Epopeia de Gilgámesh

Epopeia de Gilgámesh Sin-léqi-unnínni
Anônimo
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Resenhas - A Epopéia de Gilgamesh


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Regis 29/12/2023

A fonte de muitos mitos e inspiração de grandes poetas
Gilgámesh parece ter sido a obra literária mais popular escrita no antigo oriente e é considerada a obra literária mais antiga do mundo já descoberta. As narrativas heroicas são atribuídas ao quinto rei sumério (um possível rei histórico postumamente deificado) de Úruk, cidade-Estado localizada no sul da Mesopotâmia (hoje Iraque), e remontam ao século XXI AEC.
Bilgames/Gilgámesh na versão mais recente é composta por uma série de doze tabuinhas que foram traduzidas inicialmente por Henry Rawlisnson e George Smith na segunda metade do século XIX. O poema é o mais antigo texto do qual recuperaram traduções em várias línguas estrangeiras, com textos encontrados em vários locais do antigo oriente.
A versão clássica do poema "Epopeia de Gilgámesh", cujo título original é Ele que o abismo viu (?a naqba ?muru), foi escrita pelo sábio Sin-léqi-unnínni entre 1300 e 1200 AEC.

Ele que o Abismo Viu inicia com uma grande exaltação ao rei Gilgámesh (que tudo viu e que tudo sabe) e vai mostrando as várias experiências existenciais marcantes pelas quais o rei passa e que o levaram a compreender os limites da natureza humana; limites dos quais nem mesmo ele, que possui dois terços divinos e apenas um terço humano, por ser filho de uma deusa (Nínsun, que significa "Rainha da Vaca Selvagem), poderá escapar.
O poema exalta as realizações, narra os excessos, exemplifica os aprendizados e finalmente chega na compreensão do personagem: de que ele, assim como qualquer outro está sujeito a viver e morrer independente de suas origens e de seus feitos.

A relação de amizade, companheirismo e amor de Enkídu e Gilgámesh ajuda a tornar o herói o homem que ele virá a ser futuramente levando-o a crescer como ser humano através da amizade, amor, morte e, inevitavelmente, através da dor.

Esse poema (anterior a Homero e Hesíodo) é um épico que traz muitas reflexões, que é imbuído de um teor antropológico profundo e que mostra o ápice do desenvolvimento do ciclo heroico do personagem, Gilgámesh, além de apresentar vários dos mitos que foram introduzidos na literatura tradicional que conhecemos: como a criação do homem a partir da argila, o dilúvio e a construção de uma arca para salvar as criaturas, humanos e animais (Essas partes, depois de serem traduzidas no início da década de 1870, causaram controvérsia generalizada devido às semelhanças com a Bíblia hebraica).

"Do homem os dias são contados, tudo que ele faça é vento (...)" palavras sábias que ressaltam magnificamente uma grande verdade a qual estamos todos sujeitos indefinidamente.

Essa foi uma leitura fascinante, rica em características fantásticas, significados e mitos que guardam muitos paralelos com outras narrativas antigas.
Foi maravilhoso conhecer o poema épico mais antigo registrado e que, possivelmente, foi a fonte onde vários poetas que conhecemos se inspiraram e onde vários mitos e histórias, reproduzidas até os dias de hoje, tiveram início.

Recomendo para todos.
Vania.Cristina 29/12/2023minha estante
Que ótimo, Regis! Parabéns pelo desafio da leitura e pela ótima resenha!


AndrAa58 29/12/2023minha estante
???? adorei a sua resenha ?


Léo 29/12/2023minha estante
Adorei a resenha, está muito bem escrita. ??


Max 30/12/2023minha estante
???


HenryClerval 05/01/2024minha estante
Resenha perfeita, como sempre, Régis. Parabéns! ? ???


Regis 05/01/2024minha estante
Obrigada, Vânia! ??


Regis 05/01/2024minha estante
Fico feliz, Léo! ??


Regis 05/01/2024minha estante
Obrigada, Andréa!??


