A arte do descaso

A arte do descaso Cristina Tardáguila




Resenhas - A Arte Do Descaso


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Caroline.Carvalho 08/04/2022

Que este roubo não caia no esquecimento...
No Carnaval de 2006, quatro pinturas e um livro de gravuras foram roubados da Chácara do Céu, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro. É muito descaso e ineficiência relatados num livro de 192 páginas. A autora, que é jornalista, fez sozinha muito mais do que todo o trabalho desenvolvido pela Polícia Federal. O livro é bem escrito e a leitura é fluida. Além disso, é também extremamente revoltante e intrigante acompanhar todo o caso.
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Nathalie.Murcia 26/09/2020

História bem interessante, embora o caso siga sem solução
No dia 24 de fevereiro de 2006, em plena tarde de Carnaval do Rio de Janeiro, quatro homens armados invadiram o Museu da Chácara do Céu, antiga mansão pertencente a Castro Maya, e de lá roubaram quatro quadros famosos (Picasso, Monet, Matisse e Dalí), avaliados em mais de dez milhões de dólares.

O roubo foi catalogado, pelo FBI, entre os dez principais da história da arte e, não obstante essa conjugação de vultoso prejuízo financeiro e artístico, teve pouca projeção no Brasil, e a investigação foi negligenciada, de sorte que ninguém foi identificado ou preso, e tampouco as obras foram recuperadas. Num ápice de desatenção, os autos do inquérito se extraviaram durante as sucessivas prorrogações de prazo.

Apesar de já se terem passado 14 anos e o delito seguir sem solução, o livro é bem escrito e a história é muito interessante, pois a repórter investigativa que o escreveu, motivada pela paixão à arte e descaso das instituições, despertou reflexões e evidenciou fissuras no sistema, denotando falta de cuidado com a preservação do patrimônio cultural, o que não ocorre somente no Brasil. Fora o fato da arte ser considerada, erroneamente, supérflua e elitista, as instituições oficiais não estavam preparadas a contento para lidar com essa espécie de crime, e nem de suas implicações no âmbito da macrocriminalidade e organizações criminosas, que utilizam as obras como moeda de troca na aquisição de drogas, armamentos, diamantes, etc, evidenciando, outrossim, que o roubo de arte não é um crime praticado somente por encomenda de milionários entediados e colecionadores.

"Roubo de arte não é um crime pequeno, entendam isso de uma vez por todas. Estimativas muito conservadoras divulgadas pelo FBI em 2004 indicam que o roubo de arte gira em torno de 6 bilhões de dólares por ano em todo o mundo."

"Em roubo de arte, é considerado fundamental divulgar para todas as possíveis rotas de fuga imagens do material levado pelos criminosos. Mas isso não foi feito."
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Sarah 13/12/2021

Leitura rápida, dinâmica e bem conduzida.
Cristina Tardáguila nos leva à uma investigação não (apenas) sobre um roubo de arte ocorrido no Brasil, mas sobre como as autoridades brasileiras encaram roubos dessa natureza e escancara o desinteresse quanto às investigações em um mercado bilionário.
Foi impossível não comparar esse roubo - até mesmo a maneira como somos guiadas - ao roubo do Isabella Stewart Gardner Museum, em Boston. Ambos acontecimentos em momentos de festas da cidade, ambos certeiros acerca do que levar e igualmente sem solução. As aulas a que Cristina frequentou, com Noah Charney foram esclarecedoras e até um pouco amedrontadoras. O fato de que inúmeras obras são roubadas e somem por décadas, podendo ser estendidas por séculos, e ninguém dá conta delas, as polícias tratam como itens de menor importância e em alguns lugares nem mesmo têm uma polícia treinada e especializada para lidar com esse mercado, que gera bilhões por ano - como Noah afirma, perdendo apenas para o tráfico e às drogas -, beira a burrice mesmo. Pensei em caracterizar como assustador, mas isso é pouco. São bilhões que poderiam estar seguros e podem estar nas mãos de alguém querendo comprar plutônio.
No Brasil, acima de qualquer coisa o que se tem é um desprendimento com a cultura. Como moradora da cidade de Fortaleza (CE), vejo isso todos os dias com o apagamento histórico que ocorre por aqui; o polo cultural é rico, mas o investimento, a publicidade é ínfima. Tanto que só fui compreender quantas coisas perdi todos esses anos quando iniciei meu curso em Artes Visuais. Então é claro que se uma obra ou 5 sumirem, a comoção é na hora e depois... silêncio. Com esse governo então, é fazer mímica pra cego.

Fico tão triste quanto a autora, por nada ter sido resolvido, por nenhuma peça ter sido encontrada. E caminhos aí para 2026, mais próximo do que longe, infelizmente. A denúncia ao mesmo foi feita.
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Juliana 09/12/2020

A isenção dos brasileiros perante a história da arte
Castro Maya nasceu em 1984 em Paris e foi um dos milionários mais conhecidos do Rio de Janeiro durante a década de 1920. Filho do diplomata maranhense Raymundo de Castro Maya e da mineira Theodozia Ottoni, passou os primeiros anos de sua vida na França e se mudou para o Rio em 1905.

