Restos de Nós

Restos de Nós Bia Onofre




Resenhas - Restos de Nós


9 encontrados | exibindo 1 a 9


Victoria.Villela 09/01/2016

Super recomendo a leitura!!!
Livro envolvente e sensível! Nos prende a atenção do começo ao fim. Difícil não se identificar com os sentimentos, dúvidas e inquietações de Maria Clara e Mariana. Uma bela amostra do complexo mundo feminino!
Adriana1161 09/01/2016minha estante
Leitura deliciosa, daquelas que não dá pra parar! Excelente visão do universo feminino! Ansiosa pelos próximos títulos da autora!


Rose.Mary 09/01/2016minha estante
Imperdível: Li o livro em 3 dias: Excelente técnica literária de combinar o passado com o presente das duas protagonistas: Maria Clara e Mariana. Impossível parar de ler, narrativa vibrante, engraçada, emocional e para reflexão. Muitas passagens no texto nos levam a nos identificar em alguns momentos com Maria Clara e em outros com Mariana.
Ambas personagens nos fazem refletir sobre nossos demônios e anjos na personalidade.
Ótima leitura e que venham mais livros de Beatriz Onofre!

Rose Mary Weller


Maria.Luiza 09/01/2016minha estante
Impossível parar de ler!!!

Extremamente envolvente e instigante! Mariana e Maria Clara....um mesmo personagem em épocas distintas? Talvez......
A trama nos leva a um mundo que conhecemos apenas pela História, contudo nos mantém presos em nosso mundo atual, nos faz refletir sobre escolhas, amores, encantamentos, desilusões , vida.........
Li em 3 dias! Precisava saber o que aconteceria com essas duas mulheres magnificamente construídas pela autora!
Esperando o próximo!!!!!!!!!


Beto 09/01/2016minha estante
Parabéns!!! muito bacana mesmo!! a estrutura que vc adotou faz da leitura ser dinâmica! nossa não dava para parar de ler.! Duas personagens intensas! Leitura dinâmica e deliciosa!!! Aguardando o próximo!!


Fernando.Amado 10/01/2016minha estante
Duas mulheres em diferentes épocas, vivendo amores possíveis e impossíveis da vida. Bia nos conduz entre as duas histórias de uma maneira muito envolvente, sutil; que nos prende, encanta e desespera. O livro nos faz refletir: o que todos queremos e precisamos é ser amados e respeitados, independente da época, contexto ou sexo.
Excelente leitura!!!
Parabéns Bia, pelo belíssimo trabalho!!


Joel.Formiga 10/01/2016minha estante
Uma rica viagem pela realidade feminina, que para um leitor masculino como eu oferece uma rara oportunidade de contemplação de um mundo complexo e delicado, através das histórias entrelaçadas de duas moradoras da Gávea separadas por 150 anos, narradas com técnica e riqueza surpreendentes pelos diários de cada uma.


Marina.Nicodemo 11/01/2016minha estante
Ainda lidando com o fato de que acabei de ler o livro e não vou ter essas histórias envolventes e enriquecedoras me esperando (apenas temporariamente porque vale a pena reler cada paragrafo). Leitura irresistível!


Paty.Scano 13/01/2016minha estante
Li em 2 dias! Envolvente, delicado e surpreendente. Daqueles livros que a gente começa a ler e não tem vontade de parar. Uma viagem deliciosa no tempo, contando duas lindas e ricas histórias de mulheres que viveram em épocas diferentes. Impossível não se envolver e viajar pelo tempo, imaginando e torcendo pelas personagens, que a princípio parecem tão diferentes, mas que retratam o universo feminino tão intensamente. Leitura rica e recomendada!


Ana Helena 19/01/2016minha estante
Adorei! O livro é muito envolvente, com personagens incríveis. Daqueles livros que continuam com você muito tempo depois de já ter terminado a leitura. Fico no aguardo dos próximos livros da Bia!!