Regis 05/01/2024minha estante
Obrigada, Max!??


Regis 05/01/2024minha estante
Valeu mesmo, Leandro. ??




Fernando Lima 06/09/2009

Gilgamesh
O que pode ter mais apelo prum humanista?

Podemos ver que o dramalhão em que vivemos é milenar.

A narrativa até que é boa, com definição dos personagens e tudo mais. Mas peca nas mudanças de situações com um piscar de olhos. Não dava pra pedir muito.

Gilgamesh é o rei de Uruk, das grandes muralhas.

Logo no começo, conhece seu grande amigo, Enkidu, que é como um semelhante mais jovem dele, e que foi criado com os animais, perdendo sua inocência numa trapaça de uma rameira, pois, ao conhecer o prazer que uma mulher pode dar, os animais passam a recusar sua presença. Forte, a força era uma coisa muito cultuada na época (3000 A.C., diga-se de passagem).

Ele e seu amigo numa jornada para matar Humbaba, guardião da floresta e querido de Enlil (deus do pavimento), com o objetivo de qualquer herói antigo: deixar seu nome na história. Com a morte de Humbaba, enlil fica furioso, e numa reunião com os outros deuses, decide que um dos dois teria que morrer. O escolhido foi Enkidu.

Com a morte de Enkidu, Gilgamesh fica extremamente abalado e vai atrás de Utnapishtim, único humano imortalizado pelos deuses, para também conseguir imortalidade.

O ponto alto dessa história é que as coisas não dão certo pro herói.

Utnapishtim, conta pra Gilgamesh sobre o dilúvio, do qual ele foi escolhido como único sobrevivente, depois dos deuses se reunirem e decidirem que a humanidade estava em tal nível de maldade, que não mereciam mais viver. Enlil, num ataque de fúria, enviou o dilúvio. (Note que Noé é um grande impostor).

Ao final, Gilgamesh volta pra sua terra sem conseguir o que queria e morre.

O pulo do gato está na proposta de que todas as histórias sobre heróis já criadas, tanto por Homero ou de Alexandre, o Grande possam ser baseadas nesse conto. inclusive os deuses gregos podem ter se originado desta história.

Muita coisa do que falei aqui está no próprio livro, que vem com uma ótima explicação de toda a situação.
Largetha 31/08/2016minha estante
Como assim "peca" nas mudanças num piscar de olhos?


Jheinis.Duarte 14/04/2019minha estante
senti um spoiler nessa resenha ein kkkkkkkk


Erick 25/01/2021minha estante
Após ver como essa lenda passou até se tornar uma narrativa, dá para ver que ela não peca em nada nas mudanças. É algo "episódico", mas dá para ver a continuidade da narrativa.




Jorlaíne 10/05/2023

A mãe de todas as epopeias
As cinco estrelas aqui vão para a tradução dessa obra prima.
Ficou tão gostoso de ler!
Não há dificuldade alguma no entendimento de uma obra tão antiga. Fiquei encantada. E além do fácil entendimento, a obra também é repleta de notas explicativas, o que agrega muito à leitura. Recomendo essa edição!
Vale muito a pena conferir as aventuras de Gilgámesh e entender o contexto da época.
Emerson Meira 10/05/2023minha estante
???????


Ãnimo Total 10/05/2023minha estante
Add a lista !




Thaisliz 05/05/2020

Poema épico
A epopeia de Gilgamesh é uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial, é constituído por doze placas de escrita cuneiforme, cada uma contendo 300 versos ou mais (wikipedia). O poema narra as aventuras do rei de Uruk, conhecido como Gilgamesh. Após a morte repentina de Enkidu seu irmão muito querido e companheiro de aventuras, Gilgamesh parte em busca dos conhecimentos para obter a vida eterna com os deuses, enfrentando vários desafios para conseguir obter as respostas.
Nesse poema percebemos que desde os primórdios das civilizações o homem busca constantemente o conhecimento sagrado. A epopeia de Gilgamesh é um poema épico não só por ser muito antigo, datado em vários séculos antes de cristo ou até milênios, na época em que ainda existia gigantes, mas por evidenciar de forma poética a sede do homem em busca de conhecimento dos deuses. Outro fato curioso sobre esse poema é sua associação com a historia da arca de noé, a forma como ocorreu o dilúvio é contada no poema. Esse é um livro que recomendo bastante, mesmo sendo muito antigo, é extremamente interessante, até mais que muitos livros de aventuras atuais que viram modinha por ai.
caio.lobo. 02/08/2020minha estante
Muito bom o final da sua resenha!


