Sparr 31/01/2021
Eu acabei esse livro ou esse livro acabou comigo?!
Eu já estava completamente apaixonada pela escrita do senhor Bernard, desde o primeiro volume. Mas a história aqui tomou uma proporção tão incomensurável, que fiquei sem saber como seguir depois. Hehehe.
Acompanhar os relatos de Derfel com sua memória, seu ceticismo, fazendo parecer ao mesmo tempo, palpável e extraordinária, ficou muito mais intenso aqui. Justamente porque é um livro onde as memórias da história de uma outra pessoa, dão espaço à história da própria pessoa que narra os fatos. Foi tudo muito mais pessoal. E eu estou apaixonada pelo Lorde Derfel em níveis que não sei explicar.
Seu romance, sua família, suas escolhas, seus juramentos, suas decisões, tudo me permitiu enxergar esse homem honrado. Esse amigo leal, acima de tudo..
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Chorei igual uma desgraçada na parte da história que dá palco para Tristan e Isolda, e saí com asco do falso moralismo de Artur, não consegui nem sentir tanta empatia quando ele, mais pra frente, se lasca também. Foi meio que esperado e merecido.
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Sobre Guinevere, eu sigo com nada novo sob o Sol, a perspectiva de alguém que manipula o jogo que quer jogar sem se preocupar com quem vai machucar. Igual acontece em As Brumas de Avalon, ainda que por caminhos diferentes. E sobre Lancelot, sigo o achando odioso por inteiro e aproveitador, também como já assim pensava depois de ler As Brumas.
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Me surpreendi com o tanto que eu ri com Merlin e sua acidez. O quanto ele consegue enganar, não por poderes sobre-humanos, mas por uso impecável de sua inteligência e do seu emocional. Nimue ainda me deixa dividida e eu ainda sinto muito pelo que Morgana aqui é. Tão diferente...
Esse livro me levou para um outro nível na minha admiração pelo autor, bem como por todas as lendas Arturianas, tão contadas e recontadas. Eu saio tomada de êxtase por ter lido uma obra tão bem amarrada e construída, com uma história tão diferente e, ainda assim, tão como ela realmente é conhecida. Com certeza, é o meu favorito.