Memórias Sentimentais de João Miramar

Memórias Sentimentais de João Miramar Oswald de Andrade




Resenhas - Memórias sentimentais de João Miramar


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Mama 15/06/2022

Leitura chata
O livro tem uma linguagem bastante rebuscada e, apesar de saber de sua relevância para a literatura, achei a história muito chata é monótona.
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Biblioteca Álvaro Guerra 07/03/2022

Memórias sentimentais de João Miramar é um romance escrito por Oswald de Andrade, publicado em 1924, o qual inclui uma mescla de gêneros. É considerado uma das mais importantes obras do movimento modernista brasileiro, nascido na Semana de Arte Moderna de 1922.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8525008036
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Gabrielly 10/11/2021

Difícil leitura
Achei livro de difícil leitura, onde o leitor precisa tentar adivinhar o que estava acontecendo na vida do personagem. Entretanto a história é interessante.
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Waguinho 13/06/2021

Memórias Sentimentais de João Miramar
O romance "Memórias Sentimentais de João Miramar" representa a primeira tentativa de construção do romance moderno no Brasil. Inserido no projeto modernista, busca desconstruir as bases da forma tradicional da narrativa de ficção. Esse exercício de demolição começa já no prefácio, ele próprio parte da ficção, já que vem assinado por Machado Penumbra, personagem do livro. Ao final do volume, a informação a respeito do local e data da produção da narrativa é mais um elemento de ficção.
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Luiz Pereira Júnior 24/05/2021

Um clássico é um clássico é um clássico
Mais um da famosa série “livros que eu tenho de ler para passar no vestibular”. Nem preciso falar muito (ou escrever) sobre “Memórias sentimentais de João Miramar”, de Oswald de Andrade, um dos luminares do Modernismo brasileiro. Isso todo e qualquer professor de Literatura do Ensino Médio sabe (inclusive eu).
Mas o que me chama atenção é sempre a ideia do que é um clássico. Teoricamente, é um livro para ser lido em classe (sim, já encontrei essa definição) ou é um livro que se renova a cada leitura (sim, também já encontrei essa definição). Fico com ambas, na falta de melhor. E, também, pode cair como uma luva para um livro que se lê por obrigação, ou com algum propósito específico (como um dos – muitos – passos para o ingresso no ensino superior).
Sim, amo a leitura e é muito raro eu passar um dia sem ler alguma coisa (seja lá o que for), mas também sei que a leitura pode irritar. E isso talvez seja o que eu considero um dos problemas do ensino da Literatura no Ensino Médio: o aluno já dá de cara com o Trovadorismo e aquele palavreado complicado. Mas, seja como for, quando ele já está prestes a sair do Ensino Médio, dá de cara com esse palavreado complicado do Oswald de Andrade.
(Antes que alguém me critique: tenho plena consciência de que o ensino da Literatura no Ensino Médio é pautado pela ordem cronológica e isso faz todo o sentido, é claro.)
Bem, seja como for, talvez o sentido maior de um clássico seja justamente esse: a imortalidade. Sim, li esse “Memórias sentimentais” em minha adolescência e não foi algo que me fizesse virar a noite querendo saber o fim da história. Mas, hoje, eu o reli em uma tarde e percebi que muito do Luiz Pereira Júnior adolescente ainda teria de passar pelo que João Miramar passou para chegar ao Luiz Pereira Júnior de hoje... E isso sim apenas um clássico pode fazer...
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andreagueiro 23/04/2021

um retrato do modernismo brasileiro
quando foi publicado deve ter sido muito aclamado por ser um retrato muito bom do modernismo brasileiro, as viagens e descrições do Miramar são os pontos altos do livro na minha opinião, eu amei ficar pesquisando as localidades que ele mencionava e me imaginando lá também!

do meio pro final tudo parece mais monótomo e um pouco cansativo, sinto que o Oswald usou palavras mais complicadas e fragmentárias de propósito e demanda um grande esforço pra entender alguns trechos (talvez por isso tenha sido um livro que tive que ler na faculdade né hahahaha).

e o último fragmento do livro foi genial pra mim, a maneira que foi descrito e a espontaneidade das últimas falas de João representam e fecham com maestria esse conglomerado de trechos que formam essa obra.
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jota 02/12/2020

DIFÍCIL (narrativa mesclada, fragmentada, não linear, que flerta com o Ulysses de Joyce)
Memórias Sentimentais de João Miramar: duas estrelas e meia
Serafim Ponte Grande: cinco estrelas
Macunaíma: cinco estrelas
Ulysses: quatro estrelas (5 + 3 ÷ 2)

