CultEcléticos 11/01/2017
Os Fantasmas do Chapeleiro foi escrito pelo belga Georges Simenon, um dos ícones dos romances policiais.
Este é um livro narrado em primeira pessoa pelo Sr. Labbé, o chapeleiro, casado com uma mulher enferma e reclusa que o atormenta chamada Mathilde. Eis que um dia o Sr. Labbé decide assassiná-la, uma vez que ninguém daria pela falta da mulher eremita, com exceção de sete amigas dos tempos do colégio que sempre a visitavam em seu aniversário. Para o crime ser perfeito, estas também deveriam ser eliminadas, já que Labbé havia arquitetado um plano para fingir que a esposa ainda estava viva.
Labbé é descoberto por acaso pelo Sr. Kachoudas, o alfaiate que mora em frente a sua casa. Kachoudas fica dividido entre o desejo de conseguir as provas para incriminar Labbé e regastar a recompensa que seria dada a quem descobrisse a identidade do assassino de mulheres idosas, e o medo de ser o próximo alvo do chapeleiro, uma vez que sabia demais.
Neste romance policial, desde o início são conhecidos o assassino, suas vítimas e suas motivações. O grande mistério do livro é saber se os crimes do chapeleiro serão descobertos por todos.
Vale ressaltar o tratamento conferido ao Sr. Kachoudas e sua família ao longo do livro, estes eram imigrantes armênios que sofriam com a xenofobia na pequena cidade francesa.
Há um filme francês homônimo, lançado em 1982, baseado nesta obra de Simenon.
Como dito anteriormente, este não é um romance policial convencional, geralmente nos livros deste gênero o autor do crime é revelado no final, porém ter o conhecimento do assassino e suas motivações não torna o livro menos interessante e nem diminui o suspense, uma vez que a causa do suspense é outra: Sr. Labbé pagará ou não pelos seus crimes? Vale a pena ler para descobrir.
(Camila Kaihatsu)
Resenha publicada no site CultEcléticos.
site: http://www.cultecleticos.com.br/resenha-literaria-os-fantasmas-do-chapeleiro/