E. Dantas 14/01/2010
HOLLYWOOD É ALI...
Entrei no sebo pra comprar uma biografia do Marlon Brando e sai de lá com o "grau 26" novinho em folha. Só o "grau", sem "Brando". Tudo bem.
Este sebo tem a vantagem de pertencer a uma loja que fica em cima dele, daí os livros novos, que estão na vitrine por 50 pratas, acabam parando também no sebo por 20. Aquele esquema de cópias-que-não-podem-ser-vendidas-com-o-anúncio-riscado-com-pilot. Mas isso é outra estória.
Comprei porque achei que esse lance de ler um livro interativo seria uma experiência bacana. E se eu tivesse raciocinado um pouco antes, eu saberia que não, não era uma experiência tão bacana assim.
Isso porque o ramo literário não arriscaria baixar suas vendas apenas para pessoas que tivessem dinheiro pra comprar o livro; internet banda larga pra carregar os vídeos e saco para se cadastrar no site oficial.
É mais fácil criar qualque coisinha que logo no capítulo seguinte você fica sabendo sem precisar visitar o computador. Este é só o primeiro ponto.
Porém, e a seca de assistir a um videozinho e ver os personagens em carne e osso seguindo a estória que esta ali escrita? Bate né? Eu sei.
Depois do terceiro vídeo você esquece isso. Até porque vai dar de cara com um assassino tão fantasioso, com movimentos tão forçados que é mais legal imagina-lo como quiser. A propósito, não é por isso que preferimos livros? Escalar o próprio elenco? Ter um dedo na criação de tudo, pelo menos na nossa própria cabeça?
Resumindo, para "Grau 26" - Um livro interativo, a nota é zero. Ou melhor, 1, pelo trabalho que deve ter dado.
Ainda sobre a forma, o livro é escrito em capítulos pequenos, de no máximo quatro páginas, precedidos de figuras, e os espaçamentos em branco tradicionais entre eles. ( o que me levou a crer que este livro, escrito de maneira direta, teria umas 200 páginas no máximo)
Mas, olhem só, em meio aos socos no fígado e chutes nos rins que estou dando nesse Judas, algo salva!
Sim, o que mais importa quando o assunto é livro, o que salva é exatamente a alma de um livro. A estória.
Nada de surpresas, inovações, tramóias e lendas perdidas. Estou falando do mais puro e fiel roteiro de filmes B de Hollywood. Não os do "Domingo Maior" com seus Van Dammes e afins, e sim os da Band com seus...bem...aqueles atores dublados que você nunca soube nem saberá se Deus quiser.
Mas o bicho é bom! Tá lá o agente que desistiu da caçada após o fracasso e foi se exilar em praia paradisíaca em uma nova vida; o general durão gente boa ex-chefe cobrado pela volta do héroi; gente morrendo com muito, muito, muito sangue e violência e um assassino esquisitão com movimentos animalescos e tiradas-que-não-se-pensa-normalmente-em-momentos-anormais. Isso sem falar que a nova mulher do Héroi está grávida e ele tem dois cachorros...
Preciso dizer algo mais?
É divertido, é bacana e o ritmo é alucinante.
Vale! ( desconectado, na piscina, praia ou até mesmo no 422 a caminho do Centro da cidade.)
Beijos e inté!