Em Miramar na Mira, o crítico e poeta Haroldo de Campos tenta explicar para o leitor a obra-prima de Oswald de Andrade (1890-1954), Memórias Sentimentais de João Miramar. Antes de mais nada, o ensaio de Campos se reporta a 1922, ano marcado pelo surgimento do movimento modernista no Brasil e, coincidentemente, da publicação do livro que mudou os rumos da ficção moderna: Ulysses, de James Joyce. Memórias Sentimentais saiu dois anos depois (1924) e, em 1928, temos Macunaíma, de Mário de Andrade, escrito desde 1926. Que, juntamente com o livro de Oswald (há certo diálogo entre Memórias e Macunaíma, como o próprio Mário reconheceu em carta a Manuel Bandeira), vai marcar um momento especial da literatura brasileira, a renovação de nossas letras. Tudo isso é história: a Semana de Arte Moderna de 22 e seus desdobramentos logo comemoram o centenário.

Campos prossegue fazendo comparações entre Miramar e Macunaíma para mostrar o vínculo entre as duas obras, mas o que parece mais interessante no ensaio são mesmo as semelhanças entre o livro de Oswald e o de Joyce. Antes, Campos tecera alguns comentários sobre Thomas Mann que, como Joyce é por ele caracterizado como romancista da crise da burguesia. Especialmente pelo uso que Mann faz da paródia, o que o conectaria a James Joyce. A paródia está presente tanto na odisséia de João Miramar (por São Paulo, Santos e Paris) quanto na de Macunaíma (de Uraricoera para São Paulo em busca do muiraquitã), do mesmo modo que Joyce retrata a odisséia de Leopold Bloom por Dublin num único dia de 1904, 16 de junho. Lá o foco era na burguesia irlandesa, aqui a paulistana é que é especialmente parodiada. Recurso literário que já se encontrava presente em Dom Quixote (1605), de Cervantes, conforme lembra Campos.

Macunaíma é uma obra de fácil assimilação pelo leitor; isso não ocorre em Miramar pelo excesso de fragmentação e outras experimentações; as memórias são contadas em estilo telegráfico em 163 textos mesclados e dispostos sem qualquer sequência cronológica, o que, somado ao resto, convenhamos, dificulta nosso entendimento (o meu, pelo menos). Campos sugere que deveria haver obras que estudassem e explicassem melhor o livro para o público, como ocorre com as inúmeras que foram escritas sobre Ulisses. Que, no entanto, é muito mais volumoso e de estrutura muito mais complexa do que Miramar, um verdadeiro supermercado das letras, tem de tudo. Na falta, ele cita o que o crítico Antonio Cândido escreveu sobre Memórias Sentimentais: “Um dos maiores livros da nossa literatura, é uma tentativa seríssima de estilo e narrativa, ao mesmo tempo que um primeiro esboço de sátira social. A burguesia endinheirada roda pelo mundo o seu vazio, as suas convenções, numa esterilidade apavorante. Miramar é um humorista pince sans rire, que procura kodakar a vida imperturbavelmente, por meio duma linguagem sintética e fulgurante, cheia de soldas arrojadas, de uma concisão lapidar.”

Antonio Cândido, como muitos intelectuais brasileiros, parecia mais preocupado em escrever para seus iguais, outros intelectuais, em vez de se fazer entender também por leitores comuns. Traduzindo: “pince sans rire” significa, no contexto, sarcástico, e “kodakar”, retratar a vida com uma câmera Kodak. Também não adianta muito tentar resumir aqui a opinião e as explicações todas de Campos sobre Memórias Sentimentais. Elas tornaram o livro um pouco menos obscuro para mim (muito pouco, na verdade) e talvez possam também fazer isso por outros leitores. Reconheço que desde as páginas iniciais imaginei que o livro de Oswald não me agradaria plenamente, ao contrário do que ocorreu com Serafim Ponte Grande (publicado em 1933, mas escrito entre 1925 e 1929), que apreciei bastante por ser muito mais palatável.

Quis ler Memórias Sentimentais do mesmo modo que ocorreu com Ulisses, para saciar minha curiosidade sobre esses livros tão falados e nem tanto assim lidos. De uma lista publicada pela Folha de São Paulo em 2006, que trazia os cem melhores romances do século XX escolhidos por especialistas brasileiros, acadêmicos na maioria, já li sessenta e dois e nela o livro de Joyce ocupa a primeira posição. Não sei se irei ler os demais faltantes (trinta e oito), mesmo porque sobre alguns tenho a certeza de que não vou apreciá-los e outros estão fora de catálogo há tempos, são difíceis de encontrar ou então o preço deles nos sebos é abusivo.

