Ca Melo 01/08/2016Sobre autores superestimados ...Sabe aquele livro ou autor clássico que todo mundo fala super bem e aí quando você lê alguma obra não entende e se sente extremamente burro? Foi o aconteceu comigo nesse livro.😦
A maioria das resenhas que faço aqui no blog são de livros que eu realmente amei, gosto de indicar e sugerir para vocês, mas acho que também devo ser sincera ao descrever experiências como essa, não omitindo, mas claro é apenas a minha opinião, pode ser que outras pessoas possam amar esse livro.
O livro reúne 21 contos da autora Virginia Woolf divididos por períodos, e desses 21 eu apenas gostei de 3. Não foi à toa que demorei (enrolei na verdade), um mês para finalizar a leitura.
Na verdade, eu acredito que tenho um sério problema com os contos. Acho que a maioria deles é extremamente subjetiva, vaga e inconclusiva, e não consigo me prender à história. Não foi só com esse livro, o mesmo ocorreu com “Morangos Mofados” de Caio Fernando Abreu no ano passado.
Eu até acredito que no futuro posso reler esses contos e mudar de opinião, ou não, a partir do momento que ler outras obras da autora, mas no momento para mim simplesmente não funciona.
Mas como nem tudo está perdido, rs😉 …
Os contos que gostei foram “A marca na parede“, “Uma sociedade” e “O legado”. No primeiro há uma profunda reflexão (e muita subjetividade não se esqueçam! ) sobre tudo quando a personagem principal se depara com uma marca na parede e fica meses analisando o que pode ter deixado aquela marca. Eu até lembrei e associei esse conto com o livro “A paixão segundo G.H” da Clarice Lispector, já que a personagem nessa história se depara com uma barata morta em seu apartamento e começa a questionar sua vida.
No segundo conto, o meu preferido, conhecemos um grupo de mulheres que formam uma sociedade que busca analisar as funções dos homens, isso porque uma dessas mulheres só pode receber a herança de seu pai se cumprir com a tarefa de ler todos os livros da Biblioteca de Londres. No interesse pela herança a moça saí loucamente nesse desafio, até perceber que os livros não são tudo isso que dizem, se tornando uma missão maçante e impossível. O interessante é que nesse contexto a mulher não sabia ler e escrever, então as obras eram produzidas apenas por homens, e as mulhetes casar e procriat. O que eu achei incrível é que essas mulheres resolvem adentrar na esfera do domínio masculino e pesquisar o nível de qualidade do que eles fazem, comprometendo-se num pacto entre elas de não segui o mesmo caminho que suas mães e avós.
Mas agora que nós sabemos ler, o que nos impede de julgar os resultados? Antes de trazermos outra criança ao mundo, temos de nos jurar que vamos descobrir como o mundo é. (Pág. 88)
O livro todo só vale por esse conto, e vou até deixar aqui o link desse conto para que vocês possam ler.😉 É um texto que questiona o papel da mulher x papel do homem, e dessa forma uma abordagem feminista, marca registrada de Virginia Woolf.
Em “O legado” conhecemos Gilbert Clandon que acabou de perder a esposa Sissy Miller num acidente de carro. O marido tem a visão da “esposa perfeita” (submissa) até começar a ler os diários de sua falecida mulher, e conforme lê os tais diários vê que as coisas não são exatamente da forma que ele pensou que fosse, inclusive o acidente de carro.
site:
https://abookaholicgirl.wordpress.com/2016/03/31/a-marca-na-parede-e-outros-contos-por-virginia-woolf/