O Bem Viver

O Bem Viver Alberto Acosta




Resenhas - O bem viver


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indi.sass 26/05/2020

Coerente e Necessário
A discussão se baseia em reestruturar as relações econômicas, políticas e de mercado. Resgatar as relações das comunidades tradicionais, de maneira a integralizar a modernidade e o avanço tecnológico, porém sem degradar a natureza e aceitando cada particularidade regional e das minorias. Muito plausível e estruturado, com uma bibliografia extensa, o autor deixa claro que não há uma receita de bolo para se alcançar o Bem Viver, o que se sabe é que certamente o caminho que estamos tomando agora não é o correto.
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malubsballarotti 18/01/2023

um livro fantástico
esse livro me fez sentir muitas coisas, mas fico feliz que as principais e últimas delas foram esperança de que o mundo pode funcionar de um jeito diferente - mais humano, justo, sensível - e inspiração pra pensar a partir de outras lógicas. com certeza uma leitura fundamental pra construção de "utopias" com uma perspectiva realista!
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SuAlen.Pawelkiewic 17/07/2023

Repensando nossas maneiras de viver
O livro de Alberto Costa, apresenta de forma dinâmica o conceito de Bem Viver, pautado em resgatar as tradições dos povos originários, no desenvolvimento de um modelo econômico sustentável, aliando-se às novas tecnologias.

Ressaltando a importância de se viver em comunidade, repensando as nossas necessidades humanas, rompendo com a ideologia de acumulação e poder do capitalismo.

Trazendo uma rica bibliografia Latina-americana, o autor discorda do capitalismo e socialismo, propondo um modelo de desenvolvimento econômico de reconstrução, unindo o ser humano e a natureza.

O Bem Viver é uma filosofia, baseada nos conhecimentos dos povos originários, valorizando a diversidade cultural, a interculturalidade, a plurinacionalidade e o pluralismo político, respeitando o ecossistema, valorizando a nossa qualidade de vida, sem destruir a natureza.

Livro necessário, tema que deve ser abordado e discutido, antes que seja tarde demais. A pergunta que me faço é, o ser humano está pronto para voltar a se conectar com a natureza de forma respeitosa, deixando a ambição e poder de lado, em busca de um modelo de vida melhor?

@suhh_entre_livrosefelinos ??
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Flavio.Vinicius 15/02/2023

O bem Viver: uma Oportunidade Para Imaginar Outros Mundos
Este é um daqueles livros que você lê uma vez e sabe que vai reler por toda a vida. Alberto Acosta reúne nesta obra a utopia do Bem Viver, albergando pensamentos de vários autores e das comunidades indígenas, sobretudo andinas e amazônicas.

É uma proposta que se contrapõe à visão dominante e hegemônica de desenvolvimento, sugerindo a possibilidade de imaginarmos outros mundos além do capitalista.

O Bem Viver é apresentado como uma filosofia de vida a envolver aspectos sociais, econômicos e culturais, numa tentativa de engendrar a Grande Transformação. Inclui distintas formas de ser e viver, valorizando a diversidade cultural, o pluralismo, a dignidade humana, o combate às desigualdades e a vida harmônica dos seres humanos com a Natureza.

É uma filosofia que se opõe sobretudo ao capitalismo, mas também ao socialismo, conforme ocorrido nos países soviéticos do século XX, por exemplo. Na seara econômica, contrapõe-se à ideia de desenvolvimento, a qual opera segundo ditames capitalistas e socialistas, de modo predatório, explorador e desigual, com raízes na Europa e no Ocidente, privilegiando ideias de competição e disputa em busca de viver melhor ou de um imaginado bem-estar.

Contrariamente ao desenvolvimento, o Bem Viver, como filosofia e modo de vida contra-hegemônicos, vislumbra raízes comunitárias, em busca de uma sociedade pós-capitalista e de uma efetiva mudança civilizatória.

A partir de conceitos fundamentados em comunidades andinas e amazônicas, o Bem Viver propugna por valores como cooperação, solidariedade, harmonia e sustentabilidade. É uma visão de uma outra proposta de vida.

Em relação à literatura, a proposta reunida e apresentada por Alberto Acosta me lembrou o movimento literário contemporâneo solarpunk e hopepunk, em que se imaginam novas formas de vida, nas quais já ocorreu a superação do capitalismo e das imensas desigualdades sociais.

Este é um dos livros essenciais para imaginar a superação do estado atual de miserabilidade, desigualdade e destruição.
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Ana 29/07/2020

Uma oportunidade para imaginar outros mundos!
O Bem Viver, livro do político e economista Alberto Acosta é, no mínimo, SENSACIONAL. A leitura é fluída e os conceitos são apresentados de forma simples, facilitando o entendimento do leitor. É um livro geral e introdutório que aborda a Filosofia do Bem Viver, acoplada a alguns pontos essencialistas.

