A arte do descaso

A arte do descaso Cristina Tardáguila




Resenhas - A Arte Do Descaso


45 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


zoreio 24/03/2016

Simplesmente cativante!
Quando ouvi a entrevista da autora em uma rádio fiquei encantado com a empolgação ao contar a história de seu livro, mesmo sendo ele um relato de um episódio tão triste para o país. Morei 7 anos em Ouro Preto e volta e meia ouvia relatos sobre roubos de artes sacras em meu estado de origem. Isso sem nunca associar tais crimes a práticas ainda mais deletérias, o que despertou ainda mais meu interesse neste trabalho.

O livro " A arte do descaso" me surpreendeu pois transmite em seu texto direto e simples a mesma energia com a qual a autora apresentou a sua obra na entrevista que ouvi. Conseguiu dar um tom amigável e de fácil compreensão a um tema que é alheio a grande maioria dos brasileiros. Consegue ser detalhista, sem ser enfadonho. E no final causa a uma forte inquietação no leitor, da mesma maneira que a arte sempre deve se propor. Arte esta que nos foi privada, quando grandes obras foram furtadas do convívio de todos.
comentários(0)comente



Raffafust 04/04/2016

Parece incrível que um roubo nessa dimensão não seja falado. Ah, sim há 10 anos atrás ele saiu no Jornal Nacional, e certamente algumas pessoas se preocuparam, mas não muitas, a ponto da investigação ser um verdadeiro fiasco e até hoje não terem recuperado nenhuma das obras ou prendido nenhum os ladrões.
Certamente foi esse espanto de todos nós que começamos a ler o livro que a jornalista Cristina Tardáguila teve ao ver que o crime de arte no Brasil é pouco elucidado. Os ladrões nunca são presos, e isso inclui por exemplo artes sacras, que não são o caso dos roubos na Chácara do Céu - onde as peças foram levadas - mas que também só parece deixar marcas nas pessoas que amam e se interessam por arte. Pela nossa polícia parece um crime sem qualquer razão para se correr atrás dos suspeitos.
Com uma série de erros, a autora nos descreve muito bem o como os ladrões tiveram grande facilidade em entrar no local, render as poucas pessoas que lá haviam e levarem em plena luz do dia os quadros que incluíam obras de Matisse, Monet, Salvador Dalí e Picasso. Incrível, não é mesmo? A Chácara fica em um local de difícil acesso, e em época de Carnaval o bloco das Carmelitas fecha a rua, impossibilitando a chegada de carros, o que só aí já dificultaria o trabalho da polícia ( e aqui abro um parêntese, são coisas assim que me fazem ter mais raiva desses blocos de rua que privam o direito de ir e vir da sociedade que não gosta deles, o direito dos foliões não pode atrapalhar a vida de quem não os curte) .
Impressiona em várias páginas ver que os bandidos nem sequer foram reconhecidos, o retrato falado nunca foi feito com os turistas que ali estavam no dia. Os seguranças pouco foram interrogados e boa parte deles não demonstrou muito interesse em ajudar a relembrar o caso quando a autora quis entrevista-los. A curadora do Museu, que estava à frente da casa há muitos anos, Vera de Alencar, chegou a ser apontada como suspeita porque nem sequer apareceu no Museu no dia, indo para uma festa com uma amiga, mas em seu depoimento talvez tenha ficado claro que essa foi a forma que ela encontrou para fugir de seus problemas, há os que duvidem de sua capacidade e da forma com que geria o museu, a chácara e as obras foram deixadas para o governo já que o dono não tinha herdeiros, Castro Maya morreu aos 74 anos e era além de um homem de posses, uma pessoa amante das artes. Sua casa era cheia de obras que em vida já dariam uma exposição. Teria morrido novamente se visse seu Picasso destruído como relatou um dos seguranças, de acordo com ele na fuga o menor de idade que fazia parte do grupo de ladrões deixou a obra despencar sobre uma pedra. Só de ler já me dá arrepios.
Um motorista de kombi chegou a ser preso, e realmente parecia fazer parte do roubo, no entanto, a falta de provas e os constantes erros da polícia em elucidar o caso o fizeram ser liberado.
A jornalista levantou uma série de erros na investigação que se mostram absurdos de não serem pensados antes por especialistas.
Parece e é surreal que obras que foram deixadas para apreciação pública tenham sido levadas tão facilmente e seu roubo tenha sido tão mal solucionado. Dez anos depois não sabemos o paradeiro dos quadros e muito menos de quem os levou. O livro é para ser devorado e questionado, que país é esse que não liga para seu acervo? Em outros países como na Argentina a autora dá exemplos de casos parecidos mas com os casos solucionados. Inclusive o roubo em nosso país, em 24 de fevereiro de 2006 foi listado como um dos 10 casos mais importantes de roubos de arte no mundo, o único país da América Latina a fazer parte da lista.
Para nossa tristeza e da autora, não temos muita esperança de que essas obras ainda voltarão para onde devem e seus ladrões estejam onde merecem: na cadeia.
Livro incrível, parabéns a jornalista por fazer voltar à tona algo que não deveria ser esquecido mas sim solucionado.

