spoiler visualizarClaudiomar.Filho 09/02/2017
Começa bem, mas depois vai piorando
Sempre houve a lenda de que o pessoal que vendia morangos no sinal colocava os melhores em cima e quando você abria a embalagem, via que só tinham morangos ruins embaixo. Esse livro é mais ou menos assim. Começa com umas 3 ou 4 crônicas MUITO engraçadas, mas depois vai só decaindo.
Veríssimo se dana a ficar querendo dar palpite em tudo, de economia a geopolítica, mas sempre com a sua visão da elite malvada contra o povo sofredor, com um nível de aprofundamento semelhante ao que você vê hoje no Facebook. Ainda por cima, as opiniões são bem repetitivas.
Ele me arrancou algumas risadas, quando diz como seria o Brasil se fôssemos colonizados pelos holandeses. Se nosso padrão de beleza no mundo seria uma modelo de corpo longilíneo e rosto nórdico, talvez com nome de Gisele. Depois explica que o responsável pela vitória do Inter no Mundial contra o Barcelona foi ele quando fez um pacto com um diabo e chegou até a pedir pro diabo transformar o Brasil em um lugar controlado e burocrático como a Alemanha, porém só depois do Carnaval. Depois que seríamos mais responsáveis com o planeta se tivéssemos a preocupação de depois devolvê-lo como achamos, mais ou menos como um contrato de aluguel quando Deus iria pegar a Terra de volta faltando 117 espécies e um rio poluído.
Entre as frases geniais de Veríssimo, a que mais gostei no livro foi a de que o que mais temos saudade do passado é o seu futuro. Ou a de que os papagaios sabem falar, mas não defendem uns aos outros, os papagaios tem voz, mas não tem consciência de classe. Ou que ama a hipocrisia porque é o mais próximo que o homem jamais chegará a virtude, pois a moral da mentira é melhor do que moral nenhuma.
Enfim, livro mediano pro gênio que é o Veríssimo