Resenhas - As Nuvens

trizisreading 06/04/2024

As Nuvens: Introdução ao Teatro Grego
A peça 'As Nuvens', do dramaturgo grego Aristófanes, apresenta uma sátira perspicaz dos preceitos filosóficos de Sócrates e da filosofia sofística. Por meio da trama de Strepsíades, que busca instrução para escapar de suas dívidas, a obra denuncia a noção de que é viável justificar qualquer ação injusta por meio da retórica e da argumentação. O retorno do filho de Strepsíades da escola socrática como um jovem arrogante e insolente evidencia a falha dos ensinamentos do Pensamento Injusto em promover a virtude e a responsabilidade. O desespero de Strepsíades ao testemunhar seu filho adotando os valores do Pensamento Injusto e mantendo-se inabalável em suas crenças reflete a inaplicabilidade prática dessas ideias no mundo material, tornando 'As Nuvens' uma crítica contundente aos ideais filosóficos de Sócrates.

Em conclusão, minha experiência ao ler "As Nuvens" foi um tanto negativa. Embora a peça transmita de forma hábil e perspicaz a crítica aos ideais filosóficos de Sócrates, utilizando-se de ironia e comicidade, algumas passagens, especialmente os diálogos entre os personagens, parecem excessivamente caricatos e simplificados. As comparações e falas do protagonista, Strepsíades, carecem de sutileza e refinamento, mais se assemelhando aos caprichos de uma criança do que a reflexões maduras sobre a sociedade e a filosofia, motivo pelo qual foi avaliado por mim com somente três estrelas.

Instagram literário: https://www.instagram.com/trizisreading/

thexanny 03/10/2023

As nuvens
Minha primeira comédia grega e que ótimo começo! Não esperava gostar tanto, tem humor, tem lição e tem figuras geniais.
As nuvens vai falar sobre Strepsiades que está amontoado em dívidas, por conta do seu filho que é apaixonado por cavalos e gasta todo o dinheiro do pai. Strepsiades, com medo dos credores, decidi ir até o pensatorio aprender a arte de falar bem, para conseguir se livrar das dívidas. Lá ele vai conhecer Socrates ou Socratesinho, para os íntimos.

É interessantíssimo ver as críticas do autor aos sofistas, ver intimamente como os acusadores de Sócrates o viam: como um charlatão, alguém que só quer ganhar em cima do saber. Não vou mentir que fiquei um pouco triste em pensar na possibilidade de um dos motivos de Socrates ser condenado é por conta dessa peça.
De qualquer forma, ela é muito divertida. O humor irônico do Aristófanes é genial, além das piadas que ele fazia com cidadãos. Nada difícil, ótima para quem quer começar.

A questão da injustiça é um tema que poderia ser discutido por horas, em como as mentiras que fazemos para benefício próprio podem se virar contra nos. As vezes é melhor aceitar o destino e os erros que cometemos do que tentar nos safar. Aqui é o melhor exemplo da frase: O feitiço se virou contra o feiticeiro. Strepsiades quer convencer os outros de que suas injustiças são justas. No final da peça o mesmo acontece só que agora é o seu filho fazendo isso com ele. É engraçado porque com as nossas ações nos tornamos os bonzinhos ou os monstrinhos. As vezes pensamos que não merecemos fazer algo, no caso de Strpesiades pagar as dívidas, e tentamos nos safar. O problema é que as nossos erros não deixam de ser erros só porque foi por uma boa causa ou porque não é nosso culpa de fato. O pai diz que o motivo das suas dívidas é seu filho, em vez dele ter uma atitude virtuosa para seu filho seguir e, quem sabe, entender as consequências da suas ati

Sussinha 21/09/2023

O poder da dialetica
De forma inteligente, o autor monta uma história sobre a arte do convencimento, ironizando e satirizando tal panorama.

Gabriel 02/09/2023

Vale a pena pela curiosidade histórica
É interessante ver uma visão diferente de Sócrates, Sócrates como um louco varrido, distorcendo a realidade por meio das palavras, sem escrúpulos em ensinar a usar a mentira para derrotar a verdade. Nessa curta peça, Sócrates é retratado não como um sofista apenas, mas como um desvairado, alguém que escolhe crer nas nuvens efêmeras ao invés de nos deuses imortais e imóveis. É assustador pensar que essa peça pode ter contribuído para a imagem pública de que Sócrates fosse ateu, no sentido de negar a existência de Zeus, Hermes e Posseidon, uma prova de que o povo não é capaz de diferenciar arte e comédia da realidade de fato.
Outra coisa interessante foi ver que Aristófanes, o escritor dessa obra, talvez não tivesse uma visão muito boa dos homossexuais, pois ele ridiculariza homens afeminados e parece declarar que o prazer da pederastia faz parte de um comportamento bastante depravado. É difícil, contudo, saber se o autor realmente pensava essas coisas, ou se ele não estava apenas zombando de Sócrates, mas zombando igualmente da própria visão tradicionalista do que é justiça. Penso que, pelo humor da obra ser bastante vulgar, Aristófanes só estivesse interessado mesmo em zombar.
Esse livro talvez seja a prova de que não se deve levar a sério nada que se apresente em um palco com denominação de comédia.

