Romances de Patrick Melrose

Romances de Patrick Melrose Edward St. Aubyn




Resenhas - Romances de Patrick Melrose - Volume I


6 encontrados | exibindo 1 a 6


priscyla.bellini2023 10/01/2022

Como não estão lendo isto aqui?
Simplesmente incrível, visceral, não dei 5 estrelas por uma besteira ou outra, mas pra mim foi um 4.8 de 5 (mas não tem essa opção no Skoob, né? Rs.) Enfim favoritasso, vou precisar fazer uma resenha decente depois, mas isso precisa ser lido. Deixo aqui minha citação favorita do livro:
"...gente difícil e tediosa que parecia bastante sofisticada, mas que era na verdade tão ignorante quanto um cisne."
"São os últimos marxistas", disse Johnny inesperadamente. "As últimas pessoas a acreditarem que classe social explica tudo. Muito tempo depois dessa doutrina ter sido abandonada em Moscou e Pequim, ela vai continuar florescendo sob as tendas de alguns eventos da Inglaterra. Embora a maioria tenha a coragem de um verme comido pela metade... E o vigor intelectual de uma ovelha morta, são elas os verdadeiros herdeiros de Marx e Lênin."
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deb 07/04/2021

Uma linguagem clara, curta e grossa. A leitura pode ser um pouco cansativa em alguns momentos, mas o livro é muito bom. Cheio de gatilhos. Uma história imensamente triste, uma escrita refinada. Sobre traumas, destino, sordidez. No estilo trágico de Shakespeare. É visceral, acho que por isso gostei tanto.


¹ A primeira parte do livro é sobre a infância de Patrick Melrose, é angustiante demais e eu chorei lendo. É forte e com uma sequência de incidentes perturbadores.
² A segunda parte do livro é a juventude de Patrick e a morte do seu pai. É um clima pesado, repleto de divagações de uma mente perturbada, viciada.
³ A terceira parte é um pós vício, com vários personagens secundários e toda a soberba e hipocrisia dessa classe social.
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Bárbara 01/01/2019

Em um cenário onde quanto mais rico, esnobe, amoral, arrogante e socialmente inútil se é, mas admirado se torna, está o Patrick Melrose, um homem da classe ultra privilegiada inglesa, atormentado por uma infância traumática e o vício em drogas.

No livro acompanhamos três momentos da vida do Patrick, cada um durando mais ou menos 24 horas: o primeiro abuso sexual aos 5 anos de idade, o fundo do poço aos 22 e a necessidade de mudança com 30.

Romances de Patrick Melrose tem um tom ácido e as situações muitas vezes são apresentadas com toques de comicidade. O que torna a leitura leve, mesmo tratando de temas tão delicados. Sem dúvida foi minha grande descoberta de 2018.

Notas:
- Esse é o Volume I, no II tem a continuação da vida do Patrick.
- Em 2018 foi lançada uma mini série baseada nesses romances, se chama só "Patrick Melrose" e o personagem é interpretado (maravilhosamente bem) pelo Benedict Cumberbatch.
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Lopes 20/07/2018

| O vácuo entre a palavra e imagem |
Os romances de Patrick Melrose, “Não importa”, “Más notícias”, “Alguma esperança”, “O leite de mãe” e “Enfim”, escritos por Edward St. Aubyn, condensa e evade aquele objetivo ficcional a partir da própria história, chamada por muitos de auto-ficção. Aubyn se auto-interrompe, infringe uma tática muito comum a esse feito literário ao convocar uma voz imperiosa entre ele, Patrick Melrose, e o espaço estruturalmente construído a partir deste personagem. Podendo ser chamada de semi-autobiografia, como muitos preferem, as obras também rompem com aspectos dessa denominação. A linha de raciocínio de Aubyn é desmontar vícios, reais e conceituais, e essa estratégia é o motim desta voz onisciente da obra. Sem ela a criação seria impossível, a vida como ela é não permite enredos, firulas, sentimentos transbordantes. Podemos imaginar a obra sem a vida de Edward St. Aubyn. O autor recorre à literatura, única arte que ampara plenamente uma voz, cedendo realidade ao seu som, a sua vida. A essência destes romances são traumas e destino, que se apoiam quase que magicamente, num perfilhamento entre Shakespeare e Debussy, apresentando as fronteiras emocionais, o vício de drogas e bebidas, a paternidade, família e morte. Como uma espécie de tábula rasa comprometida com o meio, no caso, o declínio da aristocracia - que aqui não exagera e não se transforma em pedantismo elitista -, Patrick Melrose vai suprindo todos os estigmas imorais e emula uma vida repleta de loucuras sociais, que recompensam e desvirtuam seu trauma maior. As drogas funcionam como um modo aleatório de premissas e evocações. Edward St. Aubyn faz um simulacro incondicional da vida de Melrose sem esbarrar no pedantismo, lida com uma linguagem ágil e determinante, levando o leitor até o fim, imageticamente, já que é do leitor a vontade explícita em descobrir vantagens sobre as obras.
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Daniel 12/05/2017

Champanhe & Cicuta
Este volume reúne os três primeiros livros da saga Patrick Melrose. Apesar de todas terem o mesmo personagem central e serem partes de uma mesma história, são três livros com climas bem diferentes.

