Isso Também Vai Passar

Isso Também Vai Passar Milena Busquets




Resenhas - Isso Também Vai Passar


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Renata 09/04/2020

Isto não é um luto
Milena Busquets fala de luto, especificamente o luto da mãe, é uma premissa que me pegou por que afinal de contas esse é o maior medo da minha vida.
Mas o luto de Blanca não convence, a bem da verdade nada na personagem principal é muito verossímil, e o fato da frase de chamada, estampada na capa dizer que o livro é o “retrato de uma geração” nos faz pensar que, ou isso não é bem verdade, ou essa seria uma geração superficial, artificial e vazia ao extremo.
Blanca descreve a relação com a mãe como sendo o amor de sua vida e o substitui por contato físico, sexo sem compromisso, e a autora não parece se perceber a desigualdade do que está propondo. É tudo muito oba oba, eba eba, uma pessoa morreu, mas não tem luto sendo feito ali. E digo isso mesmo compreendendo que cada pessoa faz o luto de um modo diferente.
Além disso é adjetivo demais da conta, o livro é curto, se retirássemos os adjetivos sobraria metade. Uma infinidade de descrições de personagens que não fazem a menor diferença.
Personagens rasos, superficiais, sem nada a dizer.
Rony 13/01/2023minha estante
Tirou as palavras da minha boca. Senti exatamente o mesmo enquanto lia. Além de parecer que estavam todos indo para uma colônia de férias do que consolar uma amiga em luto. Aliás, como que um monte de adultos conseguiram se organizar para passar tantos dias juntos? Ninguém trabalha nesse mundo?




Ladyce 06/05/2016

Sempre admirei a capacidade dos escritores ingleses de escrever histórias de muito interesse nem sempre repletas de dramas, de questões filosóficas, mas centradas em ações enraizadas no dia a dia, que refletem as pequenas frustrações cotidianas e dão uma sensação de satisfação ao leitor que se reconhece, que entende o drama emocional contido numa indecisão, num gaguejar, na dúvida excruciante. Os britânicos são mestres da insinuação, das reticências carregadas de emoção ou frustração. Essa maneira de retratar os pequenos dramas diários humaniza os personagens. Parte-se do pequeno gesto para se encontrar a verdade universal.

A escritora catalã Milena Busquets dedica-se também à literatura “do nada”, ao relatar do corriqueiro aparentemente sem propósito ou sem pertinência na vida de Blanca personagem principal de ISSO TAMBÉM PASSARÁ, que se encontra no processo de luto por sua mãe recentemente falecida. Vamos com ela à cidade praiana de Cadaqués, acompanhados de suas amigas, das crianças, dos dois ex-maridos e do amante. Conhecemos o cachorro do passado. Memorizamos os nomes de uma enormidade de personagens que a rodeia. Todos bebem, fumam, namoram, flertam, dormem mostrando um comportamento de grupo semelhante ao de adolescentes tardios, ainda que estejam aproximadamente na quarta década de suas vidas.

Milena Busquets tenta trazer para a ficção a difícil arte de Woody Allen no cinema, como uma citação na própria capa do livro rotula. Mas Blanca se diferencia das personagens de Allen porque não parece nem complexa nem particularmente inteligente. E não tem nada a dizer. Ao contrário, demonstra não ter pleno desenvolvimento psicológico. Enquanto a acompanhamos em seu processo de luto somos convidados a testemunhar os não-eventos de sua vida, num interminável rosário do corriqueiro. Mas para quê? O que ela ou nós leitores retiramos dessa festa de detalhes?

O livro que chegou ao Brasil repleto de boas apresentações: “Melhor Livro de 2015” de acordo com o jornal espanhol La Vanguardia; “Comovente…o retrato de uma geração” diz o jornal francês Le Monde —, desaponta. As credenciais da autora no mundo editorial talvez tenham ajudado na tradução de sua primeira obra de ficção para 32 línguas. Mas por mais que tente Milena Busquets não chega a amadurecer a personagem principal. Perde-se o fio condutor, o eixo emocional, que leve Blanca a encontrar a verdade anunciada no título da obra.

Cada um de nós lida com a perda de um ente querido de maneira diferente. Blanca aos quarenta anos, ainda não amadureceu emocionalmente. Procura e encontra no sexo seu único momento de alívio pela perda emocional. Não é lá que irá encontrar o abrigo para sua alma ferida. Falta a Blanca um mínimo de reflexão, uma pequena luz que a leve à descoberta de si mesma, algo que também permita o leitor a ter interesse sobre seu destino; que faça com que ele se interesse pelo futuro: chegará Blanca ao outro lado da crise ou será absorvida por ela? O dito “isso também passará” não proporciona uma resolução satisfatória.