sarah.taylors 18/07/2023

Fui obrigada a ler pra escola kkkkj
é um livro interessante, mas muito difícil, o que me fez quase desistir dele.

Marcelo Purificação 18/06/2023

As Nuvens
A obra busca satirizar e atacar os sofistas que ocupavam a Ágora ateniense com suas discussões puramente retóricas, relativistas e sem fim prático, uma discussão pela discussão.

ghost cookies 03/12/2022

"PARÁBASE: Se sou agradável na opinião de vocês e se minhas criações proporcionam prazer, o bom gosto de vocês será elogiado no futuro."

Monique 09/08/2022

Depois de uma maratona de tragédias, é muito estranho ler um livro assim, tira toda a seriedade dos textos antigos.

Samylle 24/02/2022

Engraçado
Tem umas piadinhas engraçadas mas também é só isso, explica umas coisas interessantes também. Nada grandioso.

Danilo 08/02/2022

Crítica aos sofistas.
Minha primeira experiencia com peças teatrais, a leitura flui bem e em alguns momentos até arranca algumas risadas. A peça faz uma critica pesada sobre o desprezo com as tradições e uma vida sem Deus(ou deuses na Grécia antiga), chegando no final até que Fidipidies(filhinho mimado) diz que poderia bater até na mãe caso tivesse argumentos sólidos para isso. os sofistas propõe ensinar o protagonista a defender qualquer tese, seja ela justa ou não, além de relativizar conhecimentos herdados do passado e questionar os deuses.

Leonardo.Vasconcelos 31/01/2022

Crítico, cômico e irônico.
Essa peça traz consigo toda uma bagagem cultural da época de Aristófanes, os grandes acontecimentos como a guerra do Peloponeso, referências a outras obras que hoje só restam fragmentos e a grandes autores como Ésquilo, Sófocles, Homero e até Eurípides, que é tratado com um certo desdém pelo autor, e claro, temos Sócrates representado como um personagem na história. A história da comédia é entorno de um camponês que casou-se com uma mulher rica e deste casamento foi gerado um filho, Fidípides, que durante a história, já é um homem, e ele é o responsável por um padrão de vida que deixa o seu pai, Estrepsíades, um homem que não é acostumado a essa vida de muitos gastos, com dividas e assim ele precisa procurar algum meio para se livrar dessas dividas. Estrepsíades quer colocar seu filho no Pensatório, que é a casa onde Sócrates fica com seus discípulos, e lá aprender o ‘’raciocínio injusto’’ que acaba com as causas justas e assim ele poderia se livrar das suas dívidas, ou seja, ele queria dar um calote nos seus credores. Em minha opinião, representar Sócrates como o responsável de ensinar esse tipo de raciocínio, foi uma maneira de Aristófanes mostrar que Sócrates era um charlatão, pois, de fato, Aristófanes achava isso de Sócrates, mas, ainda tem mais coisa envolvendo Sócrates nessa história. Ao tentar convencer seu filho de aprender esse tal raciocínio e obtendo dele a recusa, Estrepsíades decide ir ao Pensatório e aprender por conta própria e durante toda sua estadia no local, ele é apresentado à diversos pensamentos no mínimo inúteis, não sei ao certo se por ironia do autor com o filosofo ou de fato seriam justos, e aqui chega no ponto chave, como iria aprender esses raciocínios ? Ao conversar com Sócrates e dizer os seus interesses, ele o apresenta as Nuvens, como as divindades responsáveis por dar a sabedoria e os conhecimentos necessários para ser um pensador e um ótimo orador, porém, seria necessário negar Zeus e as outras divindades e acreditar somente nas Nuvens e outros dois deuses que Sócrates menciona. Estrepsíades ao aceitar os deuses e negar os outros, é apresentado as divindades, que são representadas na peça por um coro e é introduzido em alguns rituais, durante os processos ele se mostra muito ignorante ao ponto de não conseguir aprender praticamente nada e ao longo do tempo Sócrates vai tentando algumas formas de leva-lo a estar preparado para conseguir a sabedoria e assim aprender os raciocínios, porém, vendo que não iria conseguir e sendo forçado a buscar outra jeito, ele tenta mais uma vez buscar o seu filho para que consiga aprender. Desta vez ele convence o seu filho a ir e ele de fato aprende, mas, isso cai contra ele mesmo, pois, seu filho começa a aderir as causas injustas e quer até justificar que é bom bater nos pais e outras atrocidades, ou seja, ao tentar buscar as causas injustas, ele recebeu o castigo por querer fazer o que era errado e nisso as Nuvens ja tinha consciência das consequências, porém, deixaram que ele seguisse em busca disso para atrair o castigo dos deuses, e por fim, vendo que tinha sido castigado e mesmo que ele próprio aceite que tenha sido por justa causa, ele culpa Sócrates e decide atear fogo em sua casa.