Thaisliz 02/08/2020minha estante
Obrigada ?




César99 24/08/2022

Aquele que o conhecimento adquiriu.
Antes de Aquiles, Beowulf e Arthur, houve Gilgámesh.

Obra tão grandiosa que o certo seria receber duas avaliações separadas.
Uma à história em si, narrada e documentada ao longo de milhares de anos, que, apesar de intricada em certos segmentos, fascina pelas inspirações que provocou em vários mitos e lendas futuros (como nas similaridades entre Aquiles/Pátroclo e Gilgámesh/Enkidu). Outra ao excelente trabalho de tradução e anotações complementares feito por Jacyntho Lins Brandão, ele que soprou nova vida para esta história já tão antiga e por muito tempo esquecida ao compartilhá-la com o público brasileiro, obrigado!
xblacky 24/08/2022minha estante
tenho interesse em ler, mas vai saber quando. ?




malucpinheiro 07/05/2022

Essa edição, para mim, tornou-se um tanto cansativa porque as explicações antes do texto eram extensas, detalhadas, traziam ?spoilers? e se tornavam confusas, tendo em vista que vinham antes da história. Sugiro, a quem for ler, comece pela própria Epopéia de Gilgamesh, pela própria história. Depois, pode ler as explicações, elas farão mais sentido nessa ordem.
Quanto a história, é muito interessante saber-se lendo o primeiro livro escrito na humanidade. Só isso, já vale a leitura! Ainda mais quando vemos que certos símbolos e angústias são tão antigos: cenas que reaparecerão em muitos dos nossos mitos, e a solidão, o amor, a amizade, a lealdade, a morte, o luto, a busca pelo reconhecimento, o medo da morte e a busca pela imortalidade, as desilusões.
almeidalewis 12/06/2022minha estante
O Estevão Jacinto é q é referência nesse assunto




Andrey 16/07/2022

Comentários sobre as edições traduzidas por Brandão
Meu objetivo com esta resenha é: fornecer informações sobre a edição “Ele que o abismo viu: epopeia de Gilgámesh” de tradução e com comentários do professor Jacyntho Brandão da editora Autêntica.

A editora Autêntica, por meio da coleção Clássica, lançou duas versões, ambas traduzidas por Brandão: a) a primeira com comentários e certas particularidades; b) a segunda sem comentários.

Diante da edição dessas duas versões, tenho a intenção de contribuir com o leitor desejoso de acessar esta obra, para que possa optar por aquela versão que melhor atenda aos seus anseios. Destaco, no entanto, que somente li integralmente a primeira das versões, i. e., aquela com comentários.

A edição com comentários foi publicada ineditamente em 2017 – possuindo várias reimpressões – com a tradução direta do acádio para o português pelo professor Jacyntho Lins Brandão, quem também insere introdução e comentários. Esta edição pode ser subdividida em três partes – além das referências e do índice onomástico: introdução, que compreende as páginas 13 a 42; a tradução da epopeia, inserida nas páginas 43 a 135; e comentários do tradutor, da página 136 à página 306.

Observe-se, então, que os comentários do tradutor não foram alocados em notas de rodapé ou de final de capítulo, mas em uma sessão autônoma. Ademais, acredito que uma sessão destinada aos nomes próprios utilizados, sobretudo dos deuses, seria muito útil.