A visão trazida à tona por este livro se destaca em meio a tantas outras porque valoriza a natureza, ao invés de sobrepor a economia ou os humanos. A promoção da harmonia ecológica entre todos os seres vivos e as necessidades de desenvolvimento do ser humano poderiam, se aplicadas, tornar evidente a viabilidade de superação do ser humano ser o centro das atenções de todo o planeta terra. Noutro ponto, o Bem Viver também aponta o consumo exagerado dos materiais finitos do planeta. Esse consumo em massa decorre de uma produção em massa de necessidades inventadas, também em massa. Por este motivo, o autor aplica a Teoria Essencialista, que praticamente diz: não consuma o mínimo, e sim, o necessário para a própria sobrevivência.

Ademais, o livro segue comparando causas e problemas sociais em contraposição à economia. Reestruturar as relações entre natureza, política e mercado a partir do modo de viver das comunidades tradicionais é o auge deste livro. Com isso, Acosta explica - de diversas formas - que a economia capitalista não é a mais adequada, ao menos não nesse momento de degradação do mundo. Em geral, são tantos os pontos tocados: natureza, economia, direitos sociais - incluindo indígenas e portadores de necessidades especiais -, capitalismo, distribuição econômica, que não tenho - ou não quero - explicar cada quesito, passo a passo, aqui. É uma leitura que recomendo fortemente - meu livro favorito até então.

Aqui, os meus destaques - paginado pelo kindle:

1. o Bem Viver é uma filosofia em construção, e universal, que parte da cosmologia e do modo de vida ameríndio, mas que está presente nas mais diversas culturas. Está entre nós, no Brasil, com o teko porã dos guaranis.1 Também está na ética e na filosofia africana do ubuntu – “eu sou porque nós somos”. Está no ecossocialismo, em sua busca por ressignificar o socialismo centralista e produtivista do século 20. Está no fazer solidário do povo, nos mutirões em vilas, favelas ou comunidades rurais e na minga ou mika andina. Está presente na roda de samba, na roda de capoeira, no jongo, nas cirandas e no candomblé. Está na Carta Encíclica Laudato Si’ do Santo Padre Francisco sobre o Cuidado da Casa Comum. (p. 145-146)

2. O Bem Viver é, essencialmente, um processo proveniente da matriz comunitária de povos que vivem em harmonia com a Natureza. (p. 182-184)

3. Outro mundo será possível se for pensado e organizado comunitariamente a partir dos Direitos Humanos – políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais dos indivíduos, das famílias e dos povos – e dos Direitos da Natureza. (p. 184-185)

4. A superação das desigualdades é inescapável. A descolonização e a despatriarcalização são tarefas fundamentais, tanto quanto a superação do racismo, profundamente enraizado em nossas sociedades. (p. 190-191)

5. O centro das atenções não deve ser apenas o ser humano, mas o ser humano vivendo em comunidade e em harmonia com a Natureza. (p. 197-199)

6. No Equador, reconheceu-se a Natureza como sujeito de direitos. Esta é uma postura biocêntrica que se baseia em uma perspectiva ética alternativa, ao aceitar que o meio ambiente – todos os ecossistemas e seres vivos – possui um valor intrínseco, ontológico, inclusive quando não tem qualquer utilidade para os humanos. (p. 210-212)

7. O Bem Viver – enquanto filosofia de vida – é um projeto libertador e tolerante, sem preconceitos nem dogmas. Um projeto que, ao haver somado inúmeras histórias de luta, resistência e propostas de mudança, e ao nutrir-se de experiências existentes em muitas partes do planeta, coloca-se como ponto de partida para construir democraticamente sociedades democráticas. (p. 228-230)

8. Não se pode mais sustentar o discurso do desenvolvimento, que, com suas raízes coloniais, justifica visões excludentes. Requeremos um discurso contra-hegemônico que subverta o discurso dominante e suas correspondentes práticas de dominação. E, igualmente, novas regras e lógicas de ação, cujo êxito dependerá da capacidade de pensar, propor, elaborar e, inclusive, indignar-se – globalmente, se for o caso. (p. 230-231)

9. O Bem Viver questiona o conceito eurocêntrico de bem-estar. (p. 237-238)

10. Nicholas Georgescu-Roegen, tinha razão quando exclamava: “Qualquer um que acredite que o crescimento exponencial pode durar para sempre em um mundo finito ou é louco ou economista.” (p. 238-240)

11. Como se não bastasse o fato de a maioria dos seres humanos não ter alcançado o bem-estar material, estão sendo afetadas sua segurança, liberdade e identidade. (p. 248-249)

12. Os grandes meios de comunicação, privados e governamentais, em um paralelismo com as práticas inquisitivas, marginalizam conteúdos contrários à lógica do poder. (p. 251-253)

