Resenhas - Os Três Encontros

Vinicius.Correa 16/02/2020

Recebi esse livro incrível da autora Rúbia Dias, dona do blog Perplexidade e Silêncio, e fiquei muito feliz com a oportunidade de resenhar esta obra. Com exatas 99 páginas, este é um livro curtíssimo, que está mais para um conto do que para uma história propriamente dita. Mas ainda sim, mantendo toda qualidade que lhe é merecida. Sem dúvida nenhuma uma obra fenomenal, que me intrigou, confundiu e encantou. Tudo na mesma intensidade.

Através das páginas brancas que compõem o livro conhecemos Virgínia, uma mulher confusa e intrigante. Ela não estava bem. Não sabia quem era nem o que fazia. Tudo que sabia era que tinha uma forte ligação com a menininha que a chamava de Tia Virgínia, a Sofia. Sofia estranhava o comportamento de Virgínia. Ela estava distante, desleixada, vivendo no automático. Faltava algo nela, alguma coisa estava errada.

Mal elas sabiam o que lhes aguardava, ou melhor, quem lhes aguardava. O Universo, O Tempo e O Destino. Três entidades que regem os acontecimentos do mundo, que controlam as coisas e deixam tudo em ordem. E o que estava acometendo Virgínia necessitava da interferência destes três seres para ser resolvido, para tudo, enfim, voltar ao seu devido lugar, novamente.

Eu acompanhei toda a história com um deslumbramento indescritível. Tive a mesma sensação de quando eu assisti o filme da Alice no País das Maravilhas, aqueles muitos acontecimentos são jogados em cima de nós, tudo de uma vez. Não conseguimos entender, mas ao mesmo tempo, adoramos, nos encantamos e pedimos mais. Além disso, tem toda aquela coisa de que TODO mundo sabe mais que você. E isso me provocou aquela raiva saudável, pois a personagem perguntava, e nunca era respondida. Ao mesmo tempo em que ela queria uma resposta, eu necessitava desta resposta. Foi dessa maneira que me envolvi com a história.

Pouco a pouco vamos conhecendo como funciona esse mundo maluco criado pela autora, ou melhor, vamos conhecendo apenas o necessário para poder entender os acontecimentos envolvendo a Virgínia, pois tudo é tão complexo, tão incrível... Tão lúdico. Os encontros de Virgínia com as três entidades, foi um tanto enigmático. Tudo ocorre de uma maneira rápida e direta, mas apesar disso a autora não nos livra de metáforas, muito pelo contrário, ela nos afoga propositalmente no meio delas. Afinal, o livro em sí, é uma metáfora.

Das entidades apresentadas, a que eu mais me encantei foi com a Destino. Uma velha meiga e obcecada por cruzadas de jornais, que cuida de uma estufa. Já o Universo, que dos três é o mais poderoso, também me intrigou bastante. É com ele que Virgínia tem o seu primeiro contato, em uma praia, que segundo ele seria o ponto zero do mundo. A origem de tudo. Já o Tempo, é severo, petulante e inteligente. Quer que tudo seja do seu jeito. Juntos os três são responsáveis por regir os dias do mundo, os acontecimentos. Eles são a essência de tudo e de todos. Eles sabem de tudo, e mais um pouco.

Fica até difícil escrever uma resenha deste livro. Eu penso que quanto mais curta a história, mais difícil é resenha-la. Pois qualquer palavra a mais ou a menos pode interferir com a surpresa que o livro poderá causar durante a leitura. Mas eu tenho que deixar claro: Se vocês tiverem a oportunidade de lerem este livro, LEIAM. Reservem 2 horas de seu dia para a leitura. Ela é super rápida, e super gostosa.

