Lethycia Dias 29/06/2019Para ler com carinhoA vida de Artur está uma bagunça. Sua mãe morreu há pouco tempo, e ele precisou passar a morar com o pai, Guilherme, que apesar de ser um bom pai, não é bem o que Artur espera. Ele teve que mudar de colégio e não se dá bem com quase ninguém, exceto pelo professor de Português, o Alexandre.
Com tanta coisa nova acontecendo ao mesmo tempo, Artur está irritadiço e tem dificuldade para se adaptar às mudanças. A barreira para se comunicar com o pai é o maior dos problemas, causando mal-entendidos e mágoas com o passar do tempo.
Esse é um livro que eu gostaria de ter lido durante a adolescência. Artur enfrenta coisas muito típicas dessa fase da vida, com o acréscimo do peso de ter perdido a mãe. Ele não sabe direito quem é, não sabe o que vai querer fazer na vida adulta, ao mesmo tempo em que também quer ser popular no colégio e impressionar uma garota.
Apesar de o livro tratar de assuntos difíceis e dolorosos, como o luto e a dificuldade de comunicação familiar, é também um livro divertido, com muito senso de humor. Eu me pegava rindo das situações que o garoto passa, e pouco depois pensando de forma séria sobre alguns dos assuntos que as autoras abordam.
Existem personagens LGBT que convivem com o protagonista e a maior surpresa é a forma como o conflito envolvendo esses personagens acaba gerando uma ruptura na história, a partir da qual Artur pode questionar muito do que pensava antes.
A ideia de que as coisas podem melhorar aos poucos, com diálogo e compreensão mútuos, criam um desfecho muito legal. Recomendo esse livro tanto para adolescentes quanto para adultos.
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