Jordana Martins(Jô) 10/03/2016Pela noite Eterna - Trilogia Never Sky #2A Rocco com o selo Jovens Leitores lançou recentemente a continuação da trilogia Never Sky. O primeiro foi Sob o Céu do Nunca, onde demos entrada a mais um universo distópico com personagens fascinantes, cheios de peculiaridade tentando viver num mundo parcialmente destruído pelas tempestades de Éter. A continuação intitulada Pela Noite Eterna começa justamente onde acaba o primeiro, portanto ler o primeiro antes do segundo é essencial.
No primeiro livro conhecemos os dois “mundos” ou núcleos como eu prefiro chamar. Já no segundo as cúpulas são tratadas em segunda mão. Sempre são mencionadas, mas com pouca ênfase, já que os personagens principais se encontram fora dela. Ária oficialmente ex-ocupante e agora uma semi-forasteira ainda lida com a descoberta do seu dom e também com a tragédia que ocorreu na cúpula que sua mãe se encontrava. Perry (Peregrine) também vem lidando com a nova responsabilidade de comandar uma comunidade, Roar aparentemente sempre feliz está sempre pensando num jeito de ajudar os outros, Cinder era uma incógnita no primeiro livro tem aos poucos o passado revelado e SDL (Síndrome de Degeneração Límbica) que atinge parte dos ocupantes ainda é um grande problema a ser resolvido para a sobrevivência fora das cúpulas.
“- Venha comigo, Ária. Fique comigo.
– Eu quero. – disse. – Mas agora não somos só nós dois. – Perry tinha sua responsabilidade com os Marés, e ela tinha suas próprias pressões. O Cônsul Hess, Diretor de Segurança de Quimera,tinha Ameaçado Talon, o sobrinho de Perry, se Ária não lhe trouxesse a localização do Azul Sereno. Essa era a razão; uma das razões para que estivesse de volta ao lado de fora.”
Durante a trama temos dois núcleos, pois a história é dividida entre capítulos narrados pelo ponto de vista de Ária e outros com o de Perry, mas não é narrado em primeira pessoa. O que torna o livro bem dinâmico. Nesta continuidade vemos como Perry vem enfrentando as adversidades causadas pelo Éter. Além disso, ele também leva Ária para a sua comunidade e ela não é bem aceita (o que era de se esperar), por tecnicamente ser uma ocupante. Para que a convivência seja um pouco menos desagradável Perry e Ária escondem o romance entre os dois e agem como meros aliados. O que não dura muito quando Ária é envenenada durante o rito de marcação (rito em que fazem tatuagens para identificar o dom de cada um).
“As Marcas levariam horas, e ele não queria rodeios. Ser pintada não era terrível,mas ele sabia que qualquer desconforto que ela sentisse,doeria nele.”
As tempestades de Éter estão cada vez mais agressivas, destruindo tudo o que encontra pela frente. As cúpulas estão sendo destruídas e encontrar o Azul sereno (lugar onde supostamente o éter não existe) torna-se a missão de todos os povos, estejam eles dentro ou fora das cúpulas. Hess o cônsul dos Ocupantes fez uma “aliança” com Ária para que ela encontrasse este lugar, para que os Ocupantes pudessem viver, e assim ela conseguiria Talon (sobrinho de Perry) de volta.
“- Quimera está desmoronando, Ária – estrilou ele. – Todos nós iremos para fora cedo ou tarde.”
Ária tem que aguentar insultos vindos dos habitantes da comunidade de Perry (na qual ele é Soberano de Sangue) e também lidar com o lema de saber a que lugar ela pertence. Também conhecemos personagens novos e também somos apresentados a Liv, irmã de Perry e o grande amor de Roar. Ela é muito mencionada no primeiro livro, mas somente no segundo é que ela realmente aparece. Muitos desafios terão que ser enfrentados por todos os personagens, cada um possui os seus medos e precisam de suas conquistas. O cerco está sendo fechado pelo Éter, a vida está cada vez mais complicada, o mundo que conhecemos não existe e o que agora existe também está prestes a ser destruído de vez.
“Uma Ocupante. Uma garota que morava numa cidade encapsulada. Uma Tatu vagabunda, conforme Wylan tinha murmurado baixinho.”
Quando volto a este universo repleto de Éter sempre fico com um desejo de possuir algum dom, ser uma Audi, uma Olfativa ou ter a Visão. Os personagens com sentimentos tão próximos aos nossos, mesmo num universo destruído, com problemas tão distintos que ao mesmo tempo abrangem todos os sobreviventes deste novo mundo. Viver, ou melhor, sobreviver num mudo escasso de alimento e confiança é quase impossível. Esse é o universo que Veronica Rossi criou para nos aventurarmos, cheio de alianças improváveis e cercados de mistérios e inimigos por todos os lados.
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