Adriana1161 12/01/2016

Imperdível
Leitura deliciosa, daquelas que não dá pra parar! Excelente visão do universo feminino! Ansiosa pelos próximos títulos da autora!
Eliana.Munhoz 24/01/2016minha estante
Extremamente envolvente, emocionante, engraçado ao mesmo tempo, da vontade de pular páginas para ver o que acontece com as personagens. Vale muito a pena ler. Aguardando anciosamente pelo próximo livro!




Adri 10/01/2016

Leitura deliciosa
Bia escreve, com muita sensibilidade e inteligência, sobre o universo feminino.
Impossível parar de ler! E quando acaba, fica aquele gostinho de "quero mais"!!!
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May Nascimento 12/01/2016

Duas mulheres, dois séculos e muitas reflexões: Fascinante!
Oi gente! Hoje trouxe a indicação de um livro que surgiu para mim por acaso, e confesso que não poderia ter sido tão surpreendida como fui por ele. Restos de Nós foi escrito por Bia Onofre, uma brasileira que resolveu expressar em seu primeiro romance as formas de escravidão a que somos submetidos.
Mas, a principal ênfase foi dada às correntes, ou melhor, dizendo, aos ‘nós’ que há muito foram dados na vida das mulheres e que até hoje teimam em interferir em nosso destino.
A narrativa está situada em Bananal (SP) e Gávea (RJ) e tem como personagens principais Maria Clara e Mariana. Duas mulheres que mesmo em épocas distintas tem muito em comum.

Conhecemos as personagens por meio de seus diários. Uma maneira fantástica de sentir cada uma delas mergulhando na história como se estivéssemos lá.
O diário de Maria Clara foi encontrado tempos depois de sua existência no casarão onde morou. Foi Victoria, integrante de uma equipe de restauração de monumentos antigos quem encontrou o caderno e com ele a possibilidade de conhecer a versão da história, tantas vezes contada pela avó, pelas mãos da própria Maria Clara: Uma mulher do século XIX; Nasceu marcada por um acontecimento triste – a morte da mãe.
“Pobre de mim. Meu choro primordial foi, por certo, de desespero ao sentir que nascera marcada pela morte”.
Do pai só recebeu desprezo e ódio. E foi da pele negra, que tanto sofria com a escravidão na fazenda do seu progenitor, que ela recebeu afeto e conseguiu sobreviver até que um dia estivesse pronta para casar. O casamento, sem amor foi apenas mais um nó. A história da personagem segue um ciclo dor-amor-dor.
Já o diário de Mariana, mais moderno e não mais escrito em um caderno e sim digitado em um notebook, foi descoberto pelo marido. Com os escritos conhecemos uma Nutricionista, casada, realizada (?), talvez não. A personagem do século XXI é marcada por um humor negro e por muita inteligência. Ela enfrenta uma crise pessoal: corpo e alma em constante conflito. O casamento vai mal, muitos nós em sua vida.
“Não posso isso, só posso aquilo, hoje os deveres, amanhã as imposições. Inferno à paisana. Possuída também pelo demônio, ando exausta por ter que distorcer, retorcer e converter desejos tidos como obscuros. Meu anjo mau sufoca meu bom diabo. Mas só o último talvez me trouxesse a verdadeira paz”.
Pouco a pouco com os registros das personagens vamos entendendo de que ‘nós’ Bia se refere. É notável que a mulher têm carregado, cultural, social e por que não psicologicamente, uma culpa imensa, será ainda herança do fruto proibido? Ao que percebemos com os diários não é por castigo divino que mulheres como Maria Clara e Mariana vêm sofrendo. Por vezes, não vi diferença entre os lamentos das personagens separadas por mais de cento e cinquenta anos.
Apesar de as mulheres já terem conquistado muito, tudo isso é muito externo, conseguimos ver, mas não sentimos tais mudanças. E os nós que carregamos dentro de nós? Alguém os vê?

