A Lente de Marbury

A Lente de Marbury Andrew Smith




Resenhas - A Lente de Marbury


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Marcos Ogre 03/07/2017

Resenha - Blog "Brincando de Opinião"
A lente de Marbury é o terceiro livro de Andrew Smith publicado no Brasil, precedido por Selva de Gafanhotos (pela editora Intrínseca, que fez um belíssimo trabalho gráfico) e Minha metade silenciosa (drama publicado pela Gutemberg). Em ambas as obras anteriores, me deparei com histórias extremamente originais e escrita muito individual - inclusive se comparados os dois livros, poderia até desconfiar de se tratar do mesmo autor. Logo, Smith tornou-se um autor muito querido para mim, que me comprometi a ler todas as suas próximas obras a serem publicadas aqui. No entanto, A lente de Marbury vem para mostrar que nem tudo é perfeito.

A sinopse em si é muito interessante (embora a da edição fale um pouquinho mais do que devia, o que é bem frequente nos livros da Gutemberg, infelizmente...). A história tem como protagonista Jack, um garoto não tão simpático, cujo maior vinculo é com o amigo Conner. O garoto vê sua vida não tão movimentada virar de ponta-cabeça após sofrer um grave trauma, colocando sua sanidade à prova categoricamente. E tudo piora quando, em uma promissora viagem, ele se depara com um artefato que o afunda em um universo sombrio e sem escrúpulos.

Os demais acontecimentos vou deixar para a experiência de leitor. Quanto à minha experiência, posso garantir que foi a menos favorável com o autor. Não tenho críticas negativas para a narrativa da obra, afinal Smith tem uma escrita excepcional. O autor cria tensão com bastante profundidade, e, como nas obras anteriores, não poupa o leitor de detalhes crus. Seja na violência ou no asco, Andrew expõe as imagens com muita sinceridade, tornando críveis mesmo as cenas mais fantásticas. Aqui não há riqueza de detalhes estéticos (tanto nas locações quanto nas personagens), a narração em primeira pessoa tem como foco a experiência direta de Jack, que nos informa o necessário para seguirmos com a história, sem dispersões.

O enredo também é muitíssimo interessante. O livro engloba três (ou dois, dependendo da visão de cada um) focos para a história, e cada um é especial de sua maneira. Ainda que eu tenha sentido que os conflitos vividos pelo Jack em sua encarnação mais realista tenham sido inferiores em relação aos demais, é inegável que são de fato muito necessários para o andamento dos acontecimentos verdadeiramente interessantes. A lente de Marbury é repleto de mistérios, um surgindo sobre o outro no desenrolar das páginas, e sua conclusões são satisfatórias e impressionantes.

Entretanto, o livro tem uns problemas bem incômodos. Primeiramente quanto a algumas personagens. No quesito relações, a amizade é muito bem retratada - a relação de Jack com Conner, ou com Ben e Griffin é muito bem retratada e singular, o companheirismo que Andrew domina muito bem. Mas o romance, por sua vez, é raso. Tudo acontece muito rápido e é muito difícil de levar a sério. Jack tem 16 anos, e, eu que vos escrevo, também o tive não faz muito tempo, e posso garantir que a história de amor é pouquíssimo convincente. A protagonista é um garoto um tanto tímido e "travado" nas relações, e, realmente, alguém como Nickie seria perfeito para destrancar seu coração. Porém é tudo tão apressado e intenso que um "eu te amo" parece vago e precipitado. A personagem de Nickie é extremamente passiva, seus questionamentos quanto às esquisitices de Jack são mínimos, e ela mais parece uma âncora para ele se apegar ao mundo real do que um amor de verdade.

E essa postura da moça também faz recordar o que, para mim, foi o maior de todos os problemas da obra. É importante que entendamos que um livro, como diversas outras formas de entretenimento, é um veículo de discursos. E, em A lente de Marbury, há alguns discursos muito polêmicos (como é de costume do autor), mas retratados de forma muitíssimo inconveniente. Em primeiro lugar, todas as personagens são brancas, de classe média, e heterossexuais. Claro, não há nenhuma obrigação para que outras etnias, classes e gêneros sejam retratados, mas o maior problema nisso tudo é que o núcleo principal tem uma postura muitas vezes (no mínimo) preconceituosa. Todas as presenças homossexuais são tratadas de forma negativa e abusiva, e a própria visão do gay é depreciada, em diversas frases como:

