Tasha 24/03/2024
Minha vida pode encontrar ali um sentido: isso é ridículo
"Trata-se apenas de confessar que isso 'não vale a pena'. Viver, naturalmente, nunca é fácil. Continuamos fazendo os gestos que a existência impõe por muitos motivos, o primeiro dos quais é o costume. Morrer por vontade própria supõe que reconheceu, mesmo instintivamente, o caráter ridículo desse costume, a ausência de qualquer motivo profundo para viver, o caráter insensato da agitação cotidiana e a inutilidade do sofrimento."
Esperei TANTO pra ler esse livro, estou obcecada pela filosofia de Albert Camus.
Bem, o livro usa a alegoria de Sísifo para explicitar a ideia do absurdo da existência, resumidamente, ele foi condenado para todo sempre pelos deuses a empurrar uma pedra até o cismo de um monte, caindo a pedra invariavelmente da montanha sempre que o topo era atingido. E o que isso tem a ver com o ensaio? Camus compara a nossa vida com o castigo dado a Sísifo, por exemplo, todos os dias temos a mesma rotina de: acordar, comer, estudar, sair... e repete isso de novo e de novo.
Não é semelhante a empurrar uma pedra para ela cair de volta?
E é exatamente isso que Camus nomeia como o absurdo da existência. Fazemos/ vivemos para quê? Qual é o sentido? Qual é o propósito? A conclusão é de que não há um. E então, buscamos algo para que possamos alienar nossa angústia. Para isso, Camus dava o nome de suicídio.
"Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio."
O livro não trata só do suicídio literal, há o suicídio filosófico, no qual as pessoas buscam algo que a façam esquecer do absurdo que é a existência, por exemplo a religião. Mas para Camus é como tapar o sol com a peneira.
"Porque as doutrinas que me explicam tudo ao mesmo tempo me enfraquecem. Elas me livram do peso da minha própria vida, e no entanto preciso carregá-lo sozinho."
Então devemos todos nos matar? Segundo a minha pessoa, talvez ;)
Segundo Camus não é bem assim, ele diz para nós aceitarmos o absurdo, aprender a lidar com ele.
Por fim, é preciso imaginar Sísifo feliz.