“Meu desejo se manifesta forte e embaralha os pensamentos. Não me reconheço. O fogo queima o bom senso. Levada ao Tribunal da Santa Inquisição arderia na fogueira ao lado de Bovary. Vão-se os livros e as bruxas, ficam os castigos”. [Maria Clara]
Acho que não preciso dizer o quanto gostei da leitura né? Não foi à toa que o livro foi premiado pela Biblioteca Nacional! Um livro forte e reflexivo, muito bem escrito e instigante. A edição está bem simples e muito caprichada, não encontrei nenhum erro de digitação e a divisão da narrativa, intercalada entre o diário de Maria Clara e Mariana, é uma delícia de ler...
Não poderia deixar de ressaltar que entre as duas personagens gostei bem mais de Maria Clara, que mesmo em meio ao sofrimento, ainda sonha em ser feliz, em amar... Mariana me pareceu, por vezes, dramática e até mesmo antipática, querendo colocar no mundo o peso de suas frustações.
Só pra ressaltar, o livro cita algumas obras literárias como Madame Bovary e As mil e uma noites. E também faz muita menção à mitologia grega, pra quem curte é um atrativo a mais. Para os interessados, o livro está disponível na livraria cultura: http://www.livrariacultura.com.br/ e também no site da editora: https://www.chiadoeditora.com/. Boa Leitura!
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Clube do Livro 21/01/2016

Escravidão!!
Reflita um momento sobre esta palavra antes de ler esta resenha...
O que veio a sua mente?

Nesta obra temos uma dimensão muito maior do que é ser escravo, do que é sentir - se em um cativeiro opressor e agoniante.
Nem só de correntes e grades é feito uma prisão. Não é só o açoite de um chicote nas mãos de um malfeitor que pode doer e causar cicatrizes...
Imagine estar preso dentro das suas próprias angustias, ter sonhos, desejos, opinião, e ser de sufocada, precisar matar tudo isso, até se tornar um cemitério de você mesma..


Você morre um pouco a cada dia quando tem voz mas não é ouvida, quando precisa de amor e não o recebe, quando idealiza algo e nada acontece. Morre um pouco cada dia quando precisa de um Abraço e recebe o desdém, quando o ignoram, a deixando à mercê do abandono.
Restos de nós é uma obra que reflete várias questões do universo feminino, Como a opressão sobre a mulher, adultério, casamento, maternidade...
Podemos vislumbrar a vida de duas mulheres e acompanhar o seus dramas através dos seus próprios registros, de diários escritos e datados.
Vamos conhecer seus universos feminino?


A primeira mulher é Maria Clara, rejeitada pelo pai, foi entregue ao casamento por conveniência a um homem que a menosprezava de todas as formas. Encontrou fora do casamento o verdadeiro amor e no seu diário datado em 1855 uma forma de gritar tudo aquilo que a sufocava, que precisava ser dito e que ninguém se dispunha a ouvir!! Qual seria o seu destino?
"Não esperava uma dedicatória. De fato, muito pouco sabia sobre os diários das mulheres do século XIX. Que mistérios e surpresas me aguardariam? Reli as palavras sem me dar conta de que eram, na verdade, uma tentativa de despertar Maria Clara para uma vida nova e evitar o futuro trágico a que fora predestinada. Teria ela compreendido o alerta ou teria visto apenas as estrelas pequenas sem perceber que formavam o cinturão de um imenso caçador?"

A outra mulher, Mariana, com autoestima destruída, vivendo em um casamento fracassado e com vários dilemas para serem lidados. Encontrou no seu diário no "Laptop" uma terapia...


"um resgate de memórias desmaiadas, um pouco do filho que não vou deixar para o mundo" pg 103.
Qual seria o seu destino? Terminei a obra com vários questionamentos, inquietações!
Acredito que ambas personagens só desejavam a liberdade, descobrirem - se, viver e amar..
Seria este o destino das Mulheres? Deveria!

E você? Qual o seu destino?

