Resenhas - Guerra

Léo 30/12/2021

Si vis pacem, para bellum
Uma leitura riquíssima em detalhes históricos, debates biológicos, comportamentais e mesmo culturais acerca dos conflitos armados. Publicado em 2013 mas com projeções assustadoramente factíveis para a década de 2020. Considero uma leitura densa, não pela densidade da linguagem mas pelo significado e pela natureza das informações sempre amparadas por dados e referenciadas de forma bastante clara. Li e indico para todos que se interessarem por projeções de futuro tendo em vista retrospectos históricos. Uma das melhores leituras do ano, e um livro a ser revisitado.

gabi 25/03/2021

Guerra, o que ela trouxe de bom?
Um livro riquíssimo em conteúdo sobre guerras desde a idade da pedra, aliás, desde antes de o humano ser humano, e o que elas contribuíram para a sociedade atual.
Chocada com o capítulo dos macacos kkkkkk
É uma leitura muito fluida, mas que requer atenção para absorver tudo o que é passado.
Adoro livros de não-ficção com a temática de guerras, e recomendo esse sem dúvidas.

Edu001 13/04/2023

Mais guerra e menos violência
Um livro completo, trazendo dados não só do campo militar e político, mas também das mais diversas áreas, como geografia, literatura, biologia e psicologia. Sabendo da impossibilidade de fazer exercícios de futurologia dada a realidade complexa e em constante mudança em que vivemos, o autor traça um amplo panorama histórico na casa do milhar (e em alguns casos do milhão, quando nos aspectos biológicos) que se relacionam e se conectam ao longo do tempo, explicando não apenas os comportamentos individuais do ser humano como espécie, mas de sua atuação em sociedade, constatando que a violência a guerra (um tipo de "violência organizada") sempre nos acompanharam e trouxeram coisas positivas e - paradoxalmente - resultaram em menos violência. Para quem gosta de congregar diversos tipo de conhecimento e da temática da guerra, é uma leitura fundamental.

Rafael 16/02/2017

A guerra: um mal necessário
O livro faz um primoroso e extenso estudo sobre a guerra. Discorre sobre o seu desenvolvimento e a sua evolução no decorrer do tempo: desde a pré-história ao século XX, e as suas consequentes implicações na sociedade. A abordagem por ser minuciosa – transcende o recorte ocidental dos conflitos, dando um painel comparativo muito rico à pesquisa. O autor Ian Morris, além de historiador é também arqueólogo – trazendo assim – um olhar além de documentos primários, e, constata a barbárie advinda das guerras unida à uma questão parodoxal – da mesma ter deixado um legado à humanidade.

A História da humanidade é permeada de conflitos. Desde os tempos remotos da pré-história até o presente momento, esse é um dado inato ao convívio social do indivíduo. Ele está em busca de um território para morar, de estabelecer algum meio de produção, de cultivar relações afetivas e, de ter, minimamente, um pouco de paz e harmonia social no local em que vive. E a busca por esses elementos essenciais para o seu desenvolvimento, ou mesmo sobrevivência pessoal, requer algum meio de resolução de conflitos. E o meio pelo qual a humanidade a encontrou, foi através da guerra. Sendo uma solução horrorosa, como sugere o subtítulo do livro; entretanto, foi a única maneira pela qual chegamos até aqui.

A base para a sociedade guerrear parte do seu núcleo principal: o indivíduo. Assim, o comportamento de vários indivíduos que compõem pequenos agrupamentos ou mesmo uma grande sociedade que precisam ser analisados. De modo que o debate clássico entre Rousseau e Hobbes ganha formato no livro. E surge a indagação? O homem é bom ou mal por natureza; existe a bondade natural pregada por Rousseau? O livro responde que não, e acredita mais na tese de Hobbes, do grande Leviatã cercado de instituições, leis e costumes para podar a besta que há em nós.

