1989 - O Ano Que Mudou O Mundo

1989 - O Ano Que Mudou O Mundo Michael Meyer




Resenhas - 1989 - O Ano Que Mudou O Mundo


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desto_beßer 08/02/2010

A idéia aqui é desbancar mitos megalomaníacos de tramóias globais e relegar a políticos e personalidades locais as glórias da derrocada do Muro berlinense e do fim do comunismo na Europa. Ou seja, esqueça a diplomacia EUA-Rússia, concentre-se em Miklós Németh na Hungria, Lech Walesa e seus compadres poloneses, Václav Havel e sua educada revolução tcheca. Por contar a história destas personalidades – especialmente o primoroso trabalho de Németh - , enaltecendo o papel primordial delas e dos respectivos povos que lideravam na mudança da história, o livro é fantástico e torna-se uma bem-vinda novidade dentre as obras sobre o assunto.

Porém, Michael Meyer, durante os anos do relato correspondende da Newsweek (cof), é agora porta-voz de Ban Ki-Moon; era de se esperar, portanto, a tagarelice filosofóide anti-EUA habitual. Nessas horas, a leitura é de lascar. Uma coisa é explicar a importância fundamental do ‘local power’ e da glasnost gorbachévica (aliás, o herói do livro), mas anular o papel do capitalismo americano é um tanto quanto grosseiro por parte do autor. Ah, um momento, os EUA tiveram seu dedinho na queda do muro, sim!...

“Os regimes da Europa Oriental estavam realmente podres em seu cerne. Mas o empurrão para derrubá-los veio mais de dentro que de fora. Depois que Mikhail Gorbatchov levantou a pressão de contenção do sistema soviético, eles essencialmente implodiram. Dizer isso não significa desconsiderar a contribuição de Ronald Reagan para o fim da Guerra Fria. Ao contrário, é importante reconhecer como ele fez isso: não com um confronto maniqueísta intransigente, como muita gente do governo Bush acreditava, mas com compromisso. Ele aceitou Gorbatchov como um reformador, um parceiro potencial na paz, e isso fez toda a diferença.”

É pra cair no riso. O único mérito dos EUA foi não meter o bedelho na altruísta reforma soviética. Estávamos falando sobre maniqueísmo, não é?

Afora os surtos de mea culpa quase obamísticos por ser norte-americano e a visão ‘Terceira Via’ de mundo, que faz com que o livro sobre 1989 e a queda do muro de Berlim comece cutucando zombeteiramente – quem mais?!- George W. Bush, o texto é excelente.
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Andre Amaral 28/12/2009

Excelente narrativa daqueles meses que mudaram mesmo a história do mundo. Interessante ver como a Cortina de Ferro desapareceu e como a história da queda do comunismo foi diferente em cada país.

Mesmo para quem acompanhou o processo, na época, é muito interessante ver como algumas ações que pareciam ter ocorrido ao acaso foram meticulosamente planejadas. Por outro lado, como foi inesperada a velocidade e a forma que as mudanças ocorreram, mesmo para os mais otimistas.

E como a maioria dos países capitalistas - que eram os grande adversários na guerra fria - simplesmente só assistiram tudo acontecer.
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Renata Evaristo 26/03/2010


A História da queda do Muro de Berlim e do fim dos governos comunistas na Europa Oriental escrita por quem estava lá para contar.

No livro "A Era da Incerteza", John Kenneth Galbraith diz que muitas revoluções acontecem porque o tempo para o antigo regime já tinha acabado mesmo, é como se faltasse apenas um "chute na porta". Bom pode não ter sido exatamente isso que ele disse, mas algo parecido. O que importa ressaltar é que foi com essa a impressão que fiquei ao final do livro "1989 O Ano que Mudou o Mundo".

Já era hora. Coube a Miklós Neméth, Havel, Egon Krenz e Schabowski com o pequeno desajuste no comunicado quanto ao direito dos alemães orientais de viajar, e claro ao povo dar o pontapé final.

Achei o livro interessante e vale para tomar pé da História recente.

