Uma história de solidão

Uma história de solidão John Boyne




Resenhas - Uma História de Solidão


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César 29/01/2023

A vida é fácil de narrar, mas atordoante de se praticar.
O livro tem como personagem central Odran Yates, e suas memórias. Vindo de uma família bastante desestruturada, após uma reviravolta trágica sua mãe decide que ele deverá seguir o caminho do sacerdócio, destino que Odran acata sem resistência. É no seminário que conhece Tom Cardle, com quem divide o quarto. Os dois pouco têm em comum, sendo Tom um rapaz rebelde e que despreza as regras impostas pela religião, enquanto Odran acredita ter vocação, é obediente e disciplinado. Em que pese as acentuadas diferenças entre os dois, a amizade perdura por décadas a fio, até determinado acontecimento vir a tona.

O livro retrata em diferentes anos momentos da vida de Odran, e da sociedade irlandesa. Percebemos a grande influência que a Igreja exercia no país no século XX, que praticamente moldava o comportamento das pessoas e as decisões que tomavam em suas vidas, e como esse prestígio vai se degradando conforme as décadas mais recentes, após inúmeras denúncias e escândalos envolvendo padres, e a postura omissa e conivente das autoridades religiosas perante esses abusos.

"Uma história de solidão" traz bastante reflexões sobre o modo como as pessoas se posicionam quando se deparam diante de uma injustiça ou violência. Afinal, a omissão pode ser vista como cumplicidade, ainda que o omisso reprove os atos.
Regis 17/02/2023minha estante
Adorei sua resenha! ?


César 18/02/2023minha estante
Obrigado :)




Jardim de histórias 02/04/2024

"O sentimento de culpa é uma noite escura em pleno dia"
Até que ponto, o desejo de uns pode ser transferido para outros? Aquilo que não consigo realizar em mim, pode ser imputado a terceiros? No início Odran aceitou se tornar padre, mais por imposição de sua mãe, do que por vocação, porém, conforme a maturidade e seus desenvolvimentos emocionais, vem também, seus conflitos e questionamentos sobre suas escolhas, diante de um cenário repleto de possibilidades, permeado de sexualidade, homofobia, pedofilia, culpa e crise existencial, onde, o local mais indicado para buscar o refúgio necessário é em nos mesmos, cercados em nossa consciência.

O autor traz um olhar perturbador da imposição católica inserido em um contexto preconceituoso. Ao contrário das tradições litúrgicas que conhecemos, principalmente quando analisado do nosso ponto de vista contemporâneo e não histórico, temos um entendimento de uma igreja católica e sua influência social cultural, dentro de um estado laico, fazendo com que seus aspectos, sejam mais brandos. Totalmente diferente da influência católica no período colonial e também em países cuja o estado é considerado católico, onde o domínio se torna mais evidente. E é nesse universo que John Boyne, nos introduz essa história tensa, porém escrita sob a ótica inocente, com certo ar de apatia pelo protagonista Odran, que será responsável pela narrativa da história, como também manter o clímax nebuloso que envolve o tema. Nesse cenário, não há brandura, muito pelo contrário, o que existe é um domínio social composto por uma hipocrisia deslavada, quase que caricata, mas ao pesquisar, pude perceber que o Boyne não exagerou, descreveu como um grito preso na garganta, esse domínio clerical recheado de escândalos encobertos, preconconceitos e conceitos, atitudes machistas e homofóbicas, homofobia essa que era sistematicamente utilizada para classificar e desclassificar situações e pessoas, mas também, para criar uma cortina de fumaça espessa o suficiente para esconder escândalos atribuídos a igreja. Outro escândalo, citado no livro, que funciona como fio condutor é o da pedofilia e o incansável trabalho de bastidor que a cúpula da igreja realiza para desviar os holofotes. O autor, sabiamente, dará voz às vítimas, mostrando o drama dos jovens e familiares que sofrem às consequências da importunação e os bons padres que sofrem e se veem em um contexto generalizado e tem uma vida manchada pelo seus colegas.
O livro é um drama muito bem construído, embora não linear, mas muito bem conectado, que abordará lembranças da infância ao amadurecimento de Odran, que criado em um lar conservador aos moldes católicos irlandeses, devido à sua criação tolhida, ele foi por decisão de sua mãe, devido ela acreditar que ele tinha vocação para ser padre, sendo assim, conduzido aos ensinamentos religiosos em um seminário. Agora, se engana quem pense que estamos diante de uma obra repleta de estoicismo ou resiliência, John Boyne, aproveitará esse contexto para trazer os conflitos ideológicos e o efeito de ter o dedo direto na ferida, ficando muito claro, que a história, não é somente um drama de uma pessoa que é fruto de uma tragédia familiar, que fora moldado na tentativa de reestruturação, embora esse seja o enredo. O drama é sobre os muros que criamos ou permitimos, que nos envolve e nos garante o conforto necessário para se esconder em nós mesmos, neste caso, a solidão, não nos torna a nossa melhor companhia, mas nosso refúgio.