No decorrer dos relatos das guerras, o autor constata que o modo de guerrear não é apenas ocidental, mesmo que o ocidente tenha aprimorado estratégias e instituições para tanto. E vai muito além: traçando uma análise qualitativa dos principais conflitos da humanidade do ocidente ao oriente. A pesquisa dialoga com uma proposta à longo prazo; de benefício para a humanidade no que tange às guerras, porém houve as producentes e as contraproducentes. Assim, algumas causaram em meio à violência um maior desenvolvimento pós-guerra, e outras não fomentaram adequadamente o desenvolvimento das regiões.

Afinal, como compreender uma questão tão paradoxal dos benefícios advindo das guerras, em contraste com a monstruosidade de milhões de mortes e a devastação praticada pelas mesmas?

A resposta é que, basicamente, em seu conjunto elas foram mais producentes. O próprio conflito de guerra estimula o desenvolvimento das regiões, como foi o caso da História Antiga, da produção da arma de bronze, e, assim, o posterior aperfeiçoamento de técnicas e a produção de armas mais robustas. Na História Moderna tivemos o desenvolvimento de navios com canhões, que através de conflitos, descobriram vastas latitudes antes desconhecidas. A guerra vai muito além - ela gerou como um todo, sociedades mais desenvolvidas, seguras e mais ricas, além de hoje ela não chega a matar nem 2% da população mundial, um índice muito menor comparado à época da pré-história que chegava a 20%. É difícil de acreditar, mas a guerra por mais horrorosa que ela seja – ela gerou benefícios para a sociedade, e infelizmente foi um meio pelo qual a humanidade encontrou para resolver conflitos.

Bruno.Vieira 28/10/2021

Muito bom! Vale a pena
O livro traz uma abordagem diferente sobre a guerra, bastante interessante. Apesar de em alguns momentos o autor ser um pouco prolixo, pois gosta de argumentar e exemplificar bastante suas posições. A leitura vale a pena pois a ideia força, o pensamento chave do autor é realmente intrigante e nos convida a aprofundar: a guerra tem seu lado não somente positivo, mas também necessário para a sociedade.

Milena.Bessan 28/01/2022

10 mil anos de guerra pra justificar a humanidade
Ian Morris vai defender a tese dele de que a guerra pode ser um benefício para a sociedade (No começo eu já critiquei muito por ter lido isso, até entender o ponto que ele queria chegar).
É um livro extremamente completo, tem mapas, gráficos e imagens pra fazer o leitor compreender tudo sobre.
É um livro incrível, por mais que seja um livro de não ficção.

David 15/05/2020

O Mundo quase terminou em 1983
Nossa, achei super interessante a Introdução quando o autor narra que por pouco e por graça de Stanislav Petrov (chefe adjunto para algoritmos de combate do Serpukhov-15, o sistema de alerta da União Soviética), por não ser propenso a pânico tomou a decisão certa de não apertar nenhum botão que poderia causar a terceira guerra mundial durante a Guerra Fria em 1983. E como é comum nesse mundo cheio de injustiça...a recompensa de Petrov por ter salvado o mundo foi uma repreensão oficial por apresentar um relatório mal escrito e não seguir os protocolos...
Isso nos leva a pensar que a sabedoria não pode ser medita por palavras bonitas, mas sim por atitudes corretas!
O livro é muito interessante, na metade confesso que ficou um pouco massante, mas tinha a certeza que iria melhorar, acho que fiz que nem "Petrov" continuei...e não me arrependi, os últimos quatro capítulos que analisa as grandes duas grandes guerras e a hegemonia dos Estados Unidos como o novo Globocop do planeta é muito interessante, cheio de detalhes e pesquisas de campo, a final o autor também é um grande pesquisador de campo, pois é um renomado Arqueólogo.
E caminhando pela leitura achei super interessante o relatório do National Intelligence Council No Global Trends 2030, a edição de 2012 do relatório de previsões estratégicas que o órgão apresenta a cada 4 anos ao presidente dos EUA recém-eleito ou reeleito. (pg.424)
Diz o conselho: "...operando em escalas de tempo ainda mais curtas, vemos um bando de 'cisnes negros' - com tudo, desde pandemias, tempestades solares que prejudiquem o suprimento mundial de eletricidade, até o colapso do euro". Parece muito próximo dos nossos dias não???Meu Deus o que virá nos próximos anos???
Podemos até não concordar sobre a necessidade de guerras, afinal quem gosta de admitir que uma guerra é necessária, mas os dados do autor sobre os pós-guerra é interessante...
Vale a pena a leitura!

