FrankCastle 09/01/2017
Assunto interessante, livro razoável
Acredito que todos, em algum momento, já criaram algum mapa mental no papel, consciente ou inconscientemente. O famoso "brainstorm" muito comum entre os publicitários talvez seja o exemplo mais claro e que mais se aproxima do que seja um Mapa Mental.
Nos últimos anos, venho lançando mão de recursos parecidos com mapas mentais e também dos fluxogramas, organogramas. Mais recentemente, esbarrei novamente e conheci melhor o Mapa Mental propriamente dito. Somado a indicação de um livro de seu criador: Tony Buzan.
O livro traz um "bê-a-bá" do assunto (mas suficiente para criar os mapas), talvez decepcione quem já possui certo conhecimento sobre o tema. Com apenas 95 páginas, o "Mapas Mentais" peca em trazer ilustrações em preto e branco (uma das regras mais importantes dos mapas mentais é que sua construção seja feita utilizando canetas coloridas, para chamar atenção... pega mal justamente o livro que diz isso ser monocromático...)
Um comentarista, aqui do Skoob, alertou: "Boa parte do livro é mais uma ode ao mapa mental do que um 'manual' do como fazer e utilizar". Concordo, ao menos em partes. Realmente o autor parece se utilizar muito de uma auto-promoção (o que leva a uma suspeita de que os conteúdos sobre o assunto estejam diluídos em vários livros ao invés de estarem compilados em um único "volume").
Ainda estou aprendendo e testando o método, não dá para dizer se é eficiente ou não. Mas o que já posso adiantar é que, mesmo que funcione, é necessário muita prática (ouvi um comentário, certa vez, dizendo que é necessário fazer cerca de 300 mapas mentais para "pegar o jeito").
Agora, algo que afirmo categoricamente: não existe milagre! O Mapa Mental não é uma fonte de conhecimento. Ainda que você possa conseguir extrair algo de um mapa mental alheio, a ideia por trás do método é que você tenha contato com uma aula ou livro e depois pratique, construindo seu próprio mapa. As palavras-chave e desenhos devem fazer sentido para você de acordo com sua bagagem cultural, experiências e idiossincrasias (por isso, em teoria, não adiantaria pegar um "mapa pronto"). Aliás, em estudos relacionados sobre aprendizado, traz a questão de que o próprio ato de construir um resumo, um mapa mental etc. seja o fator determinante para aprender e fixar a informação, mais até do que o próprio material depois de pronto. E como um pedreiro que olha para uma casa por ele construída e se lembra dos detalhes durante a construção da mesma.
Os Mapas Mentais não são "resumos", prefiro defini-los como "gatilhos" que irão ativar as memórias daquilo que você estudou. Portanto, não existem atalhos: você precisará ler o material na íntegra, construir o mapa mental e este servirá de link para aquele. É como se o mapa mental fosse a ponta de um iceberg, ao avistá-la, você lembrará também de toda a parte subjacente, desde que a tenha visto anteriormente.
Vale ressaltar a necessidade de sempre revisar os mapas mentais com certa frequência, é isso que deverá, em teoria, manter a informação fixada em sua memória. Não existe mágica, a vantagem é não precisar, nas revisões, ler todo o conteúdo na íntegra, ou ficar relendo mecanicamente resumos.
O valor do livro é algo muito subjetivo, mas para esta edição da Sextante, recomendo se encontrar por um valor entre R$ 10,00 e R$ 15,00. Para quem estiver buscando métodos diferentes de estudo, de maneira um pouco mais ampla, recomendo conferir os livros do professor Pierluigi Piazzi.