Um livro de fácil conexão, leitura prazerosa, rápida e que dá vontade de avançar a cada capítulo, os personagens principais são de certa forma marcantes, tem muito DNA de John Boyne, para quem acompanha o autor conhecendo suas obras maravilhosas, sabe muito bem no que me refiro.
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Luan 26/11/2020

Mostrando um Boyne um pouco mais ousado, Uma história de solidão é sensível e polêmico
Depois de consumir quase uma dezena de livros de John Boyne, hoje já posso ter a certeza que toda obra do autor que eu pegar para ler será, no mínimo, prazerosa, com promessa de ser uma incrível leitura. Ele se consolidou de vez, para mim, como um dos escritores favoritos. Isso já vinha ocorrendo em livros anteriores e se confirmou em Uma história de solidão, outro bom livro do autor.

Nesta obra, o leitor acompanha, mais uma vez, a história do protagonista ao longo de diversos anos. O personagem central é Odran Yates, um padre. Por pressão da mãe, ele acaba entrando no seminário e dedica sua vida à religião. Ao longo das páginas, o autor conta sobre diversos episódios da vida do protagonista, até culminar num grande acontecimento, que revela os segredos da Igreja Católica.

Mais um livro de memórias do que a jornada do protagonista, Uma história de Solidão não é sobre um padre arrependido de sua decisão do passado. Mas de descobertas em relação a um universo que ele acreditava ser puro como se vende. A obra se torna, também, uma das mais polêmicas por abordar temas sensíveis e delicados, mesmo em tempos modernos.

A escrita do autor segue de alta qualidade, bem como os diálogos, construídos como poucos escritores conseguem. Mesmo assim, o ritmo de leitura é rápido e os vários acontecimentos ajudam em sua agilidade. Não soa nada demorado ou monótono. Os personagens, novamente, são tipos bem criados, devidamente pensados para estarem ali. Com isso, é fácil que o leitor se aproxime e torça por eles, especialmente ao protagonista.

Mas, como disse, a obra é polêmica, revelando segredos da Igreja Católica, devidamente pesquisados por Boyne. Mais apegados à religião entenderão como uma forte crítica do que um relato de fatos que acontecem e vêm ganhando luz. Tenho algumas ressalvas com a história e não se tornou o meu favorito do autor, mas não dá pra negar a importância que ela tem para a literatura e merece mais reconhecimento.
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Diego Vertu @outro_livro_lido 29/01/2023

Crítica à igreja católica
O livro conta a história do Padre Odran Yates, nascido na Irlanda nos anos 50, Odran teve que lidar com uma tragédia familiar ainda na infância, a partir disso sua mãe faz com que ele entre no seminário dizendo que tem vocação para ser padre. No seminário Yates conhece Tom Cardle, que se tornaria um de seus melhores amigos. Ja adulto e padre Yates vai contando sua relação com a irmã Hannah e os sobrinhos Jonas e Aidan que também tiveram uma tragédia familiar, enquanto isso Tom começa a ser mudado de várias paróquias, até que estoura um escândalo que choca toda a sociedade irlandesa.
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É um livro que tem vários gatilhos, temas pesados mas que o autor aprofunda muito bem. É interessante ver essa relação da sociedade irlandesa com a igreja católica que o autor faz uma excelente crítica sobre o avanço cego da religião. As questões familiares também entram em pauta nesse livro retratando 4 gerações num intervalo de aproximadamente 60 anos. Os capítulos de forma não- cronológica é interessante também a leitura se torna um quebra-cabeças onde as partes vão se encaixando certinha. Enfim, gostei muito dessa leitura profunda e bem escrita mas recomendo que esteja em um período bom, pois os gatilhos podem trazer desconforto aos leitores.
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viana 05/09/2021

