spoiler visualizar@isabellajanis 03/04/2024
Reflexivo sobre o amor. O amor próprio e o amor conjugal.
Um livro tão curto com um enredo tão simples foi capaz de me fazer refletir profundamente sobre o amor. O amor próprio, o amor que damos ao próximo e o amor que recebemos.
Nós, naturalmente, criamos expectativas sobre os relacionamentos que vivemos, seja uma amizade, seja conjugal. O livro retrata exatamente essa expectativa que a personagem principal criou sobre o seu marido, desde quando ainda eram meros conhecidos.
Ela se esqueceu dela para se dedicar integralmente ao outro.
?Somente ele existia para mim, e eu considerava-o como a pessoa mais bela, mais sem pecados no mundo; e justamente por isso não conseguia viver mais nada, com exceção dele, só vivia para ser aos seus olhos aquilo que ele esperava de mim.?
Ela trouxe intensidade, complexidade e imaturidade, que pela idade são coisas comuns de se ter.
Mas, mais que isso, pela falta do pai, ela refletiu no marido um desejo que ele deveria ter a repreendido, deveria ter ?prendido? para que ela não cometesse ?exageros?, para que não tivesse ?liberdade?.
O marido não cumpriu esse papel paterno e, consequentemente, não supriu as expectativas que ela tinha sobre ele e sobre como deveria ser um casamento.
E aí ela começa a amadurecer.
?Eu não compreenderia agora aquilo que antes me parecia tão claro e justo: ser uma felicidade viver para outrem. Por que para outrem, quando não se tem vontade de viver mesmo para si??