Bruno Meneghello 08/12/2020

O legado da guerra.
O livro se desenrola de maneira bem interessante. O autor vê os pós e os contras desde a violência na idade da pedra, quando o ser humano matava por comida e território, até a utilização de bombas atômicas e tecnologias que podem devastar nosso planeta, com uma guerra não tão produtiva para o ser humano.

Fábio Yeshua 24/07/2023

O paradoxo da guerra na evolução da humanidade.
Em seu livro "Guerra - O horror da guerra e seu legado para a humanidade", o historiador e arqueólogo Ian Morris nos presenteia com uma análise fascinante e abrangente sobre a história da guerra e seu impacto na evolução da humanidade. Com uma abordagem meticulosa e acessível, Morris mergulha nas profundezas dos conflitos humanos, desde os primórdios da civilização até os dias atuais, e oferece uma perspectiva instigante sobre o papel da guerra na formação do mundo em que vivemos.

O autor inicia a obra explorando os aspectos mais sombrios da guerra, revelando o horror e a violência que têm acompanhado a humanidade ao longo dos milênios. Com uma narrativa envolvente e dados históricos minuciosamente pesquisados, Morris nos confronta com os relatos perturbadores de batalhas sangrentas e guerras devastadoras, destacando a brutalidade e o sofrimento inerentes aos conflitos armados.

Entretanto, o grande mérito do livro está em sua habilidade de ir além do horror, buscando compreender o legado da guerra para a sociedade e a cultura humanas. A partir de suas pesquisas e análises comparativas entre diferentes civilizações, Morris apresenta uma tese provocativa: apesar de toda a tragédia e destruição causadas pelas guerras, elas também foram responsáveis por impulsionar mudanças significativas na história da humanidade.

Alguns exemplos destacados por Morris incluem:

Consolidação de Estados: Morris argumenta que a guerra foi um fator importante na formação e consolidação de estados e impérios ao longo da história. Conflitos bélicos levaram à unificação de diferentes grupos e territórios sob um governo central, resultando na criação de sociedades mais organizadas e politicamente estáveis.

Avanços Tecnológicos: Durante períodos de guerra, houve incentivos para o desenvolvimento de tecnologias militares e estratégias de combate mais avançadas. A necessidade de superar os inimigos levou ao aprimoramento de armas, táticas de guerra e até mesmo a inovações que posteriormente foram aplicadas em outras áreas da vida cotidiana.

Intercâmbio Cultural e Tecnológico: A guerra muitas vezes levou ao encontro de diferentes culturas e civilizações, criando oportunidades para o intercâmbio de conhecimento e tecnologias. Por exemplo, as conquistas de impérios permitiram a difusão de ideias, religiões, práticas agrícolas e sistemas políticos, que enriqueceram a diversidade cultural e o conhecimento humano.

Instituições Políticas Mais Estáveis: O autor sugere que a guerra e o medo da invasão ou do colapso de um Estado motivaram a criação de instituições políticas mais sólidas. Governos que enfrentaram ameaças externas frequentemente fortaleceram suas estruturas políticas internas para garantir a sobrevivência e a coesão da sociedade.

Expansão do Comércio e do Conhecimento: A guerra também impulsionou a expansão territorial, abrindo novas rotas comerciais e possibilitando a troca de bens e conhecimentos entre diferentes regiões. A busca por recursos e riquezas levou ao comércio intercontinental e à difusão de produtos e ideias.

É importante enfatizar que o livro de Ian Morris não romantiza a guerra nem ignora suas terríveis consequências, mas sim busca oferecer uma perspectiva histórica complexa sobre como a violência e o conflito moldaram o curso da história humana. O autor apresenta esses exemplos como parte de um debate mais amplo sobre os legados ambíguos da guerra na trajetória da humanidade, estimulando os leitores a considerar as nuances e as múltiplas dimensões desse fenômeno ao longo dos séculos.