"Eu havia desperdiçado minha vida. Havia desperdiçado cada momento da minha vida." Ler tudo na perceptiva de uma pessoa que apesar de saber de tudo, fingia tão bem que me fez acreditar na inocência e me decepcionou, não esperava que o final fosse tão pesado e ele foi meio imposto bruscamente oq eu não gostei tanto, queria mais construção dos meninos e mais do yates, ele nasceu tão bobo assim ou de certa forma todos eram traumatizados e problemáticos?
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Ladyce 07/09/2016

Há dias, soube que crianças expostas a barbáries têm problemas de memória o que acontece como consequência de violência doméstica, pobreza, fome, guerra. Crianças refugiadas frequentemente apresentam esse trauma. Sei também que a memória, mesmo que a pessoa não tenha sido exposta aos horrores descritos acima, consegue ser seletiva. Muitas vezes a memória esconde o que não se quer saber. Isso, às vezes, é o que acontece com pessoas que consideramos ingênuas. Seus mecanismos de sobrevivência não as deixam ver por trás da cortina de fumaça que o cérebro desenvolveu para viver em paz. Foi por esse ângulo que interpretei a incrível ingenuidade de Odran Yates, padre irlandês, protagonista de Uma história de solidão.

Esta é uma história sobre a construção da nossa própria história, da nossa imagem. O que escolhemos esquecer ou lembrar ao construirmos a nossa biografia? Odran Yates foi levado ao sacerdócio por sua mãe. Até o passado recente não fugia ao normal que famílias católicas dedicassem um de seus filhos -- sem considerar suas propensões individuais -- à Igreja. Mas Odran Yates não vê um problema nisso. Depois de testemunhar um ato de violência em sua própria família, acaba por se convencer de que a vida sacerdotal lhe caía bem. Tornou-se padre da igreja católica, na Irlanda, cheio de esperança e ambição. Gostava de ser professor no Terenure College, e de cuidar com esmero da biblioteca do local. A vida era confortável, mas melhor ainda, ele se sentia útil. A narrativa cobre desde sua chegada ao seminário na década de 1970 ao ano de 2013. Tudo começa a mudar quando Odran Yates se depara com a força brutal do colapso da igreja católica irlandesa, quando casos de abuso sexual são revelados.

Quando é mandado para uma paróquia onde o amigo e colega seminarista, Tom Cardle, havia sido padre e começa a perceber que o mundo idealizado que ele criara para si, não existia. Quanto ele havia ignorado propositadamente para manter seu próprio conforto emocional? Confrontado com o passado, reconhece eventualmente sua participação nos crimes de seu amigo, porque não tomou a atitude correta, por ter sido permissivo com seu silêncio e vontade de não ver problemas onde eles existiam. Quarenta anos depois de sua entrada no seminário, Odran Yates, um padre honrado, vê seu amigo e companheiro seminarista ser julgado, seus colegas mandados à prisão e a vida de muitos de seus paroquianos destruída pelas revelações de abuso sexual pelo clero.

Este foi meu primeiro livro de John Boyne. Fiquei feliz de encontrar nele um escritor sério, cuja voz narrativa segura o leitor através do texto. Sua escrita é cuidada. Usa a sutileza de maneira incisiva para tratar de assuntos difíceis e desagradáveis. Ocasionalmente seu texto é repetitivo, principalmente aquele que lança a isca para acontecimentos futuros. Mas no todo, esta é uma excelente leitura.
Claudia Cordeiro 07/09/2016minha estante
Bom saber, tenho esse livro!


Renata CCS 08/09/2016minha estante
Gostei da proposta do livro, e sua resenha me deixou interessada. Vai para a lista de futuras aquisições.


Letícia 08/09/2016minha estante
Adorei a resenha! vou por lá na lista hehe


Nanci 09/09/2016minha estante
Idem! Pra lista que não para de crescer ;)


Ladyce 10/09/2016minha estante
Assunto escabroso, tratado de maneira delicada...