Na edição comentada, logo nos primeiros parágrafos da introdução, Brandão sumariza o enredo da epopeia de Gilgámesh, o que pode ser incompatível com a intenção de alguns leitores que desejam conhecer a história por si mesma. Para além disso, de forma sucinta, mas suficientemente aprofundada, Brandão discorre sobre aspectos atinentes aos nossos conhecimentos sobre a tradição literária antiga, a inserção da epopeia de Gilgámesh nessa tradição e sobre aspectos da tradução.

Diferentemente, a introdução da versão sem comentários é mais enxuta. Não conta com um resumo do enredo, sobre pormenores das civilizações mesopotâmicas ou sobre o nosso conhecimento acerca delas. Limita-se, em geral, a mencionar as versões existentes sobre a epopeia e como a tradução foi construída, mas de forma muito mais pragmática.

Seja como for, na minha opinião, apesar da natureza “acadêmica” da introdução na edição comentada, considero-a essencial para o melhor aproveitamento na leitura da epopeia traduzida. (Não me deterei mais pormenorizadamente aqui, porque na prévia de visualização de ambas as versões no site da editora, a introdução completa de cada uma delas está disponível).

A propósito disso, parece-me ser a natureza “acadêmica” da edição comentada que tem causado desconforto em alguns leitores. Talvez não tanto pela introdução em si, mas pelas opções escolhidas na elaboração da tradução e sua relação com a sessão de comentários.

Nas palavras do coordenador da coleção, Oséias Ferraz, a coleção clássica da Autêntica seria destinada “[...] aos leitores atentos [...] que desejam ou precisam de um texto clássico em edição acessível, bem cuidada, confiável”. Por esse motivo, não seriam estas edições “acadêmicas”.

Apesar disso, Brandão se justifica na introdução afirmando que “[...] o que se espera de um tradutor de línguas clássicas são traduções comentadas” (p. 32). Nesse espírito, os comentários estão repletos de reflexões não apenas sobre traduções alternativas, traduções comparadas e notas sintáticas ou semânticas, mas também sobre aspectos culturais, paralelos a outros textos antigos, a forma de reconstituição dos versos e conjunturas sobre o significado de certos trechos.

E aqui é conveniente apontar que, existindo distintas versões históricas desta epopeia – mais ou menos completas – há tradutores que optam por reconstituir o texto, tornando-o menos lacunoso, a partir da informação de distintas versões. Esta, contudo, não é a opção adotada por Brandão na edição comentada. Em seus dizeres “[...] eu não quis produzir um texto compósito, em que as lacunas nos manuscritos do poema clássico se completassem com as lições da versão antiga, de fragmentos das versões médias ou mesmo de traduções para outras línguas, em especial o hitita, como muitas vezes se faz, oferecendo ao leitor um texto que jamais existiu em época alguma ou lugar”. (p. 27).

A opção de Brandão é nítida. Seu objetivo inicial, menos que recontar a epopeia de Gilgámesh em português a partir de distintas versões, é traduzir a versão clássica então atribuída a Sin-léqi-unnínni.

Assim, a fidelidade a essa versão vai implicar que, na ocorrência de danos às tabuinhas, os versos não são reconstituídos a partir de outras fontes (talvez, a única exceção, é o uso pontual de Atrahasis na tabuinha 11). E esse é o principal aspecto que diferencia a versão com comentários da versão sem comentários, pois, mesmo nas tabuinhas mais bem preservadas (1, 6 e 11) há significativas lacunas.

A existência dessas lacunas pode ser problemática. Por exemplo, nos versos 59 a 61 da tabuinha 3, lê-se “----/---- para/ ----/ ---- brilhar”. Em outros casos, como na tabuinha 2 (conforme explica-se nos comentários, p. 177) e na tabuinha 7 (cf. comentários da p. 231), estima-se que por volta de 25 versos inteiros foram perdidos.

Em decorrência disso, os comentários expostos na terceira parte não são apenas acessórios para a leitura da tradução da epopeia, mas se mostram essenciais para a compreensão de seu enredo. Desse modo, por existirem comentários das mais variadas naturezas, a leitura visando o seguimento do enredo pode se tornar mais pesada e morosa.