A abordagem de Ian Morris é ousada e controversa, mas sua análise fundamentada e as conexões surpreendentes que ele traça entre a guerra e o progresso da humanidade certamente deixarão os leitores imersos em reflexões profundas sobre o tema. Ao explorar como a violência e a guerra moldaram o curso da história, o autor nos convida a questionar as complexas interações entre conflito e avanço civilizatório.

"Guerra - O horror da guerra e seu legado para a humanidade" é uma obra envolvente e instigante, que desafia as visões convencionais sobre a guerra e oferece uma nova perspectiva para compreender o papel desse fenômeno na história da humanidade. A leitura do livro de Ian Morris é um convite para explorar os recantos sombrios do passado humano e, ao mesmo tempo, vislumbrar as possibilidades de um futuro mais pacífico e progressista.

Se você é um entusiasta da história e busca uma análise profunda sobre a guerra e seus desdobramentos, "Guerra" é uma leitura imperdível. Prepare-se para ser desafiado em suas concepções e embarque em uma jornada intelectual reveladora, que o levará a uma compreensão mais ampla do impacto da guerra na trajetória da humanidade. Com Ian Morris como guia, essa viagem pelo passado se torna uma fonte inesgotável de aprendizado e reflexão sobre o nosso presente e futuro como seres humanos.

Filipe Campos 25/04/2020

Batante esclarecedor
Há várias coisas no livro que concordo e achei muito bem colocadas. Outras eu discordo, mas não estudei o suficiente para argumentar. Kkkk

Coruja 21/08/2019

Quando terminei esse livro fiquei me perguntando porque ele não podia ter sido escrito uns doze anos atrás, a tempo de tê-lo conhecido para escrever meu TCC. A despeito do ‘horror’ no título, a tese central de Morris é que, a médio e longo prazo, a guerra é benéfica. Não uma guerra total e há um limite na equação de custo-benefício; mas a ideia é que, ao fazer guerra, os Estados se tornam maiores e mais organizados, o que dá mais segurança à sociedade.

É um argumento polêmico, mas a forma como o historiador desenvolve o livro é muito interessante, começando da Idade da Pedra e investigando percentuais de mortes violentas e sua relação com governos instituídos (e belicosos) ao longo da História. Eu concordo com ele e Hobbes que, deixado à sua vontade, o homem não é um ‘bom’ e pacífico selvagem: o Estado organizado (e o arcabouço de leis e repressão) é necessário para que exista civilização. Sem o Leviatã, mergulhamos no caos. Mais difícil já é apoiar a ideia de que conflitos armados sejam a solução para o progresso e desenvolvimento social. Ainda que Morris tente diferenciar entre guerras ‘produtivas’ e ‘improdutivas’.

O custo moral da guerra é sempre impalatável. As justificativas para sua declaração podem parecer sólidas à primeira vista, mas costumam esconder por trás de belas palavras, uma voracidade por mais influência e recursos. A repressão interna de violência não pode ser o único filtro pelo qual consideramos uma sociedade ‘avançada’ - por esse critério, a URSS de Stálin e a Alemanha de Hitler seriam paraísos na terra. Tampouco se poderia creditar o processo de colonização do resto do mundo pela Europa como algo positivo (positivo terá sido apenas para os grupos que delas se beneficiaram diretamente. Os colonizados certamente não concordariam com tal ponto de vista…). O horror da guerra e seu legado é um livro fascinante, com uma sólida pesquisa e bem escrito - uma daquelas leituras que te prendem às páginas do começo ao fim. Suas conclusões, porém, deixam a desejar. Contraditório, eu sei. Mas apreciar uma boa narrativa (e Morris sabe criar essa narrativa) não significa que você queira vivê-la.


site: https://owlsroof.blogspot.com/2019/08/o-resumo-da-opera-pilhas-de-livros-para.html

Acacio 17/06/2022

Fácil leitura
Leitura bem descontraída e linear. O livro é ótimo em sua análise e permite ao leitor indagar suas próprias convicções.