Henrique Fendrich 29/09/2018
Esse livro contém um erro gravíssimo. O Aurélio Buarque de Holanda e o Paulo Rónai colocaram um conto divertidíssimo do equatoriano José Antonio Campos nesse volume 4, voltado ao período do romantismo ao realismo, com histórias de 1845 a 1885. Disseram que o autor nasceu em 1805, morreu em 1884 e era conhecido pelo pseudônimo "Jack the ripper". Ocorre que esse José Antonio Campos, na verdade, nasceu em 1868 e morreu em 1939. Não tive acessos à fonte dos organizadores do livro, mas sem dúvida ela estava errada. Até porque, o próprio pseudônimo do escritor já é revelador do equívoco, pois o verdadeiro "Jack the ripper", o serial killer inglês, surgiu em Londres em 1888. Ou seja, José Antonio Campos não faz parte do período abrangido pelo livro e não deveria estar nele. Não me consta que mais alguém tenha percebido um erro tão grave.
Curiosamente, é um dos contos mais legais do livro. Mas eu gostei bastante dos dois contos do Alphonse Daudet. Há 3 contos do Maupassant, um deles, "As joias", usa um argumento que eu já havia lido em "O Dr. Sabe-Tudo", do Somerset Maugham (que veio depois).
Essa edição tem o primeiro brasileiro a aparecer na coleção, o Álvares de Azevedo. Há o conto "Uma alma simples", bem conhecido do Flaubert. Prestem atenção no Jens Peter Jacobsen e no Jan Neruda, que se saem muito bem. Bret Harte também é agradável, assim como o impronunciável Björnstjerne Björnson .