Resenha: Amanda Bonatti

site: http://clubedolivro15.blogspot.com.br/2016/01/resenha-restos-de-nos-autora-bia-onofre.html
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Nu e As 1001 Nuccias 05/02/2016

Resenha do Blog As 1001 Nuccias
Se eu tivesse de resumir o livro em uma palavra, acho que seria: UAU!!!

Restos de Nós narra a história de vida de duas mulheres: Mariana e Maria Clara, separadas por quase dois séculos, mas conectadas de muitas formas: casamentos opressivos, família ausente, amores platônicos, morte, escravidão e a rua onde moravam.

Sobre a história: tudo se inicia quando Victória, uma funcionária do setor de Tombamento Patrimonial da Prefeitura, e moradora do bairro da Gávea/RJ, finalmente entra no grande casarão da Rua Desembargador Paulo Miller, sobre o qual ouviu muitas histórias contadas por sua avó. O casarão, abandonado como se parado no tempo, escondia mais do que poeira e móveis antigos. Ao fazer questão de chegar ao local antes da chefe do departamento, Victória faz uma grande descoberta: encontra o diário da antiga moradora, Maria Clara, bem escondido em um vão perto da mesa de cabeceira. Victória, após esconder seu achado e muito matutar se deveria ou não trapacear suas lembranças das narrativas da avó, decide finalmente desvendar a história de vida de Maria Clara, após seu casamento em 1855.

Enquanto Victória lê o diário de Maria Clara, Rodrigo encontra o laptop de sua esposa ligado. Em um impulso, rompe o passear das imagens da tela de espera e encontra anotações diárias feitas pela esposa. Inicia, então, a leitura sobre uma parte da vida de Mariana a qual nunca soube, nunca se conectou.

Feita em terceira pessoa no prólogo, passa a ser narrada em primeira pessoa quando chegamos aos diários. É uma narrativa bem fluida, cheia de metáforas belíssimas, incríveis descrições e conectada de uma forma profunda, tanto que uma informação ao final do livro já tinha sido delineada no prólogo, mas só percebemos quando chegamos a ela. O título do livro é explicado ao longo do texto de um jeito tão peculiar e despretensioso que pode passar despercebido a um leitor que não tenha mergulhado na narrativa.

Além de todas as metáforas, as narrativas de diário são carregadas de sarcasmo, tristeza, aflição e, em alguns casos, sonhos e exageros. Nada fora do contexto, fique claro. Faz parte da personalidade de quem narra. O texto cita algumas grandes obras da literatura, como Madame Bovary e As Mil e Uma Noites, todas bem encaixadas. Aliás, o contexto no qual foi inserido o livro sobre Sherazade foi completamente diferente do que eu esperava, e, mesmo assim, perfeito.

Os personagens são bem estruturados, dinâmicos, cheios de vida e de tristeza. Victória, uma moça asmática, presa a histórias contadas ela avó, teme perder seu mundo de fantasia ao ler as verdades do diário. Maria Clara, uma jovem que sempre foi renegada pelo pai, apenas pelo fato de sua mãe ter falecido durante o seu parto, se vê presa a um casamento de conveniência com um marido que não a toca, não a procura, mal conversa com ela, e passa dias, meses, junto do primo da moça. Ao se mudar de Bananal, no interior de São Paulo, para o grande casarão na Gávea, só encontra liberdade em seus passeios matinais. Mariana é uma nutricionista de renome, presa a um casamento sem amor, sem paixão, sem conversa. Caminha todos os dias pela manhã na rua, onde (re)conhece alguns moradores e suas histórias, passa todos os dias em frente ao grande casarão, e luta para emagrecer a fim de se enquadrar no padrão de beleza da sociedade atual, em uma vã esperança de se fazer notar novamente pelo marido, um grande cirurgião.

