Resenhas - Sr. P

Jon O'Brien 02/08/2017

Um livro cheio de fúria
Pessoal, vim trazer a resenha de um livro que, para mim, foi quase perfeito. É um livro que revela bem o que o título quer dizer. Um livro cheio de fúria.

O livro foi escrito pelo Rodolfo Pomini que, além de escritor, é designer gráfico. A maravilhosa capa desse livro foi ele mesmo quem fez, então vocês podem ver que o rapaz tem talento. Vou deixar um link para o site dele no final da resenha. Deem uma olhada. Vale a pena.

Fúria fala sobre cinco pessoas que são sequestradas e têm que jogar como gatos e ratos a fim de sobreviver. A premissa não é muito original, mas eu prefiro ver como uma homenagem, já que o livro traz referências a várias obras do terror clássico (ou não). Entretanto, Fúria foi um livro que me surpreendeu em alguns momentos, e vale a pena ver o livro só por causa dessas surpresas.

O livro é escrito em terceira pessoa e inicialmente alterna capítulos sobre as pessoas que foram sequestradas, desde o sequestro. A escrita do Rodolfo Pomini tem algo de especial que eu consegui observar desde o primeiro capítulo. Se trata do modo como ele consegue descrever as cenas cotidianas de uma forma que não te deixa cansado, mas sim ansioso (no bom sentido). Dá para perceber isso nos primeiros capítulos, mas infelizmente isso se perde depois, mas nesse caso não é um ponto negativo, já que o rumo da história muda completamente e as coisas cotidianas deixam de ter espaço. O Rodolfo troca essa característica especial por uma outra, menos rara, mas que é interessante. Se trata da descrição de cenas rápidas com um alto teor de suspense. Eu juro que fiquei sem fôlego em alguns momentos. Uma outra característica interessante é que o Rodolfo escreve sem rodeios. Vai direto ao ponto.

Uma coisa que eu senti falta na leitura e que me impediu de dar cinco estrelas foi o fato de o Rodolfo escrever de uma forma que eleva a ação e abaixa o nível das questões emocionais. Acredito que muitos personagens podiam ter sido melhor trabalhados se houvesse essa questão do que os personagens sentiam em determinadas situações. Sei que não é um defeito para muita gente, até porque se formos colocar em um filme, a questão da ação é mais bem trabalhada, mas fez falta para mim porque gosto desse tipo de leitura, apesar de muita gente achar um pouco enfadonha.

Ah, mas preciso falar de uma coisa que me surpreendeu. O motivo de tudo aquilo estar acontecendo. Apesar de algumas cenas terem parecido forçadas (bem poucas cenas), o motivo do sequestro e dos jogos é bastante claro. E é nessa tecla que eu bato quando reclamo de filmes de terror que tratam da vingança. Parece que os produtores pensam que os efeitos gráficos podem suprir as lacunas deixadas, como o famoso “por quê?”.

No final das contas, resolvi dar 4.5 estrelas para Fúria, mas no Skoob não morta essa nota, já que eu fiz pelo computador. Quando acessar pelo celular, mudo de 4 para 4.5. Enfim, é isso. Espero que fiquem curiosos pela história. Talvez vocês não se apeguem com nenhum personagem ou então consigam se apegar com poucos, mas a história é cheia de outras coisas que fazem valer a pena.

Adicione no Skoob: https://www.skoob.com.br/livro/542736ED552293

Acesse o site do Rodolfo para ver as capas maravilhosas: http://rodolfopomini.wixsite.com/capistadelivro

site: https://resenhasedicasparaescritoresblog.wordpress.com/2017/08/02/resenha-furia-rodolfo-pomini/

Marcos Pinto 20/09/2016

Uma ótima homenagem
Cinco pessoas com objetivos de vida diferentes, morando em lugares diferentes, sem qualquer vínculo, ao menos aparentemente, são sequestradas, de modos similares. O que já parecia estranho se torna ainda mais bizarro quando todas elas são lançadas em um jogo pela sua própria sobrevivência, onde deverão mostrar inteligência e força para que permaneçam vivos. Por trás de tudo isso, um único homem, acompanhando tudo por seus televisores e fazendo comentários sarcásticos.

Essa é a premissa de Fúria, obra do autor nacional Rodolfo Pomini. Obviamente, essa premissa não é original; ela aparece em diversos filmes, sendo Jogos Mortais o mais proeminente. Contudo, a obra de Pomini não pode ser considerada mera imitação ou plágio, isso porque o autor deixa claro, desde o início, suas inspirações. Todos os filmes, séries e personagens que inspiraram a trama aparecem de alguma forma, entre as mais diversas referências, tornando o livro um grande recorte de clássicos filmes de terror. Um prato cheio para fãs.

Por seu tamanho diminuto, não há um grande aprofundamento nos personagens, apesar de todos eles terem sua bagagem e a sua história. Havia a possibilidade de um lado psicológico mais potente, porém o autor preferiu seguir pelo lado do horror, da matança. Uma estratégia que não é inovadora, mas que funcionou muito bem. O jogo de gato e rato é mais físico do que psicológico, apesar de haver sim um toque de tortura mental. Contudo, isso não torna a obra chata ou desinteressante. Ao contrário, deixa tudo mais eletrizante.

“Aproxima-se da pirâmide de corpos dilacerados. Os olhos, cheios de horror, observam as poucas feições conhecidas dos amigos que participaram da festa”.

Pomini também merece créditos por apresentar ao leitor uma escrita relativamente madura, muito melhor do que muitos escritores já consagrados. Isso permite que a obra não caia em grandes círculos intermináveis. O que acontece é bem delineado, com um motivo, com uma explicação. O livro é bem amarrado, sem enrolações; vai direto ao ponto. Então, para quem procura uma leitura curta e direta, mas eletrizante, o enredo se mostra ideal.

O livro possui uma premissa simples e até previsível. Para esse enredo escolhido, não há muito o que criar, apenas aproveitar o melhor possível cada uma das nuances encontradas. Isso o autor faz com sucesso, entregando uma obra que convence.

Quanto à parte física, não há tanto o que comentar, visto que a obra é disponibilizada no formato digital. A capa é bonita e chamativa e já carrega consigo o ar de mistério e terror. A revisão, por sua vez, é boa. A diagramação é simples, mas se você ler em um leitor de obras digitais, como o Kindle, torna-se muito agradável.

“– Isso mesmo. Corra, porque eu detesto alvos fáceis”.

Em suma, Fúria é uma obra simples, direta, mas muito bem amarrada. O objetivo não é ser original, mas aproveitar o melhor de uma trama que já é conhecida. Quem gosta de terror certamente terá boas horas de diversão e sangue.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/09/resenha-sr-p.html