A FSP, na mesma matéria enumerava, pelos mesmos especialistas consultados para a lista anterior, os trinta livros brasileiros mais importantes do século XX. Macunaíma ocupava o quarto lugar, Memórias Sentimentais de João Miramar o décimo e Serafim Ponte Grande o décimo terceiro. No primeiro lugar, Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, que li em fevereiro de 2020. Agora, lido Miramar, faltam apenas oito volumes para completar a lista dessas obras. Se conseguir, um dia digo se valeu mesmo a pena ler tudo isso. Ah, sim, a avaliação (duas estrelas e meia) é de minha relação com a obra (gostei muito pouco da leitura), não sobre a obra em si.

Lido entre 27 e 30/11/2020.
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Mr. Jonas 07/02/2018

Memórias sentimentais de João Miramar
Uma das inovações praticadas por Oswald de Andrade em Memórias Sentimentais de João Miramar é a extensão dos capítulos do livro, extremamente curtos. Funcionam como retalhos do passado do narrador, cuja memória é acionada de forma fragmentada.
João Miramar pertence a uma rica família burguesa. Sua infância é marcada pela morte do pai. Miramar estuda em bons colégios de São Paulo e, depois de se formar, parte para uma longa viagem de conhecimento e amadurecimento, passando por Tenerife, França, Alemanha, Itália, Suíça e Inglaterra. Neste último país recebe um dinheiro extra, enviado pela família, que solicita seu rápido retorno ao Brasil. O jovem deve voltar ao país para assumir suas responsabilidades de herdeiro e de homem adulto.
Ao chegar, toma conhecimento da morte da mãe ? o que completa sua condição de órfão. Recebe a herança que lhe é devida e se casa com a prima Célia, estratégia usual naquela época para manter o controle financeiro em mãos familiares. Viaja ao Rio de Janeiro com a esposa, que tenta arrastá-lo a uma convivência mais estreita com a gente refinada do lugar. A tentativa é inútil, porque desde logo Miramar desenvolve um espírito rebelde às convenções.
O casal retorna a São Paulo e acompanha com apreensão o desenrolar da guerra europeia, principalmente em função da convocação de Pantico, primo e amigo de Miramar. Ao mesmo tempo, Miramar parte para uma viagem de contato com suas raízes familiares, conhecendo as terras onde seu pai tinha sido criado.
Miramar conhece a atriz Mademoiselle Rolah, que se torna sua amante. Influenciado por ela, torna-se produtor cinematográfico, mas consegue apenas criar fitas de segunda categoria. Enquanto isso, retoma o contato com José Chelinini, companheiro de estudos. O amigo tenta seduzir a sogra e as cunhadas de Miramar, que conhece durante uma viagem.
O relacionamento de Miramar e Célia não vai bem. Ele suspeita do envolvimento da esposa com seu amigo Pepe, enquanto ela reforça suas desconfianças a respeito da relação do marido com Rolah. O desenlace da crise matrimonial conduz ao divórcio. Para piorar a maré de azar de Miramar, seus negócios não vão bem e ele decreta falência. Depois disso, é abandonado por Rolah. Miramar passa então a trabalhar em um jornal, enfrentando sérias dificuldades financeiras.
Depois da morte de Célia, a filha do casal, Celiazinha, reaproxima-se do pai.
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Ana 01/01/2018

Ruptura e críticas ácidas
Esse romance , pelo grau de novidade a que submete o leitor, proporcionando uma certa ruptura com valores caros à tradicional literatura brasileira, pode ser considerado um dos romances de transição para o modernismo. O livro é curtinho com capítulos também muito curtos, e descreve os acontecimentos na vida de João Miramar, rico burguês que estudou em bons colégios de São Paulo, e que parte para uma longa viagem de amadurecimento, como era de se esperar, pela Europa. Casa-se, envolve-se com uma amante, e por influência desta, resolve entrar para o cinema como produtor, embora seu trabalho não tenha lá muita categoria. O romance é uma ácida crítica à sociedade brasileira e paulistana da época.
Em alguns momentos, achei meio enfadonho, pelas palavras que Oswald usa, mas o livro tem muito valor, e ao lê-lo, passou como que um filme na minha mente, com aqueles figurinos todos da década de 20. Adoro.
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Israel145 07/05/2017

