Muito Veneno e um Pouco de Lirismo

Muito Veneno e um Pouco de Lirismo Leandro Andreo




Resenhas - Muito Veneno e um Pouco de Lirismo


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Naty__ 26/06/2016

Sinal vermelho! Ele entra
Em cena, olha pros lados,
Ora a Deus e se concentra
Nos malabares jogados
Para o alto e, habilidoso,
Não deixando de sorrir,
Termina o show ansioso
Para alguém lhe aplaudir.

Já tive a oportunidade de ler a primeira obra de Leandro Andreo, Ivvi, e, quando recebi o convite para conhecer o seu segundo livro, sabia que coisa boa estava prestes a surgir. Foi melhor do que imaginava e me surpreendeu por não ser apenas poesias doces e tristes para a sua eterna musa dos sonhos de todo poeta. Dessa vez, Leandro caprichou nas doses de veneno.

Quem é escritor e amante de poesias entende a dificuldade de encontrar pessoas que gostam dessa área. Acredito que escrever seja tão difícil quanto achar alguém que goste de ler poesias. Sou suspeita em falar porque eu gosto dos dois e me enche os olhos quando acho um livro assim. A obra de Andreo surge exatamente dessa inquietação sobre a redução de leitores de poesias e não apenas isso, o autor também levanta questões de como a poesia é feita hoje em dia.

Pobre artista solitário,
Sai em busca do seu pão,
Das gorjetas, faz salário,
E das chaves, profissão.
Ele já nem mais se importa,
Quando alguém levanta o vidro
Do carro, trancando a porta,
Trancando-o por bandido.

Se eu pudesse definir a obra em uma palavra seria: desabafo. O autor usa poesias para fazer críticas construtivas e mostrar que muitos não valorizam a escrita brasileira, em especial, a poesia. É uma maneira de despertar aquele que está dormindo e de abrir os olhos daquele que não consegue enxergar muitas realidades.

Nesta obra, o poeta invoca as melhores tradições da arte poética, a qual é ardorosamente devotado. Seu veneno, ao contrário, é antídoto tentando neutralizar funestos modismos, com a finalidade de reintroduzir, no corpo dessa arte, a livre utilização de técnicas tão surpreendentemente suprimidas ou ignoradas por poetas contemporâneos.

Maquiagem caprichada
E com roupa de palhaço,
Sua face esbranquiçada
Cobre o medo do fracasso.
Ele sonhava que o circo
Era o lugar verdadeiro,
Mas fez do mundo um abrigo
E da rua, picadeiro.

Ao ler cada poesia, podemos refletir e captar o que Andreo quer nos passar. E, mais do que isso, ele consegue colocar o leitor no lugar dele e sentimos a aflição e até mesmo a desigualdade que um poeta passa.

O trabalho estético do livro foi muito bem feito. A capa é linda, a diagramação é bem feita e com uma letra confortável. A revisão dessa vez está impecável e só tenho a elogiar a obra em todos os sentidos. Indicação garantida, seja para você que gosta de poesia ou não, vale a pena conhecer o que Andreo tem a dizer a esse respeito.

Correndo, passa o chapéu,
Nem todos doam no fim,
Mas sabe do seu papel
E agradece mesmo assim.

site: http://revelandosentimentos.blogspot.com.br/2016/06/resenha-muito-veneno-e-um-pouco-de.html
Eduarda Rozemberg 06/10/2016minha estante
Acho que a questão de poesias é essa mesmo, desabafar de alguma forma, de um jeito mais artístico. Eu sempre fico confusa com o que os autores querem dizer, isso porque é algo intimo demais.


Lana Wesley 09/01/2017minha estante
Não sou experiente em livros de poesia, leio um aqui outro ali, mas as minhas preferidas são essas que retrata nosso cotidiano de maneira critica, ou um simples desabafo, seja ele por N motivos, ou por questões pessoas. Pelas citadas acima da para notar que são de fácil compreensão, o que faz com que a leitura seja envolvente.


Marta 15/01/2017minha estante
Raramento leio livros de poesia mas esse livro é simplesmente maravilhoso!!
Beijoss


Roberta 18/01/2017minha estante
O que mais gosto em ler poesias e a oportunidade que você tem de refletir sobre o assunto, de não ficar apenas nas entrelinhas e ir além. Realmente acha um público para poesias é bem difícil mas aqueles que gostam amam de paixão.


Angela Cunha 21/05/2020minha estante
Eu amo poesia, ainda mais quando se tem essa dose generosa de lirismo! Que coisa mais linda fazer essa viagem ao passado.
Claro que já quero esse livro pra ontem!!!
Beijo




Três Leitoras 15/02/2016

Resenha completa no blog - CONFIRA
Devido a sua inquietação sobre a redução de leitores de poesia e também com a forma como a poesia é feita hoje, que Leandro Andreo decidiu escrever seu mais novo livro. Um livro de desabafo, com muito veneno em suas poesias, mas também com o lirismo que vimos em Ivvi.

Acredito que o poeta conseguiu alcançar o objetivo desejado com o seu desabafo, me vi refletindo sobre o assunto... O mais bacana é que apesar de pequenos desabafos são poemas leves, de fácil compreensão, mas de muita reflexão.




É moderna a poesia que, sem forma,
Com versos dissonantes se conforma
E resulta emaranhado indigesto?
Com as rimas que eu uso, interpoladas,
A métrica das frases respeitada
E em forma de Soneto, eu protesto!