13. Muitíssimas pessoas só trabalham e produzem pensando em consumir, mas, ao mesmo tempo, vivem na insatisfação permanente de suas necessidades. Produção e consumo se tornam, assim, uma espiral interminável, esgotando os recursos naturais de maneira irracional e acirrando ainda mais a tensão criada pelas desigualdades sociais. (p. 265-269)

14. [...] qual é a “forma social” implícita nos avanços tecnológicos aparentemente democratizadores, aos que deveríamos aderir? Na realidade, muitas das novas técnicas são fonte de renovadas formas de desigualdade, exploração e alienação. Muitos dos avanços tecnológicos, por exemplo, fazem com que certos trabalhadores se tornem imprestáveis ao passo que excluem todos aqueles que não consigam acessar a novidade. Tudo isso redefine o próprio trabalho, deslocando-o ao âmbito cognitivo e contribuindo com sua flexibilização. (p. 368-370)

15. os países considerados atrasados aceitaram aplicar um conjunto de políticas, instrumentos e indicadores para sair do “atraso” e chegar ao desejado “desenvolvimento”. Ao longo das últimas décadas, quase todos os países considerados não desenvolvidos têm tentado seguir esse caminho. Quantos conseguiram? Muito poucos, e isso se aceitarmos que o que conseguiram é realmente “desenvolvimento”. (p. 368-370)

16. O desenvolvimento pode inclusive não ter conteúdo, mas justifica seus próprios meios e até seus fracassos. Aceitamos as regras do “vale-tudo”. Tudo é tolerado na luta para deixar o subdesenvolvimento em busca do progresso. Tudo se santifica em nome de uma meta tão alta e promissora: temos de ao menos parecer-nos com os superiores e, para chegar lá, vale qualquer sacrifício. (p. 400-401)

17. [...] aceitamos a devastação ambiental e social em troca de alcançar o “desenvolvimento”. (p. 403-308)

18. Negamos inclusive nossas raízes históricas e culturais para modernizar-nos imitando os países adiantados. Assim, negamos as possibilidades de uma modernização própria. O âmbito econômico, visto a partir da lógica da acumulação do capital, domina o cenário. A ciência e a tecnologia importadas normatizam a organização das sociedades. Neste caminho – de mercantilização implacável – aceitamos que tudo se compra, tudo se vende. Para que o pobre saia de sua pobreza, o rico estabeleceu que, para ser como ele, o pobre deve agora pagar para imitá-lo: comprar até seu conhecimento, marginalizando suas próprias sabedorias e práticas ancestrais. (p. 479-480)

19. A exploração dos recursos naturais não pode mais ser vista como uma condição para o crescimento econômico. Tampouco pode ser um simples objeto das políticas de desenvolvimento. (p. 488-489)

20. Com o crescimento da pobreza no mundo – ou seja, com o fiasco da grande teoria global do desenvolvimento –, começou-se a repensar suas ferramentas e seus indicadores, mas não seu conceito. (p. 504-504)

21. [...] poderíamos incorporar o “desenvolvimento sustentável”, entendido como aquele que permite satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer as possibilidades das gerações futuras, para que elas, assim, tenham condições de atender a suas próprias necessidades. (p. 516-520)

22. O Índice do Planeta Feliz, criado pela organização britânica The New Economics Foundation, se baseia em três indicadores: esperança de vida ao nascer, satisfação com a vida (bem-estar subjetivo) e pegada ecológica. O Índice do Planeta Feliz trata de identificar como a dotação e o consumo dos recursos naturais intervêm no bem-estar das pessoas. Uma de suas mais destacadas conclusões é que não necessariamente o país com maior tendência ao consumo é o que apresenta maior bem-estar social, e que é possível ter altos níveis de bem-estar subjetivo sem excessivo consumo. (p. 535-539)

23. O neoliberalismo encontrou rapidamente seus limites na América Latina – muito antes do previsto por seus defensores. Uma vez mais, a partir de finais dos anos 1990, os questionamentos ao desenvolvimento convencional, sobretudo em sua vertente neoliberal, afloraram com força. As posturas neoliberais naufragaram. Seu estrondoso fracasso econômico agudizou os conflitos sociais e os problemas ambientais, exacerbando as desigualdades e as frustrações. Então, redobrou-se a busca de alternativas como reação ao reducionismo de mercado. (p. 580-582)

24. Estas visões pós-desenvolvimentistas superam as correntes heterodoxas, que na realidade miravam a “desenvolvimentos alternativos”, quando é cada vez mais necessário criar “alternativas de desenvolvimento”. É disso que se trata o Bem Viver. (p. 582-584)

25. O Bem Viver, enquanto soma de práticas de resistência ao colonialismo e às suas sequelas, é ainda um modo de vida em várias comunidades indígenas que não foram totalmente absorvidas pela Modernidade capitalista ou que resolveram manter-se à margem dela. (612-613)