Pena que haja quem descreva a personagem e suas falhas como características de uma geração. Pois esse é o retrato do vazio do lugar comum. A geração nascida há quarenta anos merece uma caracterização mais rica e complexa. A obra deixa a desejar. Não recomendo.
Renato Alves 10/07/2016minha estante
Achei bem isso também.
A premissa é MUITO boa, o começo do livro também, mas cheguei na página 40 e nada tinha mudado. Parecia que eu ficava voltando pra trás o tempo todo - e embora isso pareça ser proposital, não fiquei instigado e larguei pra procurar outra coisa que tivesse mais a dizer. Uma decepção.


Alê | @alexandrejjr 26/10/2022minha estante
Excelentes apontamentos, Ladyce. Estava procurando um bom texto a respeito do livro que confirmasse o que eu imaginava e a sua resenha fez esse trabalho. Obrigado!




Rony 13/01/2023

O luto
O título do livro é bem interessante e sabemos o porquê dele só nas últimas páginas: remete à uma história antiga chinesa em que o imperador reuniu todos os sábios e pediu que criassem uma frase que poderia ser usada em todas as ocasiões e depois de meses voltaram com a resposta "isso também vai passar".
E é uma frase boa para o contexto do livro: Branca acabou de perder a mãe e, diferente de outros livros em que a relação era complicada, aqui a personagem realmente amou e cuidou dela até o fim.
Tudo começa com o enterro e vai seguindo Branca, seus amigos, filhos, ex-maridos e amante na cidade em que a mãe da personagem tinha uma casa e um barco.
Apesar do luto ser algo que eu gosto de ler a respeito, em muitos momentos eu achei que se banalizou o tema. Em vários capítulos a personagem está flertando ou fazendo sexo com alguém, como se ela fosse um ímã para homens. Ok, cada pessoa lida com o luto de uma forma, mas essa personagem não me convenceu que estava sofrendo pela perda de alguém. Na verdade, me passou a sensação em muitos momentos de estar lendo um livro de jovens amigos que vão para a praia nas férias e lá vão ter um amor de verão, etc e tal... todos são personagens bem superficiais. Além disso, há um momento em que Branca briga com a melhor amiga e fica por isso mesmo, assim como encontra um amigo de infância lá pelas últimas páginas, que até então não tinha sido introduzido na história, ele a leva para uma festa, se droga e é isso. Ou do cara do enterro: supostamente era pra mostrar o quao legal e maravilhosa era a sua mae, mas ele nem conhecia ela! Quem conhecia mais ou menos era o pai dele!
Apesar do livro não ser extenso, há várias cenas e personagens que não agregam nada para a história.
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simone 22/02/2020

o que fazer para lidar com o luto? neste livro a autora mostra de forma muito genuína e por vezes engraçada ou atrapalhada, como superou este momento, nos lembrando de como toda forma, toda demonstração de carinho, vinda de onde vier, é sempre importante ao superar tão grande perda.
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Renata.Mieko 12/05/2022

Isso também vai passar... Um relato sincero sobre o luto e como a protagonista faz para que a perda da mãe não seja a perda de si mesma.
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oimandys 17/05/2022

Leiam o Epílogo!!!! Please!
Leitura forte, crua, real e delicada ao mesmo tempo. Milena se utiliza de um romance para narrar a dor do luto, das ausências, dores e tentativas desesperadas da personagem em não sentir isso.

O quão mais fácil é se entregar aos prazeres físicos do corpo para não entrar em contato com a dor?
O quão egoístas somos (ou nos tornamos?) quando alguém se vai?

É um livro simples, não é mirabolante...só narra a história de Blanca, seu luto e o peso imenso disso.
Amei.
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Mel 04/03/2016

Isso também vai passar
O livro conta a história de Blanca, que aos 40 anos tem que lidar com a morte de sua mãe. Achei o livro uma mistura gostosa de bom humor e ternura. Enquanto Blanca lida com o luto pela perda da mãe ela lida também com a vontade de viver e aproveitar a vida.
O livro contém uma ótima escrita, porém senti falta de um propósito.. Um começo, meio e fim. O livro apenas narra o final de semana da personagem em uma cidade paradisíaca mas termina sem um sentido. Ficamos apenas com as reflexões de Blanca e sem respostas para algumas situações que acontecem no decorrer do livro.
Gostei mas esperava outra coisa.
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Cheiro de Livro 08/08/2016

Isso Também Vai Passar
O livro de Milena Busquets é desses que comprovam como é bom ser amiga de livreiras que te conhecem. Não é um livro que me atrairia numa livraria, mas sendo recomendado pela Nélida na Blooks passa a ter outro peso e o livro veio para casa comigo. Uma ótima dica, como sempre.