"Deixa de ser gay".
(página 118)

"Hmm, viadinho!".
(página 172)

Além dessa visão de tiração de sarro quanto a indivíduos homossexuais, o livro também marca presença com expressões e diálogos muito machistas. A perda da virgindade do homem (como de praxe na triste maioria no meio social) é vista como um troféu, e o sentimento alheio não é marcado como relevante, principalmente para as mulheres. Como exemplo:

"Conner me deu um tapinha nas costas. "Não dá nem para acreditar que Jack Withmore arrumou uma viagem com duas gostosas. E sozinho! Sou obrigado a dizer que estou reavaliando meu parecer sobre sua orientação sexual, meu amigo!"
"Cuzão!"
"A Rachel é sensacional, cara. Dá até um medinho para falar a verdade, porque nunca saí com uma menina que não fosse uma..." Ele hesitou.
"Vadia?"
"Basicamente. Sim"."
(Página 175)

E a pérola:

"Às vezes, desciam o rio até São Francisco para de deitarem com as mulheres de vida fácil."
(Página 238)

Embora o livro demonstre uma realidade muito presente no dia a dia de todos, em momento nenhum todas essas frases e diálogos são demonstradas como erradas, ou, pelo menos, discutíveis. Frases como essas são encontradas em diversos outros trechos, tratadas com muita naturalidade e vistas como inofensivas. Mas não são. E não é porque o livro explora o universo masculino que são aceitáveis, afinal, homem algum está em posição de desmerecer qualquer outro ser que seja. Isso deveria ser óbvio.

A Gutemberg também merece uma boa puxada de orelha na revisão do material. São encontrados erros em praticamente todos os capítulos, palavras soltas, sobrando, letras maiúsculas repentinas, termos que às vezes até me tiraram da leitura, me fazendo ter de reler para entender. Mesmo que o livro não seja impressionantemente caro, o zelo é esperado por todos nós que tiramos o dinheirinho de nosso bolso, esperando um bom resultado.

Portanto, posso dizer que o livro diverte e emociona faz roer as unhas. Mas também faz engolir em seco em diversas ocasiões. Assim sendo, posso dizer que, para quem quer uma aventura (que tem continuação) para passar um fim de semana e se entreter, é uma boa pedida. No entanto, é indispensável que os olhos de todos estejam bem abertos para posicionamentos como os citados, não como algo apenas e meramente inofensivo.

Nota: 3,5/5

Essa é minha deixa! Até mais!

site: http://brincandodeopiniao.blogspot.com.br/2017/07/a-lente-de-marbury-andrew-smith-resenha.html
Tâmisa 18/08/2018minha estante
Acabei de desistir de comprar!


Louise.Rosado 27/01/2023minha estante
Acabei de terminar esse livro. Lembro que comprei ele porque estava por 10 reais numa livraria durante uma viagem e quis algo pra me entreter. Acabei esquecendo dele na estante, onde deveria ter ficado
Você retrata a leitura desse livro de forma muito mais positiva de como me senti ao terminar.
Achei tudo muito desconexo, sem explicações, a "ciência" por trás foi inexistente, um grande vazio de sentido


Marcos Ogre 27/01/2023minha estante
Eu li esse livro há uns bons anos, acho que hoje em dia eu acharia bem pior hahaha




HeloizaAlves 26/12/2020

Bem razoável
Está é a história de Jack, um menino tímido de 16 anos que vê sua vida virar de cabeça pra baixo depois de sofrer um grande trauma, e que logo após se depara com um artefato curioso que o insere em um mundo caótico e sangrento chamado Marbury, fato este que coloca em prova sua integridade psicológica. Acontece que no meio desse emaranhado de problemas, Jack precisa lidar com sua relação com melhor amigo Conner, além de seu relacionamento raso com sua namorada Nickie, (personagem que aparece do nada na história).

Sendo bem sincera, minha experiência como leitora desta obra não foi muito boa, senti uma narrativa fraca em várias partes do livro, além disso podemos notar uma abordagem um tanto grosseira para com os homossexuais e as mulheres, que em vários momentos são tratados com objetificação e depreciação.
O relacionamento de Jack com Nickie fica sem sentido, a personagem muitas vezes parece não ligar ou não enxergar as esquisitices e bizarrices do menino.