Além disso, o acabamento do livro é perfeito. A capa, a qual é a foto da própria autora, super condiz com a história. Os tons, as letras, as folhas voando... Enfim, tudo se enquadra, tudo se encaixa, tudo combina. Tudo, fascina. Isso que é o legal. É um daqueles livros em que você coloca o olho e já se interessa, primeiramente devido a capa, depois pela sinopse. Acaba lendo, e não se decepciona. Eu até achei que devido ao livro ter sido publicado de forma independente ele seria com uma qualidade menor. Mas não foi isso o que aconteceu. A capa é de ótima qualidade, as folhas são grossas e a diagramação está perfeita. Super recomendo!

Carlos Magno 25/02/2016

PARTE DA RESENHA DO BLOG "CANTINA DO LIVRO":

Com certeza, em algum momento de sua vida, você já fez inúmeras perguntas ao universo, querendo respostas para sua aflição. Com Virgínia não era diferente. O seu mundo particular sempre foi instável. Apesar de ser uma mulher jovem e inteligente, um vazio preenche cada célula de seu corpo.

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Descobrimos intuitivamente que a vida de Virgínia sofreu um grande impacto quando ela passou a conviver com uma garotinha chamada Sofia. Ela não lembra como, quando ou onde conheceu a garota e muito menos o que ela faz em sua vida, mas sabe que ela está diretamente conectada ao seu passado.

O enredo inicia-se quando Virgínia é desperta em uma praia, num lugar inóspito, com a presença apenas do Universo (transfigurado em forma de um homem com chapéu e sobretudo). Ela não o reconhece mas já é visível que aquele não é o primeiro encontro entre eles.

Cada dia mais afastadas, Virgínia e Sofia recebem uma visita do Universo, que as transportam para um lugar onde todas as perguntas mais desesperadas delas começarão a ser respondidas: A casa do Tempo, detentor de todos os livros já criados e os que virão a ser, ampulhetas, relógios e muito mais.

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A obra é metafórica!

Dividido em 4 atos (partes), vemos no livro a personificação do Universo, do Tempo e do Destino de forma esplendorosa! Nós conhecemos um universo passivo e calmo, um tempo inteligente e severo e um destino complacente e disposto a ajudar sempre que necessário. Definitivamente não são personalidades recebidas aleatoriamente, mas sim predispostas de acordo com o que as ações deles são realmente sentidas na pele.


Virgínia é uma pessoa que te torna, inconscientemente, empático. É aquela personagem que cativa, nos faz sofrer junto e nos faz querer descobrir cada vez mais os mistérios que a história nos conta. Seu relacionamento com Sofia, por exemplo, é algo que apenas conseguimos compreender de fato quando o Destino (ou A Destino?) resolve se meter na história.

O final também fugiu ao que imaginava e isso foi muito bom. Muito reflexivo, sentimental e cativante, Os Três Encontros superou as expectativas, trazendo grandes lições de vida a ser tiradas.

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RESENHA COMPLETA EM:

site: http://www.cantinadolivro.com.br/2016/02/resenha-os-tres-encontros.html

Tamirez | @resenhandosonhos 16/02/2016

Os Três Encontros
O livro conta a história de Virgínia, que se encontra em um lugar desconhecido conversando com um homem misterioso que não responde suas perguntas. Ele diz que ela sempre faz as mesmas perguntas e esquece as respostas. O cenário é uma praia e o casaco e o chapéu do homem mudam de cor de acordo com o céu. Quando ela acorda, sem compreender o que aconteceu, está em uma casa estranha que não reconhece e uma garotinha, Sofia, lhe dá bom dia.

Sofia não entende porque Virgínia está tão estranha e distante, mas mantém sua rotina sem grandes modificações, também escrevendo a um estranho, buscando respostas. Já a mulher, entende menos ainda sobre quem é essa garota, qual a relação entre elas e o que está acontecendo. Aos poucos ela entra também na rotina e descobre pequenos fragmentos do seu dia a dia.

“De todos os mistérios da vida, um dos mais difíceis de decifrar é o Tempo. Ele não volta, não se antecipa, não se adianta nem se atrasa: é uma entidade acima e além de todas as coisas, não se deixa moldar, torcer ou enganar.”