“Isso Também Vai Passar”(tradução de Laura Barreto) é contado em primeira pessoa por Blanca, uma mulher que acabou de enterrar a mãe, a cena de abertura do livro é exatamente o enterro. As pouco mais de cem páginas mostram o luto, aquele momento péssimo em que se perde alguém, seu mundo está desmoronado, mas o universo todo continua existindo como se nada tivesse acontecido.

A narrativa se passa, basicamente, em um final de semana em uma cidade de praia no verão europeu. Blanca, os filhos, os ex-maridos e as amigas. Esse é todo o universo que Milena explora. Não é desses livros de grandes reviravoltas, discursos de autoajuda, nada disso, é uma narrativa bem real do luto. Blanca guarda um blazer da mãe, lembra dela em todos os momentos, compara situações, pensa no que a mãe faria ou diria, todos mecanismos comuns de quem perde alguém próximo.

Foi impossível não lembrar de “Morreste-me” de José Luis Peixoto. Não que a narrativa se assemelhe ou a forma de tratar a morte, mas um trata da morte do pai (Morreste-me) e outro da mãe. Peixoto parte de uma situação real, o tratamento de saúde e a morte de seu pai, Milena está escrevendo ficção e em ambos os casos o luto descrito nas páginas é real, acho até que o criado por Milena tem mais amparo na realidade que o de Peixoto, pelo menos na minha realidade.

Não pense que é um livro pra baixo, deprê, não é isso. “Isso Também Vai Passar” é um retrato de como sobreviver ao luto, algo mais luminar, que envolve passeios de barco, encontro com amantes e flertar com estranhos. Uma ótima leitura.

site: http://cheirodelivro.com/isso-tambem-vai-passar/
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Mariane 07/01/2022

Tinha tudo para entregar porem não entregou
A sinopse é interessante, nas primeiras 10 páginas já achei a personagem interessante porem parou por aí.

Uma vibe livros da Fernanda young porem nesse caso ficou ruim o resultado.
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Bruna 11/03/2023

Podia ser melhor
Peguei emprestado porque vi gnt falando que era triste, mas acho que podia ter uma história melhorzinha
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Clarice 17/04/2023

Horrível
Ruim péssimo horrível terrível intragável insuportável raso tenebroso muito ruim mesmo não leiam por favor
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Marcos Pinto 18/04/2016

A vida em forma de literatura
Adoro quando autores fogem do ponto comum. Explora-se tanto uma literatura claramente comercial, que sobram poucos livros que fogem de uma estrutura já batida. Isso também vai passar me ganhou exatamente fugir do estilo de trama com grandes reviravoltas, amores ardentes e impossíveis e criaturas inomináveis. O que temos nesse livro é a vida, pura e simplesmente. A vida em páginas, em palavras, em literatura.

Blanca, nossa protagonista, é uma mulher normal. Ela tem um filho e dois ex-maridos. Como qualquer pessoa comum, está acostumada com o fluxo da vida de ganhos e perdas. Porém, o que ela não esperava é que a perda de sua mãe fosse revirar tanto sua vida e suas emoções. Mesmo sabendo que aquele dia estava próximo de acontecer, ela não estava preparada. Então, após o enterro, ela desaba. Tenta manter a aparência de força, algo que também é naturalmente humano, mas, por dentro, ela está por um fio.

Diante desse cenário de dor, nostalgia e incertezas sobre qual caminho ela deve tomar, Blanca acaba por se decidir que irá passar parte do verão em Cadaqués. Ela acredita que alguns dias de paz podem ajudá-la a colocar a sua vida nos trilhos. Para tal, ela convoca suas amigas inseparáveis, seus dois ex-maridos que continuam seus amigos e o atual amante. Mochila nas costas e dores no coração, ela resolve tentar reconstruir a sua vida.

Mas acho que você me amava, nem muito nem pouco, me amava e ponto final. Sempre achei que os que dizem Eu te amo muito na realidade te amam pouco e que talvez acrescentem o muito, que no caso significa pouco, por timidez ou por medo da contundência do Eu te amo, que é a única maneira verdadeiramente de dizer Eu te amo (p. 8).

Partindo dessa premissa, Milena Busquets cria um texto altamente linear, mas também profundamente humano. Não há grandes reviravoltas típicas dos livros românticos. Ao contrário, há o sofrimento de alguém que perdeu a mãe; há também uma mulher real que gosta de conversar, beber e de sexo. Há toda uma naturalidade na obra que não encontramos na maioria dos romances, o que deixa o texto mais envolvente e mais próximo do leitor.