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2016/03/resenha-arte-do-descaso-intrinseca.html
comentários(0)comente



De Cara Nas Letras 01/05/2016

A arte do descaso
Em A Arte do Descaso, a jornalista mineira Cristina Tardáguila investiga o maior roubo a museu do país. Tudo aconteceu em 2006 durante o feriadão de carnaval. Enquanto os foliões estavam curtindo a festa no bloco das Carmelitas, quatro homens armados invadiram o museu Chácara do Céu, localizado no bairro carioca de Santa Teresa, renderam os seguranças e os cinco visitantes que estavam presentes e conseguiram roubar cinco peças que juntas, na época, chegavam a valer mais 10 milhões de dólares. Entre as obras furtadas estavam um A dança", de Pablo Picasso, "Dois balcões", de Salvador Dalí, "Marine", de Claude Monet, e "Jardim de Luxemburgo", de Matisse, além do livro "Toros", de Picasso

Em sua investigação, a jornalista percebeu várias dificuldades para realizar a pesquisa justamente porque tinha se passado alguns anos quando ela começou a coletar dados para a construção de sua obra. Ela viajou a países estrangeiros, teve palestras com grande nomes que investigam roubos e entrevistas com pessoas que estavam no museu no dia do crime. A principio o que encontrou foram poucas informações e uma grande falta de desempenho das autoridades para solucionar o crime que até então estava esquecido e sem solução alguma.

A narrativa é em primeira pessoa e apesar do livro se focar no roubo à Chácara do Céu, em alguns momentos, Cristina Tardáguila foge um pouco disso e fala de inúmeros casos mundiais de roubos de artes para exemplificar casos solucionados e tentar achar uma ligação com o que acontece aqui no Brasil com um ritmo de tirar o folego em alguns momentos e que pode agradar ao fãs de Dan Brown.

Para quem curte ates, o livro é um prato cheio de informações sobre obras famosas, o mercado negro de artes e peculiares curiosidades sobre esse mundo tão desconhecido. Mas além de tudo, o livro se manifesta e ressalta que não devemos deixar esse caso ser arquivado, ele precisa virar ação judicial até 2026 sob pena de deixar de ser considerado roubo. Ainda, infelizmente, há um certo tratamento inferior para esse tipo de crime pois as obras não são vistas como importantes ou parte de crimes.

A edição da Intrínseca está impecável. Folhas amareladas e uma fonte de bom tamanho e não foram encontrados erros de revisão. A edição ainda conta com ilustrações, incluindo algumas da Chácara e outras das obras furtadas.

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2016/04/resenha-154-arte-do-descaso-cristina.html
comentários(0)comente



Ray Cunha 30/11/2016

Acham possível um roubo de mais do 10 milhões de dólares acontecer nas ruas do Rio de Janeiro, em pleno carnaval, e ninguém ver nada? Parece difícil mas foi quase isso que aconteceu em 2006 quando quatro homens invadiram o Museu da Chácara do Céu em Santa Teresa em uma sexta-feira enquanto o bloco passava na rua.
Em um dos maiores roubos de arte do mundo, o oitavo para ser mais específica, e o maior do país, poucos minutos depois de entrarem e fazerem nove reféns, os bandidos sairam pela mata e nunca mais foram vistos. Suspeitos? Ah, isso tiveram vários. Provas? Praticamente nenhuma.
A arte do descaso, uma leitura bem jornalistica, nos revela detalhes do acontecido. Eu confesso que nem me lembrava mais desse caso, o tempo passou, nada mais foi dito e simplesmente deletei da mente.. Até a apresentação do livro em um evento da Editora que aconteceu na cidade. Na hora fiquei louca para ler e descobrir mais dos motivos do processo simplesmente não andar, sendo que envolvia tanto dinheiro. Apesar disso, era só mais um crime atrasado e cheio de falhas na investigação.
A jornalista, revoltada com o descaso, resolveu fazer suas próprias pesquisas e o caminho indicado por ela é muito interessante. Nesse livro conheci mais sobre o Museu, sobre arte, sobre crimes desse tipo no mundo todo e sobre as tantas falhas do judiciário. Chega a ser revoltante.
Recomendo muito a leitura, conhecimento é o que move o mundo e o homem e sem dúvida foi isso que encontrei nessas páginas.

