Tamiris 24/05/2014Gustavo Bernardo é o verdadeiro Mágico dessa históriaTrabalho numa livraria há cinco meses e somente há poucoa dias descobri O Mágico de Verdade. Estava conferindo os livros infanto-juvenis, um a um, quando encontrei esse livro fininho, com as páginas sujas, a capa acinzentada de poeira e a imagem de uma silhueta tão brilhante que fazia a luz refletir de um jeito encantador. Li na contracapa um pequeno parágrafo em que o Mágico explica por que muda a cor de seus olhos, falando sobre o quão diferente é o modo como vê o mundo ao realizar essa pequena mágica. Sendo um livro tão curto, eu poderia tê-lo separado para ler durante o expediente, mas esse simples parágrafo me disse que nem todo livro deve ser lido às pressas.
Trouxe-o para casa mas demorei dois dias para abri-lo. Quando o fiz me deparei com um enorme diálogo, todas as descrições narradas dentro das falas de modo que possa parecer muito estranho e diferente, mas que na verdade é impecável. Cada palavra carregou consigo uma filosofia simples e essencial sobre o verdadeiro lugar que o homem ocupa no planeta, sobre o fato de não sermos os seres mais importantes do universo e a magnificência simples ato de pensar.
Em sua última aparição, o Mágico diz que todos fazem mágicas de verdade e nem se dão conta disso. Pergunto-me se Gustavo Bernardo sabia que estava realizando uma bela mágica ao escrever essa história. Pra mim foi mágico a forma como o livro me encontrou, como achei que fosse o tipo de leitura que vale à pena ter na cabeceira da cama, como se lê-lo fosse algo de primeira necessidade. É o tipo de leitura da qual você não sabe que precisava até terminar de ler.