Em 1911 se formou em direito, mas ganhou a vida como empresário vendendo tecidos e óleos que suas empresas fabricavam para uso doméstico e industrial. Maya residia na Chácara do Céu, onde colecionava milhares de obras de artes, azulejos, mobílias, pratarias e livros.

Em 1948 fundou a Sociedade dos Amigos da Gravura para popularizar a arte e, em 1493, criou a Sociedade dos Cem Bibliófilos Brasileiros para publicar obras-primas de autores brasileiros ou livros sobre o Brasil.

Foi Castro Maya que colocou os primeiros 100 mil cruzeiros no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) e também quem programou as primeiras exposições da instituição. Diante disso, é evidente o importante papel que o mecenas desempenhou na história da arte do Brasil.

A Chácara do Céu se tornou Museu em 1964 e o foi cenário do maior assalto a museu do Brasil. Em 2006, durante o desfile do bloco das Carmelitas, um grupo de assaltantes ingressou na Chácara do Céu e roubou cinco obras: um Dalí, um Matisse, um Monet e dois Picassos, com o valor total estimado em mais de 10 milhões de dólares na época. Mais de quatorze anos se passaram e, até o momento da publicação dessa resenha, as obras ainda não foram encontradas.

Em "A arte do descaso", a jornalista Cristina Tardáguila realizou um estudo minucioso acerca do crime ocorrido no Museu da Chácara do Céu. Investiu anos de sua carreira em pesquisas, chegando até mesmo a viajar para o exterior para conversar sobre o ocorrido com os maiores especialistas do assunto.

A obra aborda a ineficácia da segurança do Museu, o descaso com a arte no Brasil, o desinteresse das autoridades em solucionar o caso e também critica a posição dos brasileiros frente à arte no país. Com uma linguagem acessível e uma narrativa fluída, a autora transporta o leitor ao cenário de um dos maiores roubos de museu do mundo (segundo o FBI) e levanta importantes reflexões sobre a história da arte no Brasil e sobre a postura (ou a falta dela) que mantemos diante de referidas situações.

Essa leitura foi uma bela surpresa, comprei o livro despretensiosamente em uma promoção na Amazon, pois a sinopse me chamou a atenção. O fato de eu nunca sequer ter ouvido falar nesse roubo antes da leitura do livro demonstra quão certa Tardáguila está acerca da isenção e falta de interesse pela arte no Brasil.

Eu não imaginava que gostaria tanto da narrativa da autora, tampouco pensei que pudessem caber tantas informações em tão poucas páginas. Foi uma das melhores leituras que realizei esse ano e com certeza recomendo a obra!


site: http://www.entresinopses.com/2020/12/resenha-arte-do-descaso-cristina.html
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Brasil Vermelho 03/02/2022

Nota 10
Leitura muito boa. Não dá vontade de parar de ler.
É o que já sabemos de como funciona as coisas no Brasil, principalmente a justiça. Por isso chega a dar, até mesmo, raiva pelos acontecimentos narrados no livro.

Livro está o tempo todo contando fatos, o que é muito bom
Recomendo muito
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Weudaiane 18/10/2021

O que me chamou a atenção pra esse livro foi um podcast que ouvi do Café com Crime, no livro é muito mais detalhado, são várias as informações e acredite, vocês ficariam indignados tanto quanto eu ao ver tanto descaso no Brasil pra esse tipo de crime.
Recomendo muito.
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Lucy 03/10/2020

Boa surpresa!
De início, achei que a história não renderia tanto, mas a jornalista vai trazendo elementos e contextualizando a história do roubo no RJ até criar um enredo bastante interessante, com uma escrita super fluida e descomplicada em um livro rapidinho de ler. Impossível não se indignar com o desinteresse geral por este caso, um dos maiores roubos de obras de arte do mundo. Recomendo!
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Ma Andreotta 26/02/2023

Mistério, roubo e arte.
Achei esse livro aqui pelo Skoob e automaticamente fiquei interessada, já que falava de um caso de roubo de arte que realmente aconteceu e que não possui respostas até hoje.
Devorei ele, achando incrível como um crime tão mal planejado deu tão certo e pensando sobre como houveram diversas falhas que simplesmente passaram ignoradas pelas forças policiais.
É um livro para quem real tem interesse em mistérios, roubos e arte. No final, você acaba se questionando sobre as faltas de respostas que pairam pelo ar até hoje e fica incrédulo com tamanho absurdo que foi o descaso com esse caso.
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Raffafust 04/04/2016