E a parte técnica? Começando pela capa: é uma das capas mais simples e bem feita que já vi. Em um tom bege, ao estilo sépia, traz uma imagem (feita pelas mãos de uma artista plástica amiga da autora, especialmente para a capa) de parte da Baía de Guanabara, tendo em destaque o morro Dois Irmãos com a Pedra da Gávea ao fundo, mas da época de antes da construção de todos os prédios. Essa imagem é ligeiramente mais escura que o restante da capa. Além disso, é margeada nas partes superior e inferior por cordas (parecidas com as de navegação, bem grossas) em tons de verde floresta. A corda superior faz parte da composição do título do livro, bem destacado, no mesmo tom de verde. O nome da autora e o subtítulo do livro estão em uma cor mais escura, avermelhada.

O livro conta com duas orelhas, tendo a biografia da autora na primeira e a segunda vazia. Nesse caso, acho que a editora poderia ter aproveitado melhor o espaço e colocado uma parte do texto.


A diagramação interna é esplêndida. Temos dois mapas da Rua Paulo Miller, um de 1855 e outro de 2005, feitos na mesma arte da capa. Em papel pólen, amarelado, o texto está com fonte em tamanho agradável, margens justificadas. A narrativa é quase toda dividida em datas e locais, como se fosse mesmo a leitura dos diários citados. A narrativa de 1855 foi impressa em itálico, mas a fonte é boa e não atrapalha a leitura. Todas as datas são em negrito, como inícios de capítulos. Nenhum erro de português, nem ortográfico, nem pontuação. Chiado Editora arrasando!

O que eu achei do livro? Não passei pelas mesmas situações das protagonistas, mas alguns momentos foram bem semelhantes ao que vivi. Eu tive algumas das mesmas reações (em especial, na parte que fala das amigas que tiveram filhos e se auto-promovem a um patamar "melhor" que o seu). Também já me vi presa a um relacionamento triste, em que eu amava alguém mais do que a mim mesma, tentando desesperadamente me modificar para agradar. Tudo muda na vida, para o bem ou o mal. Mas só muda se você se dispuser a isso.

Com um final surpreendente e inesperado, que me deixou um tanto estarrecida e sem reação, é um livro que merece mais do que ser lido: merece ser interpretado, analisado e usado por muitas mulheres como base para mudanças em sua vida. É uma obra que foi premiada com uma bolsa do Ministério da Cultura, o que permitiu sua publicação.

site: http://1001nuccias.blogspot.com.br/2016/02/resenha-premiada-livro-restos-de-nos.html
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Pensamentos Valem Ouro 06/02/2016

Restos de nós, uma leitura de tirar o fôlego!
A leitura de Restos de Nós, chegou a mim como aquela brisa que de repente vem nos toca de leve e já sai pegando lugar na janela do coração. Foi a amor a primeira vista! E olha que o livro nem estava em minhas mãos ainda. Recebi um convite da autora Bia Onofre e depois de ler a sinopse não pude recusar.

Bem, o livro chegou e minha paixão aumentou sabe aquele livro que parece seda. então, era essa. As folhas me encantaram resistentes e ao mesmo tempo muito delicadas... ( não se assustem, eu tenho umas coisas meio estranhas assim mesmo) Mas continuando nosso assunto... Eu esperava muito do livro e ele não só me satisfez, como foi além do que eu esperava e isso me deixou muito feliz.

Restos de nós conta as histórias de Maria Clara e Mariana duas mulheres que existem, amam, pensam, desejam, lutam, mas que de alguma forma são aprisionadas pelas condições sociais de seu tempo. O espaço físico escolhido pela autora para o registro dos acontecimentos foi o bairro da Gávea onde as duas personagens residiam cada uma à seu tempo, Maria Clara em 1855 e Mariana em 2005.