Belle Mariae 17/12/2022minha estante
Pôxa, estava pesquisando sobre este livro e a sua resenha foi uma das poucas que foram respeitosas ao abordar a temática e o seu contexto. Fiquei muito tocada por sua abordagem sobre a memória, gosto muito deste assunto e ver que a história pode ser enxergada por este ângulo me deu novo ânimo para encará-la. Muito obrigada!




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Marcos774 03/07/2022

Amei a história!
Uma história que me deixou pensativo e imaginando sobre os abusos que aconteceram e acontecem dentro da igreja.
DANILÃO1505 04/07/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Marcos774 04/07/2022minha estante
Obrigado meu querido!




Marcelo 15/07/2022

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
Odran e Tom são amigos há décadas. Se conheceram ainda adolescentes quando foram enviados ao seminário por suas famílias, que identificaram neles a vocação para ser padre. Mas após a ordenação, cada um toma um rumo diferente, mesmo que em certos períodos se encontrem e mantenham a mesma amizade (com seus problemas, dúvidas e contestações, mas ainda assim amigos).

Odran, o personagem central, apresenta de forma intercalada trechos de sua vida atual, memórias do tempo do seminário, as incertezas da escolha pela profissão, a solidão da vida religiosa, a personalidade submissa que desenvolveu na vida, os dramas de ter perdido o pai e o irmão mais novo na infância, a perda da mãe décadas depois, a demência da única irmã, os dramas da pedofilia e a Igreja católica.

Mais para o final do livro a historia vai ficando mais interessante e emocionante, mas em boa parte parece óbvio e monótono. Mas como sempre John Boyne consegue construir muito bem seus personagens, de forma a ficar marcado na memória dos leitores.
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PandaLoveBooks 06/11/2023

Talvez, uma vida normal seria melhor
"? Você tem uma vocação, Odran ? ela me informou. ? Você tem uma vocação para ser padre.
E pensei que, se ela afirmava aquilo, devia estar certa. Pois afinal fui criado assim, não é? Para acreditar em tudo que minha mãe dizia?"


Nesse livro, vamos conhecer Odran, um menino que nasceu na Irlanda dos anos de 1950. Ele tinha uma família perturbada, mas devota a religião católica, mas quem não era nessa época?

Sendo persuadido por sua mãe, Odran seguirá o caminho de virar padre e será um caminho sombrio. Uma decisão que fará ele ter uma vida de solidão, renúncias e escolhas.

Assim a vida do Odran caminhará para um seminário, onde acaba dividindo o quarto com Tom Cardle e serão amigos por anos.

No final das contas, Odran viu que essa vida era para ele e aceitou seu destino. Mas será que ele verá a verdade das coisas?

Quando peguei esse livro, seria uma leitura para me distrair e tentar sair de uma ressaca literaria. Esse livro me fez enlouquecer, surtar de raiva e tristeza ao mesmo tempo.

O livro conta a história de Odran em diversos tempos de vida diferente e assim acabamos sabendo de tudo sobre ele e sua vida como padre.

Teve momentos que autor simplesmente me fazia paralisar com tantas coisas acontecendo e eu tendo que processar tudo rapidamente. O autor faz a gente refletir sobre muita coisa, que talvez anos atrás eram coisas que eram comuns ou aceitáveis. Será que ainda é? Fico pensando nisso.

Gostei da forma como o autor soube desenvolver a história, o assunto e ainda escrever sobre certas coisas que aconteceram/acontecem nas igrejas católicas até hoje. Chorei tanto, porque mesmo ele não colocando todas as palavras, eu já podia sentir e entender o que poderia estar acontecendo no livro.

O final do livro realmente me pegou de um jeito, eu até pensava e tentava não aceitar isso. Mas aconteceu, chorei, chorei e chorei.

Eu realmente gostei desse livro, mesmo não sendo um livro comum que eu vá gosta ou me interessa. Fiquei encantada com a escrita do autor, esse é o primeiro livro que leio dele e gostei bastante.

+++

Comentários extras:

Fiquei bastante reflexiva com certos acontecimentos na vida de Odran, infelizmente ele passou muita coisa por culpa de certas pessoas e infelizmente isso ainda existe na vida real

Achei muito interessante que o autor trouxe um assunto que nunca tinha visto ser citado nos livros e achei que ele escreveu bem a realidade das coisas.