Memórias Sentimentais de João Miramar é algo que oscila entre um soco no estomâgo e uma pegadinha. Impossível ler a obra fora do seu contexto. Quem assim o faz, nada tem a acrescentar às suas leituras e é melhor nem lê-la.
A desconstrução da estrutura formal de um romance é o lastro que Oswald de Andrade usa para elaborar a obra. O livro não tem capítulos, mas sim, cenas, como um roteiro de filme. Os acontecimentos narrados não tem nenhuma linearidade, os fatos são truncados (cortes bruscos) e a história com tons ora hilários, ora ininteligíveis. A estrutura dos períodos não se aplicam, as frase são desconexas, o nome dos personagens são facetas de si mesmo. O título das cenas provocam risos involuntários após a leitura das mesmas. A falta de pontuação causa tamanha estranheza que as vezes se faz necessário reler a cena mais de uma vez. A linguagem coloquial transborda devido ao uso excessivo.
O livro deve ter causado um alvoroço nos meios literários. Sua estrutura é tão diferente que oscila rapidamente do lirismo ao cinismo sem dar tempo do leitor digerir. E tudo isso antes do Ulysses de Joyce.
No geral, a obra não é para diletantes. O leitor casual pode não gostar do experimento bizarro de Oswald e talvez só valha a pena a leitura por mera curiosidade (meu caso).
No que tange à sua importância literária, é de fato uma bola fora da cesta, porém arremessada de forma muito bem calculada. Um desvio proposital, um gol contra apenas para tirar sarro do próprio time.
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Túlio Demian 18/01/2014

Romance em fragmentos
As memórias são editadas, quase sempre, com o esforço contínuo do sentimento presente, do sentimento vivo no momento da exposição, e por conta dessa espinha dorsal certas cenas são posicionadas de maneira não linear.
Normalmente os livros de memórias são organizados sem se preocupar em reproduzir, na estética, esta característica, haja vista que o termo memória acaba endossando uma espécie de discurso onipresente do narrador e distante da reprodução real dos fatos.
Nesse sentido o romance de Oswald está muito próximo dos princípios realistas do que a maioria pode imaginar. A fragmentação textual, em diálogo com as vanguardas da época, reporta essa verossimilhança que os textos convencionais não conseguem alcançar.
Se não for sentimental a memória é mecânica, ou distanciada (neste caso em terceira pessoa - o que a deixa ainda mais ficcional); e é aí que o texto de Oswald nos surpreende em sua "clareza" - isso mesmo clareza de exposição. Assim como a fragmentação linguística de Guimarães nos trouxe outro olhar sobre a reprodução da linguagem popular, as imagens de Memórias Sentimentais de João Miramar nos permite olhar para a memória de maneira mais aproximada, e menos apaixonada, de como ela verdadeiramente se expõe na mente humana.
Pense em sua história e perceba que a fragmentação é inevitável. O romance pode ser construído sem o labor editorial que compõe uma linha única de exposição. João Miramar nos oferece os trechos impulsivos de sua memória sentimental tal qual ela as imagens exigem espaços na sua elucubração. O resultado disso, de acordo com a belíssima introdução de Haroldo de Campos, na edição de 1971, “... faz perimir o conceito de romance, de novela ou de conto, diante de uma nova ideia de texto".

site: http://frutovermelho.blogspot.com.br/2014/01/romance-em-fragmentos-memorias.html
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Igor 14/12/2013

"Minha sogra virou vó"
Esse será um livro que não irei classificar em estrelas. Não que ele esteja acima ou abaixo disso, mas porque este livro está fora do universo da classificação, algo relativamente comum em livros modernistas. Só digo que a nota 2.9 que este livro dispõe aqui no Skoob é muito baixa por sua complexidade!
Não é um livro, também, em que se dá importância à estória. Claro que há um pano de fundo narrativo, mas apenas para contextualizar as armações líricas que o autor tece, às vezes cubista, outras futurista, e por aí vai.
Então, se estiver curioso quanto a esta experiência literária, saiba que precisarás de muito fôlego, conhecimento de interpretação e escolas de artes, e persistência, muita. Às vezes será impossível decifrar um parágrafo dele, talvez até por intenção do autor, mas não se pode desistir.
Outras vezes será algo fácil de interpretar e até mesmo divertido, como "minha sogra virou vó", única frase do capítulo em que conta que sua filha nasceu, nada sentimental, como o título do livro sugeriria.
Deixo o universo inteiro deste livro às suas interpretações, pois quanto menos texto se tem, mais dele se pode extrair.
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