Separadas por anos e ligadas por um lugar, talvez algumas pessoas, elas nos falam da vida com uma profundidade que é impossível não se envolver. Conhecemos as agruras de nossas personagens a partir de seus diários. Maria Clara começou a escrever, pois foi alertada pela tia que a vida de casada poderia não ser tão fácil quanto imaginava. Então, que a escrita lhe fizesse alguma companhia. Mariana, por sua vez, começa a fazer caminhadas com o objetivo de exercitar seu corpo e para controlar seu ritmo, ganhos e perdas começa a registra números e sentimentos em seu diário eletrônico.

Restos de Nós - Bia Onofre
A leitura se intercala entre relatos de Maria Clara e Mariana as duas infelizes com a vida que estão levando. A primeira se vê confusa e agitada, pois depois do casamento (arranjado pelo pai) não foi tocada pelo esposo; a segunda, tensa, amargurada pois há muito não sabe o que é uma vida conjugal feliz. Principalmente depois de tê-la experimentado com o seu próprio esposo. As duas tentam se livrar, procuram meios para sair das tensões e procurar um lugar de mais conforto, mas na hora de agir algo lhes impede deixando-as presas à uma realidade que não mais lhes pertence, porque entenderam que não é desta realidade que gostariam de viver.

Vocês devem ter achado estranho meu grifo na palavra existem ali acima. Mas uma questão que muito me chamou atenção neste cenário de opressão é o fato de, sobretudo, as duas terem deixado registrado suas existências por meio dos diários. De alguma forma senti que por mais simples que seja nossa atitude diante de uma grande causa ela sempre será válida. Estamos diante de uma ficção, mas que sabemos ser e ter sido realidade de muitas mulheres. Maria Clara e Mariana, não se deixaram vencidas pela guerra, pelo contrário são provas que vale a pena continuar lutando, seja por nós, seja por aqueles que ainda virão. Seja para continuar lutando.

Há um fato que ainda não contei, na Gávea algo que permaneceu em comum entre as duas histórias foi um certo casarão, onde morou Maria Clara. Um lugar que despertava a curiosidade de Mariana e por vias do destino local de trabalho de Victória sua prima. É Victória por sinal que se torna a grande narradora desta história e que mesmo sendo mais "livre" nos apresenta a questão crucial do livro. O que restou de nós, ou ainda o que resta de nós?

A ligação entre as três, vou deixar para você conhecer na leitura do livro. Eu diria apenas que foi um nó muito bem dado pela autora. Mas não um nó cego, um nó de marinheiro daqueles bem experientes e que por isso mesmo dá gosto de se observar e quem sabe aprender

Restos de nós, não é uma história fraca, tampouco uma história aterrorizante, em minha opinião trabalhando com fatos ficcionais Bia Onofre traz discussões sobre aquilo que é real para nós. Para o que precisamos hoje abrir nossos olhos e lutar, sem deixar para os amanhãs.

Bia me fez perceber o quanto o olhar para traz e seguir em frente é necessário, mas mostrou também que nada se faz no alvoroço. Não podemos fazer para ontem, não podemos deixar de fazer hoje, mas ainda é tempo de organizar o pensamento e fazer o certo, que neste caso, creio que seja única e exclusivamente a busca pela liberdade.

O fato é que um nó se fez aqui dentro do meu coração e a cada página ele ia destravados muitos
outros. Não posso dizer que não adorei, principalmente quando a própria Bia me mostrou que é mais do que possível destravar barreiras. Ela apareceu aqui, me fez uma linda surpresa, me mostrou que acordar assustado pode dar um dia de grandes surpresas. Fui reler o que já tinha lido para ouvir de fundo a voz da autora. E acredito que foi a melhor coisa que fiz.

Dois diários, três mulheres, o mundo e as escolhas, diante delas as realidade, um pouco mais a frente a luta. Nesta história a persistência esteve por todos os lados, independente do que nos trouxe seu final.

site: http://www.pensamentosvalemouro.com.br/2016/01/resenha-restos-de-nos.html
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LT 15/06/2016

E os "Restos de Nós"?
O livro conta a história de duas mulheres muito parecidas, ambas de personalidade forte. Mas de épocas diferentes, Maria Clara de 1855 e Mariana de 2005 e trata de sentimentos, tristeza, da necessidade de libertação, de se encontrar e de mulheres que, através das palavras, deixaram suas marcas, de algum modo, mesmo que para poucas pessoas.