site: https://www.instagram.com/p/BLfAHU1j-bm/
comentários(0)comente



Ruan.Mendonca 14/08/2017

Ótima Crítica
Aprendi muito sobre o mundo do roubo de arte e infelizmente me fez ver que o Brasil está muito atrás dos outros países em questão de arte. O livro faz uma ótima crítica ao sistema brasileiro.
Única parte que fiquei desapontado foi que pensava eu, que, a jornalista teria encontrado os quadros.
comentários(0)comente



Gabi 17/09/2019

Excelente, triste realidade e relato. Como Br não valoriza arte e cultura.
Me deparei com a história deste livro por acaso. Como acabei de voltar do Rio e, novamente, fui a Santa Teresa e estive no Parque das Ruínas, ao lado do museu Chácara do Céu, me interessei de imediato pela leitura do maior roubo de arte da história do Br. Devorei o livro no mesmo dia tamanha a facilidade de leitura que ele proporciona. Capítulos curtos, fáceis de ler, uma leitura ágil sobre o submundo do roubo de arte não só do Br mas do mundo, os supostos personagens por trás disso e os tipos de ladrões que existem, tudo detalhado.
Realmente, a pior sensação que tive foi ver como a justiça no Br é morosa, como a Polícia é mal treinada, nem sequer entende certos termos e tipos de obras, a magnitude de um roubo de tamanha proporção e como esse mercado atende até a terrorismo, máfias e narcotraficantes, além dos colecionadores particulares e seus egocentrismos. O que a autora nos revela é um total descaso até hoje com a Cultura mundial, como sabemos ocorrer nos casos de museus incendiados como aconteceu no próprio Rio de Janeiro recentemente. Lamentável, vergonhoso e preocupante. Ótima leitura e pesquisa. Recomendo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Paulo Silas 17/12/2019

Uma excelente obra de jornalismo investigativo que prende a atenção do leitor do início ao fim. Com o objetivo de auxiliar na solução do mistério de um roubo de obras de arte que aconteceu no Rio de Janeiro em 2006, a autora percorreu os meios e os entremeios da investigação sobre o episódio. Na verdade, a pretensão da autora era maior, pois quando se lançou na empreitada a ideia era de que isso levasse ao desvendar do caso a partir de sua efetiva contribuição na investigação. O resultado foi frustrante - por uma série de fatores -, o que não tornou, nem de longe, o trabalho por ela conduzido sem efeito. As descobertas, por mais que não tenham levado à solução do caso, foram significativas, além de que um alerta ou uma mensagem ao final foi possível estabelecer diante de tudo o que foi levantado e consta relatado na obra. Isso sem falar na principal consequência de tudo isso: a obra em si, que é um trabalho primoroso em vários sentidos.

Em 2006 aconteceu aquele que é considerado o maior roubo de arte na história do Brasil. No Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, um grupo armado rendeu os poucos presentes e subtraíram dali cinco obras: dois Picassos, um Monet, um Matisse e um Dalí. O valor estimado na época dos objetos de arte roubados superavam dez milhões de dólares. Desde então, as obras nunca mais foram vistas ou encontradas. Por mais que uma investigação tenha sido instaurada, nenhum tipo de avanço significativo aconteceu para além de um ou outro tropeço investigativo - sem mencionar os elementos que acabaram ficando de fora da investigação. É a reconstituição dessa história, em todos os seus detalhes - prévios, durante o ato e posteriores - que o livro traz ao leitor, fornecendo um amplo relato sobre os fatos envolvendo essa grande história.

