Ari Phanie 04/03/2021“I don't think that true love means your only love. I think true love means loving truly.”Tem uns spoilers ali na frente, meu anjo...
Eu não gosto do clichê “triângulo amoroso” quando o triângulo gira em torno de adolescentes ou jovens adultos, quando é sobre pessoas da minha idade, eu percebi que posso curtir bastante. Não querendo resumir One True Loves à apenas um triângulo amoroso (mas já fazendo), a história de Emma é basicamente sobre se apaixonar por dois caras em diferentes momentos da sua vida, e perceber que o lance do “para sempre” não existe e tá tudo bem.
O livro começa com Emma adolescente, uma guria comum como qualquer outra que se apaixona pelo capitão do time de natação. Emma também tem uma queda pelo carinha que trabalha na livraria dos seus pais, Sam. Mas seu ponto fraco é Jesse. E é com ele que ela namora, vai estudar na Califórnia, e eventualmente se casa. Jesse é o típico cara aventureiro, espontâneo e despreocupado que toda garota em seus vinte quer ter ao lado. E é por ser aventureiro que Jesse acaba ficando desaparecido e sendo dado como morto.
Ao perder o grande amor da sua vida, Emma volta algumas casas no jogo. Ela reflete que não quer continuar onde estava e volta para a sua cidade natal. Algum tempo depois, Emma reencontra Sam. Eu me apaixonei pelo Sam assim que ele surgiu no começo da história. Ele é leve, despretensioso e tranquilo. Exatamente o que uma mulher em seus trinta quer. E é exatamente o que Emma quer. Até Jesse voltar.
Acho que é opinião geral (ou, pelo menos, quase isso) que a Reid podia ter feito melhor com relação a Jesse e o desaparecimento. Três anos em uma ilha deserta? Único sobrevivente de um acidente de helicóptero? Qualé? Eu teria comprado melhor o clichê do cara em coma do que do cara vivendo em uma ilha deserta e nadando até encontrar ajuda. Quando Jesse retorna, Emma é outra pessoa. Mas, apesar do que a Reid quis passar, o Jesse é o mesmo. E mesmo que eu tenha gostado da reflexão de que a Emma com o Jesse voltava a ser a adolescente de quando eles se conheceram, o que faz total sentido, o fato de ela ter precisado deixar o Sam pra ficar com o Jesse e chegar a conclusões tão óbvias, me deixou puta. Sam, amorzinho, cat lover, Piano Man, não merecia isso.
Mas a real é que toda a resolução Emma/Jesse me emocionou bastante. Eu senti a dificuldade que é admitir que o amor da sua vida nem sempre deve durar para sempre, e que o amor da sua vida nem sempre vai ser apenas uma única pessoa. E que o que você tinha certeza anos atrás, simplesmente muda porque você muda. Então, pra mim, o final do livro foi bastante coerente.
Enfim, eu gostei bastante desse livro. Não é uma grande leitura, é uma história leve pra curtir sem pretensão. Além da Emma, Sam e Jesse, os outros personagens também são cativantes. Eu adorei que a relevância da família e o amadurecimento tivessem papel importante dentro da história. As únicas coisas que me incomodaram bastante foram as muitas descrições de vestimenta. A maioria tive que pesquisar porque não fazia ideia do que diabos queria dizer chinos ou navy (no contexto roupas). Isso e toda a indecisão arrastada da Emma somavam umas páginas que não tinham necessidade de ser escritas. Fora isso, foi outro livro da Reid bastante satisfatório. Para minha surpresa, estou gostando da autora.