26. Este é um sistema que “vive de sufocar a vida e o mundo da vida”, como afirmava o filósofo equatoriano Bolívar Echeverría. (p. 649-651)

27. Os seres humanos não podem ser vistos como uma ameaça ou como sujeitos a serem vencidos e derrotados. E a Natureza não pode ser entendida apenas como uma massa de recursos a ser explorada. (p. 656-658)

28. O Bem Viver é “um conceito de comunidade onde ninguém pode ganhar se seu vizinho não ganha. A concepção capitalista é exatamente oposta: para que eu ganhe, o resto do mundo tem que perder”. (p. 711-711)

29. Desde o começo, a agenda secreta do desenvolvimento não era nada mais que a ocidentalização do mundo. O resultado tem sido uma tremenda perda de diversidade. A simplificação planetária da arquitetura, da indumentária e dos objetos da vida diária salta aos olhos; o eclipsamento paralelo de linguagens, costumes e gestos diversificados, porém, é menos visível; e a homogeneização de desejos e sonhos ocorre profundamente no subconsciente das sociedades. O mercado, o Estado e a ciência têm sido as grandes potências universalizantes: publicistas, especialistas e educadores foram implacáveis em expandir seu reino. (p. 719-723)

30. Se o desenvolvimento trata de “ocidentalizar” a vida no planeta, o Bem Viver resgata as diversidades, valoriza e respeita o “outro”. O Bem Viver emerge como parte de um processo que permitiu empreender e fortalecer a luta pela reivindicação dos povos e nacionalidades, em sintonia com as ações de resistência e construção de amplos segmentos de populações marginalizadas e periféricas. Em conclusão, o Bem Viver é eminentemente subversivo. Propõe saídas descolonizadoras em todos os âmbitos da vida humana. O Bem Viver não é um simples conceito. É uma vivência. (p. 724-726)

31. Com o Bem Viver, não se pretende negar o indivíduo, nem a diversidade dos indivíduos, muito menos a igualdade ou a liberdade. Pelo contrário. Trata-se de impulsionar uma vida em harmonia dos indivíduos em comunidade como parte da Natureza. (p. 734-735)

32. O Bem Viver não se sustenta na ética do progresso material ilimitado, entendido como acumulação permanente de bens, e que nos convoca permanentemente a uma competição entre seres humanos com a consequente devastação social e ambiental. (p. 892-893)

33. Para construir o Bem Viver é preciso outra economia que se reencontre com a Natureza e atenda às demandas. (p. 936-938)

34. Cada vez mais pessoas começam a entender que a acumulação material, mecanicista e interminável, assumida como progresso, não tem futuro. Essa preocupação é crescente, pois os limites da vida estão severamente ameaçados por uma visão antropocêntrica do progresso, cuja essência é devastadora.

35. Governos neoliberais e governos “progressistas” se irmanaram em torno do extrativismo. Diferentes orientações ideológicas continuam assumindo a Natureza como um elemento a ser domado e mercantilizado. A exploração da Natureza – e sobretudo dos recursos naturais não renováveis – segue sendo vista como o grande trampolim para o desenvolvimento. (p. 1054-1055)

36. Os governantes “progressistas” tratam de acelerar o salto à ansiada Modernidade impulsionando o extrativismo com uma espécie de modernização passadista baseada em uma maior presença do Estado. (p. 1089-1089)

37. o crescimento não pode ser o motor da economia e, menos ainda, sua finalidade. (p. 1093-1097)

38. [...] os países empobrecidos e estruturalmente excluídos deveriam buscar opções de vida digna e sustentável, que não representem a reedição caricaturizada do estilo de vida ocidental. Por outro, os países “desenvolvidos” terão de resolver os crescentes problemas de iniquidade internacional que eles mesmos provocaram e, em especial, terão de incorporar critérios de suficiência em suas sociedades antes de tentar sustentar, às custas do resto da Humanidade, a lógica da eficiência compreendida como a acumulação material permanente. (p. 1097-1097)

39. Os países ricos, definitivamente, devem mudar seu estilo de vida, que coloca em risco o equilíbrio ecológico mundial. (p. 1101-1104)

40. A dívida ecológica encontra suas origens na espoliação colonial – a extração de recursos minerais ou a derrubada massiva de bosques naturais, por exemplo – e se projeta tanto no “intercâmbio ecologicamente desigual” como na “ocupação gratuita do espaço ambiental” dos países empobrecidos em decorrência do estilo de vida predatório dos países industrializados. (p. 1133-1136)

41. A economia deve submeter-se à ecologia. Por uma razão muito simples: a Natureza estabelece os limites e alcances da sustentabilidade e a capacidade de renovação que possuem os sistemas para autorrenovar-se. Disso dependem as atividades produtivas. Ou seja: se se destrói a Natureza, destroem-se as bases da própria economia. (p. 1155-1158)