A forma com a qual Cristina Tardáguila narra a história é fantástica. Desde a estruturação dos capítulos, passando pelo estilo de escrita até o suspense criado que leva ao desfecho da história são elementos presentes que agradam o leitor. Não há como não gostar do livro, pois a escrita da autora flui de modo louvável. A trama toda sobre o roubo é contada, o que inclui todos os passos da própria autora que foram trilhados quando passou a investigar o caso. Entrevistas, diálogos, pesquisas e descobertas feitas por Cristina são confidenciadas ao leitor de modo bastante agradável e cativante. O livro é ótimo em vários sentidos, portanto. Além de tudo isso, vale registrar a conclusão da autora ao pontuar que já que o livro não pode ser um "thriller policial sobre a recuperação de cinco pinturas roubadas de um museu carioca em pleno carnaval", que seja lido então como um manifesto - no sentido de alertar sobre a importância de as instituições darem a devida importância ao cenário (como tum todo) da arte no Brasil. Fica o convite para a leitura da obra, portanto. Certamente o livro agradará qualquer leitor.


comentários(0)comente



Jessica 26/02/2020

Excelente
Um relato fluido e muito bem escrito sobre o maior roubo de obras de arte do Brasil. Leitura muito fácil e cativante!
comentários(0)comente



Caroles2 29/03/2020

Triste realidade brasileira...
Um ótimo livro do jornalismo investigativo.

Gostei bastante de como a autora abordou esse crime gravíssimo contra a cultura brasileira, e como a mesma desenvolveu o livro, seja buscando relatos das vítimas, contatado a polícia ou até buscando auxílio de pessoas experientes nesse tipo de crime. Acredito que consegui captar o sentido final do livro, tristeza, por esse fato ainda ser considerado um grande mistério.
comentários(0)comente



Max 15/05/2020

Uma crítica escancarada sobre o descaso no Brasil
Confesso que comecei a ler o livro sem muito entusiasmo. Não conhecia os fatos que a autora relatava, o que, por si só, já demonstra o descaso no Brasil.
O livro constitui-se num manifesto contra a tamanha displicência do Brasil em relação à valorização da cultura e da arte. Há falhas na segurança pública e na justiça, que, à trôpegos passos, acaba se revelando inútil.
Esse livro é um grito de socorro desesperado e angustiante e que deveria ser lido por todo brasileiro, de modo a refletir o que realmente valoriza-se no Brasil.
comentários(0)comente



Daniel432 06/06/2020

O Descaso com Tudo
A história relatada é de um "famoso" roubo de arte (não lembro dele!!) ao Museu da Chácara do Céu, em Santa Teresa, bairro do Rio de Janeiro, que a autora tentou desvendar o mistério que ainda hoje reina sobre os autores e o destino das peças roubadas.

Não é romance, mas parece!! Não é policial, mas parece!! É um livro de história, mas não parece!!

Não são muitos os livros que ganham, de mim, cinco estrelas aqui no Skoob e esse fez por merecer!!

A autora mesclou a típica narrativa dos livros de história com diálogos comumente usados em romances e policiais, tornando a leitura agradável e fácil. Li 183 páginas em dois dias.

Não vou entrar aqui na discussão (política??) de que no Brasil o descaso não é somente com a arte, onde vimos recentemente a perda total de um museu, o Museu Nacional também no Rio de Janeiro literalmente virou cinzas. É também com a educação, com a saúde, com a ciência, com o saneamento básico, com o transporte e, nos dias atuais, principalmente com a vida!!

Boa leitura, esse com certeza merece o seu tempo!!!
comentários(0)comente



Gabriela Gonçalves 29/07/2020

Ótima leitura e assunto importante
Livros de não ficção contem comigo para tudo!!! Li esse livro numa sentada só, ele é bem pequenininho e muito interessante tbm. Aqui a gnt fica sabendo sobre o maior roubo de arte do Brasil e o descaso por parte das pessoas que deveriam elucidar o caso. Eu nunca tinha ouvida falar desse roubo, descobri lendo o livro. Gostei do trabalho da jornalista, pois ela se propõe a mostrar como o caso foi tratado com descaso pelo poder público. Queria que o livro tivesse um final feliz, mas até agora nada sobre as obras roubadas ou quem roubou. Acho muito lindo o trabalho de um jornalista investigativo que se propõe a falar com diversas fontes bem interessantes. Fico muito inspirada, apesar de não me ver fazendo isso. Gostei bastante.
comentários(0)comente



45 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR