A utilidade do inútil

A utilidade do inútil Nuccio Ordine




Resenhas - A utilidade do inútil


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Jorlaíne 10/09/2023

Uma bem construída crítica sobre o papel do inútil na vida do ser humano. O autor inclui neste contexto as artes de forma geral, mas tende para a literatura.
Utiliza de vários autores de renome literário para ratificar a importância que as artes têm na vida do ser humano, pois uma pessoa que tem contato com a poesia, o romance, a música e a pintura, por exemplo, normalmente compreende melhor o outro e vive melhor em sociedade.
A obra também traz críticas aos sistemas de governo que visam a retirada das disciplinas de ciências humanas do currículo escolar. Analisando a situação como um atraso para a sociedade num geral.
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ludcohen 27/07/2023

A obra traz reflexões valiosas, porém a maior parte do livro é construída de uma forma desinteressante e maçante. A introdução, a segunda parte e o apêndice são as únicas partes que realmente fizeram o livro valer a pena para mim.
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jota 25/03/2024

ÓTIMO: pequenos textos e citações de grandes humanistas ensinam que o importante não é ter, mas ser

O filósofo e professor italiano Nuccio Ordine (1958-2023) esteve no Brasil em 2012 e recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele diz que foram alguns professores dali e o então reitor na época que o estimularam a aprofundar o tema da utilidade do inútil, que acabou resultando neste livro. Seu título faz um jogo de palavras, pois no mundo utilitarista em que vivemos fica difícil encontrar utilidade naquilo que a todos parece inútil como, por exemplo, um relógio antigo quebrado.

No entanto, como observou alguém, esse mesmo relógio com os ponteiros parados está certo ao menos duas vezes por dia. Desse modo, nem sempre “jogar conversa fora”, como costumamos dizer, significa uma conversação inútil, pois dependendo com quem se conversa, podemos aprender alguma coisa nova ou obter uma informação que um dia poderá tornar-se útil. Jogando conversa fora também podemos ensinar algo a alguém, não apenas aprender.

Infelizmente, a maioria das pessoas continuará pensando que o que move o mundo é o dinheiro, então aquilo que não dá lucro se torna inútil e essa ideia é cultivada em praticamente todos os setores da vida humana. Elas não percebem o que percebeu o filósofo e historiador francês Pierre Hadot (1922-2010), especializado em filosofia helenística e platonismo, citado por Ordine logo no início do livro: “(...) a tarefa da filosofia é mesmo a de revelar aos homens a utilidade do inútil ou, em outras palavras, ensiná-los a distinguir entre os dois sentidos da palavra “útil”.”

Isso porque, segundo Ordine, “No universo do utilitarismo, um martelo vale mais que uma sinfonia, uma faca mais que um poema, uma chave de fenda mais que um quadro: porque é fácil compreender a eficácia de um utensílio, enquanto é sempre mais difícil compreender para que podem servir a música, a literatura ou a arte.” Na sua luta para que as pessoas compreendam isso, que é útil tudo aquilo que torna nossa vida mais plena e o mundo um lugar melhor para se viver, Ordine se manifesta através de pequenos textos e citações de alguns dos pensadores e autores mais importantes da História.

Assim é que temos as contribuições de Platão, Aristóteles, Montaigne, Kant, Shakespeare, Victor Hugo, Cervantes, Dickens, Baudelaire, García Lorca, Italo Calvino, Gabriel García Márquez, todos citados pelo autor, além de outros. Para ele, “Não nos damos conta, de fato, de que a literatura e os saberes humanísticos, a cultura e a educação constituem o líquido amniótico ideal no qual podem se desenvolver vigorosamente as ideias de democracia, liberdade, justiça, laicidade, igualdade, direito à crítica, tolerância, solidariedade e bem comum”, ou seja, tudo aquilo que torna uma sociedade democrática, voltada para todos os cidadãos, não apenas para um estrato social ou político.