42. Ao longo da história, cada ampliação de direitos foi anteriormente impensável. A emancipação dos escravos ou o estabelecimento de direitos civis aos negros e às mulheres, por exemplo, foram um dia considerados absurdos. Foi necessário que ao longo da história se reconhecesse “o direito a ter direitos”, e isso se obteve sempre com esforço político para mudar as visões, os costumes e as leis que negavam esses direitos. (p. 1172-1174)

43. Aqui podemos citar a célebre frase de um dos grandes racionalistas da filosofia do século 17, o holandês Baruch de Spinoza (1632-1677), quem, em contraposição à atual posição teórica sobre a racionalidade, reclamava que “tudo que é contrário à Natureza é contrário à razão; e o que é contrário à razão é absurdo”. (p. 1181-1181)

44. O sistema capitalista acaba com as condições biofísicas de sua própria existência. (p. 1210-1214)

45. Adotar a definição pioneira de que a Natureza é um sujeito de direitos constitui uma resposta de vanguarda à atual crise civilizatória – e, como tal, tem sido aceita por amplos segmentos da comunidade internacional conscientes de que é impossível continuar com um modelo de sociedade predatória, baseado na luta dos seres humanos contra a Natureza. A definição de bem-estar e riqueza como acumulação de bens materiais, como resultado do crescimento econômico e do consumo ilimitados, não se sustenta mais. (p. 1220-1222)

46. [...] reconhecer a Natureza como sujeito de direitos significa superar a tradicional visão constitucional do “direito a um ambiente saudável”, que está presente no constitucionalismo latino-americano há muito tempo. (p. 1242-1243)

47. A água foi declarada como um direito humano fundamental pela Assembleia Constituinte de Montecristi. Portanto, não pode ser vista como um negócio. (p. 1412-1414)

48. A plurinacionalidade não nega a nação, mas propõe outra concepção de nação. Reconhece que não existe apenas uma nação ou apenas uma nacionalidade. Assume uma nação de nacionalidades diversas que têm convivido em estado de permanente enfrentamento. (p. 1414-1417)

49. O Estado “moderno” e liberal, herdeiro de estruturas e práticas coloniais, sobre o qual se estabeleceu um esquema de dominação oligárquico, uma e outra vez tratou de embranquecer a sociedade, negar e apagar diversidades, ignorar ou reprimir a existência de culturas e línguas dos povos e nacionalidades que existiam antes da Conquista. (p. 1417-1418)

50. A plurinacionalidade, enquanto nova concepção de organização social, resgata a pluralidade de visões étnicas e culturais para repensar o Estado. (p. 1426-1429)

51. O racismo é, nas palavras de Aníbal Quijano, “a mais profunda e perdurável expressão da dominação colonial, imposta sobre a população do planeta durante a expansão do colonialismo europeu”. Nos inícios da Colônia, considerava-se, inclusive, que os indígenas não tinham alma. Desde então, o racismo tem sido a mais arraigada e eficaz forma de dominação social, material, psicológica e, certamente, política. (p. 1425-1426)

52. A segregação racial surge nas áreas urbanas quando grupos racialmente marginalizados, muitas vezes, se veem forçados a viver nos lugares mais precários. (p. 1429-1432)

53. As manifestações do racismo são múltiplas. Não surpreende que negros e indígenas sejam os grupos humanos mais empobrecidos, explorados e vulneráveis. O desemprego ou a carência de serviços de educação ou saúde os atingem com muito mais força. Além disso, são discriminados nas instâncias de participação política e no exercício da democracia. (p. 1441-1443)

54. Com suas lutas, os povos e nacionalidades demandam o exercício pleno da democracia, a construção de cidadanias coletivas, o respeito à multiculturalidade e a prática da interculturalidade, das liberdades e das oportunidades, sem exclusões. (p. 1477-1480)

55. A falta de compreensão e aceitação das verdadeiras raízes de muitos países latino-americanos talvez explique a existência de Estados (quase) fracassados ou nações que simplesmente não conseguem amadurecer. O problema surge por jamais terem assumido e incorporado seus povos e nacionalidades. A plurinacionalidade não dissolve os Estados, mas exige espaços de autogoverno e autodeterminação. Isso, obviamente, traz implícito um difícil choque com quem defende a tese do Estado-nação tradicional. (p. 1493-1493)

56. [...] uma Constituição que estabelece a plurinacionalidade, por si só, não garante que o Estado seja plurinacional. E jamais haverá plurinacionalidade enquanto a Constituição não seja encarada e assumida como um projeto de vida em comum por toda a sociedade, com vistas à construção de outro país. Não será realidade se a sociedade, os indivíduos e as coletividades não se apropriarem dos significados de uma Constituição. (p. 1511-1512)

57. O Estado plurinacional não é um Estado híbrido. Tem de ser outro Estado, no sentido de outra sociedade e outra proposta de vida – ou seja, o Bem Viver. (p. 1562-1563)