Na primeira parte, correspondente ao primeiro livro, “Não importa”, a ação acontece em 1967, na casa veraneio do casal Melrose em Lacoste, no sul da França. O dinheiro veio da família americana dela, Eleanor. David Melrose abandonou a medicina assim que se viu rico com o casamento. Patrick é o filho deles, solitário e triste no meio de tanto dinheiro e tanto esnobismo. A família está recebendo dois casais num final de semana: Victor Eisen, um filósofo deslumbrado pela riqueza, e a jornalista americana Anne Moore, que logo capta toda a infelicidade daquela família por trás de tanta ostentação. O outro casal é o Nicholas Pratt, amigo de David, e a alpinista social Bridget. Alguns destes personagens reaparecerão nos outros livros: Nicholas está em todos os volumes. Anne reencontrará Patrick em Nova York na segunda parte, e numa festa na terceira parte; e Bridget reaparecerá na terceira parte. Um acontecimento chocante afetará Patrick profundamente, para o resto de sua vida. É aquela velha história do pobre menino rico. Mas desta vez, não sem razão: com uma mãe ausente, Eleanor, sonâmbula em seu alcoolismo, Patrick é vítima de um pai cruel e imoral, David Melrose, um dos personagens mais detestáveis em toda a literatura que já li.

A segunda parte, “Más notícias” (também publicada em 1992) é passada em Nova York em 1982, e é claustrofobia e angustiante: acompanhamos Patrick, agora com 22 anos, num mergulho no submundo da cidade, após receber a notícia que seu odioso pai faleceu. Patrick tem que viajar para a cremação... e viaja de cabeça nas drogas pesadas. Esta parte é tão angustiante que em muitos trechos fica hilária.

A terceira parte, “Alguma Esperança” (publicada em 1994) se passa em 1990. Será o primeiro evento social que Patrick, agora sóbrio, sem drogas ou álcool, participará após sua reabilitação, um grande teste para sua força de vontade de se manter “limpo”. A festa é o aniversário do marido milionário de Bridget, que o leitor conhece da primeira parte, quando ela era a namora interesseira de Nicholas. Aqui surge uma multidão de personagens, a mais fina aristocracia inglesa (incluindo a Princesa Margaret), e isso lembra aquelas festas dos livros de Proust, onde a gente fica meio perdido em meio a tantos nomes e tantas intrigas – parafraseando Cazuza, tomando “champanhe e cicuta / com comentários inteligentes”. Neste ponto Patrick percebe que carregar tanto ódio e ressentimento talvez seja pesado demais... Foi a parte que me agradou mais e me animou ler o segundo volume, que reúne as duas partes finais desta história, justamente as mais aclamadas pela crítica.

Acho que vale a pena aqui ressaltar: que espetáculo a adaptação para TV destes livros, com Benedict Cumberbatch no papel título. Tudo perfeito: roteiro fiel ao original, atores, locações, trilha sonora. Um caso raro no qual podemos dizer, sem dúvida: o filme (no caso seriado) é tão bom quanto o livro.
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Lucyarty 02/04/2017

COMO esse livro não é um best seller????
Confesso: comecei a ler esse livro porque soube que iria virar uma série de tv. Ainda bem, porque para mim foi um dos grandes livros do ano.
O volume traz três romances co cerca de 150 pgs cada um que mostram diferentes fases da vida do protagonista, Patrick Melrose: a infância, a juventude perdida com drogas e a idade adulta pós vício.
Patrick é um podre menino rico inglês, com uma história de vida um tanto problemática. è preciso dizer que é um livro bem britânico, abordando o famoso enfado comum àqueles que possuem muito dinheiro e a decadência moral desse grupo. Nunca a expressão "tapa com luva de pelica" fez tanto sentido para mim quanto ao ler esse escritor. Se Irvine Welsh e Chuck Palahniuk são um soco no estômago, St.Aubyn prefere dar um sutil tapa na cara do leitor. É uma escrita bastante refinada, tremendamente bonita, com uma história de vida imensamente triste. Uma leitura que vale muito a pena. Estou ansiosa pelo segundo volume.


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