Quando a selva sussurra

Quando a selva sussurra Mário Bentes
Rodrigo Ortiz Vinholo




Resenhas - Quando a Selva Sussura


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carolmc_ 07/12/2022

Contos amazônicos
Coleção de contos inspirados nas mais diversas lendas amazônicas. O conhecimento prévio das lendas faz toda a diferença ao longo da leitura.
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><'',º> 03/04/2019

O livro traz 22 contos baseados em lendas amazônicas clássicas, como Curupira, Mapinguari, Boto, Anhangá, entre outros, assinados por 15 autores, dos quais apenas dois não são de Manaus, mas residentes em São Paulo.

Contém ainda ilustrações em nanquim criadas pelo coletivo de artistas amazonenses Animeniac Xmao, enquanto os traços finais são do ilustrador Rafael Rodrigues.

noticias.band.uol.com.br
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 26/04/2016

Contos sobre lendas nacionais
* Acesse o blog para ver algumas ilustrações presentes no livro

No livro, várias lendas da Amazônia são citadas, alguns contos falam sobre o surgimento desses seres lendários, outros falam de suas aparições, do embate entre lenda e homens, e algo que pude perceber em alguns textos foi a ideia de que talvez, nós, humanos, estejamos nos tornando mais perigosos e mais cruéis do que as temidas lendas.

"Os monstros da mata não conseguiriam competir com os homens da cidade." (página 13, "Mapinguari Urbano", Alcides Saggioro Neto)

Acho que a lenda do boto é uma bem conhecida, com a história dos homens sedutores que surgiam de noite, conquistavam as moças e depois sumiam, deixando mulheres grávidas e filhos sem pai. O conto "Filhos de boto", da Patrícia Ferreira, me fez pensar como essa lenda pode ter sido usada para mascarar a cruel verdade sobre a paternidade dessas crianças, seria melhor dizer que uma criatura sobrenatural era a responsável.

Confesso que esperava algo mais leve, mais mágico, contos mais felizes (como algumas dessas lendas me foram apresentadas na época em que, todo ano, fazia trabalhos sobre o folclore na escola), porém, "Quando a selva sussurra" tem um estilo mais sombrio e pesado, com desfechos mais trágicos, e mesmo assim, interessantes.

"A promessa de Boró era que ela sempre estaria na escuridão para iluminar o caminho de Curó, e que ele, tal como ela, não precisaria mais temer a noite." (página 96, "A índia que não temia a noite", onde Mário Bentes que fala sobre o surgimento da Lua)

"Daniela suspirou, decepcionada. Esperava respostas coerentes e não um roteiro de conto folclórico. Ficou imaginando como explicaria ao chefe que o Curupira era o principal suspeito do crime." (página 118, "Os mistérios dos corpos rasgados", o texto de Andrés Pascal, que tem uma narrativa super ágil)

Eu ainda não conhecia algumas lendas, como a da Matinta Perera (velha que se transforma em ave agourenta e insistente ao desejar algo) abordada em "Suindara Maldita" do Raphael Alves (onde Rui escutava histórias sobre ela quando era criança, mas não imaginava que a encontraria no futuro, muito menos que conviveria com ela) e "A Casa 26" de Rossember Freitas (um dos meus preferidos, que fala sobre Viviane e sua avó, que se mudaram para uma casa assombrada, só o fato de ela estar próxima ao cemitério já poderia ser um indício disso, mas ainda tinha um gato estranhíssimo lá). A palavra "anhangá" não me era estranha, e foi interessante vê-lo no conto "A longa noite de Antônio Félix", onde Maria Santino fala sobre Félix, um caçador valentão que, certa noite, pagou o preço por suas maldades. Os contos sobre as Amazonas também foram interessantes para mim.

"Não sei o que mais me enfeitiçou: o caldo ou seus olhos..." (página 110, "Olhos de Icamiabas", Attaíde Marttins)

A degradação e a preservação da natureza também são temas de alguns textos.