58. Trata-se de um ponto de partida – e não de chegada – para construir alternativas ao desenvolvimento e para superar as aberrações do antropocentrismo, que coloca em grave risco a existência do ser humano sobre a Terra. (p. 1595-1596)

59. Um ponto medular desta economia solidária radica em estabelecer “critérios de suficiência” antes de sustentar a lógica da eficiência, entendida como acumulação material cada vez mais acelerada. (p. 1603-1604)

60. O maior desafio das transições encontra-se em superar os padrões culturais assumidos por amplos segmentos da população, que apontam a uma acumulação de bens materiais cada vez maior. (p. 1609-1611)

61. É preciso consumir diferente, melhor e, em alguns casos, menos, obtendo melhores resultados em termos de qualidade de vida. Deve-se construir outra lógica econômica, que não radique na ampliação permanente do consumo em função da acumulação do capital. (p. 1646-1647)

62. O autocentramento consiste em reconstruir o vínculo da economia com a política para fazer economia política, tomando como referências fundamentais o tempo e o espaço, que foram violentamente alterados no capitalismo. (p. 1702-1705)

63. A transição a sociedades pós-extrativistas se dará sobre bases ecológicas e com crescente equidade social, sobre fundamentos eminentemente democráticos, ou não se dará. Devemos aceitar que nenhum processo econômico pode ser sustentável se não respeita os limites dos ecossistemas, e que a economia é parte de um sistema maior e finito: a biosfera. Portanto, o crescimento permanente, como já dissemos, é impossível. (p. 1724-1725)

64. O desafio do Bem Viver terá de se resolver pela importância que se concede ao trabalho humano. Não se trata simplesmente de produzir mais, mas de produzir para viver bem. (p. 1726-1727)

65. [...] haverá inclusive que pensar também em um processo de redução do tempo de trabalho e redistribuição do emprego, que cada vez é mais escasso. (p. 1734-1734)

66. Bem Viver não é sinônimo de opulência. “Melhor com menos” poderia ser seu lema. (p. 1743-1744)

67. Portanto, caminhar ao socialismo, como reza o discurso oficial de alguns governos “progressistas”, alimentando as necessidades – inclusive as demandas especulativas – do capitalismo global por meio da expansão do extrativismo, é, no mínimo, uma incoerência. Não tem nada de socialista. (p. 1799-1801)

68. O mercado não é um produto de geração espontânea, como afirma a teologia liberal. O mercado é uma construção social, que responde a demandas concretas de cada época histórica. (p. 1821-1821)

69. O comércio deve orientar-se e regular-se a partir da lógica social e ambiental, não da lógica de acumulação do capital. (p. 1828-1829)

70. [...] devemos entender de uma vez por todas que a economia não é mais importante que as amplas demandas sociais ou – menos ainda – que as capacidades da Natureza. Mas tampouco deve ser desprezada. (p. 1893-1893)

71. O que pesa, em primeira instância, não é a finitude das reservas de combustíveis fósseis, mas, sobretudo, os limites ambientais de seu uso exagerado. Esta conclusão nos obriga a caminhar rápida e planificadamente em direção à energia solar, como recomenda o professor alemão Elmar Altvater. Não se trata de produzir cada vez mais energia para satisfazer a uma demanda sempre crescente. Não é suficiente, embora seja importante, substituir os recursos fósseis e não renováveis por energias renováveis e cada vez mais limpas. O uso eficiente da energia também ocupa lugar significativo neste processo de transformação da matriz energética. (p. 1899-1901)

72. A energia pode ser ainda uma ferramenta para incentivar a transferência de riqueza, necessária à construção de equidades sociais e ambientais. Isso conduz à elaboração de outros padrões de produção, consumo, transporte, distribuição e controle da energia, vista como direito e não simplesmente como mercadoria. (p. 1905-1908)

73. Os recursos energéticos fósseis são finitos, os gases resultantes de seu uso provocam uma crise ecológica global e suas reservas encontram-se em alguns poucos lugares do planeta, o que conduz a pressões bélicas e desigualdades. Em contraposição, uma economia solar54 promove a descentralização da geração de energia, o que permitiria o crescente controle comunitário do sistema energético, caminhando na mesma direção do Bem Viver. (p. 1916-1918)

74. A Humanidade não é uma comunidade de seres agressivos e brutalmente competitivos. Esses valores foram criados e acentuados por civilizações que favoreceram o individualismo, o consumismo e a acumulação agressiva de bens materiais – características que estão no gene da civilização capitalista. (p. 1958-1959)

75. Os direitos e as garantias às pessoas com necessidades especiais devem ser assumidos transversalmente, destinando a elas atenção redobrada. (p. 1933-1995)

