Livro de Soror Saudade

Livro de Soror Saudade Florbela Espanca




Resenhas - Livro de Soror Saudade


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Pêssego 05/03/2024

Fez aflorar meu gosto por sonetos.
Belos sonetos, belos poemas. Uma boa surpresa ler esse livro, como também me deparar com essa autora. Grata surpresa, eu adorei.
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Laur1410 28/12/2022

Dor e dor
?Eu sou apenas poetisa: poetisa nos versos e miseravelmente na vida, por mal dos meus pecados. Não sei fazer mais nada a não ser versos; pensar em verso e sentir em verso.?
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i.maryy 21/12/2022

obcecada por ela
[...]
Fui tudo que no mudo há de maior:
Fui cisne, e lírio, e águia, e catedral!
E fui, talvez, um verso de Nerval,
Ou, um cínico riso de Chamfort...
[...]

Um pouco raso, talvez depositei muitas expectativas.
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Lali 17/09/2021

Ler Florbela é saber que você vai sentir intensamente cada verso,sentir sua dor, sua felicidade, sua pulsação no ritmo da poesia. Sempre um prazer admirar a beleza de seus versos, estes lançados em 1923 e que, exceto pela óbvia mudança na linguagem pelo decorrer dos anos (além do fato de ser portuguesa) ainda pode-se enxergar vários paralelos com a nossa realidade.
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Bruna 24/06/2021

Refugia-te na arte
O Que Alguém Disse
"Refugia-te na Arte" diz-me Alguém
"Eleva-te num vóo espiritual,
Esquece o teu amor, ri do teu mal,
Olhando-te a ti própria com desdém.

Só é grande e perfeito o que nos vem
Do que em nós é Divino e imortal!
Cega de luz e tonta de ideal
Busca em ti a Verdade e em mais ninguém!"

No poente doirado como a chama
Estas palavras morrem... E n'Aquele
Que é triste, como eu, fico a pensar...

O poente tem alma: sente e ama!
E, porque o sol é cor dos olhos d'Ele,
Eu fico olhando o sol, a soluçar...
- Florbela Espanca
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Joaquim 20/05/2021

Fantástico!
Livro perfeito pra ser lido numa sentada. Os versos fluem bem e podem ser concluídos em alguns minutos. Recomendo!
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hanny.saraiva 15/08/2017

É sempre Outono o rir das Primaveras
Tentei fazer uma maratona de poetas mulheres, mas ainda não encontrei aquela que me encantou. Mesmo sabendo de toda sua importância no cenário poético, Florbela não me cativou.
Frases preferidas que resumem esse livro:
- Poeiras de crepúsculos cinzentos.
- É revoltada, trágica, sombria, como galopes infernais de vento!
- Os dias são Outonos: choram... choram...
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Carina 25/09/2013

Florbela, minha poeta particular
Há muitos anos não lia Florbela. Na época em que comecei a mergulhar no universo da poeta portuguesa, me identificava muito com a personalidade do seu eu-lírico, pessimista, platônico e um tanto autodestrutivo. Mesmo depois desse período, o sentimento de espelhamento enquanto eu lia o livro permaneceu. Afinal, apesar do tempo, talvez eu não tenha mudado tanto assim.

O NOSSO LIVRO
A A.G.

Livro do meu amor, do teu amor,
Livro do nosso amor, do nosso peito...
Abre-lhe as folhas devagar, com jeito,
Como se fossem pétalas de flor.

Olha que eu outro já não sei compor
Mais santamente triste, mais perfeito
Não esfolhes os lírios com que é feito
Que outros não tenho em meu jardim de dor!

Livro de mais ninguém! Só meu! Só teu!
Num sorriso tu dizes e digo eu:
Versos só nossos mas que lindos sois!

Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente
Dirá, fechando o livro docemente:
"Versos só nossos, só de nós os dois!..."

QUE IMPORTA?....

Eu era a desdenhosa, a indif'rente.
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão
Como bate no peito à outra gente.

Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de Desejo ou de emoção,
Enquanto a asa loira da ilusão
Dentro em mim se desdobra a um sol nascente.

Minh'alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte
Toda ela é riso, e é frescura, e graça!

Nela refresca a boca um só instante...
Que importa?... Se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes... Quando passa?...

CARAVELAS

Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.

Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!

Se eu sempre fui assim este Mar-Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram.

Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...

INCONSTÂNCIA

Procurei o amor que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava.
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...
Um sol a apagar-se e outro a acender
Nas brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também... Nem eu sei quando...

A VIDA

É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés d'alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!

Todos somos no mundo "Pedro Sem",
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo donde vem!

A mais nobre ilusão morre... Desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...

Amar-te a vida inteira eu não podia...
A gente esquece sempre o bem dum dia.
Que queres, ó meu Amor, se é isto a Vida!...
Maria 30/06/2021minha estante
Adorei a resenha.




Ich heiÃe Valéria 29/07/2013

Soror Saudade...
composto de 36 sonetos que falam sobre um amor avassalador. Amor este que lhe devolve a vontade de viver. Diferente de Livro de Mágoas, achei que o tema da saudade não é tão profundo nessa obra, apesar de dar nome a obra...
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Erika 21/03/2013

Permitir-se poesia?
Entregar-se à poesia não é fácil.
É tornar-se (mais) vulnerável, é permitir que ela preencha os espaços vazios ou, mais frequentemente, aumente o buraco negro da dor.
As metáforas, as alegorias, as dores, a identificação, é tudo de uma intensidade sufocante.

Acredito que a poesia tem um momento para nos atingir e, no meu caso, é impossível dissociar esse momento das dores que me afligem.
Porque o amor dói. Porque a perda dói. Porque a vida dói.
Porque a saudade dói e a saudade do que não se tem dói ainda mais.

"Hora que Passa
Vejo-me triste, abandonada e só
Bem como um cão sem dono e que o procura,
Mais pobre e desprezada do que Job
A caminhar na via da amargura!

Judeu Errante que a ninguém faz dó!
Minh’alma triste, dolorida e escura,
Minh’alma sem amor é cinza e pó,
Vaga roubada ao Mar da Desventura!

Que tragédia tão funda no meu peito!…
Quanta ilusão morrendo que esvoaça!
Quanto sonho a nascer e já desfeito!

Deus! Como é triste a hora quando morre…
O instante que foge, voa, e passa…
Fiozinho de água triste…a vida corre…"
Ana 05/08/2017minha estante
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Nessa Gagliardi 24/08/2010

Amor e saudade, dois dos temas mais recorrentes da autora, estão neste livreto em poemas da forma mais pungente possível.

QUE IMPORTA?....

Eu era a desdenhosa, a indif'rente.
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão
Como bate no peito à outra gente.

Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de Desejo ou de emoção,
Enquanto a asa loira da ilusão
Dentro em mim se desdobra a um sol nascente.

Minh'alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte
Toda ela é riso, e é frescura, e graça!

Nela refresca a boca um só instante...
Que importa?... Se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes... quando passa?...
Érika dos Anjos 24/08/2010minha estante
Estás numa fase bem poética hein, Nessa? Bjs.


Nessa Gagliardi 25/08/2010minha estante
Ai, Érika, não é que estou mesmo? Logo eu, desdenhosa pública da poesia... rsrsrs
Hoje eu acho que tem uma época certa para a poesia nos atingir, e eu estou nela exatamente agora. :)




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