Ordine também trata dos sentimentos humanos, e num tempo em que muitos querem possuir tudo, no entanto, não conseguem possuir o amor. Primeiro cita Montaigne, “É o gozo, não a posse, o que nos torna felizes.”, depois, Antoine de Saint-Exupéry, dizendo que não devemos confundir o amor “(...) com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer”. Alimentado pelo desejo de possuir, o ciúme acaba matando o amor, quando não, pior ainda, acaba matando a pessoa que não se permitiu ser transformada em propriedade de outro.

Finaliza o volume um apêndice, um texto do educador americano Abraham Flexner (1886-1959), A Utilidade do Conhecimento Inútil, que também estimulou Ordine a escrever o presente livro.

Lido entre 19 e 25 de março de 2024.
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monique.gerke 06/09/2018

A ideia discutida é boa. Mas a discussão foi superficial, foi mais uma introdução ao tema por grandes e clássicos escritores, pensadores, cientistas, etc do que um manifesto propriamente dito. Mas reitero, o assunto é ótimo, pois em tempos onde se visa incentivar apenas o que é 'pratico', através dessa lógica utilitarista que define como útil tudo que traz lucro, esse livro, com seus renomados escritores, nos faz lembra que o conhecimento desinteressado, o saber por saber, é o que permanece. E que talvez tenhamos invertido o conceito do que realmente é útil e o que realmente é inútil
Blanda 31/05/2020minha estante
Eu tenho essa sensação, mas antes de começar a leitura o fato de deixar claro que é um "manifesto" já me preparou para o que seria algo bastante pessoal. Não significava, claro, que não pudesse ser aprofundado, mas com isto antecipou que poderia ser algo mais nesta linha da divagação.




Luís Gustavo 27/08/2020

Essencial!
Como o subtítulo diz, é um manifesto. Então a leitura é rápida e leve, mas super importante. Em certos momentos pode parecer repetitivo, mas não é. A proposta é mostrar como vários autores/pesquisadores pensaram a questão da utilidade e suas consequências.
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Ricardo.Borges 03/04/2023

A arte é o que melhor consola o viver
Com uma introdução formidável, arrebatadora, direta e inteligente, o autor forra o livro com situações e citações que escancaram nosso utilitarismo em um momento - atemporal - em que a sociedade se vê as voltas com o consumismo (especialmente de informações) e perde o senso estético comparado ao senso comum.
?Geralmente, tão logo uma coisa se torna útil ela deixa de ser bela?.
Com citações Irônicas, sarcásticas e ácidas, me surpreendi por não ter conhecido estas importantes reflexões antes.
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Carol 26/09/2020

Impressões da Carol
Livro: A utilidade do inútil. Um manifesto {2013}
Autor: Nuccio Ordine {Itália, 1958-}
Tradução: Luiz Carlos Bombassaro
Editora: Zahar
224p.

Em "A utilidade do inútil: um manifesto", o filósofo italiano Nuccio Ordine se propõe a combater o discurso utilitarista predominante em diversos âmbitos da sociedade, o que acarreta a presente desvalorização das humanidades em prol das ciências práticas, de retorno financeiro mais imediato.

Ordine divide seu livro em três partes: A útil inutilidade da literatura; A universidade-empresa e os estudantes-clientes; e Possuir mata: dignitas hominis, amor, verdade. Como apêndice, esta edição traz o ótimo ensaio "A utilidade do conhecimento inútil", do educador americano Abraham Flexner.

Sendo direta, não creio que o autor tenha atingido seu objetivo ao elaborar os argumentos da sua tese. A primeira e a terceira partes do manifesto funcionam como uma coletânea de citações de obras clássicas da literatura e da filosofia. Algo bastante interessante pra quem não conheça tais referências, mas nada mais elaborado que isso.

A sensação que tive, ao ler, foi de ter, em mãos, um TCC, em que o aluno engabelou seu orientador, salpicando o texto com citações diretas.

O livro que poderia ter sido e não foi está na segunda parte do manifesto. Aqui, sim, Ordine brilha, ao criticar o utilitarismo e o pragmatismo burro vigentes, em sua defesa das humanidades e das pesquisas básicas, porquanto "as descobertas fundamentais que revolucionaram a história da humanidade são, em grande parte, fruto de pesquisas distantes de qualquer objetivo utilitarista". p. 138.

É insano ter que defender as ciências que nos dão arcabouço para lidarmos com conceitos abstratos como democracia, justiça, ética, liberdades, direitos etc. Sem as artes, a filosofia, a história etc o que nos resta? Pouco, muito pouco.

"A utilidade do inútil: um manifesto" gera boas reflexões pelos pontos levantados nesta segunda parte e entretém pelas citações de autores clássicos como Aristóteles, Montaigne, Kant, Victor Hugo, Ítalo Calvino e outros. Indico ainda o ensaio trazido no apêndice, inédito no Brasil.
Marcelo Caniato 25/03/2023minha estante
Kkkk eu tive essa mesma impressão do TCC. Alguns parágrafos dele eram simplesmente uma repetição do que já estava na citação.




Albert Lucas 01/04/2023

Na verdade eu parei
Parei em 55% e após ler 122 páginas de idéias que se repetem muito e sem aprofundamento fiquei entediado. Ele basicamente fez uma coletânea de ideias criticando o materialismo e a busca desenfreada pelo lucro e o abandono das artes e educação. Porém tava me parecendo artigo de conclusão de curso, parei um pouco depois da metade, não coloquei "abandonado" pra n perder o tempo investido
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F. C. Gonçalves 01/10/2018

Um perfeito manifesto, uma desnecessária repetição de ideias
A utilidade do inútil é um daqueles livros que nos chamam a atenção pelo argumento que nos faz parar e pensar sobre o nosso papel e atitudes perante o mundo. Discorrendo contra a ode ao utilitarismo (só serve aquilo que tem utilidade imediata, lucrativa no mundo), o autor recorre a diversos pensadores para contrapor os ataques ao que o que parece inútil tem. Infelizmente, é neste ponto em que a obra se torna repetitiva, pois coloca muitas citações e pensamentos de diversos autores cujas ideias e argumentos são coincidentes.
O livro é uma ótima porta de entrada para os interessados no assunto, principalmente para aqueles que desejam buscar referências que lidam com o tema.
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Marcelo Caniato 25/03/2023

Demorou a engatar. O livro tem uma introdução e é dividido em três partes. Enquanto eu lia a primeira parte, eu fiquei pensando: é sério isso? A introdução vai ser melhor que o resto do livro? kkkk Mas na segunda parte, que é onde ele começa a discutir a universidade e a importância da ciência de base, o livro fica muito bom. Também gostei da terceira parte, mas menos. Tem um capítulo na segunda parte em que ele fala sobre a leitura dos clássicos que me soou um cadinho como aquela coisa de "os clássicos é que são top, parem de ler harry potter", mas a fala dele é também bastante atrelada à desvalorização dos clássicos, que não são tão vendáveis quanto outros livros, então eu relevei. Por fim, há um apêndice, um texto de outro autor, que também é bem interessante.
Van 06/07/2023minha estante
Pensei a mesma coisa hahah a introdução tão envolvente, mas a primeira parte super maçante, quase desisti! A segunda parte salva o livro e a terceira é boazinha




Talita Hanna Cabral 02/06/2019

Introdução
Apesar de chamar atenção pela gama de autores mencionados na sinopse, "A utilidade do inútil" menciona os clássicos da filosofia e literatura de forma muito breve. Com parágrafos rápidos, o livro seria mais indicado para introduzir brevemente esses autores àqueles que nunca leram ou não ouviram falar de tais autores. Pode ser indicado também para os estudantes do ensino médio.
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Arte 365 26/09/2023

Leia já!
Livro necessário pacas, até porque a saúde mental das pessoas só tende a piorar se não entendermos de uma vez por todas que nem tudo que fazemos deve ter uma utilidade direta e imediata.
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Nayara 03/04/2024

Qual é a função do livro?
Este pequeno manifesto de Nuccio Ordine traz algumas reflexões acerca da utilidade do inútil, a arte. Super recomendo a leitura.
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