Eu esperava mais e confesso que fiquei decepcionada com a obra.
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Fer3377 24/01/2024

A lente de Marbury
Até hoje não acredito que comprei esse livro por 10 reais! É uma das minhas histórias favoritas, me prendeu muito, são personagens bem trabalhados, você se apega e quer saber mais e mais do que está acontecendo, o livro te prende de tal forma e é tão bem escrito!
Não sei porque esse livro é tão pouco falado mas com certeza merece mais reconhecimento, apenas leiam!!!!
É muito bem escrito e envolvente e mesmo com a certeza de que não precisa, eu leria mais 10 sequências hahahah
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Louise.Rosado 27/01/2023

Livro sem pé nem cabeca
A impressão que eu tive durante a leitura é que o autor tinha uma ideia do que queria escrever, mas não soube conectar as ideias. Situações desconexas, sem explicações, as coisas só acontecem sem um motivo aparente.
A suposta ligação entre Marbury e o mundo normal não é bem explicado, de onde vem os óculos, o que aconteceu com Marbury, como aquelas pessoas se conhecem, nada é explicado. Só jogado no livro e acabou...
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Tamires428 07/09/2021

A lente de Marbury
Rolando e Tac... Tac... Tac...

O autor apresenta uma escrita viciante, te prende do começo ao fim. Acima de tudo retrata o universo adolescente de forma tão real. A construção dos personagens é muito boa, pois além de não ficarem sobrando, ocorre amadurecimento, posso citar o Con em especial, algo que me fez gostar mais dele. É fantástico porque você se sente o personagem. A transição na troca entre Marbury e o mundo real me trouxe a impressão de sair viva de um afogamento por um milésimo de segundo. E esse final? Mds, é perfeito e um tanto assustador como tudo se interliga.

" A Lente de Marbury tem continuação, King of Marbury e Passenger, já publicamos no exterior, mas ainda não tem prazo para chegar aqui no Brasil."

Pular de paraquedas sem paraquedas doeria menos que essa citação.

AAAAAA, eu quero mais

Recomendo muito!
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Luiz.Eduardo 04/11/2022

O final desse livro e surpreendente, espero ansiosamente pelo 2°, pena que ele não tenha a versão traduzida para o PT (BR)
Mas vale a pena ler, muito bom???
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Bolena 12/04/2017

O livro que eu gostaria de ter escrito
Jack Whitmore é um garoto de 16 anos. Ele vai começar o ensino médio em breve e deve estudar em um colégio interno na Inglaterra junto de Conner, seu melhor amigo, que decide fazer uma festa no fim de semana antes da viagem. As coisas acabam não dando muito certo. Jack ao sair da festa bêbado, aceita carona de um suposto médico e é drogado e sofre uma tentativa de estupro. Ele consegue fugir e tenta esquecer tudo que passou. Chegando na Inglaterra um homem que se apresenta com o Henry Hewitt lhe oferece um óculos. Um óculos que lhe permite ver e viver em Marbury, um outro mundo que está em guerra. Em Marbury Jack faz novos amigos, Griffin, Ben e com eles luta para sobreviver. Também conhece Seth, um fantasma com quem desenvolve uma estranha relação.

Sempre vou me lembrar da Lente de Marbury como o livro que eu gostaria de ter escrito. Esse é um livro que vai brincar (e muito!) com a nossa noção de realidade. Na verdade isso é um dos principais pontos do livro, essa dúvida sobre o que é real e o que não é. O personagem fica o tempo todo se perguntando sobre isso e nós acabamos duvidando também e criando diversas teorias sobre o que está de fato acontecendo.

"Freddie Horvath deixou minha cabeça assim. Às vezes, quase podia ouvir sua voz tentando me assustar, mas sabia que estava imaginando coisas.'Você ainda não conseguiu escapar' "

"Devo estar ficando louco. Não, estou completamente maluco"

O autor escreve de uma forma envolvente que faz você ler vários capítulos sem perceber. Ele realmente não economiza nos palavrões e descreve os adolescentes de uma forma muito real.

A Lente de Marbury tem continuação, King of Marbury e Passenger, já publicados no exterior mas que ainda não tem prazo para chegar aqui no Brasil.

Sobre o final, não achei que ficou em aberto, deu para entender a história, mas ainda assim seria muito interessante ler os próximos para conhecer mais do mundo de Marbury.

Ao terminar o livro muitas pessoas ainda ficam na dúvida se tudo aquilo foi real ou uma alucinação causada pela droga. Tenho uma opinião sobre isso, mas não posso ter certeza até ler os próximos livros. Com certeza esse é um livro que se tornou um dos meus preferidos nesse ano e eu recomendo bastante.


