Jordana Martins(Jô) 26/04/2016O Cavaleiro de rubi ( trilogia Ellenium)No início de 2016, a editora Aleph nos presenteia com a continuação da Trilogia Elenium, criada por David Eddings. No primeiro livro, viajamos por várias cidades de nomes estranhos e no segundo livro, não ia ser diferente. Sir Sparhawk continua a sua busca pela cura da Rainha Ehlana. No final do primeiro livro, Sparhawk recebe conselhos de um fantasma dando-lhe dicas sobre como curar a sua tão amada rainha. O segundo livro começa justamente onde O Trono de Diamante parou e a busca pela cura continua.
A Rainha ainda encontra-se sobre o feitiço rogado por Sephrenia, porém a cada dia que passa mais cavaleiros vão morrendo e depositando as suas espadas. O tempo está acabando e Sir Sparhawk junta mais uma vez os seus amigos e companheiros na busca pela Bhelliom que a muito foi forjada pelo troll Ghwerig. Esta pedra tem o formato de uma rosa e é da cor de safira. De acordo com a lenda que é contada no primeiro exemplar, a Bhelliom é capaz até de parar o sol.
- Ela é tão poderosa assim?
Kalten, você não faz ideia. Se metade das histórias for verdadeira, a Bhellion pode fazer qualquer coisa. Sparhawk, provavelmente, poderia parar o sol com ela, se quisesse.
O problema é que a tal Bhelliom, está desaparecida há uns quinhentos anos desde quando o rei que a tinha incrustada em sua coroa, morreu e perdeu a coroa no campo de uma batalha. Outro agravante é a perseguição do deus antigo Azash, que também a almeja. Sparhawk está sendo perseguido pelo Rastreador enviado pelo deus antigo no intuito de fazê-lo falhar em sua busca (no caso matar Sparhawk). Muitos são os empecilhos pelo caminho. Além do sobrenatural, há ameaças de guerra e o temor para que o primado Annias e seu bastardo Lycheas tomem de vez posse do trono de Elenia.
O restabelecimento da saúde da rainha não é apenas vital para o reino de Elenia, mas também para os outros reinos elenos, pois, caso o venal primado Annias chegue ao trono do arquiprelado, podemos ter certeza de que os outros reinos serão devastados.
Se no primeiro volume vemos muitas pelejas no segundo não poderia ser diferente. A comitiva encontra vários percalços pelo caminho. Podemos dizer que as suas espadas raramente estão livres de sangue. Muitos percalços aparecem no decorrer da viagem. Eles são constantemente perseguidos por soldados possuídos, que só cessam de atacar quando estão realmente mortos, sendo eles obras do Rastreador de Azash, que torna os caminhos de Sparhawk mais enfadonhos do que já seria naturalmente.
- Os soldados não sabem que estamos aqui ele objetou.
- Não tardará até que descubram. Você acaba de descrever um Rastreador. Em Zemoch eles são usados para caçar escravos fugitivos. O calombo nas costas é causado por suas asas.
A busca de Sparhawk para conseguir a cura da rainha é sempre barrada por confrontos políticos que vem acontecendo por toda Eosia, a decadência de Cluvonus, o arquiprelado está cada dia pior e é quase certa uma nova eleição para um novo. A vida de Sparhawk se move além da busca em achar a cura para Ehlana, ele tem que entrar em projetos de guerra, impedir Annias de prosseguir com seus planos medonhos, impedir Azash de conseguir a Bhelliom antes dele, aguentar os seus amigos de comitiva e ajudar terceiros que aparecem no seu caminho, que inclui um conde e sua irmã possuída.
- Azash também sabe disso, e está ficando desesperado Descobrimos mais sobre a localização da Bhelliom nas ultimas semanas do que eles conseguiram nos últimos quinhentos anos.
Claro que sua prioridade é a cura da rainha, mas como bom e velho cavaleiro que é, acaba por arranjar mais problemas no meio da estrada do que deveria. Sua fama voa longe. A sua comitiva continua a mesma o seu amigo de infância Sir Kalten (e seu apetite voraz), seus irmãos das ordens pandions Sir Tynian, o cavaleiro alcione (muito bom com a conjuração dos mortos), Sir Bevier o cavaleiro cirínico (Um carola incorrigível e quase incorruptível), Sir Ulath o gigantesco cavaleiro genidiano (com seu humor negro afiado), Berit (Padawan um pandion em treinamento), Talen (ladrãozinho furtivo, muito esperto), Kurik (escudeiro e amigo de Sparhawk e pai de Talen), a Styrica Sephrenia e a misteriosa Flauta (uma criança com dons muito excepcionais).
- Depois de todo o trabalho que tive para roubá-la? Sparhawk, isso é degradante. Pode até ser imoral.
Um dia desses você terá de me explicar a moralidade de um ladrão.
Na verdade, é bem simples, Sparhawk. A primeira regra é não pagar por nada.
Juntos além de formar o grupo mais eclético de personalidades, eles são excelentes nas lutas e nos diversos obstáculos que fazem desta busca emocionante. O Cavaleiro de Rubi mostra como os nossos heróis não titubeiam diante da morte, para eles matar é tão fácil quanto respirar. O tempo é implacável e é um beneficio que Sir Sparhawk não pode usufruir.
A implacável passagem do tempo cobra dos cavaleiros que ajudaram Sephrenia a realizar sua poderosa magia, aprisionando em cristal a rainha de Elenia.
Os diálogos possuem sempre uma pontada de humor e sarcasmo o que deixa uma leveza as diversas mortes brutais que ocorrem no decorrer da jornada (o que são muitas por sinal). David Eddings realmente possuiu um estilo muito elegante e fluido de contar as histórias. É uma narrativa linear sem voltas ao passado. A Aleph caprichou na capa com as letras em vermelho rubi, brilhantes e mais uma vez exaltando o personagem principal de acordo com a temática do título (leiam e irão saber). A tradução continua nas mãos de Marcos Fernando de Barros Lima, que continua desempenhado um ótimo trabalho. Já estou esperando pelo exemplar final intitulado de A Rosa de Safira, que pra quem leu sobre o Trono de Diamante, viu que coloquei como A Sapphire Rose (ou talvez seja A Safira Rosa), na época não tinha o nome oficial ainda.