Duas pessoas de lugares e épocas diferentes podem ter muito em comum? Sim, claro que sim!

Conseguimos conhecer as duas pelos seus diários, pelo que sentem quando escrevem.
O diário de Maria Clara, que suportou sua dor por tanto tempo até abrirem suas páginas e sentirem o que ela sentiu, foi encontrado por Victoria, que participa de uma equipe que faz restauração em monumentos antigos.

Maria Clara sempre foi desprezada pelo pai, porque sua mãe morreu ao dar à luz a ela. Foi através da mãe de criação de pele negra, que conseguiu o afeto e o amor que tanto esperou. E seu pai por ver sua esposa morrer, desprezou-a até alguém a desposar. Quando casou-se e pensou que as coisas poderia melhor, que seu marido lhe daria amor e muitos filhos, percebeu que acabava de atar mais um nó, que ele apenas a desprezava tanto quanto seu pai. Mas é em passeios matinais com sua mãe de criação que ela encontra o amor. Maria Clara conhece Thierry, um rapaz que não mora muito longe de sua casa e que começa a lhe visitar com frequência e vice-versa. Um amor nasce, parece que todos os nós estão prontos para desatar, mas nada é como parece...

Mariana, um pouco mais moderna, escreve em seu notebook, onde quem o encontra é seu marido. Mariana que é nutricionista, casada, mas que não é aquela mulher realizada e feliz que parece ser. Ela tem sua própria crise e ninguém parece entender. Seu corpo e sua alma brigam constantemente. Seu casamento vai mal, ela quer emagrecer, vê pessoas conhecidas e quer manter distância de suas vidas perfeitas. Mariana quer tirar todos os nós de sua vida, quer se libertar, quer ser feliz. Ela corre todo dia, e todo dia vê as mesmas pessoas com suas diferentes historias, que passam horas fazendo o que fazem, enquanto ela fica ali, pensando em como se libertar.

Com o passar das páginas, que se intercalam entre as histórias de Maria Clara e de Mariana, vemos como mulheres vem tentando conseguir o seu lugar e como "antigamente" as coisa aconteciam com muita influência, e que agora, não é muito diferente assim, as vezes, também acontecem. Conhecemos também Victória - prima de Mariana, essa que se torna uma narradora indispensável em Restos de nós, um livro que acaba por deixar reflexões aos seus leitores. O final foi, não tenho como explicar... mas questiono: E os Restos de Nós?

Ainda assim, preciso dizer que, para quem curte essa mistura do contemporâneo com época, essa história pode ser uma boa pedida. Confesso que não me empolguei muito com a leitura, mas acredito que seja pelo fato de não estar adaptada a esse gênero literário, foram poucos os livros que li assim. Todavia, mergulhei nas páginas, encarei o desafio fui fundo e o li todo.

Avalio o livro como bom.

[QUOTES]

“No entanto, meu esposo tem se mostrado alheio aos meus desejos. Segue estático, como um fruto solitário no alto do abacateiro, a carne inacessível apodrece ao sol.”

“Não consegui terminar a caminhada. O estômago dói. Que vergonha! Descompensada tenho comido compulsivamente em busca de recompensa.”

Resenhista Analuiza Amorim.

site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/
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patyflortelles 23/03/2017

Apaixonante
Eu estive no Rio de Janeiro com Maria Clara.Caminhei com ela por um casarão colonial,respirei a bruma das manhãs,vi a mata ,ouvi os pássaro.Também fui para lá com Mariana,e fiz caminhadas com ela em meio ao calor desértico ,ao lixo,ao caos urbano.Eu vivi uma noite com elas,e elas me disseram que a vida vale a pena.Nós valemos a pena.
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