 30/12/2021

Diferente do que imaginava
O livro me surpreendeu, pensei que a leitura seria arrastada e difícil mas me enganei, foi de boas, possivelmente foi a tradução que ajudou.
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Kenny 03/01/2022

Extraordinário é a palavra que melhor define esta obra.
A violência e a fé presentes são de uma dualidade incrível. Beowulf é guerreiro ao mesmo tempo em que é um grande sábio.
A história prende bastante (devorei em 2 noites). É fácil gostar dos personagens e as características medievais ajudam muito no tom épico do poema. Meu único problema na história foi as recapitulações meio desnecessárias e algumas pausas na narrativa meio longas, mas nada que diminua muito a grandiosidade do poema.
A edição é maravilhosa. Os comentários de Christopher são muito bons para os que desejam ter um conhecimento mais pesado acerca da tradução de tolkien e a balada de beowulf é incrível.
O livro tem uma dificuldade média para ser lido, mas o tradutor fez uma excelente trabalho em não deixar o texto muito arcaico.
Em geral uma obra maravilhosa e bela edição que irão satisfazer os apaixonados por histórias medievais e os estudantes de literatura inglesa.
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Thais645 09/03/2022

Leitura difícil, mas interessante
Esse livro é considerado um clássico da literatura anglo-saxonica. Narra histórias da mitologia de diversos povos chamados vikings. Embora tenha tentado ler em inglês e português, infelizmente só consegui ler em português, pois é um texto muito denso.
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Lia 06/04/2022

Temo não ter uma inteligência tão desenvolvida para ler a parte em Inglês. Sorte a nossa que todos os trechos possuem tradução.
O livro é legal, o conto por si só é bastante interessante e dá pra identificar Tolkien nesse texto até nas entrelinhas. Uma boa leitura para os fãs do autor.
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nnamaria 05/05/2022

Precisei reler Beowulf e me surpreendi com a quantidade de detalhes que não lembrava! Essa tradução me ajudou muito e os comentário feitos também!
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Porsani 20/05/2022

Muito bom
Sempre bom conhecer contos clássicos, ainda mais os de um grande guerreiro como Beowulf. Melhor que o filme.
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stella87 15/06/2022

tolkien, o filólogo
um livro que realmente mostra mais o lado acadêmico de tolkien (ou seja, uma leitura?densa), diferente de suas obras ligadas à mitologia e contos de fada, porém interessante, inclusive pela própria leitura da tradução para inglês feita pelo autor no livro?
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