"Não há como deter o processo evolutivo, os homens ainda não compreenderam isso, jamais entenderam que eles é que são os estrangeiros, alienígenas, os corpos estranhos em um mundo perfeito. Eles é que são os detratores da beleza, os massacradores de vida... mas é natural tudo ter um fim! Faz parte da vida caminhar para a morte." (página 143, "Lauaretê", Virgínia Allan)

Enfim, não é possível falar sobre cada conto separadamente, pois o post ficaria enorme, mas espero ter conseguido passar um pouco da essência da obra. "Quando a selva sussurra" não se tornou um favorito como os dois últimos livros do gênero que eu li ("Eu me ofereço" e "Respeite o medo"), mas eu gostei bastante dele. Não sei como foi definida a ordem em que os contos foram colocados na obra, mais acho que se eles tivessem sido colocados de forma que os que falam sobre o surgimento de certo mito viessem primeiro, talvez ficaria mais fácil para leitores que, como eu, ainda não conhecessem aquela lenda, pudessem se situar; ou então, se o livro fosse dividido por temas (por exemplo: todos os textos sobre o Curupira juntos), talvez fosse uma boa ideia. Senti falta de saber um pouquinho sobre os autores também; nas antologias da Editora Illuminare, por exemplo, no final do livro há uma pequena biografia sobre cada autor, poucas linhas, mas que já nos ajudam a ter uma noção sobre quem escreveu determinado conto.

Sobre a parte visual: a edição está ótima! A capa é bonita e condizente com a obra, as páginas são amareladas, as margens, o espaçamento e as letras tem um bom tamanho, a primeira linha de cada conto tem uma fonte diferente, e cada conto tem uma ilustração, foi até difícil escolher só algumas para mostrar no post, pois todas são muito bonitas.

Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Fica a indicação de leitura para quem gosta de literatura nacional voltada para o nosso folclore, uma área que ainda tem bastante potencial para ser explorado em nossa literatura.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/04/resenha-livro-quando-selva-sussurra.html
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Kamila 17/04/2016

Esse é o primeiro livro de contos que leio em 2016. Eu recebi da Lendari, uma jovem editora amazonense que tem tudo para dar certo! É o primeiro livro da editora, então li sem expectativas. Foi uma leitura maravilhosa, onde pude ler e reler diversas personagens folclóricas, como Matinta-Perera (apareceu várias vezes, rs) e o Curupira (fiquei com medo).

Os contos foram escritos por autores locais sobre histórias locais. Sério, como o Amazonas têm uma cultura maravilhosa. Eu e muitos que moramos no eixo Rio-SP só consumimos o que é feito aqui, às vezes o que vem do Sul e muito do que vem de fora. Mas lá no Norte têm autores incríveis que escrevem muito bem!

Cada texto começa com uma ilustração - segundo a ficha técnica, todas foram feitas por Rafael Rodrigues e Animeniac Xmao - que já diz o que devemos esperar da história. A coletânea foi organizada por Mário Bentes, que assina os contos "A índia que não temia a Noite", em que dois índios se apaixonam, mas não podem ficar juntos porque a índia tinha uma pele albina, ao passo que o índio tinha a pele queimada. (Claro que não é só isso, mas se eu conto mais, conto a história toda.). e "Manaos Railway", um conto que evoca os áureos tempos do Amazonas (às custas da borracha), através do seu Antonio Carneiro.

Poderia falar um por um dos textos, mas vou me ater só àqueles que mais curti: Filhos de Boto (pg. 67), A Longa Noite de Antonio Félix (pg. 81), A casa 26 (pg. 153), além dos já citados contos escritos por Mario Bentes. Os contos da foto são, de cima para baixo: Olhos de Icamiabas (pg. 107), Filha de Icamiabas (pg. 27), Manaos Railway (pg. 177).

Falando sobre a editora, a Lendari é bem nova no mercado - surgiu em 2014 - porém, ousada. Seu segundo lançamento foi essa antologia, voltada para contos que retratam histórias que, pelo menos, boa parte do país conhece, mas, que não são tão visados assim pelo público, só são lembrados no dia do folclore e olhe lá.

E, por ser nova, espera-se que ela faça um trabalho razoável para bom. Por que penso assim: se a editora é nova, ela não tem tantos recursos de edição, capistas, revisão e etc. Mas me enganei, o livro está com uma qualidade impecável! Não perde em nada para as grandes editoras do país! Não localizei erros de português, capa bem desenhada, condizente com a premissa, folhas amareladas e fonte Times New Roman em tamanho agradável, que minha miopia agradece, rs.



site: http://resenhaeoutrascoisas.blogspot.com.br/2016/04/resenha-quando-selva-sussurra.html
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