Douglas14 04/03/2023
É uma obra e tanto...
De jovem travesso, Agostinho é transformado em um homem de grande contribuição para a obra de Deus. Ele exalta este Deus e argumenta em favor de suas realizações, especialmente sua relação pessoal com o divino. Progressivamente nessa proposta, ele relata primeiramente a sua infância e seus primeiros conceitos e caminhos, reconhece os seus erros diante de Deus, pedindo perdão pelos pecados ocultos e pelos alheios, afirma que do Senhor provém o único caminho de salvação e por muitas vezes, enaltece a grandeza do Senhor, o qual ele chama de doçura e deleite.
Agostinho enxerga Deus como originador de tudo, bem como de si mesmo. Ao observar um caminho de semelhança à Deus, mesmo que o enxergue como tal Criador, ele destaca que o pecado jamais foi originado em Deus. Agostinho condena o seu próprio desejo de satisfação, ele diz sentir vergonha de contar a sua vida terrena, da qual não se lembra, mas ouve um testemunho terrível, ele afirma: ?Jamais estive inocente?. Ele menciona seus feitos pecaminosos com lamento e confessa seus pecados, até mesmo num simples jogo de bola. Agostinho foi marcado pelo sinal da cruz, sendo religioso desde cedo. Seus pais permitiram certo comportamento por ele ainda não ter sido batizado e assim ele fez muito do que não deveria. Sobre si, ele afirma: ?pequenino e já tão grande pecador?. Ele relata suas preferências acadêmicas e o alvo passado de sua mente. Agostinho questiona o proveito de todas as coisas que experimentou; de que adiantaria a pronúncia correta de grandes termos, mas ter uma alma longe de Deus? Ele declara que mesmo em sua infância já possuía desejo de superioridade e fraudaria, se possível, para este fim. Dentro disso, ele questiona a inocência da criança em seu próprio exemplo e alega ter servido ao instrumento da ambição e da cobiça dos homens. Pouco a pouco Agostinho vai destacando a progressão de seus anseios e suas decisões. Ele afirma a paciência e misericórdia de Deus, em saber e permitir neste tempo a vaidade e a soberba dos homens, ele agora enxerga a graça de Deus em seu passado como criança.
Tratando de sua adolescência, em seu relato, Agostinho destaca quão baixo os seus atos carnais chegaram. Confessa ter buscado amores que o corromperam completamente, alega ter ignorado o conselho das Escrituras com respeito as relações intimas, ter falhado fatalmente e ter sofrido punições devido a tudo isto.
Ele relata o investimento do pai quanto a seus estudos, mas o descuido quanto sua alma. O período em que interrompeu os estudos, fez com que Agostinho evidenciasse sua situação atual a seus pais, notando a falha do pai e as preocupações da mãe. Todo o cuidado de seus pais, não reprimiram suas iniquidades. Agostinho confessa o gosto que sentia no pecado, um deleite forte em simplesmente exercer o proibido. Ele sabia que não era necessário fugir de Deus para encontrar o prazer verdadeiro, mas ele desprezava a Deus com este fim. Mesmo buscando o amor, jamais o encontrou verdadeiramente longe de Deus. Ele alegar ter amado a dor e nela deleitava-se.
Agostinho confessa que suas ações serviram a demônios. Ele relata como a leitura do livro de Cícero mudou seus sentimentos o fazendo voltar-se para Deus e estudar as Escrituras, todavia ainda não compreendia os seus desígnios. Nesse processo, foi seduzido por caminhos de falsidade pregados por homens orgulhosos, estes o influenciariam até que os seus olhos abrissem. Ele relata o desprezo de sua mãe por sua alma e os anos que perdurou na escuridão do engano.
Continuando seu relato, Agostinho narra sua empreitada liberal dos dezenove aos vinte e oito anos, em que foi um cobiçoso professor de retórica. Neste tempo, indagando uns matemáticos, questionou-lhes com respeito a certeza de muitos resultados científicos. Agostinho perdeu um grande amigo e descreve tamanha dor que sentira, bem como o derramar de suas lágrimas que não reviviam seu amigo, mas expressavam seu sentimento para com ele. Ele descreve como fora sua amizade e revela o motivo de desejar deixar sua terra. Agostinho demonstra a esperança na purificação do Senhor com respeito ao seu passado e confessa ser Deus o amigo fiel e motivador. Em Deus está o amor, em Deus está a verdade, agostinho confessa ter buscado a beleza do mundo ao invés da perfeição dessas virtudes divinas. Agostinho relata que sua soberba o impedia de aproximar-se de Deus. Ele descreve o prejuízo que recebera pela obra de Aristóteles, a qual não lhe dava proveito. Em seu livro, Agostinho também faz uma oração, na qual pede por livramento, tanto dos que se afastam de Deus, quanto daqueles que guiam no engano da vaidade.
Confissões relata o vão proveito da ciência humana sem o verdadeiro conhecimento de Deus. mostra que nem mesmo o eloquente Maniqueu Fausto, removeu o desprezo de agostinho por este engano, mesmo com suas belas palavras proferidas. Pouco a pouco Agostinho foi se desviando das teorias humanas. Ele descreve a seguir sua ida a Roma, bem como seu trabalho e suas experiencias naquele lugar. Relata também o lamento de sua mãe por sua viagem e o modo como ela voltou a interceder pelo filho.