Além disso, o livro foca mais no autodescobrimento do que em ter uma estrutura com começo, meio e fim. O livro começa com um acontecimento aleatório, a morte da mãe da protagonista, e termina com outro acontecimento aleatório, o término de um fim de semana. Assim como a vida não tem uma estrutura rígida, o livro também não a possui. Isso pode incomodar alguns leitores, mas, para mim, funcionou perfeitamente. Aliás, acredito até que esse enredo focado nas dores e no conhecimento próprio faz muito mais sentido através de um relato solto, exatamente como aconteceu na obra.

Ademais, como muito bem definiu o Le Monde, o livro funciona como o retrato de uma geração. Através da obra, dá para ter uma ideia bem interessante da cultura espanhola e da forma de pensamento dos nascidos nos anos 60/70. Percebemos uma diferença substancial no agir, no falar e até no modo que encaram a liberdade. Para quem gosta de comparar culturas e gerações, é um prato cheio.

Óscar é um firme defensor dos poderes curativos do sexo, um desses homens de temperamento vital e saúde vigorosa segundo os quais não há desgraça, desgosto ou decepção que o sexo não possa resolver. Está triste? Trepe. Com dor de cabeça? Trepe. Seu computador pifou? Trepe. Sua mãe morreu? Trepe. Às vezes funciona (p. 14).

Quanto à parte física, também tenho apenas elogios. A capa está belíssima e consegue retratar bem o que a obra vai abarcar. A diagramação está simples, mas eficaz. As letras e espaçamento possuem tamanhos adequados. Além disso, temos uma boa tradução e revisão. Ou seja, tudo contribui para uma boa leitura.

Dessa forma, diante dos aspectos mencionados, é claro que indico Isso também vai passar. Provavelmente, ele não agradará todos os leitores, principalmente por causa de sua trama mais linear e sem uma estrutura rígida. Porém, certamente, ele vai satisfazer quem procura um enredo diferenciado e com uma protagonista sincera e aberta sobre seus sentimentos.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/04/resenha-isso-tambem-vai-passar.html
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Raffafust 29/04/2016

Sempre ouvi de minha mãe que nada na vida da gente é bom a vida toda e nem nada fica sendo ruim para sempre. Começo essa resenha com um relato pessoal para explicar a vocês como me senti lendo Isso Também Vai Passar , uma frase que ouvi muitas vezes em inglês e quando me deparei com o livro automaticamente percebi que só pelo título o mesmo já me interessava muito.
Blanca tem 40 anos quando o livro começa, ela nunca se imaginou com essa idade, se imaginou com 30 e com 50 e até mesmo com 80 mas 40 nunca foi uma idade que lhe chamasse atenção. Agora ali estava ela, lembrando de várias coisas de sua mãe, inclusive da frase da história que ouvir milhares de vezes, sobre um poderoso imperador que ordenou que sábios de seu reino lhe trouxessem uma frase para ser usada em diversos momentos, e voltaram com a " Isso também vai passar". Ali estava Blanca, recordando que sua mãe que sempre lhe colocou para cima com a tal frase, não a contaria mais, tinha agora se juntando ao pai dela, em algum lugar do céu...ou outro local, já que pelo que ela nos conta sua mãe não era fácil de lidar. No enterro poucas pessoas compareceram...há tanta melancolia nas páginas que o leitor se contamina ou se identifica se estiver vivendo momento parecido.
Não há portanto, início, meio e fim...há sim a história de uma mulher que poderia ser você ou eu, com 2 casamentos que não deram certo, filhos... e uma saudade imensa da mãe que acabou de falecer.
No entanto,não se trata de algo somente sobre a morte, pelo contrário, há vida, há espaço para momentos bobos mas cotidianos, para idas e vindas de personagens que compõem a vida de nossa protagonista.
Romance? Não espere por um. Suspense? Nem de longe. Mas é isso que faz esse livro ser delicioso, ele é tão verdadeiro que poderia ser qualquer pessoa que conhecemos, não há super heróis, não existe o quase impossível, a mocinha não encontra o milionário, as contas não se pagam sozinhas...há melancolia, de uma forma única e acreditem, não sei nem explicar como, mas extremamente agradável, que livro!

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2016/04/resenha-isso-tambem-vai-passar.html
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Veri 07/11/2023

Gostoso de ler
Isso também vai passar é um livro fácil e gostoso.

Parte de um momento de muita dor (a morte da mãe da protagonista) e fala sobre esse período de limbo do luto.

É um pouco superficial, mas se fosse mais sério não ia ser nem fácil e nem gostoso de ler?
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