O que ambas não sabem é que elas tem um amigo em comum e que suas vidas estão envoltas em algo maior. Virgínia e Sofia estão caminhando para os três encontros. Um com o universo. Um com o tempo. E um com o destino.

MINHA OPINIÃO
Esse é um livro curto, de apenas 100 páginas e que diz tudo o que precisa dizer. Gostei bastante da escrita da autora, sem enrolações. Ela vai direto ao ponto e você precisa estar atento para encontrar nas entrelinhas algumas das respostas. Ou não, já que sua percepção pode ser mais importante que as respostas dadas na história. Num mundo onde os desfechos são atirados no colo do leitor para não gerar “dúvida”, livros com subjetividade vem dar um fôlego novo para o mercado editorial.

Com um texto que é super fluído e que a cada nova página desperta ainda mais curiosidade no leitor, é fácil correr por esses três encontros em apenas alguns minutos, tornando a experiência da leitura rápida e deixando grande parte da reflexão para depois do fim do livro. Mesmo assim, o texto é cheio de boas quotes e as páginas brancas não prejudicam em nada. A capa do livro é super bonita e sugestiva e, após lê-lo, você verá que a contra capa também faz super sentido junto a história.

Achei a proposta da trama muito interessante e me vi tão confusa quanto as duas protagonistas em vários momentos do livro. Queria saber logo quem era esse homem misterioso que Virgínia conversava ou para quem Sofia estava mandando seus bilhetes. Queria descobrir que mundo era aquele onde o livro começou e do qual a mulher não se lembrava de nada, nem de lá nem de sua vida real. Também queria descobrir qual a relação entre as duas e como elas chegaram naquele momento.

As respostas vem em forma de migalhas e aos poucos você junta as peças, até que a trama revela tudo o que merecemos saber. A ideia de se encontrar com essas três coisas tão subjetivas e personificá-los foi muito astuta e, mesmo resolvendo muitas das perguntas, algumas pontas ficam soltas para que o leitor interprete o que a situação quer dizer de forma aberta.

“Sabia que você faria as duas perguntas mais importantes que existem: quem é uma determinada pessoa e quantos livros ela possui. Isso diz tudo o que precisamos saber de alguém, não acha?”

Se eu debater muito sobre os poréns do livro vou acabar dando spoiler e acho que isso não é positivo de nenhuma forma. Mesmo assim, digo que algumas coisas ficaram voando pra mim e algumas trouxeram bastante reflexão sobre a moral da trama criada. Meu principal porém flutuou ao redor de Sofia e de seu primeiro desfecho, que não consegui completamente compreender ou aprovar. Outro ponto é o do porque a necessidade de esquecer para satisfazer o universo. Será que vale tudo para se sentir completo?

A edição tem alguns problemas de revisão que merecem ser revistos para uma próxima impressão, pois incomodaram um pouco durante a leitura. Isso, porém, não tira o brilho da trama e esse é um livro que eu recomendo por ser fantástico e lúdico, a sua maneira, além de possuir uma narrativa que impõe ao leitor o ato de pensar e refletir, e isso é sempre um plus a mais.

site: http://resenhandosonhos.com/os-tres-encontros-rubia-dias

Bia Oliver 04/01/2016

Pinceladas de verdades
Os três encontros, escrito por Rúbia Dias é pura literatura fantástica, mas com pinceladas de possíveis verdades e na resenha vocês vão entender o porquê disso.
É um livro com uma história fantástica que se faz todo o sentido do mundo. A forma como a Rúbia descreveu o Universo, o Tempo e o Destino faz total sentido e a relação de amizade e desdém que existe entre eles também.
Me surpreendi com a qualidade da história, da narrativa e dos personagens. Mas fiquei ainda mais surpresa pela qualidade da edição, por ser independente. Recomendo para todas as idades!

Veja a resenha completa no blog!

site: http://www.leiturasecomidinhas.com.br/os-tres-encontros/