A Canção dos Nibelungos

A Canção dos Nibelungos Anônimo




Resenhas - A Canção dos Nibelungos


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Drakomanth 21/03/2021

Gesamtkunstwerk
Seria muito audacioso de minha parte dizer que escolhi “um simples poema” para leitura de hoje. Então, com todo o respeito que merece, anúncio que escolhi uma Obra de Arte Total. Pois ela foi a responsável pela criação do termo Gesamtkunstwerk. Está palavra em alemão significa justamente “A Obra de Arte Total”. O termo está ligado diretamente ao gênio Richard Wagner devido sua maestria na junção das artes plásticas, canto, dança, música, poesia e teatro. E foi justo na "A Canção dos Nibelungos" Que Wagner viu a matéria prima perfeita para elevar a arte à um nível que - pasmem - ainda hoje não foi ultrapassado. O Gesamtkunstwerk não é só uma leitura, é um sentimento ,um momento, uma expressão maior. E poder ter em mãos uma tradução respeitosamente dedicada a lhe proporcionar o caráter moral do imaginário popular da referida cultura é um verdadeiro orgasmo literal. Meus parabéns a todos os envolvidos.
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Marcos606 17/04/2023

Poema épico em alemão médio escrito por volta de 1200 por um austríaco desconhecido da região do Danúbio. Está preservado em três manuscritos principais do século XIII, A (agora em Munique), B (St. Gall) e C (Donaueschingen); a erudição moderna considera B como o mais confiável.

O conteúdo do poema divide-se em duas partes. Começa com dois cantos que apresentam, respectivamente, Kriemhild, uma princesa da Borgonha de Worms, e Siegfried, um príncipe do Baixo Reno. Siegfried está determinado a cortejar Kriemhild, apesar do aviso de seus pais. Quando ele chega em Worms, ele é identificado por Hagen, um capanga do irmão de Kriemhild, o rei Gunther. Hagen então relata os antigos feitos heroicos de Siegfried, incluindo a aquisição de um tesouro. Quando a guerra é declarada pelos dinamarqueses e saxões, Siegfried se oferece para liderar os burgúndios e se destaca na batalha. Após seu retorno, ele conhece Kriemhild pela primeira vez, e suas afeições se desenvolvem durante sua residência na corte.

Neste ponto, um novo elemento é introduzido. A notícia chega à corte de que uma rainha de força e beleza excepcionais só pode ser conquistada por um homem capaz de igualar suas proezas atléticas. Gunther decide cortejar Brunhild com a ajuda de Siegfried, a quem promete a mão de Kriemhild se for bem-sucedido. Siegfried lidera a expedição à residência de Brunhild, onde se apresenta como vassalo de Gunther. Nas disputas que se seguem, Gunther segue os movimentos dos feitos realmente realizados por Siegfried em um manto de invisibilidade. Quando Brunhild é derrotada, ela aceita Gunther como seu marido. Siegfried e Kriemhild se casam conforme prometido, mas Brunhild continua desconfiada e insatisfeita. Logo as duas rainhas brigam; Brunhild ridiculariza Kriemhild por se casar com um vassalo, e Kriemhild revela o engano de Siegfried e Gunther.

A segunda parte do poema tem uma estrutura muito mais simples e trata basicamente do conflito entre Hagen e Kriemhild e sua vingança contra os burgúndios. Etzel (Attila), rei dos hunos, pede a mão de Kriemhild, que aceita, vendo as possibilidades de vingança em tal união.

No poema alguns elementos de grande antiguidade são discerníveis. A história de Brunhild aparece na literatura nórdica antiga. As breves referências aos feitos heroicos de Siegfried aludem a várias histórias antigas, muitas das quais são preservadas na Edda poética escandinava, na saga Vǫlsunga e na saga Thidriks, na qual Siegfried é chamado de Sigurd. Toda a segunda parte da história, a queda dos burgúndios, aparece em um poema da Edda mais antigo, Atlakvida (“Balada de Atli”). No entanto, a Canção dos Nibelungos parece não ser uma mera junção de histórias individuais, mas sim uma integração de elementos componentes em um todo significativo.

O poema fora escrito em uma época da literatura alemã medieval em que a ênfase atual estava nas virtudes “corteses” de moderação e refinamento de gosto e comportamento. A Canção, com suas exibições de emoção violenta e sua ênfase intransigente na vingança e na honra, em contraste, remonta a um período anterior e traz a marca de uma origem diferente - a literatura heroica dos povos teutônicos na época de suas grandes migrações. O assunto básico do poema também remonta a esse período, pois é provável que a história da destruição dos burgúndios tenha sido originalmente inspirada pela derrubada do reino da Borgonha em Worms pelos hunos em 437 d.C, e a história de Brunhild e Siegfried pode ter sido inspirado por eventos da história da dinastia merovíngia dos francos por volta de 600 d.C. Grande parte da qualidade heroica das histórias originais permaneceu no poema, particularmente na concepção do autor de Hagen como o protetor implacável da honra do rei Gunther.
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Filipe 21/06/2021

Tragédia atrás de tragédia
Uma obra espetacular, que se faz entender porque está tão presente na cultura germânica há tantos anos. Embora possa ser confuso para um brasileiro ler um livro com tantos personagens (que não param de surgir) com nomes tão estranhos, a narrativa por si só não se perde em momento algum. Uma aula sobre jogos de poder, família, vingança e honra.
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Weiiirdo 25/01/2022

Honra acima de tudo
Esse livro aborda principalmente o conceito de "honra", que aqui consiste num estilo de vida no qual os poderosos se consolidam através da força bruta e da generosidade mútuas; mas, quando esse código de conduta e pensamento é quebrado, dá a todos o dever de empregar as suas qualidades em retaliações capazes de enlouquecer até que, com isso, o próprio código seja prejudicado de uma maneira irrecuperável. Sendo assim, a estória traz personagens cabeças duras e zelosos com suas reputações, porque o julgamento alheio parecia ser de uma importância suprema na hora de determinar o valor de uma pessoa.
Tudo se passa na Idade Média, quando esses códigos e as rixas familiares pareciam bem comuns. Vários outros hábitos típicos da época também são apresentados.
Tenho certeza de que essa obra serviu de inspiração para muitas fantasias medievais escritas mais recentemente.
Apesar de ser antiquíssimo, o texto é de fácil compreensão e a leitura flui bem. Só não recomendo a edição da Thesaurus Editora, cheio de erros grotescos de tipografia, revisão e tradução.
Antes do final, achava que daria 4 estrelas, mas diminuí uma, com muita dúvida se não diminuía ainda mais, porque o enredo peca bastante nas repetições, não sabe manter a empolgação quando mais devia e não explora personagens como podia.
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