76. É inaceitável que um grupo reduzido da população goze de um estilo de vida confortável enquanto o resto – a maioria – sofre para sustentar a opulência de um segmento privilegiado e opressor. Esta é a realidade do regime de desenvolvimento atual, uma realidade própria do sistema capitalista. (p. 1995-1998)

77. O capitalismo demonstrou uma importante capacidade produtiva. Propiciou progressos tecnológicos substanciais e sem precedentes. Conseguiu inclusive reduzir a pobreza em vários países. No entanto, desencadeia sistematicamente processos sociais desiguais entre os países e dentro deles. Sim, o capitalismo cria riquezas, mas são demasiadas as pessoas que não participam de seus benefícios. (p. 2005-2006)

78. O que se deve combater é a excessiva concentração de riqueza, não a pobreza. Esta deve ser totalmente abatida. (p. 2009-2011)

79. O que está em jogo não é simplesmente uma crescente e permanente produção de bens materiais, mas a satisfação das necessidades dos seres humanos, vivendo em harmonia com a Natureza. O Bem Viver, no entanto, possui uma transcendência maior do que apenas a satisfação de necessidades e o acesso a serviços e bens materiais. (p. 2031-2034)

80. Distribuir a riqueza antes de ampliá-la seria um erro, afirmam os neoliberais. Segundo essa visão, estaria a se distribuir pobreza. Portanto, dentro da lógica econômica neoliberal, busca-se garantir uma taxa de rentabilidade maior. Só assim se poderia economizar o suficiente para financiar novos investimentos. E estes investimentos, como consequência, gerariam um produto maior que beneficiaria a sociedade em seu conjunto, por meio de uma maior quantidade de emprego e renda. (p. 2036-2037)

81. Um crescimento econômico maior, ademais, não garante redistribuição do excedente. Pelo contrário, os mais pudentes são os que disputam cada naco excedente, deixando, na melhor das hipóteses, migalhas para os marginalizados. (p. 2041-2042)

82. Nos sistemas de produção não é possível criar riqueza sem que se produza alguma forma de distribuição dessa mesma riqueza, seja pela via das utilidades ou dos salários, da renda ou das pensões. (p. 2119-2119)

83. A eliminação da pobreza não se obtém somente com investimento social e obras públicas, mas com uma substantiva redistribuição da riqueza [...] (p. 2374-2376)

84. [...] a economia deve subordinar-se à ecologia. E por uma razão muito simples: a Natureza estabelece os limites e os alcances da sustentabilidade e a capacidade de renovação dos ecossistemas – e delas dependem as atividades produtivas. Ou seja, se se destrói a Natureza, destrói-se a base da própria economia. (p. 2365-2368)
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Cristiana 20/02/2022

Alternativa ao pensamento desenvolvimentista e variações
O Bem viver é uma filosofia em construção  que busca viver em aprendizado e convivência com a natureza. Recupera uma sabedoria presente em muitas culturas ancestrais que rompem com a ideia de acumulação ancorada no capitalismo e a ideia política do ?desenvolvimento?. Possui concordâncias com o nhandereko presente na cultura Guarani. Assim, o objetivo é de valorizar a dignidade humana e a melhora da qualidade da vida das pessoas, famílias e comunidades sem sacrificar a natureza.

Há muitas questões a serem pensadas para que possamos cuidar desse risco iminente da sobrevivência do ser humano na terra.
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Isabelans 07/09/2020

Tema muito bom e necessário a ser falado o livro é bom por abordar detalhadamente o conceito de ?buen vivir?, contudo não há muitos exemplos de como executa-lo pragmaticamente. Assim, deixando com o leitor a continuidade do debate.
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juliapassos14 03/05/2021

Leitura obrigatória
O Bem Viver é um conceito de origem latino-americana, que traduz uma oportunidade de repensar nossa sociedade e o conceito de desenvolvimento. Busca uma conscientização mundial e, consequentemente, uma transformação civilizatória.

Muito se discute sobre nossa relação com a natureza, afinal, "a natureza não é muda" e cabe a nós ouvi-la.

Com muita sabedoria, o livro propõe uma organização pautada no Bem Viver (ressaltando que isso é diferente de "viver melhor" - o qual implica em alguém vivendo pior) e no Direito da Natureza. Com isso, teríamos uma organização pautada na plurinacionalidade e interculturalidade, tendo como princípios básicos a reciprocidade, redistribuição e a solidariedade.

É um grito, para tudo aquilo que temos preso na garganta. Coerente, necessário e transformador.

"O Bem Viver será para todos e todas. Ou não será"
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Iara 07/08/2021

Repetitivo e Utópico
Quando o Bem-Viver chegou em minhas mãos fiquei encantada! Pareceu ser uma proposta incrível e totalmente alinhada aos meus valores, e me animei pra começar a ler.

Porém a partir de um ponto do livro a minha leitura passou a ser totalmente arrastada, foi bem decepcionante. Isso porque o autor repete incansavelmente as mesmas ideias, com palavras diferentes (e as vezes as mesmas palavras) ao longo de todo livro. Chegar até o seu fim foi exaustivo, demandou muito esforço e não sinto que valeu a pena.