Mas não só o tema poesia é abordado, ele nos traz o papel de outros artistas para a nossa vida e que por muitas vezes não damos o seu valor merecido. Cruzamos com tantos artistas no nosso dia a dia e independente da "recompensa" recebida, eles entendem perfeitamente o papel ao qual se propõe, que é o de propagar a arte por cada canto que passar.




Maquiagem caprichada
E com roupa de palhaço,
Sua face esbranquiçada
Cobre o medo do fracasso.
Ele sonhava que o circo
Era o lugar verdadeiro,
Mas fez do mundo um abrigo
E da rua, picadeiro.

Eu sou amante de poesias e não deixo de concordar com o autor quando ele afirma que a Poesia Moderna fez com que a poesia perdesse muito da sua beleza, profundidade e objetivo... Admiro o jogo de rimas perfeito que o Leandro produz, como ele consegue ser simples e profundo em seus textos.

site: http://www.tresleitoras.com.br/2016/01/resenha-muito-veneno-e-um-pouco-de.html
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ThaisTuresso 22/02/2016

Muito veneno!
Minha Opinião:

Conheço o estilo do autor Leandro Andreo, porque tive a oportunidade de fazer a leitura crítica de suas obras, mas confesso que quando tenho a oportunidade de reler no formato impresso, a leitura torna-se uma nova surpresa para mim. Foi assim com Ivvi, e não foi diferente com Muito veneno e um pouco de lirismo.


Nesta obra, o autor utiliza sutilmente em seus versos de muito veneno, não literalmente é claro, para criticar a poesia moderna que nada exige do poeta, sem métrica, sem rima, a poesia perde a maior parte do seu encanto.

"Nesse texto emaranhado,
Pelas vírgulas tomado
Que abusa do travessão
Não existe alinhamento
Que resolva o sofrimento
De um poema sem refrão.

Ainda há tempo! Há tempo
De salvarmos os tercetos
Da temível extinção.

E cuidemos que os quartetos
Prefaciem os sonetos,
Fulgurando satisfeitos
Pela versificação."

Com maestria, desenvoltura e uma crítica feroz, este livro devora a poesia moderna, o autor sem delongas questiona "Por que não fazem poema como antes?", com redondilhas, maiores e menores, tercetos, quartetos, quintetos, sextetos. A poesia que encanta e que envolve, está em extinção. Versos sem rimas, não existe mais padrão, e essa poesia modernista incomoda, perturba e leva embora o legado dos poetas, outrora conhecidos como amantes, por versificar palavras de amor. Ainda em versos, o autor que das palavras faz rima, métrica e envolvendo o leitor diz:

"O belo poema, acredito,
É o qual estrofes contém
E metro nos versos também,
Sem abdicar de ser bonito
E dar seu recado, porém.

A poesia não é lugar
Dos estúpidos sem talento
Que fingem nela protestar.
A poesia vem pra encantar
Os corações em desalento.

Mas o poeta de hoje em dia,
Com este seu verso indigesto,
Cuja transgressão pretendia
Está denegrindo a poesia
Que abrigo neste manifesto."


Além dos versos que destilam veneno na poesia moderna, o autor eleva aos olhos do leitor com poemas adoráveis, encantadores, que emocionam, acalentam e chega ao coração endurecido. Um dos poemas que mais gostei, foi A Raposa do Príncipe 2, um dos versos dizia:

"Não te culpes por seres adorável.
Pessoas se cativam tempo todo,
Cativar, porém, pode ser engodo
Para tornar-te eterna responsável."


A poesia é uma arte, as palavras são poderosas e tem a função de emocionar, fazer com que venhamos a refletir sobre aquilo que lemos, além de poder contemplar e usufruir desta arte durante a leitura deste livro, os leitores poderão entender a revolta do autor com a poesia moderna, que não exige técnicas, que foram suprimidas pelos poetas da atualidade.

Tive o prazer de ler o livro do autor enquanto era ainda um esboço. Como sempre, talentoso e poeta veraz, transformou mais versos em hinos de amor, de beleza ímpar.

Recomendo a leitura a todos os públicos, principalmente aos amantes da poesia pura e sublime. Legado de Camões.

site: http://www.viajenaleitura.com.br/2016/02/resenha-muito-veneno-e-um-pouco-de.html
Tulio.bandeira 10/07/2023minha estante
Que resenha sensacional! Grato!




Maria 10/03/2018

Resenha: Muito Veneno e um Pouco de Lirismo
Bom hoje trago para vocês a resenha do livro; muito Veneno e um pouco de Lirismo, do nosso parceiro Leandro Andreo. O livro é recheado de poesias raras e bastante ''especiais'' nela podemos encontrar poemas ''diferentes'' dos outros, bom.. eu literalmente não lia muitos livros relacionados a poesias, por não ser um gênero que me chama muita atenção.

O assunto principal do livro é sobre a poesia clássica e não a moderna, e isto despertou o meu interesse. Em suas poesias o autor invoca as melhores tradições da arte poética, e com autoridade faz algumas '' criticas ''.

com uma leitura que durou um dia, e com poesias de fácil entendimento posso dizer que mesmo não sendo um dos meus melhores gêneros, eu gostei do livro e recomendo para os amantes da poesia clássica brasileira.

Queria utilizar esse espaço para falar da Editora, que foi o meu segundo livro lido deles..., primeiramente notei uma ótima qualidade dos livros com um bom material, folhas amarelas (blá blá blá) enfim parabéns a Editora Kazuá!

site: Blog Febre de Livro: http://febredelivro.blogspot.com.br/
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