Da Fruta Que Você Gosta

Da Fruta Que Você Gosta Yule Travalon




Resenhas - Da Fruta Que Você Gosta


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danilo_barbosa 12/02/2016

Conhecer a obra de Yule Travalon foi, para mim, uma grande surpresa. Confesso que andava meio defasado no quesito literatura homoerótica, tendo como referência livros como A Biblioteca na Piscina, O Terceiro Travesseiro, Histórias de uma cidade, Mulheres que não sabem chorar, entre outros. Não sabia como os escritores mais jovens estavam lidando com este assunto que, cada vez mais, está saindo do sigilo das quatro paredes e armários com portas de vidro, alcançando a sua devida naturalidade (sei que ainda existe muita luta pela frente, mas espero um dia chegarmos lá). Bom, voltando ao assunto, foi assim que sapeando pela Amazon, encontrei "Da fruta que você gosta"... E gostei demais do que vi.
O livro, para mim, é dividido em duas partes. A primeira, com contos para lhe despertar o corpo, saciar o seu desejo, brincar com a sua libido. Com o sexo e toda sua deliciosa crueza ele derruba fetiches com encontros fortuitos, aqueles que muitos desejam e não ousam concretizar, sabe? Uma descoberta incessante pelo prazer, afim de saciar as fomes, os anseios e as vontades destes protagonistas extremamente sedutores. Para lê-los você deve se permitir, abrir a mente e deixar que os seus instintos o guiem, sem censuras.
Só que, quando você pensa que o livro seguirá somente este caminho, o da encantadora perdição, eis que se surpreende. Pois o autor espera que você baixe a guarda para agarra-lo pelo coração. Os textos, antes detalhados, perdem os detalhes dos corpos e vão para o sentimental, divagando sobre amores proibidos, saudades e desejos enclausurados, considerados proibidos por uma sociedade que não aceita a diversidade e sua beleza. Ele nos despe de papéis e nos coloca na intimidade dos seus personagens, revelando um texto poético e sedutor que me encantaram de uma forma impressionante. Me senti em um jogo de sedução, envolvido pelos protagonistas de cada conto, em um flerte muito ansiado, em que, para as palavras a minha mente não era a suficiente. Tinha de pronunciá-las em voz alta, senti-las nos lábios, deixa-las ganhar o mundo... Matar a minha fome literária por tão belas sentimentalidades.
Sugiro que percam o medo e os tabus. Envolvam-se e permaneçam indiferentes se forem capazes.
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