spoiler visualizarAna 16/05/2015
O triunfo do mal repousa na inércia dos homens bons.
Começo a resenha com a frase de Edmund Burke, que introduz o livro, mas paradoxalmente, a mesma não define em nada a história do autor. Um homem ganhador do Nobel da Paz certamente não é um homem inerte. No livro "O Banqueiro dos Pobres" Muhammad Yunus relata sua árdua luta contra a pobreza, redigida por meio de um inovador método econômico: o microcrédito.
Yunus, nascido em Bangladesh, foi o primeiro a utilizar este serviço no mundo todo, conseguiu mudar a vida de milhões de bengalis, oferendo empréstimos em pequenas quantidades, mas que eram suficientes para livrar os pobres entre os mais pobres da escravidão causada pelos agiotas que cobravam juros altíssimos de seus financiados.
O livro tem uma área de abrangência muito grande, mas todos os capítulos se focam nos pobres, e em como Yunus foi capaz de promover mudanças. Para oferecer o microcrédito, Muhammad criou o banco Grammen, reconhecido mundialmente e com várias filiações em diversas áreas, Yunus atingiu uma proporção inimaginável, expandindo suas ações para a área da saúde, educação e tecnologia, tudo em prol da melhor qualidade de vida dos pobres.
Este homem é simplesmente inspirador e espero de coração que ele esteja na próxima edição de "As 100 maiores personalidades da história", porque o homem que tirou milhões de pessoas da pobreza, que foi contra a sua própria cultura, que causou revoluções sociais e lutou pela igualdade dos sexos, em seu país, Bangladesh, onde a cultura é extremamente sexista, certamente é merecedor de um lugar no livro da história da humanidade.
Um fato muito destacado no livro é o foco dado às mulheres, os empréstimos do banco Grammen eram de cerca de 99% destinado as mulheres, já que Yunus percebeu que estas eram as mais aptas para administrar os negócios, já que eram mais sensíveis, diferentes dos homens, que eram mais egoístas.
Relatar aqui todas as mudanças feitas por Yunus seria um fracasso. Este homem conseguiu fazer muito com pouco, o homem que ganhou a confiança do Banco Mundial e que influenciou até a primeira dama dos Estados Unidos e dezenas de presidentes, realmente merece que sua obra seja conhecida e que inspire milhões de pessoas a concluir seu ideal: um mundo sem pobreza.