Parece incrível que um roubo nessa dimensão não seja falado. Ah, sim há 10 anos atrás ele saiu no Jornal Nacional, e certamente algumas pessoas se preocuparam, mas não muitas, a ponto da investigação ser um verdadeiro fiasco e até hoje não terem recuperado nenhuma das obras ou prendido nenhum os ladrões.
Certamente foi esse espanto de todos nós que começamos a ler o livro que a jornalista Cristina Tardáguila teve ao ver que o crime de arte no Brasil é pouco elucidado. Os ladrões nunca são presos, e isso inclui por exemplo artes sacras, que não são o caso dos roubos na Chácara do Céu - onde as peças foram levadas - mas que também só parece deixar marcas nas pessoas que amam e se interessam por arte. Pela nossa polícia parece um crime sem qualquer razão para se correr atrás dos suspeitos.
Com uma série de erros, a autora nos descreve muito bem o como os ladrões tiveram grande facilidade em entrar no local, render as poucas pessoas que lá haviam e levarem em plena luz do dia os quadros que incluíam obras de Matisse, Monet, Salvador Dalí e Picasso. Incrível, não é mesmo? A Chácara fica em um local de difícil acesso, e em época de Carnaval o bloco das Carmelitas fecha a rua, impossibilitando a chegada de carros, o que só aí já dificultaria o trabalho da polícia ( e aqui abro um parêntese, são coisas assim que me fazem ter mais raiva desses blocos de rua que privam o direito de ir e vir da sociedade que não gosta deles, o direito dos foliões não pode atrapalhar a vida de quem não os curte) .
Impressiona em várias páginas ver que os bandidos nem sequer foram reconhecidos, o retrato falado nunca foi feito com os turistas que ali estavam no dia. Os seguranças pouco foram interrogados e boa parte deles não demonstrou muito interesse em ajudar a relembrar o caso quando a autora quis entrevista-los. A curadora do Museu, que estava à frente da casa há muitos anos, Vera de Alencar, chegou a ser apontada como suspeita porque nem sequer apareceu no Museu no dia, indo para uma festa com uma amiga, mas em seu depoimento talvez tenha ficado claro que essa foi a forma que ela encontrou para fugir de seus problemas, há os que duvidem de sua capacidade e da forma com que geria o museu, a chácara e as obras foram deixadas para o governo já que o dono não tinha herdeiros, Castro Maya morreu aos 74 anos e era além de um homem de posses, uma pessoa amante das artes. Sua casa era cheia de obras que em vida já dariam uma exposição. Teria morrido novamente se visse seu Picasso destruído como relatou um dos seguranças, de acordo com ele na fuga o menor de idade que fazia parte do grupo de ladrões deixou a obra despencar sobre uma pedra. Só de ler já me dá arrepios.
Um motorista de kombi chegou a ser preso, e realmente parecia fazer parte do roubo, no entanto, a falta de provas e os constantes erros da polícia em elucidar o caso o fizeram ser liberado.
A jornalista levantou uma série de erros na investigação que se mostram absurdos de não serem pensados antes por especialistas.
Parece e é surreal que obras que foram deixadas para apreciação pública tenham sido levadas tão facilmente e seu roubo tenha sido tão mal solucionado. Dez anos depois não sabemos o paradeiro dos quadros e muito menos de quem os levou. O livro é para ser devorado e questionado, que país é esse que não liga para seu acervo? Em outros países como na Argentina a autora dá exemplos de casos parecidos mas com os casos solucionados. Inclusive o roubo em nosso país, em 24 de fevereiro de 2006 foi listado como um dos 10 casos mais importantes de roubos de arte no mundo, o único país da América Latina a fazer parte da lista.
Para nossa tristeza e da autora, não temos muita esperança de que essas obras ainda voltarão para onde devem e seus ladrões estejam onde merecem: na cadeia.
Livro incrível, parabéns a jornalista por fazer voltar à tona algo que não deveria ser esquecido mas sim solucionado.

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2016/03/resenha-arte-do-descaso-intrinseca.html
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moacircaetano 10/10/2022

Interessante reportagem sobre o maior roubo de arte da história do Brasil, e que ninguém nem ao menos conhece.
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Jessica 26/02/2020

Excelente
Um relato fluido e muito bem escrito sobre o maior roubo de obras de arte do Brasil. Leitura muito fácil e cativante!
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Carla 30/06/2021

Que tristeza!
Este livro foi uma surpresa pelo meu desconhecimento do fato... visitei este museu em 2012-13 e não ouvi comentário nenhum desta situação. Tudo bem... no local talvez não fosse algo a ser falado, mas imaginar que é considerado pelo FBI o oitavo maior roubo de arte no mundo e no Brasil ninguém comentar é desesperador. Não sei se sofro por amar arte, mas acho algo impactante para um país. E tudo isso tem reflexo para a displicência em assuntos os mais diversos possíveis. Recomendo a leitura!! Um livro fluido e muito rico em conteúdo!
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JL Marcal 01/10/2022

O retrato nu e cru do descaso com a arte que há no Brasil
O livro é curto, mas expõe objetivamente a realidade do Brasil: a arte é algo menosprezado aqui. A autora conta sua trajetória ao longo dos anos tentando desvendar o paradeiro de cinco obras roubadas em 2006 durante o carnaval. Achei sensacional. Recomendo demais!!
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