A versão sem comentários, diferentemente da proposta inicial de Brandão, privilegia o seguimento da narrativa, ao reconstruir a epopeia da forma mais completa possível, valendo-se de outras fontes que não a versão clássica.

Colocadas essas breves informações, passo a algumas considerações finais.

Primeiramente, acho louvável que a editora Autêntica tenha se preocupado em trazer duas versões visando alcançar dois perfis distintos de leitores a partir de um trabalho nitidamente sério de pesquisa e tradução.

Sobre a versão sem comentários – e acredito que isso é uma escolha deliberada da editora – esta edição deve atender quem busca ter o primeiro contato com a história (e, digamos, gostaria de não ter spoilers) ou privilegia o relato da epopeia. Em contrapartida, convém ter em mente que este relato é, inevitavelmente, uma adaptação. Além disso, a versão com comentários auxilia a entender que ainda existem muitas dúvidas sobre a epopeia, e que a versão mais completa poderia desestimular outras interpretações (ou mesmo traduções) que seriam igualmente possíveis. (Repito, contudo, que não li essa versão integralmente para pontuar justamente).

A versão com comentários, por sua vez, tem o ponto baixo na fluidez da leitura, sendo sempre dependente dos comentários. É uma leitura que exige dois marcadores. Por outro lado, as reflexões ali existentes nos ajudam a compreender a profundidade e a complexidade que ainda hoje incidem sobre o nosso conhecimento acerca da epopeia. Consequentemente, convida-nos a sermos “co-responsáveis” pela sua compreensão, ao apontar distintas perspectivas que, cada qual com seu valor, oportuniza diferentes interpretações.

Na minha opinião, ainda que a leitura da versão com comentários demande certa paciência, seu valor não pode ser desprezado. Somente os comentários relativos à Tabuinha 11 já seriam suficientes, para mim, para optar por esta versão.

De todo modo, para quem quiser experimentar o formato dado à tradução na versão com comentários, e de forma gratuita, sugiro a leitura do texto publicado por Brandão na revista “Nuntius antiquus”, v. 10, n. 2, p. 125-160, de 2014. Apesar de existirem algumas diferenças na tradução e no local onde são inseridos os comentários, esta tradução da Tabuinha 1 se assemelha ao formato final dado à edição com comentários.
Monteiro 06/01/2023minha estante
Comentário sensacional e super sensato. Parabéns! Agora eu já tenho uma melhor ideia do que posso esperar da Epopeia de Gilgamesh na edição de 2017 da editora Autêntica.




daynnem 12/12/2020

Li por causa do livro da literatura
É algo antigo, não acho que agrade muito, a não ser estudiosos da literatura/história.
caio.lobo. 10/07/2021minha estante
Tão antigo e tão atual, mostrando como o ser humano busca fugir da morte, mas no fim das contas se deve conformar com o que não tem solução. Um livro que ensina a morrer. Uma delícia de livro, foi uma influência oculta que sempre esteve presente em toda a literatura, mesmo que indiretamente.




spoiler visualizar
Felipe 29/10/2020minha estante
Adorei o que escreveu




Nat 22/09/2012

Gilgamesh foi o rei de Uruk. Dotado de grande poder e e beleza pelos deuses, Gilgamesh se tornou um homem forte e um grande guerreiro. Ele conquistava todas as cidades, todas as mulheres e não havia outro homem que pudesse se equiparar a ele. Até o momento em que os deuses, escutando os lamentos do povo que Gilgamesh não poupava, decidiram criar um “rival”. Enkidu nasceu da imagem criada pela deusa Aruru. Enkidu era um homem selvagem, que vivia nas colinas dentre as feras que aceitavam sua companhia como se fosse seu igual. Um caçador o encontra e, assombrado com sua força selvagem, fala com Gilgamesh, que entrega ao caçador uma rameira para que a mulher o tentasse. O encontro acontece, Enkidu cede e perde a capacidade (por assim dizer) de conviver em harmonia com os animais. Quando se deitou com a mulher, ele se tornou realmente um homem. Impressionado com o que ela conta sobre Gilgamesh e seu reino, Enkidu resolve desafiá-lo. A luta entre ambos é assustadora. Quando Gilgamesh tropeça na muralha da cidade, Enkidu o ajuda. O rei Gilgamesh percebe que encontrou o amigo dos seus sonhos premonitórios, já que Enkidu, ao invés de matá-lo como deveria, venceu a luta sem sangue derramado.