Não acho que Odran seja uma pessoa ruim, um pouco ingênuo talvez? Ou não queria aceitar a realidade? Mas, uma coisa que sei, é que ele nunca deixaria acontecer uma coisa ruim, só por acontecer.

Eu posso estar errada, mas eu tenho uma opinião que talvez Odran não queria ser padre, que isso foi 100% decisão de sua mãe. Talvez, se Odran não tivesse se tornado um padre, ele não estaria nessa solidão no final.
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Manú 14/06/2022

Ah Igreja Católica
Conta a história de Odran, padre Irlandês desde sua infância humilde, passando pela adolescência a entrada no seminário a amizade com Tom. Amizade essa que marcará profundamente sua vida e de sua família
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Gabs.bomfin 02/01/2022

"Eu tenho uma história de solidão, você não?"
Polêmico, sensível e tocante, Boyne se aventura nos segredos da igreja católica, explorando o padre Odran Yates e sua trajetória. Trazendo temas como omissão, dogmas, abuso sexual/pedofilia e questionamentos sobre a fé. Aliás, o narrador (Odran) quebra a quarta parede com perguntas diretas ao leitor.

Temos a visão de Odran, protagonista que conta sua história de forma não linear e os acontecimentos que ele viu. Este, colocado no seminário aos 17 anos, fez um "amigo" - Tom Cardle - que ao decorrer, podemos até criar simpatia por ele, mas esta logo será derrubada ao chão com o choque do que Tom fizera e as vidas que suas ações derrubara.


------------------------------Minha opinião: pode conter spoliers, cuidado-----------------------------------


Bem, Odran foi OBRIGADO pela mãe enlutada a seguir uma vida que nunca tivera escolhido. Perdera seu irmão, quando na verdade seria ele que o pai teria levado ao mar. Sua mãe, nunca superara a perda de um filho, e de uma mulher espirituosa tornou-se uma católica efervescente. Como nunca superou o luto, colocou suas frustações em cima do filho e o guiou a um caminho que ela escolhera para ele.

Nota-se que Odran sempre fora submisso, aceitou o que o Padre e sua mão disseram, e claro, ele também não podia questionar, não é? Aceitou o que os membros da igreja disseram, foi dogmatizado para aceitar, a ouvir, a se recusar de uma vida comum, a se recusar de ser amado por outro ser humano ou a ter qualquer sexualidade - coisa que ele se questiona o tempo todo

Então de todo modo, não poderia esperar menos dele do que uma omissão (creio que não proposital), certo? Afinal, ele foi ensinado a ser assim, a agir assim. Lamento pelo Aidan e todas as crianças que o outro lá estragou a infância.

Tom colocou sua frustação (pelo padre que foi obrigado a ser, pela infância que teve) nos outros, ou já era ruim desde o início? Eu gostaria de responder a essa pergunta. Mas sinceramente, o que ele sofrer será pouco, afinal ele tirou a alegria de várias crianças que não tinham culpa de sua vida.

Enfim, um bom livro. Valeu cada ódio e tristeza que tive
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Deja 20/01/2023

Crença Cega
No início do livro fiquei emocionada, no decorrer da história Odran despertar em mim sentimentos diversos entre a raiva e a proteção... As memórias do Odran são carregadas de culpa pela sua fé cega na instituição.
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Thais.Carvalho 24/07/2022

A história se traz a tona décadas em que a igreja católica se omitiu, acobertou e possibilitou que padres cometessem pedofilia. Uma leitura importante, que faz refletir sobre a responsabilidade dos que preferiram não se envolver.
DANILÃO1505 24/07/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Dadá 24/01/2023

Difícil, doloroso de ler, mas necessário
Sinceramente? Esse livro é cheio de gatilhos. Se é um tema sensível para você, não leia. Se não for, perceberá que a escrita de John Boyne é incrível (ou continua, caso já tenha lido outro livro dele). Perceberá também que John trabalhou muito bem para escrever esse livro. Percebemos que ele pesquisou e foi a fundo. Fico imaginando se não foi difícil emocionalmente também para ele escrever esse livro. O resumo do livro vocês encontram na sinopse e sobre isso eu não tenho mais a acrescentar. No mais, é um livro tão bem escrito que chego a acreditar que é real (sei que não é). E faz a sociedade como um todo, não só na Irlanda, questionar o poder da igreja católica e seu silêncio e acobertamento de tantos casos.
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