Minha citação preferida:

“Sabe aquelas bonecas esquisitas que a Stella coleciona? Aquelas que você abre e, dentro delas, tem um monte de outras? Eu fico pensando, e se o mundo também for assim? E se o que vemos for apenas a superfície, o lado de fora, mas várias coisas acontecessem além do que podemos ver? O tempo todo. Em uma camada abaixo. E não vemos, mesmo fazendo parte disso. Mesmo estando envolvidos. E se você pudesse ver outra camada, como se mudasse de canal? Ia querer ver? Mesmo que a outra realidade for um inferno? Ou pior?”

Leia mais no blog::

site: https://eradistopica.wixsite.com/eradistopica/single-post/2017/04/21/A-Lente-de-Marbury
@Agulha3al 20/09/2017minha estante
me fez querer ler...




Manú 29/10/2022

Uma estupidez que tem sérias consequências. Jack enche a cara, dorme na rua e cai nas mãos de um maníaco. Raptado, drogado, torturado e quase estuprado consegue escapar mas fica com a cabeça ruim. Depois encontra um cara misterioso que lê deixa um objeto que o leva um mundo paralelo cheio de mortes e destruição.
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Kethelen.Rodrigues 10/11/2021

Incrível
Que escrita, que história, fiquei em crise precisando da continuação.
Porque um livro tão bom acaba assim, no meio da cena....
Perfeito, prende do começo ao fim, cada página a história vai ficando cada vez mais envolvente, tomara que no final ele fique com a Nickie.
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Star 08/01/2023

Muita loucura
A história que conta no livro é muito interessante, gosto de como o universo de Marbury é retratado e explicado, com os detalhes e tudo mais. Foi interessante ver também em como o pobre do Jack tava ficando conforme os acontecimentos entre ambos os mundos foram deixado o seu estado mental. Enfim, foi uma boa leitura, recomendo pra passar o tempo.
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Maria 06/08/2018

Quase que um delírio
O livro não leva muito a fundo sobre o que é Marbury nem explica os porquês. Ele apenas nos guia pelos olhos de Jack (ou John) para uma experiência nova para ele. Que acaba se tornando nova também para quem lê.
Ao meu ver, a premissa do livro é justamente fazer com que o leitor se questione sobre o que está acontecendo, narrado em primeira pessoa, ele nos leva para dentro da mente do personagem, vivendo com ele todas as experiências. É apenas um delírio ou está realmente acontecendo? O que são essas lentes? O que é Marbury?
O livro tem uma narrativa jovem, que nos leva para a fantasia quase distópica que acontece em Marbury.
O autor deixa-nos com um gostinho de quero mais, mas uma sensação de que é só isso que vamos ter.
Um bom livro pra se ler (sem ter altas expectativas de receber explicações) e mergulhar numa experiência nova junto do personagem principal.
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Atlas 01/01/2021

Desconcertante, desconfortável e viciante.
Muitos possíveis gatilhos e eu não recomendo para ninguém menor do que 16 anos, no mínimo. É uma escrita intensa e viciante, com muitos sentimentos próprios e sensações angustiantes. O livro não é grande nem pequeno, mas parece que quanto mais vezes você lê, mais curto ele fica. É tudo muito pessoal lá dentro, te faz sentir tão perdido quando o nosso querido Jack (que você não vai ter a escolha de não amá-lo). Eu não posso dizer o que você vai sentir, só que você vai sentir.

Um dos meus livros favoritos e não é sem motivos.
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Guiidii 23/09/2021

Comprei pelo Romance que nem existe
Okay minha primeira impressão com o livro não foi a melhor, sou daquelas que julga um livro pela capa (me julguem). Não me interessei muito, mas como eu sou capelinha de romance e na sinopse tinha uma até citação de que poderia rolar algo eu comprei. Comecei a ler e a história que eu nem me liguei direito começou a tomar forma. Chegou a um ponto que eu tava tão empolgada que não conseguia parar de ler. Se você gosta de um livro bem diferente, eu te recomendo a ler esse. E no fim eu nunca arrependi de ter comprado um livro sem romance nele
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SK 11/08/2022

É adrenalina e suspense que você quer?
"Nossa!" Essa foi a única palavra que consegui dizer ou pensar quando terminei o livro

Já faz muito tempo que li esse livro pela primeira vez. Me lembro de me sentir tão envolvida, que mesmo agoniada com tudo que acontece, eu queria saber como terminava, como Conner faria pra sair daquelas situações sem sequelas... E ele só tinha 16 anos ?! WHAT?!

