Soberba Tentação

Soberba Tentação Andreia Ferreira




Resenhas - Soberba Tentação


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Inês Montenegro 05/02/2016

Segundo volume da Trilogia Soberba, “Soberba Tentação” começa a afastar-se do romance usualmente esperado entre a protagonista e o seu grande amor sobrenatural. Enquanto no anterior o enredo gira essencialmente em torno da paixão imediata entre a Carla e o Caael, neste nota-se um afastamento não apenas físico, mas essencialmente psicológico, que dá a Carla a abertura para se questionar sobre o porquê de uma paixão tão súbita e praticamente sem explicação. E é isto mesmo que constituiu a melhoria em relação ao primeiro: a explicação do porquê de tão repentino amor/interesse, sem causa aparente, e no que é que isso se insere na macroestrutura.
Durante a maior parte da história, esta é-nos narrada pela própria Carla, em primeira pessoa, como se verificou no anterior. Contudo, de modo a fornecer ao leitor mais informação que aquela conhecida pela personagem, alguns capítulos alteram o narrador para uma terceira pessoa, o que implica que artigos definidos antes dos nomes, como “a Ana disse” ou “o Ricardo pensou”, sejam desnecessários.
Apesar destas melhorias, muitas outras coisas precisam ainda de trabalho e polimento. A nível da escrita, e de um modo geral, notei um abuso de reticências e pontos de exclamação; excesso de adjectivos durante os diálogos – a não ser quando se está a ser sarcástico, duvido que alguém diga “pelas mãos brancas do teu amigo pálido” –; erros ortográficos em inglês – “bully”, e não “bullie”, falta do “to” na frase “Just pretend not see her” – e em espanhol – “se passa” não fica igual em português e em espanhol, como é dito na nota de rodapé: em português é “passa”, em espanhol “pasa” –; uso do verbo “estrupar”, que existe no Português Brasileiro, mas não no Europeu; recurso a expressões que ou não existem, ou são utilizadas por um número muito restrito de pessoas; erros de construção frásica, como “fui o menos possível ruidosa” ou “Quanto tempo viveria mais ela?”; trechos que perdem sentido, ou se tornam ridículos, por querer embelezar demasiado o texto, exemplificando: “Era uma ordem metafórica que pedia o afastamento futuro” – num aparte “metafórica” não faz ali sentido nenhum, e pareceu-me que a pretensão era o afastamento imediato – “mas, mesmo assim, ele desencostou-se do carro, atónito, e com os olhos luminosos de tristeza. Uma película de lágrimas revestia a pupila.”; utilização errónea de vocabulário, como é o caso de “gafe” para referir uma falha física entre vegetação queimada e vegetação não queimada, salas de exames “concebidas” (duvido que as tivessem feito de raiz para os exames), “chutei o chão abaixo de mim”, “língua afiada” como sinónimo de fala-barato ou “não estava habituado a recolher-se perante ninguém” julgo que o pretendido seria “recuar”; recurso abusivo e desnecessário de itálicos, por exemplo, no uso de nicknames, na chamada do rol de Ana Ritas (by the way, não me cruzei assim com tantas no meu percurso, deve ser gosto das mães de Braga), e cada vez que a autora queria chamar atenção para alguma conclusão, facto, etc, cuja importância o leitor compreenderia sem os itálicos; falha de vírgulas, nomeadamente antes do uso do vocativo.

Review completa em:

site: https://booktalesblog.wordpress.com/2015/10/24/soberba-tentacao-andreia-ferreira/
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