Ao menos encontrei algumas ideias boas no livro, e que me deram vontade de buscar outras fontes, mais objetivas, e que expressam mais do pensamento político latino americano que nem uma potência gigante, quando não é apenas tratado como discurso e teoria como o livro do Bem-Viver.
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Olivia 26/08/2021

O Bem viver nos leva em direção a não só um conceito como um estilo de vida, em que se prega que devemos buscar e lutar por uma realidade utópica onde o ser humano vive em harmonia consigo e com a natureza, se vendo não á parte, mas como parte da natureza.
Em desacordo ao capitalismo e o socialismo o autor propõe um novo modelo de desenvolvimento, baseado em total democracia em relação a todas as decisões a serem tomadas e que tudo visando o bem viver.

" Plurinacionalidade e interculturalidade nós remetem a uma noção de Estado formado por nações unidas e identidades vigorosas, com um passado histórico e, principalmente, com uma vontade de integração que supere a marginalização exploradora dos povos e nacionalidade."

" Os seres humanos não podem ser vistos como uma ameaça ou como sujeitos a serem vencidos e derrotados. E a natureza não pode ser entendida apenas como uma massa de recursos a ser explorada."

Apesar desse assunto ser complexo e denso o autor abordou tudo de maneira bem didática e clara. Provavelmente vou querer ler mais obras dele.
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Be B 21/02/2021

Para pensar (e construir) novos mundos
Cada ume de nós já tem um pouco de Bem Viver. Nos cabe resgatar esses saberes ancestrais, de povos tradicionais ou então das práticas comunitárias que nos contam nossas avós, e a partir deles e de novos conhecimentos, construir a síntese de uma sociedade que queremos e precisamos: a sociedade do Bem Viver!
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Wallace17 25/07/2021

Dilemas necessários
Baseado na sabedoria e conhecimento das nações indígenas andinas e amazônicas, o Buen Vivir, ou em kíchwa sumak kawsay, trata-se de uma "proposta de harmonia com a Natureza, reciprocidade, relacionalidade, complementaridade e solidariedade entre indivíduos e comunidade". Uma visão biocêntrica da qual todas as formas de vida são igualmente importantes, não sendo a humanidade o centro da existência. Uma cosmovisão diferente da ocidental desenvolvimentista.

"O Bem Viver se transforma em ponto de partida, caminho e horizonte para desconstruir a matriz colonial que desconhece a diversidade cultural, ecológica e política. Nesta linha de reflexão, a proposta do Bem Viver critica o Estado monocultural; a deterioração da qualidade de vida, que se materializa em crises econômicas e ambientais; (...) Igualmente, questiona visões ideológicas que se nutrem das matrizes coloniais do extrativismo e da evangelização imposta a sangue e fogo".

Alberto Acosta estabelece uma discussão baseada em uma oposição aos discursos desenvolvimentistas do sistema capitalista, discursos estes apropriados tanto por correntes políticas que vão desde as mais conservadoras até as progressistas. Crítica fortemente a dependência extrativista dos países ricos e pobres. Para o autor seria a repetição do mais do mesmo (minha interpretação poética) do modelo econômico colonialista, que desde a invasão até o dias atuais, destroem os ecossistemas, as diversidades, os povos e as culturas.

Acosta nos aponta que somente com a superação do "progresso em sua versão produtivista e mecanicista" é que vamos começar a reconstruir o mundo de forma equilibrada e justa.

Contudo, penso como é que os governos vão promover a justiça social, sem o dinheiro das atividades extrativistas, por exemplo? Para além dos muitos questionamentos socioeconômicos que me surgiram, a obra me apresentou muitos pontos interessantes, como plurinacionalidade, direitos da natureza, neoextrativismo, constituição equatoriana e boliviana.

É uma leitura utópica. Mas a utopia é força para a mudança! O conhecimento indígena é milenar e deve ser discutido e sobretudo compreendido e praticado por todes!
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Ana 29/03/2020

Livro introdutório sobre o conceito de Bem Viver, que refuta capitalismo e os próprios governos chamados de progressistas, que têm como base o desenvolvimento e extrativismo. Como o autor mesmo diz, o Bem Viver pretende "reatar a comunhão entre Humanidade e Natureza e revalorizar diversidades culturais e modos de vida suprimidos pela homogeneização imposta pelo Ocidente". Livro curto e de fácil entendimento.
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lexsouza 19/07/2020

Um modelo pra substituir
Como quebrar o paradigma do capitalismo desenvolvementista? Como superar a dicotomia de país civilizado e país primitivo? Como integrar a natureza como ser importante para sobrevivência do planeta? Esse pequeno livrinho traz questionamentos e sugestões para todos nós.
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