Renan Penny 12/12/2015Corra pra ler "Um Novo Amanhã". A melhor coisa no livro de Saulo Ferreira é a condução. Em nenhum momento a história perde a fluidez, e isto, no contexto da literatura atual, é uma notável qualidade.
O cenário parece ter saído de um episódio de The Walking Dead, aquele seriado sobre barbárie e sobrevivência em condições extremas, que alguns ainda confundem se tratar de um seriado sobre zumbis.
O livro encarna esta realidade apocalíptica e é impossível não realizar a conexão durante a leitura.
Um personagem principal, a princípio, sem nome. Não sabe quem é, nem de onde veio.
As primeiras ideias que me vieram foram o parentesco literário com o Jason Bourne da série de espionagem de Robert Ludlum e o detetive sem nome de Dashiell Hammett, em suas coletâneas de contos.
Personagens sobre o qual nada se sabe, sem passado ou futuro, carregam em si um charme especial e conseguem sustentar uma narrativa. Se o autor amarrar um contexto motivador ao suspense, o interesse da história estará garantido.
Com habilidade, Saulo se mantém nesta linha mestra e cativa o leitor, que quer descobrir o nome, a origem e o destino do personagem que o atrai.
O livro se mantém com ação constante. Não há frases, linhas ou páginas pendentes. Tudo na história tem um encaixe. Como diz a máxima de Tchekhov, se uma arma aparecer numa história, ela precisa ser disparada.
Saulo não mantém nenhuma arma sem disparar e, conforme vai revelando as informações que o leitor espera sobre seu personagem principal, tempera a narrativa com doses de amizade, amor, conflito, traição e redenção.
Recomendo efusivamente a leitura de “Um Novo Amanhã”, de Saulo Ferreira. Você não vai se arrepender.