Eu com 16, mal sabia quem era na vida, não teria estruturas algumas pra superar!

Sem falar que os personagens mais novos, os quais Jack passou a ajudar, na época, fazia muito lembrar meus dois primos mais novos. Eu imaginava eles e ficava assustada!

"A Lente de Marbury" é perfeito pra quem gosta de adrenalina e suspense, cenário apocalíptico....

Única coisa que não curti foram os palavriados chulos e muito voltado ao sexo, que não influência tanto na história, logo, poderia ser mais dosado!! Mas entendo que ha quem não ligue.

Enfim, valeu a leitura, tanto que até estou com vontade de rele-lo agora 😅

Classifico com 4 estrelas pelo desenvolvimento da história e de personagens, e por essa capa que é muito bonita.
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Lina DC 10/02/2016

"A Lente de Marbury" é o primeiro livro da série e tem como protagonista Jack, um adolescente de 16 anos. Narrado em primeira pessoa, observamos que Jack tem uma estrutura familiar frágil. O protagonista mora com seus avós. Sua mãe o teve como adolescente e acabou não assumindo o papel de mãe. É possível observar pela forma como ele narra a situação familiar que Jack se sente indesejado.
O seu refúgio particular é a casa de seu melhor amigo, o Conner. Em um dia que deveria ser apenas mais um dia normal, Jack vai para a casa de Conner, onde está rolando uma grande festa. Determinados acontecimentos se desenvolvem e Jack saí abruptamente da festa, bêbado e vagando sem destino certo.
Sua bebedeira o leva de encontro à Freddie Horvath, seu sequestrador. Freddie é um homem assustador e mantêm Jack drogado.

"Era como ser esfaqueado mil vezes, Tentei gritar e me mexer, mas estava mudo e paralisado. Ainda assim, em meio à dor que latejava em meus ouvidos, ouvi Freddie gritar, "Vou te matar agora, é isso que você quer? É só pedir! É só pedir, Jack!"." (p. 29)

Só que Jack consegue escapar e conta a verdade apenas para Conner. Ele não quer que mais ninguém saiba o que passou. Tudo o que quer é deixar o episódio para trás, mas não é tão fácil assim.

"Por que ele tinha feito aquilo comigo?
O que ele queria de mim?
Eu sei que é estranho, mas parte de mim queria voltar para a casa de Freddie. Como se tivesse deixado alguma coisa para trás, que só recuperaria se voltasse àquele quarto, para aquela cama.
Era como se aquele fosse o meu lugar.
Era como se eu merecesse aquilo.
Fiquei ali até que estivesse escuro demais para ver no espelho o reflexo daquele cara sem roupas, sujo e doente.
Foi a primeira vez na vida que quis me matar." (p. 40)

Várias situações se desenrolam entre a fuga de Jack e sua chegada à Londres, mas o que fica a todo momento é a sensação de que o protagonista não tem certeza de que tudo o que presencia é real ou se ele ainda está sob efeito das drogas que recebeu em cativeiro. Na verdade, todo o livro desde o momento de sua fuga passa essa dúvida. Não podemos afirmar com certeza se Jack está realmente presenciando as situações ou se é sua imaginação.
Em Londres ele avista um homem vestido de sobretudo e com um óculos roxo e tem a impressão de que esse homem está encarando-o. Esse homem é Henry Hewitt e afirma que conhece Jack de Marbury. Mas como isso é possível se ele nunca esteve lá?
O que posso dizer sobre Marbury? Não sei se é real ou se é produto da mente do protagonista, mas é um local como nenhum antes visto. É um local atemporal, pós-apocalíptico e até mesmo com fantasmas.
A narrativa vai alternando entre o mundo "normal" e Marbury, de forma que nos perdemos no tempo e no espaço e começamos a duvidar da nossa sanidade.
Os personagens são muito bem construídos, com personalidades fortes e cheios de atitude e intenções. Jack é complexo, profundo e ao mesmo tempo frágil e perdido.
A trama é tão bem elaborada que o leitor não consegue respostas nesse primeiro livro. Na verdade, consegue apenas mais perguntas sobre o que leu.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um bom trabalho. A capa é espetacular e chama a atenção.
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