Bandeirantes e pioneiros

Bandeirantes e pioneiros Vianna Moog




Resenhas - Bandeirantes e pioneiros


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Igor13 13/11/2017

Obra impressionante
Um livro que já está na 22º edição no Brasil não pode ser considerado irrelevante. Neste caso, achei até pouco.

Bem, pelo título, já dá pra perceber que o livro me ‘impressionou’. Sim, é um livro publicado primeiramente em 1954 e que se matem atual. Traz uma análise tão profunda sobre a formação histórica tanto do brasileiro como do norte-americano e consegue ainda ser feliz nas suas breves considerações sobre o possível futuro do psicológico desses povos - não é pouca coisa.

Algumas pontuações objetivas:
1) Interessante descrição do problema da consciência do português (melhor que Gilberto Freyre em Casa-Grade e Senzala) que, depois de algum tempo no Brasil, após fazer uso de escravos, roubar, matar e se promiscuir, tinha “a vontade impotente da reconciliação com a consciência” (pag 113). Exemplo que desconhecia da Ilha de Marapatá que fica de frente a Manaus, onde o estrangeiro ao chegar deixa sua consciência e só a recuperar quando deixa a região e retorna para a Europa;

2) Interpretação contrária de valores entre católico e protestante com relação à passagem bíblica, Lucas 10-38 (Maria vs Marta);

3) Opinião de que houve no Brasil uma evolução na instrução, mas piora da educação. Essa afirmação vale para os tempos atuais também;

4) A mania, persistente, de importar ideias ultrapassadas do exterior. Apesar do fácil acesso à informação, isto ainda acontece com frequência;

5) Um dos poucos erros do autor ao prever que haveria uma retração do protestantismo nos EUA e Brasil. Em relação ao primeiro, não sei; mas em relação ao segundo, todos sabemos que houve uma expansão substancial dos evangélicos no nosso país;

6) Incrível análise sobre as ‘neuroses’ psicológicas e emocionais tanto do brasileiro como norte-americano, suas origens e cosequencias. Até os personagens, Pato Donald, Pateta e Mickey são vistos com olhos que nem imaginava;

7) No Epílogo, o autor defende certas ideias que causam desconforto e podem ser consideradas radicais por alguns. Concordando ou não de início, vale para estimular a pesquisa sobre a psicanálise associada a teologia e história cristã. Muito bom!;

8) Por último, destacaria a fluidez e coerência da obra que mantém o raciocínio por todo o livro de forma brilhante e coerente.

Recomendo!
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