O Último Romântico

O Último Romântico Simone Ribeiro




Resenhas - O Último Romântico


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Camila Lobo 05/02/2016

Resenha: O Último Romântico (Por Livros Incríveis)
Pedro é casado, tem uma boa vida e acaba de passar no concurso para ser diretor de uma escola em Ribeirão Pires. Ao assumir o cargo, e conhecer seus funcionários, porém, seu mundo para. Ele encontra a professora Catarina e nisso conhece o sentimento platônico. Não correspondido, ele se afunda nos vícios e nas palavras não ditas. Quando ela volta para Itapetininga, sua cidade natal, Pedro chega a sofrer um acidente e fica de coma por 4 meses. Ao acordar, ele larga tudo em Ribeirão Pires para virar faxineiro na escola que ele trabalha. Nessa história, os sentimentos e dores são palavras não ditas e sim, sentidas.

“Via as pessoas se machucando ao invés de se ajudarem a construir um mundo melhor para amar.”

O Último Romântico é dividido em 5 partes, sendo as duas primeiras narradas por Pedro, uma por Catarina, respectivamente e as restantes por vários personagens. A parte de Pedro tem um tom de carta porque ele sempre se refere ao “leitor”, enquanto a parte narrada por Cat não há diálogos, sendo composta inteiramente por cartas no diário dela. Simone Ribeiro escreve extremamente bem, com muitas inversões, mas de um modo que a leitura continua totalmente fluída e sem perder o ritmo. Além disso, a primeira parte, narrada por Pedro, é cheia de poemas belíssimos e frases de efeito que fazem perder o fôlego. A autora é muito boa com as palavras e parece brincar com elas. E por isso, o amor platônico retratado, que no geral é um assunto forte e eu diria até polêmico, é tratado de forma simples e pura, como o próprio protagonista define seu amor por Catarina. No inicio, eu inclusive achei que fosse algo tragicômico, mas acaba sendo muito mais que isso.

“Amar é uma estrada
Muito indecifrável
Ao encontro do que realmente é
Relutante”

Pedro é um protagonista depressivo. Não por sua personalidade, que é a de um homem gentil e solidário, mas sim pelo que o amor por Catarina fez com ele. Tímido, ele não conseguia expressar seus sentimentos, e Cat não parecia transparecer qualquer tipo de interesse senão o profissional, o que o faz sofrer e se afogar no álcool e nos cigarros.
Foi impossível não sofrer com ele porque, por mais que sua personalidade tenha se tornado um tanto sombria com o amor platônico, era perceptível que os sentimentos dele eram singelos e puros. Ainda assim, confesso que em algumas ocasiões eu tive medo dele e o julguei psicopata, por isso não posso julgar o irmão de Cat, João, por achar o mesmo. Além disso, acho importante mencionar: Pedro não é machista, ao meu ver. Ele é apenas um homem que se apaixonou perdidamente por uma mulher e amou e sofreu em silêncio. Eu diria que os personagens que mais gostei foram Pedro e Dona Josefa e os que menos gostei, Fernando e Duda.
Catarina por sua vez, é uma professora dedicada, sensível e indecisa, porque volta e meia volta com o namorado, mesmo que as brigas sejam constantes. Entretanto, apesar de ter gostado muito da personagem, não consegui sentir uma conexão forte com ela e acredito que isso se deva ao fato de a parte que é dedicada a ela – Diário da professora Catarina – ser totalmente por escritas em seu diário, sem diálogos, encontros ou conversas com outras pessoas. Por isso, não consegui sentir tanta intensidade nela como com Pedro.

Uma das coisas que mais gostei no livro são as inúmeras lições que o Pedro dá ao leitor e aos próprios personagens. Lições que sequer deveriam ser lições, coisas que são príncipios – e que todas as pessoas deveriam ter noção disso. Seja ser educado e respeitoso com as demais pessoas, não julgar-se superior a uma porque você tem um emprego melhor ou até mesmo sempre tentar ajudar ao outro nas pequenas coisas.

Só poderia haver um final melhor para o livro, mas como não foi possível, o final que Simone deu foi o ideal, e é um final feliz, que supriu todas as necessidades e expectativas.
Intenso, O Último Romântico é um livro para ser lido e sentido em todas as suas nuances, e digo mais: palavras devem ser ditas sim. Para expressar o quanto esse livro é fabuloso e merece ser lido, hehe.

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Juliete Vasconcelos 22/07/2017

Como você, meu caro leitor, imaginaria um amor platônico nos dias atuais? Quem sabe pelas diferenças de classes sociais, culturais ou até mesmo crenças religiosas distintas? Ou que tal por um amor não correspondido? E a distância, será que pode ser um impedimento para o amor? Talvez a morte!? Difícil imaginar!?

A autora Simone Ribeiro nos apresenta esse amor, platônico sim, mas adivinha por que: por suas próprias limitações! Pois é, ela nos mostra que o que fazemos e falamos e até mesmo o que deixamos de fazer e falar pode ser decisivo em nossas vidas, podendo atrair a felicidade ou o contrário disso.

Em “O Último Romântico” assistimos ao amor platônico de Pedro e Catarina, que surge logo, à primeira vista, ao se encontrarem em uma escola pública de Ribeirão Pires, interior paulista, onde trabalham juntos, ela como professora e ele como diretor. No entanto, tão logo se conhecem, logo o destino os separam.

O que você faria pelo amor de sua vida? Pedro fez de tudo: divorciou-se, largou seu cargo na escola, deixou seus melhores amigos, que era na verdade a única família que possuía, vendeu seus bens e mudou de cidade, foi para Itapetininga, também interior paulista, de onde sua professorinha era nascida e para onde ela tinha voltado. E ali Pedro literalmente passou a varrer o chão por Catarina, isso sem falar das choradeiras, das bebedeiras e do coma... é ele morreu e voltou, por ela...

Embora cheio de limitações, que iam da timidez à dificuldade de expressar seus sentimentos, Pedro tinha esperança de conquistar o seu amor e fora muito persistente, mesmo acreditando fazer parte de um triângulo amoroso - mal sabia que fazia parte de dois - não podia desistir daquela que era sua alma-gêmea. Seu amor era puro, imenso, louco e desesperado, desses bons que até virou caso de investigação.

Poderia ser Pedro não apenas um apaixonado, mas um predador sexual, um psicopata ou um louco perigoso? Aquele mural que ele montara com fotos dela, todas roubadas, estavam lá bem visíveis naquele buraco em que agora vivia, elas o denunciavam: era mesmo um grande amor, provas da sua loucura ou pistas deixadas por um mau-caráter? Tire suas próprias conclusões meu caro leitor. Quanto as minhas, bem... penso que ele é de fato o último romântico, o que pode ser bom - ou não!
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