Agostinho conta os conceitos religiosos que lhes acometeram e sua dúvida quanto à necessidade de confessar pecados, como também a concepção da encarnação divina. Ele confessa suas dúvidas, que existiam até mesmo na hora de refutar os Maniqueus. Agostinho relata sua ida a Milão e seu encontro com Ambrósio, do qual surgiu amorosa interação. Ele confessa sua confusão quanto a literalidade ou espiritualidade de alguns fatos bíblicos, e juga não desejar seguir conceitos católico meramente pela capacidade de quem os defende. Agostinho revela um espírito inquieto por Deus, mas ainda não convertido, e através do envolvimento na doutrina católica, o Senhor foi preparando-lhe o coração. Ele relata seu raciocínio com respeito a alegria verdadeira em detrimento de sua tristeza ao descrever um mendigo bêbado que avistou.
Agostinho confessa que chegou aos trinta ainda com muitos dos desejos pelos bens presentes. Ele relata os anseios do seu amigo de bom caráter ao não investimento de Agostinho no matrimonio. Ele relata o pedido de casamento e a luta contra os deleites da sensualidade. Confessa ter estado mal e como Deus se aproximara dele em sua decadência. Santo Agostinho relata no livro sua concepção da grandiosidade de Deus, como ele imaginava Deus e sua dificuldade quanto a concepção do mal. Ele conta como o pasmara, o ato do Deus incorruptível se envolvendo com a humanidade, também descreve como chegou ao conhecimento de obras platônicas que muito revelaram a ele. Todavia, foi notado a falta de humildade e glorificação a Deus nestes documentos.
Agostinho conhece, enfim, a Deus, ao autocontemplar seu pecado e reconhecer a inegável verdade. Profundamente inserido nas Escrituras, ele foi encontrando luz no caminho até Deus. Nesse processo, ele reconhece a dureza do pecado, mas em contraste com isto, contempla a alegria da salvação. Ele refuta o pensamento Maniqueu ao questionar a alegação de duas almas adversas em duas vontades. Agostinho discorre sobre a sua incontrolável luta interior. Em seguida narra como sua situação mudou drasticamente, ao liberta-se de sua profunda reflexão e em prantos receber a paz. Ele se confessa convertido e regenerado no batismo e em seguida relata o fim de sua profissão de retórica.
Ele revela os conselhos que recebera de Ambrósio ao escrever-lhe seu passado ao estado atual. Descreve também o diálogo com Monica e a conclusão que juntos tomaram sobre os altíssimos prazeres divinos, bem como a subsequente morte dela. Ele confessa o lamento e autopunição que sentira, como também o modo como reprimia seu sentimento. Ele intercede por sua mãe morta e por seu repouso celestial.
Agostinho, na continuidade do livro, traz consideração sobre a confissão a Deus e seu proveito, como também questiona o revelar de nossos atos aos homens. Ele afirma que revelará não como foi, mas especialmente como o é agora. Agostinho descreve os degraus que pouco a pouco foi galgando para alcançar o seu criador. Ele discorre amplamente sobre as imagens que permanecem em sua memória e que contribuem para este desenvolvimento, tanto no âmbito do espírito quanto no intelectual. Como Deus internaliza lembranças que nos fortalecem a alma no presente e nos fazem pensar no que não vimos. Em seguida, discorre também sobre a verdadeira felicidade, uma alegria indizível que não pode ser atingida, senão em Deus.
Agostinho mostra como em cada sentido o homem é seduzido e como o orgulho pode lançá-lo para longe da verdade. O olhar para si próprio com satisfação faz o homem perecer. Não no platonismo, não em si próprio, não nos prazeres, somente em Jesus Cristo homem, alcançamos a misericórdia de Deus. Ele reconhece ser as Escrituras um local de tesouros de sabedoria e de conhecimento e traz algumas considerações sobre o que disse Moisés com respeito a verdade. Ele discorre sobre a palavra poderosa e temível de Deus, a qual esteve na criação. Fala também sobre a existência de céu e terra, originados em Deus. Ele reflete inclusive sobre Deus antes da criação e sobre a realidade da eternidade. Ele destaca a distância de Deus à nossa realidade, como para Deus os dias e anos não fazem distinções. Em seguida, revela como enxerga o tempo dentro de suas nuances e conclui modificando a forma de encararmos os três aspectos humanos do tempo, fazendo também uma aplicação dessas concepções de tempo em seu próprio existir humano.
Ele continua a discorrer sobre a magnifica criação de Deus, relatando belezas visíveis na terra e contrastando com sua antiga treva. Ele discorre sobre o ato de Deus na criação e como trouxe forma e significado a tudo, inclusive ao tempo. Agostinho reconhece divergência e dificuldade nos homens para com o entendimento das obras divinas e confia na verdade e autoridade da escrita. Dentro ainda do seu longo discurso sobre o escrito de Moisés, ele destaca sua concepção da trindade na criação, mesmo que reconheça nossa limitação em conceber tal assunto. Ele aplica esses conceitos na existência da igreja, a qual sendo trevas foi feita luz pela mesma Palavra criadora. Este Deus criador é nossa luz e a fonte de nossa esperança.
Ele discorre sobre a amplitude da alma vivente, que é verdadeiramente viva se a Deus se volta. Agostinho também faz considerações sobre a autoridade do criador em julgar sua criação, e limitação do homem espiritual neste sentido.
Agostinho argumenta sobre cada aspecto da criação divina destacando a bondade e a excelência de Deus em tudo e traz considerações sobre os erros dos Maniqueus com relação a isto também. Ele revelou o caminho que esse Deus usou para levá-lo a sua concepção atual do grande e verdadeiro Senhor, Agostinho mostrou sua estrada de sujeição e aproximação a este Deus.