Aproveite para consultar no youtube :
http://www.youtube.com/watch?v=bmNR-AtnGQs&feature=related
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Jonara 23/04/2010

Eu estudei pouco sobre a Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, então não posso avaliar se os fatos que o autor traz aqui estão escritos de maneira correta, se ele é imparcial ou não, etc. Mas posso falar um pouco da maneira como ele conta sua história.
Acho que ele se enrola na narrativa em alguns pontos, e é especialmente chato quando fala dos Estados Unidos. É evidente que ele, pessoalmente, quer o perdão pela própria arrogância em tempos passados, mas usa a imagem do país como responsável por estas atitudes de superioridade. Não me convenceu. Pra mim, o único momento em que ele se joga no livro e é autêntico é quando fala da Revolução de Veludo. Ai ele se emociona e faz um relato apaixonado da situação, coisa que poderia ter feito ao longo de todo o livro, com resultado muito melhor para ele e para os leitores.
Não tenho nada contra jornalistas que se dispõem a falar do que viveram, mas não gosto quando tentam pegar sua própria visão do mundo e aplicar isso como se fosse uma visão geral. Ele faz isso em muitos momentos, generaliza seu ponto de vista. Isso cansa.
Mas enfim, o livro serve pra despertar a curiosidade para este momento histórico e serve de base para outros estudos. Não joguei meu tempo fora e não doeu tanto assim.
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Marc Kat 07/04/2012

Um ano marcante

Não há omo negar que 1989 marcou a nossa história.
Agora imagine conhecer os bastidores dos personagens que colocaram este ano como um dos mais impressionates do século XX.
Foi isto que o autor conseguiu.
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Geison 27/12/2019

1989 não é só a queda do muro!
O ano de 1989 não foi um marco somente pela queda do muro de Berlim, mas também pelas mudanças que transformaram todo o leste europeu. Aliás, é muito pouco falado mas a derrocada do comunismo começou primeiro em países como Hungria e Polônia para depois repercutir na Alemanha Oriental. Na verdade, o modelo soviético já se encontrava em crise na maioria dos países do pacto de Varsóvia e era uma questão de tempo até esses regimes se implodirem. A figura que desencadeou todas essas mudanças talvez tenha sido Gorbatchov com sua Glasnoika e Perestroika e a sua política de não intervir nas revoluções em marcha, como os soviéticos já tinham feito na Tchecoslováquia em 1968 e na Hungria em 1956. Apesar da semente plantada por Gorbatchov outros líderes tiveram extrema importância em todo esse processo: Nicolas Nemeth, Leich Walesa, Vaclav Havel, etc. Mas também não poderiam faltar aqueles que queriam preservar o regime até o fim: Honecker, Ceausescu, Milos Jaker, entre outros ditadores.

O fim do comunismo nesses países veio mais de contradições internas e menos de interferências externas. Os principais líderes europeus não botavam fé nos acontecimentos em marcha e no final todos assistiram embasbacados. Essas revoluções também não tinham nada de homogêneas, na Tchecoslováquia, por exemplo, o fim do regime ficou conhecido como Revolução de Veludo, justamente pelo caráter suave da revolução. Já na Romênia o processo foi sangrento e teve contornos de golpe político. Apesar da animação na Europa o ano de 1989 é uma data para ser esquecida para os chineses. O massacre na praça Tiananmen sepultou qualquer movimento que questionasse a autoridade do governo comunista de Pequim. Enfim, após a euforia inserir-se no mundo capitalista depois de décadas numa economia planificada seria muito difícil. Crises econômicas, políticas de austeridade e ajustes custaram muito caro à população desses países. Até hoje os indicadores sociais indicam um padrão de vida inferior na Europa do leste em comparação com o restante do continente.

Acho que o livro acaba com muitos idealismos, pois o que se viveu na URSS e nesses países satélites não passou de uma experiência autoritária, totalitária e ditaduras de esquerda. Sim, não posso de maneira alguma dizer que aqueles países eram verdadeiramente comunistas ou socialistas - Karl Marx provavelmente sentiria asco de tudo aquilo - mas também não posso deixar de fazer minha autocrítica. Até hoje pessoas defendem esses governos e seus legados desastrosos. Para resumir, o ano de 1989 colocou fim a Guerra fria e por mais que muitos reivindiquem para si o mérito desse feito, tudo não passou do fruto da escolha de pessoas anônimas ou de líderes locais que ousaram peitar a ditadura.
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