Enfim, outro ponto importante que mencionei foi a respeito da negação de Zeus e as divindades gregas por parte de Sócrates, em certo momento da peça Aristófanes chama ele de Mélio, que era um ateu famoso em outra época, essa peça inclusive foi usada para aumentar as especulações de ateísmo de Sócrates no processo que resultou na sua morte.

Vinicius José 07/01/2022

Uma boa comédia para se ler.
"As Nuvens"
- Autor: Aristófanes.
- Gênero: Dramaturgia e comédia.

Eis um livro supimpa e engraçado e que, apesar da comédia, nos coloca em boas reflexões também.

A peça se passa em Atenas - século V a.C -, cujos protagonistas são Strepsiades e seu filho, Fidipides.

Strepsiades é um pobre homem que se encontra estressado pelo caminho que sua vida tomou - algo bem comum nos tempos atuais. Ele se diz infeliz por ter mimado o seu filho e acabar coberto de dívidas. No entanto, ele ouvia relatos de que havia um meio fácil para burlar os seus problemas: a arte da retórica.

Tal como fazia os sofistas da época, com uma boa retórica podia-se fazer malabarismos com as palavras para alcançar o que deseja. E o que o nosso protagonista deseja é um meio de fugir de seus problemas. Visando tais fins materiais, ele se vê na porta de seu infame vizinho: Sócrates! Sim, o vizinho dele é o Sócrates.

ntão, Strepsiades consegue entrar na "Academia de Sócrates" e falar com o filósofo e aprender algumas coisas. Dentre elas, ele descobre que os deuses não existem e nem urinam para chover, na verdade, quem faz isso são as nuvens. E não há um Zeus para coordena-las, e sim o Turbilhão etéreo - que deduzo ser as massas de ar que movem as nuvens.

Com algumas doses de razão e comédia, Strepsiades conclui que está velho demais para aprender com Sócrates, mas, visando o fim das dívidas, resolve mandar seu filho no seu lugar. No dia seguinte, o jovem se vê como um sofista e volta-se contra o próprio pai, que, por sua vez, revolta-se com Sócrates e a peça se encerra nessa loucura.

Mas, nesse caos, há algo que vale o destaque, o qual é o diálogo entre o raciocínio justo e o injusto, que disputam entre si para saber qual deles o jovem Fidipides deve escolher, e bem sabemos qual foi, pois, afinal, o injusto se mostrava mais prazeroso e fácil, pois não se prendia a moral alguma.

Desse modo, a curta dramaturgia, apesar de ter sido escrita há mais de dois milênios, se mostra bastante atual, onde o homem se vê entre esses dois raciocínios para resolver seus os problemas.

Enfim, esta é uma comédia que recomendo bastante como ponto de partida para aqueles que desejam ler Aristófanes e outros dramaturgos gregos.

site: https://www.instagram.com/p/CYIXPN6NVds/

Milena12 30/12/2021

Um Caloteiro
Para não ter que pagar as suas dívidas, o devedor vai atrás de Sócrates para aprender a passar conversa nos outros, mas como não consegue aprender, leva o filho, e no fim apanha do próprio filho.

Joao.Gabriel 14/05/2021

Boa
É uma leitura fácil e, na minha opinião, divertida. É uma comédia curta, mas tem a linguagem fácil. Aristófanes conseguiu esclarecer certos costumes que eu havia entendido erroneamente. Seu maior erro foi ter incluído Sócrates como um sofista, o que piorou a acusação do mesmo no dia de julgamento.

FePFdeO 09/05/2021

Uma sátira à filosofia
Esse texto de Aristófanes é uma das fontes históricas que nos permitem inferir por que o grande filósofo grego Sócrates fora acusado de ?perversão da juventude? e ?impiedade? com relação aos deuses da cidade. Vale a pena a leitura para entender a visão que atenienses tradicionalistas (como Aristófanes) tinham de Sócrates, dos sofistas e dos filósofos em geral.