Uma história que vale a pena ser lida por diversos motivos. O texto reporta a uma cultura quase muito antiga, da qual poucos são os registros que ainda temos hoje. A antiga região da Mesopotâmia (que hoje abarca alguns territórios do Oriente Médio) é a região “berço do mundo”, onde a própria civilização nasceu, onde surgiram as primeiras formas de escrita. Além disso, se refere a uma cultura que poucos conhecem, mas que faz parte da história da humanidade. Este tipo de poema é o único que me dar prazer em ler (talvez porque contem histórias sobre mitologias e heróis épicos). Uma história onde aventura, moralidade e tragédia se reúnem, esse livro é indicada não somente por precederem as epopéias de Homero mas por sua qualidade e originalidade.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com.br/2012/09/a-epopeia-de-gilgamesh-dl-2012.html
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Ricardo 15/04/2024

Surpreendente em vários sentidos
Eu comecei a ler esse livro pelo valor histórico de ser a obra literária mais antiga do mundo, escrito há uns 4 mil anos, mas fiquei surpreso com a qualidade da história.

Foi impressionante pra mim descobrir que essa obra tem uma épica jornada do herói, com construção de personagem, emoção e redenção.

É muito louco pensar que dramas que os seres humanos de 4 mil anos atrás passavam a gente passa também. Sei lá, parece que dá um ar mais místico e mágico pra experiência de ser humano. Acho que alguns temas, conflitos, desejos e dramas são atemporais, pouco importando a cultura.

Eu recomendo muito esse tesouro histórico.

Considere também acompanhar a épica jornada do herói de Gilgamesh, que narra o processo dele deixar de ser um mala até se tornar o mais ?proeminente entre os reis?.
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TalesVR 28/04/2018

#001 - O Inicio
A Epopeia de Gilgamesh é um conjunto de escritos datados de aproximadamente 2.000 a.C que narra, de forma lendária, a história de um rei sumério. Esses poemas compilados deram forma à primeira obra de que se tem notícia na literatura mundial, muito anterior até mesmo das epopeias clássicas de Homero. O que chama atenção são as semelhanças com as histórias bíblicas, ao meu ver claramente o judaísmo bebeu dessa fonte. Pontos interessantes a serem observados:

- A forma natural com a qual a prostituição era tratada há 4.000 anos
- A força sensual e destrutiva designada a mulher, nesse caso a ''rampeira'' que seduz Enkidu.
- A representação da serpente como o mal que roubou o fruto proibido aos homens.
- A narrativa do Noé bíblico é claramente uma releitura da de Utnapistim e seu diluvio, até no uso da pomba.
- Na epopeia o pão e o vinho recebem um significado imenso, o ''pão dos deuses e o vinho dos reis''.
- A alegoria lama-sofrimento-glória que caracteriza narrativas que permeiam por toda a Antiguidade parece ter nascido aqui. (Mito da caverna, fuga de Moisés do Egito, Ressurreição de Cristo, etc)
- Lições sobre autossabotagem já nessa época, ''somos nós quem destruímos nosso próprio caminho''.
- Um homem criado de argila à imagem e ''essência'' da deusa.


E muitos outros pontos, é realmente um livro iluminador. Na obra também nos deparamos com um mar que não se deve tocar em suas águas, pois bem, nos banharemos cada vez mais fundo nas águas do conhecimento, que tem aqui o seu inicio.
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